Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Chove em Setúbal.

Victor Nogueira a Paula
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Olá. Chove em Setúbal. Com o teu regime alimentar és uma sortuda, pois passas pelos intervalos da chuva sem te molhares, ao contrário de mim, que apesar do guarda chuva, fiquei "aguado" com esta chuvinha molha-tolos LOL

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma extensa e boa praia ...

Uma extensa e boa praia de águas tépidas onde apetece mergulhar para serenar e refrescar o corpo e a alma, como se fosse a brisa acariciando o nosso rosto, com sabor a maresia, sal, sol e algas .
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Victor Nogueira
Gostei da tua foto e apetecia-me m esmo poder mergulhar nas ondas
houve duas razões para ficar em setúbal

há 4 horasCecilia Barata
está lindo o mar

há 4 horasVictor Nogueira
Do Forte de S. Filipe o estuário do sado e a península de tróia fazem lembrar a baia de Luanda e a Ilha do Cabo

há 4 horasVictor Nogueira
A outra foram as praias, onde raramente vu pois o acesso é uma confusão e as águas demasiado frias

há 4 horasCecilia Barata
A zona onde vives tb é linda.
As praias de Moçambique...

há 4 horasVictor Nogueira
As únicas praias que me sabem a sal sol e areia são as de Vila Nova de Milfontes

há 4 horasCecilia Barata
Gosto mto de mil fontes.

há 4 horasVictor Nogueira
VNM agora no verão é uma confusão
Há uns 16 anos que lá não vou

há 4 horasCecilia Barata
é e já n é o que era, tem mta gente..é mesmo confusão

há 4 horasVictor Nogueira
Tal como Porto Covo. A 1ª vez que lá desemboquei no final daquela estreita tira de estrada fiquei seduzido. Mas tb há muito que lá não vou

Bem, Cecíilia, até depois
Bjos

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

évoraburgomedieval no antigamente (6)


  

por Victor Nogueira a Domingo, 28 de Agosto de 2011 às 20:58
As tuas alterações foram guardadas.
* Victor Nogueira

CENAS DO JARDIM
[de Diana, em Évora,  na parte de cima. onde esta(va) o coreto e na parte baixa - fora da muralha - onde se situava o parque infantil - entrada paga,  na altura - e o  campo de  mini-golfe]

1. Era um jardim
geometricamente desconfortável
artificial
No coreto
a banda tocava.
Além
caridosamente
alguém partilhava com os "jardineantes"
as goelas do transístor escancaradas
No banco
ao meu lado
uma matrona e uma gaiata conversam
banalmente,
"Puxa a mala um bocadinho mais para baixo.
Isso! Assim!
Para que te não vejam as pernas"
E eu sorrio-me
por entre a sisudez duma "Introdução à Vida Política"
Pobres e ridículas gaiatas!
Pobres e ridículas matronas!

2. Era um miúdo esfarrapado
sujo
de rosto envelhecido,
Aproxima-se do guarda, mas o dinheiro não chega.
Mas o velho, que já terá sido criança, deixa-lo entrar.

O miúdo envelhecido corre,
Para,
Hesita!
Os olhos sorriem no rosto sujo,
Balancé? Carrocel? Escorrega? Ou avião?
Não poder ele desdobrar-se!
Corre, sobe, escorrega
o mundo é dele

Agarra-lo.
Sobe, desliza, corre, sobe, desliza
sobe; desliza, corre, sobe, desliza
contorce-se

"MÃE, OLHA ESTE MATULÃO SUJO! VAI-TE EMBORA!"
As avózinhas contorcem os lábios
num rictus de desprezo
os meninos apedrejam com a língua e crucificam com os lábios.
Ele hesita.
Baloiça, baloiça, baloiça!
Roda, roda, roda,
sobe, desliza, corre, sobe, tropeça, sobe, desliza, corre!
contorce-se, baloiça, roda
Olhos brilhantes cheios de felicidade!
Um velho num corpo de criança
pequena para a roupa suja
esfarrapada!

As avózinhas contorcem os lábios num rictus de desprezo
Os meninos, esses apedrejam com a língua
e crucificam com os lábios
Velhas envelhecidas
Garotos moribundos

e uma criança num pequeno corpo de velho!


1969.Fevereiro.24 – Évora


6ª FEIRA SANTA


Ah! 15 horas!
Sim, foi há uns dois mil anos
Houve um Deus feito homem
- ou um Homem feito deus -
não sei bem.
A memória dos homens é fraca.

Mas, ... não interessa
Há dois mil anos alguém morreu numa cruz
Vejam lá!
Até disse coisas simples
"Que o vosso falar seja sim, sim,
"Amai-vos uns aos outros!"
"Perdoai as nossas ofensas
"Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"
Tudo coisas neste género,

Bem, também falou em choro e ranger de dentes
em maus servos,
infiéis,
Lembro-me, bem, lá lembrar não lembro
- ainda não era nascido
pois, lembro-me
NÃO!
Dizem-me que esse alguém disse
para não cortar as ervas daninhas
antes de vir o tempo da ceifa,
não fosse estragar-se a seara.

Foram assim coisas nesse género.
Coisas simples..
Pois só os simples as entendiam.

"Não julgueis para não serdes julgados"
Parece-me ser também de sua autoria.

Não interessa.
Deve ter sofrido muito
-até chorou lágrimas de sangue! -
Vejam lá!
A mesma multidão que lhe cantou hosanas
ululou selváticamente no Calvário
- não confundir com o António.
Não brinco.
Sei quanto pesa a solidão,
a traição dos amigos
o sono dos que dizem acompanhar-nos
Ah! sei! Oh! se sei!
Quão pesados são os risos de escárnio
as galináceas multidões
cacarejando
aos uivos.
E eu não tenho pretensões de morrer
para salvar as meus irmãos
- só dou para alguns.

Dizem que foi há dois mil anos
que os seus frágeis ombros de Homem feito deus
ou Deus feito homem
suportaram o pesado madeiro
feito das nossas lágrimas,
dos nossos desesperos,
das nossas angústias,
das nossas raivas,
das nossas faltas
que não são nossos,
mas do Adão e da Eva.

Morreu sózinho,
abandonado,
numa a cruz
ladeado por dois ladrões
- o bom e o mau,
o Judas e o João
o espírito e a matéria
o homem e a mulher
o lupanar e a igreja
Gabriel e Lúcifer
o bem e o mal ...
Dizem que foi por mim, por nós.

Depois
os homens pegaram na sua solidão
Institucionalizaram-na
(é um termo bonito)
Juntaram-lhe artigos
alíneas,
parágrafos,
ritos
gestos
penumbras,
trindades,
Trentos e Vaticanos.

"Quem não for por mim
é contra mim!"

