desejo meu de nele mergulhar
Na madrugada que tu és
retenho sempre
as finas rugas do teu olhar
o teu porte e a tua voz doce
ridente e cristalina
de menina e moça
donairosa
Mas ...
face à tua reserva
guardo em mim as palavras ...
… e os gestos
Quando partes
sufocam-me o deserto
o vazio em mim
este nó na garganta e no peito
as flores esmaecidas
pela tua ausência.
Ah! Não me convidares
numa só palavra
num só gesto
o da tua mão na minha
e
contigo partirmos
na onda
senda de novos portos
e marés.
Este é, sem ti
fraco poema
malabarismo
oco e apagado verbo
verbo sem veia
que sem rima não rema
- desincendeia.
setúbal 2014.07.19
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