medra a procissão no adro
para que medrando
rime
e no agitar das ondas
sem rima remando
em catadupas
se esconda o pivete.
baralham
e no
baralho
viciado
embaralham-se
ensarilham-se
na salgalhada
estóico
alapado
pensam acorrentar
o mexilhão
à lapa
e
ao
rato ?
e a floresta
dos
animais
negra de enganos
é entrar
é entrar
meninos e meninas
é a valsa da burguesia
o baile dos tais
fatais
nos
sinais
da canga
lobos com hienas
lacraus e víboras
moscas e moscardos
em contínuo zum-zum
tubarões e sardinhas
polvos e aventesmas
no saco das farinhas
macacos e macaquinhos
avestruzes e pavões
em sacudidos safanões
aranhas e aranhiços
patranhas e enguiços
com melros e catatuas
pegas e papagaios
rosados ratinhos
e de cinza as ratazanas
o salalé roendo o miolo
e o cupim com estupim
crocodilos e piranhas
em alegre chilreada
palrando
as araras e os abutres
em babilónica sintonia
aos saltitos
ensarilhada salgalhada
cabras e ovelhas
nas parelhas
galos e galinhas às pintinhas
e galifões saltitões
caimões
carapaus com paus
e
os cordeiros com orelhas
velhas
de gato por lebre
e a febre
de
perúas e pardalitos
avestruzes catrapuzes
na teia
aranhas e aranhiços
com patranhas
e sumiços
com figurinhas e figurões
vai ensurdecedora a zoadeira na feira ?
e nós
azémolas
cavalgaduras
na pendura
de camelos e dromedários !?
setúbal 2014.05.29
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