Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Textos em outubro 26

 * Victor Nogueira

2022 10 26 - O regime nazi, na Alemanha, queimou em fogueiras públicas tudo o que fosse crítico ou se desviasse dos padrões impostos pelo nazi-fascismo. Foi o Bücherverbrennung. Nestas "queimas" públicas incluiu o que decretava ser "arte degenerada", que é Património da Humanidade.

Em Portugal, o regime fascista mas "democrático", pois foi desde sempre avalizado e apoiado pela USA/NATO, proibia ou amputava a publicação e circulação de obras literárias ou cinematográficas que considerasse "subversivas". Era o regime de Censura Prévia ou do Visado pela Censura.

Na Ucrânia, o regime "democrático" post Maiden. apoiado, financiado e avalizado pela USA/NATO/aiUÉ, proíbe e "queima" todas as obras literárias ou artísticas de autores russos, mesmo que sejam "Património da Humanidade". É o tempo do Ministério da Verdade, owreliano.

No Portugal que dizem ainda ser o de Abril, o Abril que pôs fim a 13 anos de guerra colonial e a 48 de fascismo, nas vésperas do 50º aniversário da Revolução dos Cravos, aquela que terá posto fim a 48 anos de fascismo e 13 anos de guerra colonial, os deputados do PS, PSD, Chega, Iniciatva Liberal, Livre e Partido Pessoas Animais Natureza, todos democraticamente irmanados, aplaudiram entusiastica e vibrantemente o "democrata" Zelensky, aquele que é avalizado pela USA/NATO/aiUÉ. Nisto foram secundados pelo Presidente da Assembleia da República e pelo Presidente da República Somos (quase) Todos Ucranianos.

Em boa verdade, nesta sessão de vassalagem e contra Abril e o Portugal da Revolução dos Cravos, coerentemente com o antifascismo, não esteve presente o PCP. 

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Para liquidar os povos, começa-se por privá-los da memória. Destroem os seus livros, a sua cultura, a sua história. E, algum outro escreve outros livros, lhes fornece uma outra cultura, inventa uma outra história; depois disso, o povo começa lentamente a esquecer aquilo que é e aquilo que foi. E o mundo ao seu redor esquece ainda mais rápido. (Milan Kundera)


2021 10 26  Foto victor nogueira - Aveiro - Igreja do Convento de Jesus e cruzeiro (1998.06.14)



2020  10 26 foto victor nogueira Outono ao cair da folha - - outono outonal

outono outonal
sem poesia
com sono entre
o estival e o invernal
pluvioso ou caloroso
de cinza e com secura a relva
e as folhas caídas
brancas
ou amarelecidas
e
pintalgadas.
no meio de esparsos oásis
verdejantes

Paço de Arcos 2015.12.09

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Outono, dos contrastes: dias cálidos ou frígidos, soalheiros ou pluvientos, risonhos ou cinzentonhos, dos poentes tingidos de vermelho ou laranja e as árvores, despindo-se em tons de amarelo, atapetando ruas e jardins de melancólicas folhas secas, esquálidos e despidos ramos erguendo-se por aqui e por ali, com a noite crescendo à custa da diurna claridade minguando.  Deixo-vos uma selecção do "outono na poesia e nas canções"


2019 10 26 foto victor nogueira - Mindelo - o milheiral, depois da ceifa e debulha mecânicas



2018 10 26 foto victor nogueira (1997) - Em Setúbal a Vivenda Ruxa



Sapiens, Uma Breve História da Humanidade
editado pela Elsinore, é um livro que estou a ler, da autoria de Yuval Harari, uma interessante viagem pela "nossa" história, uma história onde a cooperação crescente - voluntária ou coerciva - até aos biliões de seres humanos actuais num mundo cada vez mais complexo é apresentada como uma mera construção mental, num emaranhado de subjectividades mais ou menos colectivamente partilhadas.



2013 10 26 Foto Victor Nogueira - Fortaleza de Massangano (Angola) meados dos anos 60 do século XX



2013 10 26 Foto Victor Nogueira - Praia do Guincho



2013 10 26 OS "GRILO FALANTE" E A "REVOLUÇÃO A TODO O VAPOR"

No tempo em que Pinto Balsemão/PPD-PSD foi 1º Ministro o seu "Expresso" criticava o governo do "Patrão", o que fazia passar a mensagem de "independente" a um semanário que hoje é uma rasteirice pouco menos que abjecta. Na hora da verdade, o semanário de "reverência" tomava claramente partido, como o fazem pretensos críticos independentes dos dias de hoje, como Marques Mendes, Marcelo ou Ferreira Leite, para além de Manuel Alegre, Mário Soares (que até já simpatizara com Passes de Coelho em rasgados e públicos elogios) ou o putativo líder da direita porSoares e Lula apadrinhado, como Pepe Sócrates, este curiosamente acarinhado também por Pinto Balsemão e por Miguel Relvas.

O mesmo se passa com Pacheco Pereira, o grilo falante da direita. Assim como em tempos Mário Soares/Alegre foram os líderes da chamada classe média/almofada contra os "excessos" do 25 de Abril e do que chamavam a "Comuna" "gonçalvista" de Lisboa (e Setúbal) na defesa dum "socialismo em Liberdade" que conduziu inevitavelmente ao actual Estado "Súcial", também Pacheco Pereira por trás dos seus escritos e das suas análises "isentas" revela e alerta para o perigo que seria para a classe dominante a junção dos rios, que aliás bem expressou noutro artigo noutro jornal de "reverência" que é Público" de Belmiro de Azevedo. 

Nisto revelando talvez mais inteligência e lucidez do que muitos que pretendem-se à esquerda pura e dura. Puros e duros como outrora se apresentavam maoístas super estailnistas como os dos "ML", da "revolução a todo o vapor", que pretendendo o derrube do Governo e a erradicação do capitalismo, no fundo e objectivamente defendem a manutenção do sistema, para alguns revestido dum rosto humano de Estado Social, que nunca teve nem terá porque se situa dentro da lógica do modo de produção capitalista. Pacheco Pereira nas suas últimas crónicas “entretendo” pública, abruptamente e ao sábado contra … Paulo Portas e o CDS como se o 1º Ministro e Miss Swaps não fossem … do PSD.

No fundo no fundo,, o que eles pretendem é que os rios se não juntem e não derrubem a desORDEM súcial estabelecida. Para isso trabalham, com maior ou menor inteligência e lucidez,  mais ou menos seguros, qualquer que seja a narrativa ensaiada e encenada 

O DESPREZO PELOS MANIFESTANTES DA CGTP 
http://abrupto.blogspot.pt/.../o-desprezo-pelos...
ESQUERDA MOLE, ESQUERDA DURA E ESQUERDA VIOLENTA
http://abrupto.blogspot.pt/2012_11_11_archive.html
OS CONVIDADOS DA MESA DE NATAL DOS PORTUGUESES
http://abrupto.blogspot.pt/2013/01/os-convidados-da-mesa-de-natal-dos.html

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