* Victor Nogueira
não há
entre nós
palavras belas
nem versos
pois não escutas
o que escrevo
escrevo
como se
entre o meu cérebro
que comanda
e as minhas mãos
que executam
dedilhando
eu não estivesse
mas sim a máquina
em que me transformo
e
tu
não entendes
o meu cansaço
é o da máquina
que não sou
e tu insistes
na minha desumanização
setúbal 2014.02.27
é tecido
o poema
teorema
cálido
ou
ventoso
setúbal 2014.02.27
à lareira
ponteias
na braseira
com areia
remedeias
setúbal 2014.02.27
na pousada
da poesia
as palavras
são
do leitor
e
do
autor
anelo
anel de papel
pesadelo
rimando
ou remando
com
flores
ardores
andores
e
dores
ou nada
rimando
e
remando
ou
naufragando
setúbal 2014.02.27
nú recreio
a
imaginação
desenfreada
sem
o
freio
do
receio
a ventura
sem cobertura ?
setúbal 2014.02.27
na janela aberta
encoberta
estás
sem a descoberta
tecida de receios
de medos
sem arremedos
as palavras
em tiras
tiaras
das mentiras
ao rés do chão
sem pão nem a vinha
advinha
a
adivinha
em sentido
neste sentido
que sentido
o sentido
sem ti
sentado
pasmado
setúbal 2014.02.27
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