Organizaram-se cruzadas
Alcácer Quibir
a Inquisição
o Index
os autos de fé
- ah! o fogo purificador -
Vá, em fila
Auschwitz Bergen-Belsen

Está tudo bem escrito
o que deve fazer-se
o que não deve fazer-se
artigo 8º e suas alíneas [1]
É preciso estudar muito
Direito Natural
Doutrina Social da Igreja
Filosofia
Teologia
Teodiceia
Direito Canónico
Internacional Público

Ética
e muita matemática
cálculo infinitesimal
para extrair a média aritmética
da raiz quadrada disto tudo
(parto sem dor)
e planificar bem. a distribuição dos pecadores
e dos bem aventurados,
para que não haja inflação
para que se equilibrem
as curvas da oferta e da procura.


Hoje não se come carne·
nem se ouve música
deve comungar-se ao menos·
uma vez cada ano
Pela Páscoa da Ressurreição
Domingo
Mete-se a moeda
sai a confissão - perdão - absolvição
despache-se
não vê a multidão
enorme
quedesejalavaraalma?



[1]  [o artº 8º da Constituição  fascista, do chamado Estado Novo - que foram paridos já muito envelhecidos/ envilecidas definia os direitos dos/das cidadã(o)s, negados, liimitados e/ou condicionados nos parágrafos que se seguiam ao corpo do referido artigo]

1969.Abril.04 - Évora

**********
à guida sem amor hoje


na sua aconchegadora toca
rodeada dos seus amores
a guida
com bach e beethoven
deleita-se
com as “humanidades”
masturba-se
com a Poesia

“La poésie c’est tout autre chose
“La poésie c’est l’ indisible
“Ce qu’ on ne voit pas
“Ce qu’ on aime trop
“Pour pouvoir le dire!”

(palmas, muitas palmas, delirantes)

de vez em quando desce ao povoado
vibra sofre horroriza-se
(coro) muito muito muito muuuiito (num crescendo, ecoante)
... e volta para a sua toca
escandalizada com os terra-a-terra
com os espíritos práticos desprezíveis
a quem deve os livros
os discos
e tudo aquilo com que na segurança vai vivendo
coitada da margarida
tão sensível
tão cheia de amor pelos outros

(soluços, lágrimas, oceanos de lágrimas)

os outros ahhh ! os outros !!!

“Et pour toi mil fois merde
“je te le dis!
“que sais-tu de poésie, toi
“qui regarde les journaux
“aux yeux avides de voisine
“qui aime trop les nouvelles
“qui ne veut que savoir
“ce qui se passe au monde?”

(indignação, himalaias de indignação)

com a Poesia
masturba-se
com as “humanidades”
deleita-se
com bach e beethoven
a guida
rodeada dos seus amores
na sua aconchegada toca


1971.Julho.24 - Évora

poema para um relatório de estágio numa escola normal

as criancinhas avezínhas pobrezinhas
(pobrezinha uma ova)
Mas as criancinhas

Em bandos chilreantes

lá vão p'ra escola


DEUS PÁTRIA FAMILIA

uns doutores serão
outros cavadores
da terra ou p'ra França
lá vâo
uns enchendo a pança
doutros esvaziando
lá vão cantando e rindo
levadas p'ra Escola
as criancinhas

DEUS PATRIA FAMILIA

tão branquinhas
OMO LAVA MAIS BRANCO

tão branquinhas
TIDE É LOVE STORY

tão branquinhas
asseadinhas

arranjadinhas
tadinhas tadinhas
"não se distinguindo as que vivem
com mais dificuldades economicas ..." *
... isto é
a ralé dos senhores
ou os senhores da ralé


Em bandos chilreantes
P'rá Escola saltitantes
"perdendo tempo em coisas dessas" **

DEUS PATRIA FAMILIA
De branco as criancinhas


* de um relatório de estágio numa escola normal
** NB - inadvertidamente, ela é um poço de verdades oportunas


1972.Maio.30 – Évora

 ·  ·

Alice Coelho, Ana Paula Sena Belo e Antonio Garrochinho gostam disto.

Antonio Garrochinho vou ler com tempo camarada Victor ! depois dou a minha opinião mas antecipadamente sei do valor dos seus trabalhos e gosto deles
há 4 horas · Gosto


Alice Coelho trabalho elaborado com toda a minunciosidade e rigor... como já vem sendo hábito aos nossos olhos.... abraço Victor :-))
há 3 horas · Não gosto · 1 pessoa

Antonio Garrochinho maravilhoso camarada ! tenho muitos dos seus textos em arquivo ! trabalho de muita qualidade ! parabéns !
há 2 horas · Não gosto · 1 pessoa

sábado, 27 de agosto de 2011

évoraburgomedieval no antigamente (5)



