* Victor Nogueira
2022 10 24 - Isto é patético e completamente surrealista. Isto é, países como o Irão e outros não podem fornecer/vender armamemto á Federação Russa mas os países da USA/NATO/aiUÉ podem fornecer á Ucrânia toneladas de armamento (quem pagará a choruda upa upa conta ao complexo militar industrial?) e treino militar, nos seus territórios, como Espanha, Polónia, Alemanha .... A talhe de foice: o Governo do PS/PSD já se ofereceu para o mesmo, diligente e prazerosamente, perante o silêncio ruidoso do Presidente da República Somos (quase) Todos Ucranianos, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Note-se que o Governo Português com a anuência do Presidente da República, envolve Portugal numa Guexrra, por procuração, ao arrepio do que estabelece a Constituição da República Portuguesa no seu «artº 135º (Competências do Presidente da República)
(...)
c) Declarar a guerra em caso de agressão efetiva ou iminente e fazer a paz, sob proposta do Governo, ouvido o Conselho de Estado e mediante autorização da Assembleia da República, ou, quando esta não estiver reunida nem for possível a sua reunião imediata, da sua Comissão Permanente.»
Anote-se que no seu artº 7º, uma das normas que este estabelece relativamente ás Relações Internacionais é que:
«Artigo 7.º
Relações internacionais
«1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade.»
https://www.dn.pt/.../militares-portugueses-vao-integrar...
https://noticias.uol.com.br/.../treinamento-de-soldados...
2022 10 24 - Vale tudo e tudo é permitido a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da II República Portuguesa?!
Marcelo de Sousa excede-se a si mesmo. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da II República Portuguesa, nascida em 25 de Abril de 1974, após uma Revolução, a dos Cravos, abortada em 25 de Novembro de 1975, mas que pôs termo a 48 anos de fascismo e 13 de Guerra Colonial, esta contra os “ventos da História” e da descolonização.
1 - Em 21 de Abril passado, com excepção do PCP, que esteve ausente da sessão, os deputados de todos os partidos com assento parlamentar aplaudiram vibrantemente a intervenção virtual de Zelensky, Presidente da Ucrânia. Entusiasmado, Marcelo de Sousa, Presidente da II República Portuguesa, afirmou: "Somos todos ucranianos", agradecendo à Ucrânia o "exemplo que tem dado ao mundo"» Posteriormente rectificou, afirmando que “somos quase todos ucranianos”. (https://www.tsf.pt/.../somos-todos-ucranianos-marcelo... )
EM TEMPO - Hoje, 24 de Outubro de 2022, a comunicação social noticia que "o Governo ucraniano proíbiu definivamente as actividades de 12 partidos políticos, entre os quais o “Plataforma da Oposição – Pela Vida” (OPZH), o 2º maior, com 42 deputados que haviam sido suspensos do Parlamento, e o "Partido Socialista da Ucrânia" (SPU). Note-se que a actividade destes partidos, acusados de russofilia, mas cobrindo um amplo leque político, já havia sido suspensa pelo Governo de Zelensky na altura em que este foi calorosa, entusiastica e vibrantemente aplaudido no Parlamento Português pelos deputados do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PAN e Livre. (https://expresso.pt/.../2022-06-20-Tinham-sido-suspensos...)
2. - Meses depois, em Outubro, frisando que falava como Presidente da República, Marcelo de Sousa reincide e afirma que "o país deve agradecer a Passos Coelho pelo passado e pelo que vem no futuro", isto é, o Presidente da República afirma expressar publicamente a voz dos portugueses que não têm voz, pois estes por seu intermédio agradecem o muito que devem aos Governos de Passos Coelho/PSD e Paulo Porta/CDS
(https://www.jn.pt/.../marcelo-diz-que-pais-deve-esperar... )
3. - Semanas depois o Presidente da República, na sequência do falecimento de Adriano Moreira, volta á carga e, ecumenicamente, torna a falar em nome de todos os portugueses e portuguesas.
«Numa curta declaração no Palácio de Belém, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu a Adriano Moreira por “100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal”.
“Os portugueses, pela minha voz, agradecem 100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal”, afirmou o Presidente da República, sublinhando que Adriano Moreira, "durante 100 anos, foi tudo ou quase tudo”.» (https://www.publico.pt/.../durante-100-anos-quase-marcelo... )
2. - É perfeitamente admissível que Adriano Moreira se tenha integrado na ordem democrática saída do golpe contr-revolucionário de 25 de Novembro de 1974 e o subsequente processo de revuperação capitalista.
Mas, para além do exagero de Narxcelo de Sousa, Presidente da II República Portuguesa, ao incluir nos 100 anos de Adriano Moreira aqueles que se seguiram ao nascimento até á entrada na vida adulta, nesses 100 anos de Serviço pretensamente prestado a Portugal, estão 4 anos como criança, durante a I República e 48 anos no Portugal fascista, incluindo os 13 anos de guerra colonial, durante os quais foi Ministro do Ultramar (entenda-se, das Colónias).
