* Victor Nogueira
No início da tarde de 2ª feira, dia 25, a electricidade foi abaixo, quando a empregada de limpeza, a João, passava a roupa a ferro. Aparentemente o quadro não apresentava qualquer anomalia. Contactei um empreiteiro meu amigo, o Rui, para que me indicasse um electricista, mas ele só no dia seguinte me poderia valer.
Ao anoitecer e pela noite dentro seguir-se-ia pois quase um regresso à idade das trevas e luz da candeia. Com o Fiesta, meu fiel Rocinente, no estaleiro desde Junho pretérito, sem televisão, sem internet, sem luz, sem electrodomésticos eléctricos, reduzido ao fogão a gaz, sem telemóvel e sem computador, por se terem descarregado as respectivas baterias, que fazer, para não morrer de enfado e tédio?
Eureka. "Desenterrei" dois baralhos de cartas, passando a noite até de madrugada à luz de vela, jogando sozinho ao crapaud, até recolher a Vale de Lençóis e aos braços, não de Morfeia, mas sim aos de Joana Pestana. O candelabro de barro, esse era uma peça de artesanato, da Olaria de Almancil (Algarve), pinthafa à mão e executado por Paulo, uma sigla como as que os canteiros medievais deixavam em pedras das igrejas que com o seu esforço e trabalho eram eguidas.
Entretetanto, a comida ia descongelando na arca frigorífica. No dia seguinte tirei-me de cuidados e fui bater à porta da vizinha Francisca, que amavelmente me pôs o TM à carga, permitindo-me restabelecer o contacto com o mundo e as pessoas, e, falando acidentalmente com o vizinho Jorge, este veio a minha casa e resolveu-me o problema e indicou-me o modo de restabelecer a corrente electrica, pois havia sido um por mim desconhecido botão que havia disparado.
Foto victor nogueira - à luz da vela (2024 08 25 IMG_5077)
Sem comentários:
Enviar um comentário