por Victor Nogueira a Sábado, 27 de Agosto de 2011 às 1:34
* Victor Nogueira

A mesa do café não é propriamente um local de recolhimento e, em sentando -e o primeiro, logo chegam os outros. Resultado: muitas vezes os trabalhos têm de ser interrompidos. (MCG - 1973.11.12)
.
Ali ao lado o [Luís] Carmelo submete o Carlos a testes de inteligência. Pelas mesas vizinhas malta conversa ou estuda; as vozes do Camilo e do João Luís sobressaem aqui na mesa atrás de mim. (MCG - 1973.11.16)
.
Na pequena salinha do   café do senhor Gonçalves (1) (é outro que não o da Raymond Street) alguns clientes assistem à televisão ali por cima do balcão: o Jorge Alves apresenta o programa da próxima semana. O [Emídio] Guerreiro queixa se que a sopa está quente (...).
.
Comecei hoje a comer aqui neste café, junto ao jardim infantil, entre a Praça de Touros e o Rossio [de S. Brás]. O almoço estava saboroso. Esperemos que assim continue. Ali numa mesa ao lado um grupo de jovens vê uma colecção de fotografias pornográficas, que de vez em quando mostram a outros noutra mesa, cruzando o meu campo de visão. Entretanto a TV transmite um documentário sobre a guerra israelo-árabe, prendendo a atenção dos clientes. (...) Na televisão sereias soam numa cidade síria, sobrevoada por aviões israelitas que a bombardeiam. Escombros e feridos enchem o ecrã.
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Nas obras que se fazem no novo edifício do Instituto, ao deitar-se uma parede abaixo, descobriu-se uma capela quinhentista. Fomos lá hoje para visitá-la mas já estava novamente emparedada. O edifício deve ter sido reconstruído sobre as ruínas de outro (fenómeno normal em Évora) e a capela fica abaixo do solo, na rua que passa nas traseiras do Instituto (Travessa das Casas Pintadas) (MCG - 1973.11.21)
.
Levanto os olhos e vejo muitos magalas, na sua farda verde oliva. Andam também pelas ruas, aos grupos, espalhafatosos, como quem já tem o seu grão na asa. "Cheira-me" que haverá dentro em breve mais um contingente para a guerra em África. Alguns escrevem, curvados sobre o papel, a caneta firme na mão, como quem não está habituado a frequentes escrituras. Parecem rapazes muito novinhos; uns conversam, irrequietamente, outros têm um ar absorto, ausente.
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O barulho invade-me e cansa-me. Há pouco, dei de repente com um silêncio gradual, profundo. Levantei os olhos do papel e era um magote de gente à volta duma mesa, em pé. Um silêncio em crescendo gradual. Gente levantando-se, esticando o pescoço. Continuo a escrever. Alguém se deve ter sentido mal, mas o meu curso de primeiros socorros já tem oito anos. Um homem sai do meio do magote, os seus lábios mexem-se e leio "Desculpe-me" a mão passada pela testa como quem tem suores ou tonturas. Sai pela porta giratória (há pouco atrás de mim) e perde-se na noite das arcadas. (MCG - 1973.11.26)
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O chão do café está um autêntico chiqueiro. Juncado de papéis, beatas e fósforos. E terra. (MCG - 1973.11.27 A)
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Os magalas ainda não embarcaram, continuando a encher ruas e cafés.  Cheguei há instantes da tabacaria, onde confirmei um anti-slogan: "Não telefone, vá!" Uma hora, foi o tempo que levei para conseguir uma chamada para Lisboa. (...) A gasolina é quase como agulha em palheiro para encontrá-la. Está praticamente esgotada em Évora ou Lisboa. P'rá semana há mais! Domingo passado, segundo o Carlos, às 4 da tarde já havia 3 ou 4 carros parados numa bomba aguardando pela meia noite para poderem seguir rumo a Lisboa. No regresso de Portalegre tiveram de juntar se lhes. (...)
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Hoje à tarde  o dono do Zé do Casarão estava furioso, telefonando quando por lá passei a comprar o "Comércio do Funchal" (agora gastando páginas numa inútil polémica com a "República"; uma guerra de alecrim e manjerona!). E o senhor desabafou comigo. Estava furioso com o chefe da PIDE. Que mandou lá buscar o último fascículo da "Enciclopédia do Vilhena", que foi devolvido meia hora depois, por um contínuo, que disse: "O senhor chefe diz que pode vender!" Ah! Ah! Ah! Porque, dizia o Zé, isto é um abuso. Se queria ler, pedia-mo emprestado. Porque ele não tem competência para decidir ou não da apreensão de revistas e livros, sem autorização do Ministro do Interior." Ah! Ah! Ah! E acrescento-lhe eu [com a minha habitual ironia]: "E de qualquer modo não podia levá-lo sem levantar um auto de apreensão" E lá deixei o Zé, furioso, telefonando não sei para quem." (MCG - 1973.11.27)
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Chegados a Évora  a 1ª bomba de gasolina ostentava ainda (?) o fatídico "Esgotado"; na 2ª uma longa fila de automóveis estendia-se desde a Porta do Raimundo à Porta de Alconchel. Mais uns metros adiante um auto-tanque da SACOR enfiava pela estação de serviço (à saída para Lisboa) e num ápice 6 automóveis iniciaram uma bicha. Azar, que o empregado logo disse que só amanhã, às 8 da matina. E assim saímos do 5º lugar. É o que eu digo: a continuar assim a gasolina esgota-se ainda mesmo antes de haver. (MCG - 1973.12.03)
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Há gasolina à farta nas bombas de Évora e acabaram as bichas. (MCG - 1973.12.04)
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Ao entardecer a Rua do Raimundo é um espectáculo ao descê-la. Não gosto de Évora, porque não se vê o mar, nem a relva, nem as árvores, mas só pedras. Évora é um círculo que nos esmaga e constrange.
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Mas o espectáculo da Rua do Raimundo, quando a descemos ao entardecer!... O sol põe-se mas o céu ainda é azul, com dois luzeiros brancos cintilando. Um arco vaporoso tingido de encarnado - rasto dum avião - cruza o céu da rua, de casa a casa. O horizonte é um encarnado pálido e as ruas são brancas e as pessoas, passando, quase fantasmagóricas.
(... )
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E então, que me dizes ao aumento do preço do petróleo e seus derivados? (Lá para Abril deve haver mais. Olarilas!). A velhota dos jornais ali às portas do Arcada já desabafou comigo esta manhã: não haver um raio que os partisse! Há 10 dias encomendara uma garrafa de gás; está cozinhando a lenha. Que só na 3ª feira. "Os patifes, os espertalhões, já sabiam disto e obrigam-me a pagar o gás mais caro!" Como dizia o Carmelo, muito solene e sisudo na sua pose à mesa do café: "Isto está cada vez pior!" (MCG - 1974.01.03)
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(...)  A fotografia é antiga! Não parece! Mas... a cerca da fonte já não é assim e o táxi (1º) já não existe. Também as motorizadas já não param no topo do tabuleiro. A indumentária das pessoas e a esplanada defronte do "Diana" indicam que é Verão! Eis aqui a célebre Praça do Giraldo, o local que os meus pés mais têm calcorreado. É sábado e estou jantando. Este fim-de-semana foi um pouco "chocho". A semana passada houve uma boa peça de teatro (O Amigo do Povo) e um filme a ver (O Espantalho). Esta semana, nada. Enfim. Por mero acaso integrámo-nos numa das visitas guiadas do Túlio Espanca. Mais duas igrejas visitadas. (MCG - 1974.01.18)
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(...) Por cá também, o nevoeiro (e o frio) dão aos dias características verdadeiramente invernais. Ontem à noite o frio era tal que ao entrar no Arcada fiquei subitamente sem visão. Mas não haja cuidado, pois foram as lentes que se embaciaram [repentinamente]. (MCG - 1974.01.23)
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(...) O soalho está molhado. Lá fora chove, um homem, eufórico, está com uma conversa parva ali ao telefone (deve ser com uma rapariga). O Luís entra e cumprimenta-me. Escrevo nos joelhos, aqui na tabacaria da esquina, pois a escrivaninha está ocupada. Acabei de jantar no Arcada com o João Luís e a Filomena. Detesto comer naquela cave abominável, sem janelas. Também estou farto de gabardinas e casacos, que prendem os movimentos. (MCG - 1974.01.28)
.
O sol tenta romper o cinzento carregado de chuva, mas em vão. Acordei hoje ao som de catadupas de água [à tarde o sol descobriu e o céu azulou]. Quase um dilúvio que encherá ali a barragem do Divor, livrando-nos da água sabendo a peixe. Já não era sem tempo. Chegámos pouco antes das 22 horas.
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No Arcada o João [Garcia], a Filomena, o Camilo, o Zé Pinto, o Ribeiro, o "Chinês" e o irmão cantavam em coro desde as cantiguinhas da primária ("Ó Rosa, arredonda a saia", "Tia Anica de Loulé"...) às excursionistas ("Santa Catarina", "Rapsódia Portuguesa"...) passando por cânticos gregorianos e pelos coros alentejanos e canções da Beira Baixa. Enfim, uma grande audição, no café cheio e entretido com outros assuntos. (MCG - 1974.02.11)
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Ontem fui à ópera com o Carlos [Nunes da Ponte] e duas das suas amigas. Uma borracheira: cantaram trechos de árias dos dois primeiros actos da Traviata, sem cenários. O 3º acto foi representado integralmente, com cenários improvisados. Orquestra não havia - o acompanhamento era ao piano. O espectáculo foi promovido pela FNAT. No camarote ao lado do meu ficou o dr. Cabral, delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, que num intervalo me pediu a opinião. Coitado, está com azar, porque não me coibi de dizer-lhe o que pensava da "história". (MCG - 1974.02.16)
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Hoje foi o Dia da Polícia e está explicado porquê toda a semana têm desfilado pelas ruas da cidade: preparação do grande acontecimentoem que estrearam os capacetes cinzentos com viseira protectora, espingarda de baioneta calada ao ombro, deixando, na esquadra, o escudo protector das pedradas dos manifestantes. 50 000 mil contos teria sido a quantia gasta nos últimos tempos pelo Governo para equipar a polícia. Ah! Ah! Os tempos vão desassossegados! (1974.03.12)
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O dia hoje está soalheiro. Regressei há pouco a casa; os jornais esgotaram. A RTP noticiou que na madrugada de ontem houve um levantamento militar nas Caldas da Rainha, após uma semana de grande confusão. (...) Segundo a BBC o Movimento das Caldas [16 de MARÇO] pretendia exigir a demissão do Presidente da República [Almirante Américo Tomás](1974.03.17)
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Dizia a BBC ontem que prosseguia o "julgamento" das 3  (Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa) autoras dum livro chamado "Novas Cartas Portuguesas” sobre problemas da mulher portuguesa, que a acusação pública considera pornográfico e ofensivo da moral e dos bons costumes.
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Mas uma das testemunhas de defesa, Maria Emília... , afirmou que ofensivo da moral e dos bons costumes era o facto duma mulher não poder andar na rua e transportes públicos em Lisboa (e em Évora ?) sem ouvir piropos indecorosos e ser apalpada. Referiu também as vantagens que os homens da classe alta tiram impunemente da sua posição sobre as jovens das classes inferiores. (MCG - 1974.03.21)
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Vim até aqui ao Arcada, muito barulhento. Está um dia bonito, cheio de sol. Évora está cheia de miúdas, aos bandos. (MCG - 1974.03.31)
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1 - Café do Parque?

