* Victor Nogueira
2022 05 18 / 19 - A propósito de "Cantar Alentejano", interpretado opor José Afonso, escrevo numa caixa de comentários: «O autor do poema é Vicente Campinas e o autor dos disparos foi o tenente Carrajola, da GNR»
Seguem-se reacções, de que transcrevo as minhas réplicas.
1. - Nem acredito, nem deixo de acreditar. Sempre tive a informação da autoria ser do Vicenrte Campinas. Registo a sua rectificação.
2. - Limitei-me a referir Vicente Campinas como autor do poema e desconhecia a polémica em torno da autoria.
A importância e a grandeza do Zeca Afonso no panorama musical português não ficam diminuídas por ele ser ou não o autor do poema:
Quando referi aquelas duas hiperligações não foi para tomar partido ou defender qualquer tese, mas apenas como locais onde a autoria é atribuída a Vicente Campinas.
Tentar colar-me a uma guerra que não é minha quando alguém escreve "Percebe-se bem, aliás, faz parte da estratégia de apropriação do nome de Catarina Eufémia e do seu assassinato..." ...
No que a mim diz respeito tenho mais que fazer do que alimentar ou envolver-me em pretensas "teorias da conspiração".
Ficam o belíssimo poema e a pungente interpretação de José Afonso, homenagem a Catarina Eufémia.
2016 05 19 - foto victor nogueira - Setúbal - A Belavista é formada por três bairros distintos conforme a cor predominante: amarelo, rosa e azul (este com uma vista deslumbrante sobre o estuário do Rio Sado.).
Projectados para acolherem o operariado das grandes unidades industriais, incluindo Sines, esse objecto foi abandonado devido à crise petrolífera de 1973.
Depois do 25 de Abril nele foram alojados entre outros os deslocados pela independência das colónias e os realojados dos bairros de lata. de que resultou um por vezes explosivo "melting pot", devido á diversidade de grupos etno-culturais. https://www.youtube.com/watch?v=WQu1b4WNbLM https://www.youtube.com/watch?v=-JKGlkyC2x8
Do grandioso projecto inicial resta um aprazível parque verde e um enorme complexo habitacional que a Câmara tenta "reabilitar" com a colaboração dos moradores, num processo difícil e moroso.
Antes de todo este realojamento as casas foram comercializadas pelos Serviços Municipais de Habitação e agradou-me na altura a "vivência colectiva" que presidira à sua concepção: os pátios interiores, as varandas corridas e de usufruto comum. Visitei-as e os fogos eram amplos e desafogados.
Felizmente desistimos de adquirir lá casa. Com efeito e devido aos realojamentos feitos por populações díspares e sem acompanhamento social com vista a integração harmoniosa, o bairro entrou em degradação e os espaços colectivos foram, sempre que possível, "privatizados" devido ao espírito individualista e, por razões de segurança (com redes, gradeamentos e cancelas, como se vê na foto).
Nesta zona havia a célebre ´"Água da Belavista", comercializada engarrafada mas também de abastecimento livre pelas populações. A inquinação dos lençóís freáticos levou ao encerramento da empresa e no lugar dos edifícios demolidos surgiu mais um supermercado, no caso o Lidl que, conjuntamente com dois mini-mercados Mini-Preço levou ao encerramento da esmagadora maioria do pequeno comércio tradicional.
A Câmara liderada pelo Partido Socialista de 1986 a 2001, atendendo aos interesses das especulações imobiliária e urbanística, pretendeu demolir toda o complexo habitacional com desalojamento das populações, considerando as esplêndidas vistas da zona sobre o Estuário do io Sado e o pôr-do-sol. . Mas o processo não foi avante.
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