Por cá tudo bem. Tem feito algum frio e há uns dias que não conseguia pegar na caneta para escrever. No dia de Natal fomos a Goios. Gostei do passeio. Ontem o tio [Zé Barroso] foi a Vila Nova de Gaia, a Matosinhos e à Foz do Douro e eu fui com ele. (NSF - 1962.12.21)
Fomos a Goios, aldeia onde nasceu o meu avô Barroso. As estradas da Metrópole são boas e arborizadas. (Diário III - pag. 61)
1963
Fomos a Pedra Furada, a casa da Senhora Deolinda, minha prima em 2º grau. Fica para os lados de Goios, Barcelos, pela EN 13. (...) Os campos estavam inundados devido às chuvadas que têm caído ultimamente.
Que diferença entre estas estradas e as dos arredores de Luanda! Só em Nova Lisboa é que a paisagem é semelhante. Há eucaliptos, pinheiros e videiras ao longo dos caminhos. Apetece passear por aqui. Há uma parte da estrada que é recta, sendo por isso conhecida por "recta do Mindelo". Chegámos ao Mindelo perto das 15 horas. O céu estava bonito, azul, com nuvens brancas.
Passámos por Vila do Conde. Pouco depois entrámos na estrada de Guimarães, um pouco antes da Póvoa de Varzim. Há aqui um aqueduto muito antigo, nalguns sítios arruinado. (...) Regressámos a casa de noite. (Diário III 1963.02.14)
O avô Barroso foi à Pedra Furada, mas eu não. Talvez vá para a próxima. Gostava bastante de tornar a ver a Cândida. (Diário III - 1963.02.17)
No dia 14 [Abril. 1963], domingo de Páscoa, fui, com o avô Barroso e o tio Zé a Goios, passando por Famalicão. Almoçámos em Goios, tendo me aborrecido imenso. O "compasso" chegou por volta das 17 horas. À tardinha fomos para a Pedra Furada. Revi com prazer a Lourdes e a Cândida, e fiquei a conhecer a Celeste e a Amélia. Divertimo-nos bastante. (Diário III - pag. 165)
De Braga fomos ao Sameiro, que é bonito. Não gosto muito do estilo do Santuário. Fomos depois ao Bom Jesus, que é muito bonito, com tudo arborizado, havendo água por todo o lado. Interessantes as capelas com imagens [conjuntos escultóricos] da vida de Cristo. Braga é uma cidade com bastantes edifícios modernos. Recentemente os eléctricos foram substituídos por trolley carros. As estradas estão bonitas, os campos cobertos de verdura e as bermas com umas flores chamadas "granjas". (1963.07.06 - Diário III)
Fomos a Famalicão. Lá vendia-se gado bovino e asinino, cerâmica, louças, roupas, arreios, etc. Há também uma feira semanal às quartas-feiras. No fundo a feira é igual às de Barcelos e Monte Real.e vi algumas mulheres de Viana com os seus trajos típicos. (1963.09.29 - Diário III)
1968
Fomos até à Póvoa. Uma tarde estival, que me levou a lamentar não ter levado o calção de banho. A cor bronzeada que adquirira e que segundo a Maureen [Baltazar] me dava um ar saudável, desvaneceu se há muito, sendo substituída por uma palidez de leite, que um amigo meu, o Martins Pereira, disse, outrora, ser simplesmente nojenta! Ah!, que saudades eu tenho da praia, do ar livre, dos espaços amplos! (1968.09.27)
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