PIDE/DGS
Guerra Colonial
Programa Zip Zip, uma pedrada no Charco (Carlos Cruz, Raúl Solnado e Fialho Gouveia)
Grande Enciclopédia do Vilhena
Derrota do Golpe das Caldas - 16 de Março de 1974
Marcel Caetano numa das televisivas "conversas em Família"


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Paula Pereira e Alice Coelho gostam disto.

João Gonçalves, Isabel Magalhães, João Carrapiço e 4 outras pessoas gostam disto.

Alice Coelho obrigado por mais um excelente texto.....** abraço
Sábado às 5:04 · Não gosto · 1 pessoa

Celino Silva Gostei. A história do Zé do Casarão é deliciosa.
Sábado às 9:36 · Não gosto · 1 pessoa

Antonio Garrochinho maravilhoso camarada Victor ! é um prazer ler os seus trabalhos ! bom sábado amigo !
Sábado às 11:07 · Não gosto · 1 pessoa

Paula Pereira Muito Bom Victor !
Sábado às 11:22 · Não gosto · 1 pessoa

Carmen Montesino Obrigada, Victor! Um beijinho : )
Sábado às 15:49 · Não gosto · 1 pessoa

João Gonçalves Está maravilhoso e concordo com o Celino pois a história do Zé do Casarão é fenomenal.Tudo bem mas na escrita que fazes das Caldas da Rainha estave eu no serviço militar obrigatório em Chaves aonde dempenhava funções de comando. Bom fim de semana.
há 10 horas · Não gosto · 1 pessoa

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Respigado d'aqui e d'ali, deste ou daquele Kant_O, para toda a gente e ninguém ou para quem as quiser recolher, por Victor Nogueira




Terça-feira, 2 de Novembro de 2010

Respigado d'aqui e d'ali, deste ou daquele Kant_O, para toda a gente e ninguém ou para quem as quiser recolher, por Victor Nogueira