Uma guerra colonial sangrenta, contra os ventos da História, ignorando olimpicamente as resoluções da ONU e contra os Movimentos de Libertação, para isso tendo mandado reabrir o Campo de Concentração do Tarrafal para “acolher” os presos políticos das colónias, entre muitos outros que, entretanto, em cada uma delas, foram abertos. Sem esquecer a instauração de aldeamentos nas várias colónias, onde compulsivamente eram concentradas as populações autóctones, para permitir ao Governo Português e ás Forças Armadas controlarem as referidas populações e as actividades dos gerrilheiros dos movimentos de libertação.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da II República Portuguesa, fazendo tábua rasa, confunde anos de serviço ao Portugal fascista com anos de serviço ao Portugal de Abril, que pôs termo a 13 anos de sangrenta guerra colonial e a 48 anos de fascismo, anos estes com repressão, com censura e polícia política (PVDE/PIDE/DGS). com presos e perseguições políticas, com negação ou limitação de liberdades, direitos e garantias aos cidadãos!
Vale tudo e tudo é permitido a Sua Excelência o Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, venerando Chefe de Estado e Supremo Magistrado da Nação?
Português de lei Adriano Moreira (1922-2022)
2022 10 24 - Até onde a memória me leva, Adriano Moreira foi um dos vários putativos "delfins" de Salazar, conjuntamente com o sempre-eterno Marcelo Caetano. Foi ministro de Salazar, tal como Caetano.
Ambos saíram em rota de colisão com o então Presidente do Conselho de Ministros, dedicando-se á carreira docente universitária. Entretanto Marcelo Caetano sucedeu a Salazar como Presidente do Conselho de Ministros, cujo Governo foi demitido em 25 de Abril de 1974. Na sequência deste, Marcelo e Adriano exilaram-se no Brasil. Marcelo nunca quis voltar a Portugal, ao contrário de Adriano. Sá Carneiro e a chamada ala liberal marcelista continuaram por cá, com intensa actividade política.
Depois do 25 de Abril Adriano Moreira aderiu ao CDS, do mesmo modo que Sá Carneiro e outros ex-deputados da chamada Ala Liberal de Marcelo Caetano, a da "evolução na continuidade", fundaram o PPD, actual PSD.
Ambos os partidos fundados apressadamente para não perderem o comboio da história. O PPD em 6 de Maio de 1974, o CDS em 17 de Julho 1974. Um reclamava-se da social-democracia, não marxista, em contraposição ao Partido Socialista, (então) marxista, outro reclamava-se da Democracia-Cristã, estribado na Doutrina Social da Igreja (Católica).
Que se possa considerar que Adriano Moreira se regenerou como democrata. é admíssivel. Que isso o torne um "Português de Lei", é questionável, pois levanta uma outra questão: o que é preciso para ser um "português de lei"? Marcelo Caetano, nas eleições de 1969, fazia apelo aos "portugueses honrados" enquanto um partido (agora) com representação parlamentar se define como porta-voz dos "portugueses de bem". Estranhas dicotomias?! (Victor Nogueira)
https://aspirinab.com/valupi/portugues-de-lei-10/
2022 10 24 - PARA QUE A MEMÓRIA NÃO ESQUEÇA - O Campo de Concentração do Tarrafal, conhecido como o Campo da Morte Lenta, foi aberto em 29 de outubro de 1936, como colónia penal para opositores políticos ou "desafectos" ao regime fascista, designadamente comunistas e anarco-sindicalistas.
Dos 340 antifascistas portugueses que passaram pela colónia penal morreram 34, tendo assim uma taxa de mortalidade de 10%. O Campo de Concentração foi encerrado em 1954.
Em 1961, na sequência do início da luta armada para a independência das colónias (Luanda 4 de Fevereiro de 1961), por determinação do então ministro do Ultramar, Adriano Moreira, a prisão foi reaberta, passando a designar-se como “Campo de Trabalho do Chão Bom”. Este teve como finalidade "acolher" os que em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique militavam nos movimentos de libertação anticoloniais e independentistas.
Passaram pelo Tarrafal 106 angolanos, 100 guineenses e 20 cabo-verdianos. Substituindo a "Frigideira", abre-se a "Holandinha", de objetivo praticamente igual, sendo "um pouco mais alta que um homem em pé, pouco mais comprida que um homem deitado, pouco mais larga que um homem sentado, com uma pequena janela gradeada" e "um autêntico forno". Morreu neste campo um preso político angolano e dois guineenses.
O Tarrafal foi definitivamente encerrado em 1 de Maio de 1974. Os presos políticos libertos regressaram ás [então ainda] colónias portuguesas, onde proseguiram a sua luta.
Em 2009 o Campo de Concentração foi transformado no Museu da Resistência, estando a decorrer um processo para que seja classificado como Património Mundial da UNESCO. Em 14 de agosto de 2016, o governo de Cabo Verde reconheceu o Campo de Concentração do Tarrafal de Santiago e as suas dependências como Património Nacional da República de Cabo Verde.
Em homenagem à luta e à resistência antifascista em Cabo Verde, 29 de outubro foi consagrado como "Dia da Resistência Antifascista".
Fonte principal: Wikipedia
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