* Victor Nogueira
2022 08 13 - Marcelo, não o afilhado de Marcelo das "Conversas em Família" post-Oliveira Esteves, mas o Baltazar, post Aníbal, o de bole e queima, o Rebelo, o das selfies com todo o bicho careta para o álbum de família! Marcelo, o narcisista Presente-Rei duma monarquia absolutista. Desta feita JMT acerta na "mouche"!
2018 08 12 - 2016 08 12 foto victor nogueira - nascer do sol em setúbal em 2016.08.12, visto do alto da torre no cimo duma encosta
O tempo está de brasa, seco, áspero e rugoso; as gotículas de suor são um pântano ensopando a roupa.que se nos cola à pele e apenas depois do entardecer sopra uma leve brisa ali na varanda, o meu pequeno jardim suspenso não de Babilónia mas da Lanchonette.
Babilónia quase desfeita está a minha biblioteca, os livros praticamente todos arrumados. Mais um fim de semana e já podem aparecer, o que deve ser difícil pois - em tempo estival - de nevoeiro não são as alvoradas, por mais que de cinza estejam certos corações que se doem nas redes sociais, ao estilo inFaceLock.
O coração é na realidade um músculo insensível, mero encadear automatizado e mecânico de sístoles e diástoles. Não é nele mas no cérebro que moram as sensações e as emoções por isso o cérebro é por vezes um encenador de verbos metafóricos mais ou menos eufóricos (des)alinhando-se em carreirinhas de palavras bordejando a chama, de alfas sem ómega, com a devida cautela por causa dos mil olhos e das cem mil bocas em redor, da vizinhança ou de ascendentes e descendentes. Estilo Águas de Março .(1)
Em Luanda, na Praia do Bispo, a maravilha era o rápido pôr do sol mergulhando nas águas atlânticas. Em Setúbal, que outrora me parecia como que Luanda, a maravilha não é o céu estrelado numa vila alentejana, Sousel ou Beringel, mas o lento nascer do sol como que saído do Estuário do Sado, uma por vezes dantesca bola de fogo diluindo-se na claridade de mais um dia.
Ao contrário do que muitas e muitos pensam, assisto e fotografo muitos nascer-do-sol, esteja o "céu" límpido ou coberto de nuvens esparsas. Hoje, ao assomar à varanda da sala, o horizonte estava vermelho, ígneo, com o sol começando a romper por cima da poluição. Tentei filmá-lo mas .... o espaço no cartão de memória era insuficiente. Fica apenas esta foto e algumas outras, clicando em nascer do sol em setúbal
2015 08 13 - foto victor nogueira - Porto e Ponte da Arrábida, sobre o Rio Douro, vistos de vila nova de gaia, em 2015. Esta ponte (nessa época o maior arco de betão armado do mundo) é da autoria do engº Edgar Cardoso, tal como a de S. João (ferroviária).
Em 1963 estava eu a estudar no Porto e à inauguração da Ponte da Arrábida faço referência no meu diário de então..
"O Presidente da República, Américo Tomás veio ao Porto inaugurar a Ponte da Arrábida (1963.06.22/23 - Diário III)
À tarde fomos, o avô Luís e família, à Ponte da Arrábida, tendo percorrido a auto-estrada. Em seguida fomos ao Palácio [de Cristal] onde jantámos. Escusado será dizer que andei nos automóveis eléctricos. Andei também nos barcos do lago. A princípio não sabia guiar aquilo, mas... aprender até morrer! (Diário III - 1963.06.30)"
Esta auto-estrada cobria então a fenomenal distância de .. cinco km, entre o Porto e os Carvalhos, situação que se manteve durante largos anos. Aliás, à saída de Lisboa pouco maior distância cobria, sendo as centenas de km entre ambos os troços suprida pela ronceira EN !.
Na zona do Porto é o rio Douro atravessado por seis pontes: D. Maria e D. Luís (ambas do séc XIX e arquitectura do ferro), Arrábida, S. João, Freixo e Infante (D. Henrique). Restam ainda os pilares da antiga ponte pênsil, na Ribeira, e a memória do desastre da Ponte das Barcas ocorrido durante uma das invasões francesas, desastre em que teriam morrido ccerca de 4 mil pessoas que fugiam aos exércitos napoleónicos. Dizem que Luísa Todi, cantora lírica setubalense teria perdido as suas jóias, o que não teria impedido o general francês Soult de lhe dar protecção, pois Todi era célebre nos palcos selectos europeus da época.
2013 08 13 - Nada de profundo, nestes dias de Verão
Quando um pitéu ou um prato de comida agradavam ao meu avô Luís, dizia ele com o seu sorriso alegre: «Se eu fosse rico só comia disto". Nestes dias de vento suão, em que o suor se nos cola à pele em pequenas gotículas como se em Luanda estivesse na estação quente, eu diria: "Se eu fosse rico mudava os lençóis da cama, se não várias vezes durante a noite, ao menos diariamente"
Parafraseando Pessoa num dos seus heterónimos, "Ai que prazer deitar-me em lençóis frescos, que pouco depois sabem a suor e a choco, perdendo toda a graça"
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