Helena Vieira da Silva
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a Terça-feira, 2 de Novembro de 2010 às 0:57
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O malabarista do verbo bordejando a chama !
Victor Nogueira
Foi-se o mau tempo, vieram o sol e o céu azul, permanece a lassidão desta constipação que me invade todo o meu ser. E a solidão na multidão em que mergulho mas está e permanece para além de mim !
há 6 horas ·
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Victor Nogueira
É um comentário pobrezinho, mas hoje o meu vazio que está em mim e ao meu redor nada mais permite que floresça e o meu sorriso é apenas e e  como (quase) sempre uma máscara que se me colou ao saco de ossos que é a minha pele :-)
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Victor Nogueira 
Também posso vestir a realidade com fatos alegres e música e folguedos e brisas cariciantes e olhares de veludo e sedutores e de pedrinhas saltitando pelo riacho com se aves cantando fossem. Com as palavras e a arte de usá-las se pode tornar mágico o que não é e soalheira a mais triste noite ou brilhante como se de mil sóis rendilhados falassem o que me cerca e com elas me libertando :-) Ou não ! ! Porque o mágico tem consciência dos truques para tornar mágicos os enganos !
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Victor Nogueira
Pois, como sou Victor, era dos últimos a ser chamado nos exames orais. Até meio da procissão eu ia estudando a táctica dos professores. Mas a partir daí até chegar a minha vez era uma seca. Um dia um júri resolveu inverter a ordem de chamada pelo que passei a 2º e tive de andar à procura do livro de leitura de francês, indispensável para o exame. Mas safei-me ! LOL
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Victor Nogueira
Natal de calor sufocante, com humidade que colava miríades de gotículas de suor ao corpo, com violentas tempestades, aterradoras trovoadas riscadas de raios, era o de Luanda, com a única maravilha da praia. O Natal, esse ainda era mais faz de conta, um pai Natal enfarpelado qd tudo andava em mangas de camisa, a neve da árvore representada com flocos de algodão ou o esguicho dum spray em bisnaga, o presépio com animais que nunca víramos: carneiros, burros, vacas .... Era um Portugal de faz de conta onde a única maravilha real era o alvoroço de acordar manhã cedo, a 25 de Dezembro, para desembrulhar as prendas, mais dadas pelo Menino Jesus quase despido que propriamente por um Pai Natal encalorado em desapropriadas vestes. E como vivíamos num Portugal de faz de conta que a nós, angolanos por nascimento e vivência, nada nos dizia, o ano lectivo era igual ao de cá, mas com Verão/calor infernal durante 9 meses e as férias grandes na época "fria". Com o Euromilhões bastava-me um clima temperado como o da costa mediterrânica :-) Dum estrangeiro em Portugal, apátrida, ao contrário do que diz o BI
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Victor Nogueira
Sabes, a 2ª vez que estive em Portugal. tinha 16 anos e desembarquei em pleno inverno, a caminho dum Porto cinzento, frio e chuvoso, mas com, um calor humano nas ruas que já não existe ou já não sinto. A terceira vez tinha 20 anose. descia em Lisboa a calçada da estrela até económicas, no Quelhas, transido de frio, noite cerrada ainda às 8 da manhã (em Luanda já era dia às 5/6 da manhã), mal conseguindo falar ou escrever, os lábios e os dedos gelados como prisões, admirado pelas nuvens de fumo saindo pelas narinas dos guarda nocturnos, dos pessoas com quem me cruzava, dos burros ja desaparecidos, puxando carroças, num tempo em que os pobres andavam a pé, de bicicleta ou de motorizada, em cidades onde os automóveis eram ainda uma raridade. Deste País de faz de conta e do meu país falo no poema Raizes
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Ao fim dum ano em Portugal, tão pequenino, tão mesquinho, tão vistas curtas, o nosso desejo era regressar a África. Mas para mim significava ter de andar para trás, para mudar de alínea e seguir engenharia. Em história falava-se nas largas artérias pombalinas, espantosas ruelas qd as vi pela 1ª vez, face às largas avenidas e ruas de Luanda LOL
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Victor Nogueira
E só voltei a sentir calor humano e solidariedade nas aldeias do Alentejo, mas não nas vilas e cidades, onde vivi, nas gentes da Beira Baixa, por onde deambulei, e do Barreiro, onde trabalhei.Fiquei em Setúbal pk me fazia lembrar Luanda, mas esta é uma cidade individualista, um deserto, um cada um por si mas tudo coscuvilhando, um deserto cercado de maravilhas naturais que a mão do homem ainda não destruiu, ao contrário do que tem feito à cidade
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Victor Nogueira
Ana, ainda existirá o Barreiro de humanidade onde trabalhei e, apesar de tudo, fui feliz ?
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Victor Nogueira
E a mim dói-me a ausência da presença das amizades, feitas de bolas de sabão :-)
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Victor Nogueira
A tarde soalheira e de céu azul deram lugar a uma noite sem estrelas, como são as da cidade. Apenas para lá da janela desta torre no cimo duma encosta e em terra parece que elas pousaram. Mais prosaicamente, não são estrelas em terra que avisto até ao infinito longíquo, mas a iluminação pública nos povoados e caminhos até Lisboa, como se no castelo de Palmela estivesse.
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Victor Nogueira
A tarde está soalheira, o céu com nuvens cinza claro e azul acizentado e não chove. A constipação percorre-me o corpo ocupando todas as veias, artérias, poros e vasos capilares, querendo empurrar-me para debaixo dos cobertores. Mas resisto !
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Victor Nogueira
The Show must go on ?
O meu show não tem grandes audiências pelo que segundo as leis do mercado já deveria ter aberto falência. Grato aos solitários apreciadores (M/F) :-)
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Victor Nogueira
Embora não acredite em bruxas nem em bruxarias, apesar das doutas crenças de Cervantes pela voz de Qixote expressas e goste mais do amor como um pássaro azul no alto da madrugada, um poster dos ITAU nos anos 60 do milénio passado, não posso deixar passar em claro a amorosidade ou amoramizade da menina da foto e da que envia, esperando que o gato ou gata preta não me traga azar ou múltiplos arranhões. Mas, com amoramizade, um bjo do Kant_O para ti, com salero !
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Victor Nogueira
Teen, dos 30 anos pus nos meus olhos o brilho e nos meus lábios o sorriso e da minha alma tirei as rugas e do coração as cãs. Mas feliz ou infelizmente, nos dois pratos da balança que é a minha vida continua o equilíbrio entre a razão e o coração. Mas depois das tuas palavras, quase regressei à tua idade, teen :-)
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Teen, se a minha vida não fosse a dum perpétuo equilibrista, há muito que estaria a fazer tijolo com o peso das (des)ilusões. LOL
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Á falta duma foto tua no meu port-folio,por mim fotografada,  deixo-te uma do Fernando Nogueira Pessoa
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Victor Nogueira
A vida é memória
Na vida tudo passa, tudo esquece, tudo morre. até o sistema solar, se não antes, pelo menos quando todos os seres que tiverem memória tiverem desaparecido !
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Victor Nogueira
Pão e circo ou sem pão mas futebol
O futebol é o circo dos romanos, tal como as touradas.E os gladiadores agora são futebolistas, muitos milionários, com baixos impostos e facilmente descartáveis. Mas Roma ainda dava pão e circo, para anestesiar. Estes só dão circo e alguns com grande bolsada, como Vale e Azevedo, "feriando" lá pelo "fiel aliado".
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Victor Nogueira
Música ou tambores ?
Antigamente quando as tropas avançavam em filas cerradas morrendo como tordos e avançando por cima dos mortos, os tambores tinham a função de anestesiar a carne para canhão ! Mas a cantiga e a poesia também são uma arma :-)
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Victor Nogueira
Onde estão os verdadeiros criminosos ?
Ah! O Povo e os Trabalhadores não são criminosos. Criminosos são aqueles que os exploram, que os anestesiam, que tudo fazem para os dividir e alienar, porque é assim que os verdadeiros Criminosos, aliados e capatazes os querem: mansinhos como cordeiros e a balirem cada um para seu lado !
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Victor Nogueira
A "essência". é  principal. Muitas vezes somos enganados pela "aparência". Só o tempo e a convivência permitem separar as águas. Nesta virtualidade que é a internet em que navego desde há 15 anos,quem sou eu para quem me lê ? Para uns a ilusão da imagem que surge pelo que escrevo, para outras as mãos com que escrevo, para outras a minha voz. A minha filha em adolescente comentava como podia um pai que escrevia coisas tão lindas - e os meus filhos tb escrevem muito bem - dizia a Susana, como um tal escritor podia ser tão seco, duro, frio e distante. Ou, segundo um amigo meu, apesar do meu ar acolhedor, em torno de mim traço um círculo para cá do qual não permito que as pessoas entrem. Talvez porque nunca tenha encontrado uma Pilar e sempre procurei que os outros tivessem asas para voar, mesmo que para longe de mim. Sorry, estou a escrever demais. Não te esqueças que sou o malabarista do verbo bordejando a chama 
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Victor Nogueira
E os barbeiros já não fazem barbas, Porque não sabem ou não querem. E os que ainda fazem é por rara e especial deferência pelo cliente já antigo e levam tanto como se de um corte de cabelo se tratasse. Portanto,para barbas mais crescidas,... só em casa e com uma daquelas maquinetas eléctricas de aparar cabelo e depois terminar o trabalho com a vulgar máquina eléctrica de barbear E ao contrário do que supunha é mais difícil e exige mais arte o corte do cabelo curto dum homem do que o comprido duma mulher, pois em caso de erro, naquele é difícil ou impossível corrigir ou disfarçar a má arte ou descuido. LOL
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Victor Nogueira
Nem sempre podemos sorrir, embora o sorriso seja uma máscara que se me colou à pele, envolvendo o vazio que está dentro de mim. Não vivo, não consigo viver, de virtualidades, especialmente qd o tempo me escorre por entre os dedos e as palavras nada são se não palavras. :-)
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Victor Nogueira
Eu não vivo agarrado ao passado. Não esqueço o passado mas vivo o presente projectado no futuro. Não choro sobre o leite derramado LOL
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Victor Nogueira
Em tempo - Em noite de lua nova, no campo, não existem sombras, só escuridão :-)
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Victor Nogueira
LOL ! Tenho a ilusão que tenho ali num dos quartos cem kg em barras de ouro e uma saqueta de diamantes lapidados além duma colecção completa do revista de banda desenhada do "Senhor Doutor", que era da família e fui rasgando em criança, quando o meu pai me devia era ter dado duas valentes nalgadas :) Mas, nada encontro. Pronto, foi-se o sonho e ficou a desilusão, Alice das Maravilhas :)
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Victor Nogueira
  Ninguém me desilude. Eu é que desiludo as outras. Por isso nunca encontrei a minha Pilar. sou demasiado racionalista e pouco romântico, apesar das metáforas. Mais cientista que poeta ! Mais pés na terra que cabeça na lua, apesar dalgumas cabeçadas ! Teria sido um óptimo engenheiro geofísico ou electromecânico. Assim não passei dum sociólogo encostado à prateleira ! Mesmo que as prateleiras tivessem sido quase sempre de luxo, com promoções para disfarçar as perseguições e chegada ao topo da carreira com ordenado ao fim do mês porque nunca me apanharam o flanco em questões profissionais !
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Victor Nogueira
É verdade. Devo ser intratável, pois os amores da minha vida passam do êxtase ao ódio e, graças ao meu "savoir-faire", ficam apenas como simples amizades. Vá lá, ainda não fui lapidado por esta heresia minha. Mas é comovente a foto da Pilar olhando para o Saramago depois de morto. Uma foto que fala mais que mil palavras ou uma biblioteca inteira :) Mas o que nunca entendi foi ele ter riscado da vida dele a Isabel da Nóbrega. Numa ssssão de autógrafos na Festa do Avante estive para lhe oferecer o texto de que deixo a hiper-ligação, mas depois desisti !
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Victor Nogueira
Há 14 anos que nado por aqui, encontrei pessoas interessantes, re-encontrei velhas amizades, mas por muitas "juras" que se façam aqui quase tudo esboroa-se com o passar do tempo como água do rio que da fonte escorre para o mar. Aproveita-se a água enquanto passa, saltitamos de pedra em pedra, saboreamos a frescura e depois esperamos pela barcaça seguinte que uma vez mais e quase sempre a lado algum leva. Desapareces de repente e não sei pk, e como não sei, não volto a incomodar-te.
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Victor Nogueira
Nas horas vagas leio, procuro conhecer novas terras e novas gentes, ouço música e vou ao cinema ou ao teatro. E também escrevo. E foi numa dessas que surgiu o Auto-retrato em Passatempo, "inspirado" num poema duma das glórias de Setúbal, de... seu nome Bocage, embora se fiquem por aqui as semelhanças e parentescos! .
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Com nariz grande, olhar estrelado,
Baixo, cabelo negro, ondulado,
Magro, moreno, mui desajeitado,
Nada ou p'la vida sempre perdoado.
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Buscando amizade, mau achado,
Agindo calma ou mui despeitado,
O êxito logrou, mal torneado,
Com persistência e pouco alegrado.
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Tolerante, mas não libertário,
Conduzindo, longe da multidão,
Na vida procurando liberdade.

 Em tudo mal, buscando seu contrário,
Com ar sério ou risonha feição,
Mal sente, co'a razão, felicidade.
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Setúbal, 1990.03.12
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Victor Nogueira
Não comparo problemas nem sei quem os tem maiores. Os problemas são de cada um e cada qual tem limites diferentes de resistência. O que para uns é uma tragédia para outros não.
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Victor Nogueira
Todos os becos têm pelo menos uma saída, a da entrada, e tantas outras quantas as portas, portões e janelas que neles estejam ou se encontrem. E, em última análise, uma marreta para abrir outra saída no muro ou na parede
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Victor Nogueira 
1. - Hoje o beduíno sedentário que neste momento sou vai encerrar a tenda do inFaceLook e zarpar para outros portos e marés, sabendo que há mais marés que marinheiras ou marinheiros LOL
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2. -  Para vários gostos, a mesma audição base e calminha a caminho da caminha - Blue Moon inFaceLook :-)
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Victor Nogueira
Não, não podemos dar atenção a centenas de amigos, virtuais ou não. Quanto muito poderemos ao de leve"ver" sobrevoando por umas dezenas. Mas para mim há mais vida para além deste Mundo de Faz de Conta - porque serei tão céptico, analítico, racional e realista ? - Quando chegar a altura, largarei isto como um asteróide abandonado no ciberespaço com nove blogs. Até lá, vou tratando da vida e das arrumações E nos intervalos, especialmente após o jantar, passo por aqui enquanto faço simultâneamente outras tarefas LOL
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Victor Nogueira
Quando me reformei fui ao edifício onde trabalhava e aquilo foi um nunca mais acabar de beijos e abraços, talvez de alívio pk nunca poderia vir a ser chefe exigente deles. E comentei: "Se morresse amanhã teria um grande enterro, mas daqui a um ano dirão: Olha, o gajo morreu e não demos por isso. Ainda bem que não soubemos, pois assim não tivemos de ir ao funeral" Em troca ripostaram-me "Lá estás tu (ou lá está o doutor) com as tuas/suas brincadeiras." Um dia destes voltarei lá após uma ausência de dois anos para avaliar a festa :-)
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Victor Nogueira
1. - A noite e a manhã passaram e a meio da tarde o tempo continua soalheiro e o céu dum azul poeirento do ar mostrando a sua poluição. Do alto desta torre no cimo duma encosta lanço as palavras ao vento e o vento nada me diz, o vento nada me traz: nem brisa, nem tufão ! Em consequência ... LOL (VN no Facebook)
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2. -  "ouvindo o vosso silêncio e na companhia da vossa ausência. LOL (VN no hi5)
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3 . -  Estado foi alterado para O silêncio, o ruído do silêncio no hi5 é estrondoso ! Só os cegos não ouvem nem os surdos veêm !
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 Victor Nogueira
Hoje, neste palco, o actor representa para o vazio e deixa duas de Mozart, uma delas bisada
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E outra para encher o vazio da sala, onde tudo passa, tudo esquece,   tudo morre, em pérolas que vão renascendo sucessivamente, umas atrás das outras, sem o gosto da permanência, em pequenas serenatas nocturnas,  "allegro"
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Victor Nogueira
Embora já estejamos no auto da madrugada nas cercanias do meridiano de Greenwich ainda é noite e é duma certa noite que em Abril abriu portas que Novembro vem encerrando se lhe deixarmos a iniciativa da estocada final, fica de José Saramago a descrição ficcionada d'aquela Noite, de que Sofia disse
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"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo."
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Sofia de Melo Breyner
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Carpe Diem - Atrás do Tempo Tempo Vem ?: A Noite - José Saramago
http://contosdiaadia.blogspot.com/2010/10/noite-jose-saeamago.html
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Da Carta - segundo Garcia de Resende, António Jacinto e Victor Nogueira 
por Victor Nogueira a Domingo, 17 de Outubro de 2010 às 10:06
 (com algumas repetições porque em se não mudando a vida não se podem mudar/não mudam os gestos dela e da galeria de recados serão retirados/as os/as mudos/as e calados/as)

Da Carta
1. Se as cartas não fossem cartas, muitas vezes escreveria a V.M. como desejo, mas porque o são o não ouso fazer, pois as não leva o vento, como palavras e plumas, antes se guardam tão bem, que a todo o tempo se pode pedir razão de ...como se escreveram e porque as escreveram (…) (Garcia de Resende a D. Francisco de Castelo Branco, 20.11.1535).
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2. (…) Antigamente as pessoas escreviam muito e as cartas eram meio de transmitir notícias e muitas delas, com maior ou menor valor literário, tornaram-se testemunho dos factos, acontecimentos, ideias e sentimentos. Mas hoje, hoje as pessoas telefonam ou encontram-se, devido à facilidade e rapidez dos transportes e das comunicações, e o tempo é pouco, paradoxalmente, devido à sobrecarga do que se gasta em transportes, sentado frente à TV ou em tarefas domésticas. O mesmo sucede com o convívio e a conversação: por vários motivos os cafés e as tertúlias desaparecem, só se conhece o vizinho da frente ou do lado, quando se conhece, e as pessoas metem-se na sua concha, casulo, carapaça ou buraco. Muita gente junta, ao alcance da mão ou da voz, não significa que estejamos mais acompanhados e humanizados. (…) (Victor Nogueira à «Maria do Mar», 18.08.1993)
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3.  Carta de um Contratado    - António Jacinto
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Eu queria escrever-te uma carta
Amor
uma carta que disesse
deste anseio
de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
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Eu queria escrever-te uma carta amor
uma carta de confidências íntimas
uma carta de lembranças de ti
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
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Eu queria escrever-te uma carta
amor
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura nossa separação...
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Eu queria escrever-te uma carta
amor
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que te levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levasse puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...
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Eu queria escrever-te uma carta...
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Mas ah meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero - não sei escrever também!
    4. - Escrevivendo e Photoandando por ali e por aqui «Ao lermos uma novela ou uma história imaginamos as cenas, a paisagem, os personagens, dando a estes uma voz, uma imagem física. Por isso às vezes a transposição para o cinema revela-se-nos uma desilusão. Quando leio o que a Maria do Mar me escreve(u) surge perante mim a sua imagem neste ou naquele momento da nossa vida, uma pessoa simples, encantadora, gentil e delicada.» Victor Nogueira . 
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    5. -    Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.Mas os livros não se sentam á nossa beira, nem tem olhos, nem sorriem nem nos abraçam, nem connosco passeiam pela rua, pelo campo. Nada podemos dar aos livros senão as letras dos nossos pensamento ou um pouco de nós  para que chegue aos outros. Os livros têm os olhos que nós temos. E os seus lábios são os nossos lábios. Porque se os livros tivessem olhos e lábios e mãos e dedos seriam talvez pessoas mas nunca livros. Évora 1969.Março.19 Victor Nogueira . 
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    7 . PRESENÇA AFRICANA E apesar de tudo, Ainda sou a mesma! Livre e esguia, filha eterna de quanta rebeldia me sagrou. Mãe-África! Mãe forte da floresta e do deserto, ainda sou, a Irmã-Mulher de tudo o que em ti vibra puro e incerto... A dos coqueiros, de cabeleiras verdes e corpos arrojados sobre o azul... A do dendém Nascendo dos braços das palmeiras... A do sol bom, mordendo o chão das Ingombotas... A das acácias rubras, Salpicando de sangue as avenidas, longas e floridas... Sim!, ainda sou a mesma. A do amor transbordando pelos carregadores do cais suados e confusos, pelos bairros imundos e dormentes (Rua 11!... Rua 11!...) pelos meninos de barriga inchada e olhos fundos... Sem dores nem alegrias, de tronco nu e corpo musculoso, a raça escreve a prumo, a força destes dias... E eu  revendo ainda, e sempre, nela, aquela Longa história inconsequente... Minha terra... Minha, eternamente... Terra das acácias, dos dongos, dos cólios baloiçando, mansamente... Terra! Ainda sou a mesma. Ainda sou a que num canto novo pura e livre, me levanto, ao aceno do teu povo!                                            Benguela,1953 (de Poemas,1966)   
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    TESTAMENTO À prostituta mais nova Do bairro mais velho e escuro, Deixo os meus brincos, lavrados Em cristal, límpido e puro... E àquela virgem esquecida Rapariga sem ternura, Sonhando algures uma lenda, Deixo o meu vestido branco, O meu vestido de noiva, Todo tecido de renda... Este meu rosário antigo Ofereço-o àquele amigo Que não acredita em Deus... E os livros, rosários meus Das contas de outro sofrer, São para os homens humildes, Que nunca souberam ler. Quanto aos meus poemas loucos, Esses, que são de dor Sincera e desordenada... Esses, que são de esperança, Desesperada mas firme, Deixo-os a ti, meu amor... Para que, na paz da hora, Em que a minha alma venha Beijar de longe os teus olhos, Vás por essa noite fora... Com passos feitos de lua, Oferecê-los às crianças
    Que encontrares em cada rua...
    Formatação original dos dois poemas aqui:
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8 - Aqui estou no meu quarto, buscando para ti as palavras que não encontro, corpo sem imaginação mas irritado e desassossegado pela constipação que me percorre as veias e me enche dum nervoso miudinho. Busco para ti as palavras dos outros, nos livros dos outros, os ponteiros aproximando‑se das nove e trinta, hora da vinda do homem que levará de mim as letras que cadenciadamente vão surgindo no papel branco que já não é só! Busco as palavras e apenas encontro estas, hoje vazio de ti pela tua ausência, ontem pleno pela nossa presença. São vinte e uma e vinte, hora de parar, os livros espalhados pela mesa, o corpo quebrado, a imaginação e a voz quase secas e frias. Daqui desta terra, para ti noutra terra, te abraço e beijo com ternura e amizade, na memória do tempo que fomos juntos. Aqui estou!
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Évora, 1972.09.21 (Do Victor Manuel para a Maria Papoila ou Maria Vai Com as Outras)
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* Victor Nogueira 
A manhã hoje está nebolenta, embora,  conseguindo esconder o Sol, deste não consiga ocultar a claridade, embora do outro lado da avenida, para lá das suas margens, nada se distinga, encoberto que tudo é por uma cortina ou véu  dum branco leitoso.
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Victor Nogueira
A esta hora da madrugada, quando tudo é silêncio e há muito deveria estar em Vale de Lençóis nos braços de Morfeia ou de Joana Pestana, ouço ainda o dedilhar nas teclas e e taque seco na tecla de espaços. Olho pela janela e sobre a terra um denso nevoeiro que não permite ver para além da avenida, lá em baixo. No entanto, lá no alto, brilhante e como que recostada num sofá, a Lua em Quarto minguante, uma Lua mentirosa, pois tem uma forma de C reclinado, tal como estudávamos em Angola, onde era um anacronismo o que nos metiam pelas goelas abaixo pois os programas eram idênticos aos de Portugal, no Hemisfério Norte. Também nos era impossível orientarmo-nos pela  Estrela Polar, por mais garantias que os compêndios nos encaixavam,  pois o que encontrávamos era o Cruzeiro do Sul. E desmentindo os "livros únicos" de Portugal do Minho ao Timor, a serra mais alta de Portugal não seria a da Estrela, pois em Angola e Moçambique alcançavam-se maiores altitudes! E nos livros da primária, por mais multi-racialidade que fosse apregoada, só apareciam criancinhas brancas e a única negra era vestida com trajes "primitivos".
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Tento lembrar-me do que fiz durante o dia, mas não me lembro nem creio que isso tenha grande interesse para quem me lê ou para a posteridade.
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Victor Nogueira
Mas há mais espécies em vias de extinção, para além do lince da Malcata,  como os humildes burros que dantes enchiam as estradas e as ruas deste país, puxando carroças, transportando o Sancho Pança ou puxando água nas noras para irrigar os campos ! Ou as andorinhas, que na Primavera deixaram de chilrear nos beirais dos telhados e neles fazer o seu ninho para onde voltavam anualmente !
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Victor Nogueira
Ainda as pérolas da sabedoria popular
Desde já ressalvo que não concordo com qualquer destas pérolas do senso comum intuitivo: "as mulheres são burras", "as loiras são burras", "os ciganos são todos ladrões", "quanto mais me bates mais gosto de ti", "o sol gira à volta da terra", "os políticos e os partidos são todos iguais", "eu cá não faço nem me meto em políticas", "os negros são estúpidos", "os imigrantes do Leste são todos mafiosos" "as mulheres são um desastre a conduzir", "é assim porque toda a vida foi assim", and so on Bjo do Kant_O (quase) invisível e por vezes iconoclasta!
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Victor Nogueira .
As auto-estradas da "teia", também conhecida como WEB, são como um vaivém espacial, com mais idas que regressos, com breves paragens na Lua em Marte ou em Vénus, do que estadias prolongadas, com um renovar constante de pessoas como as que circulam anonimamente nas grandes superfícies comerciais, com as suas lojas "âncora" ......em torno das quais se fixam as outras, muito mais pequenas e menos gravitacionais. 
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"Suprimir a distância é aumentar a duração do tempo.A partir de agora, não viveremos mais;viveremos apenas mais depressa" (A.Dumas) Mas paradoxalmente, raramente o longe se transforma em perto e com frequência o perto está noutra galáxia !
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O "boto" é para quem quem mais orden(h)a ?
 * Victor Nogueira

Boletim Meteorológico - A tarde está linda, dum céu azul e pleno de claridade, luminoso, entremeado de núvens brancas, aqui à beira do Estuário do Rio Sado, o único que corre de Sul para Norte ! Efeitos da especificidade dos alentejanos e dos peninsulares de Setúbal, que infelizmente se vão tornando pendulares ? A pendularidade é a morte do artista mas o "boto" é para quem quem mais orden(h)a ?
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Victor Nogueira
O que é ser Livre?
Sim sou livre de acreditar que sem união, sem unidade, sem solidariedade, sem organização, cada um puxando para seu lado, convencido da sua "razão" esquecendo-que duas ou três cabeças valem mais que uma só, a nenhum lado chegaremos. E sou livre de manter a minha liberdade organizando-me e ajudando os outros a organizarem-se, pk doutro modo o barco vai para o porto que eles querem. Sou livre, mesmo qd aceito a disciplina e não desisto de lutar por uma sociedade onde a Humanidade e a Natureza sejam o princípio e o fim da política e da economia.
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Sou livre apesar das amarras que me tolhem mas tenho a consciência delas e não me fico pelas aparências ou pelo pensamento único. Ao contrário das aparências é a terra que gira à volta do sol e não o contrário, apesar da Inquisição ter levado Galileu a abjurar o que a ciência demonstrou. Sem a divisão do trabalho e sem o trabalho, não há riqueza. Os trabalhadores passam bem sem patrões e capatazes que os roubam todos os dias. Já estes, sem o Trabalho de quem escravizam e submetem, morreriam à fome e na miséria a que condenaram biliões de seres humanos no Planeta Azul Se os patrões se organizam em Clubes e Confederações, a nível nacional e internacional, porque razão hão-de os trabalhadores pensarem que desorganizados os vencerão e terão melhor vida ?
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Victor Nogueira
Cidadão  A - , tudo é política: uns são actores actuantes num ou noutro sentido. Outros ficam passivos em vez de se organizarem, E sem ofensa, termino com O Analfabeto Político de Bertolt Brecht

"O pior analfabeto é o analfabeto político  Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto  político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. " Reparem, eu não estou contra os que trabalham mas com aqueles que "sujam" a política para dela afastarem a arraia miúda e assim melhor se governarem.
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Victor Nogueira
Boletim médico-meteorológico
- Cavaco quebrou o tabu do segredo de polichinelo. É (quase) tudo para escavacar, mais nobre, menos alegre, nas urnas? . Como o tempo: cinzento, triste, frio e chuvinhento ! Fiem-se na Virgem e na Senhora de Fátima e óspois ...
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Victor Nogueira
O Baile das Cadeiras e dos Cadeirões
Mas é neles que o povo e as classes intermédias botam. Pelo menos as sondagens da Católica Universidade dão uma larga maioria ao PSD, seguido do PS. Trocam-se as cadeiras mas é o boto que temos de gramar, por falta de bota e muito falazar, ...! Mesmo a minoria que quer outro baile e outros actores, é reduzida ao silêncio pelas TV's e órgãos de referência ou (semi)tablóides ! Os jornais falam nas falcatruas do BPN, do enorme buraco que a CGD vai ter de encaixar, enquanto outra jóia dos bancos e da gestão privada tinha 80% do crédito concedido a oito entidades das quais duas accionistas do próprio banco e dos mais ricos de Portugal, que fazem falcatruas e empréstimos e embolsam lucros com o dinheiro que lhes confiamos, que malbaratam e que temos de repôr para que a falperra continue! Ainda não se fartaram dos banqueiros que dão ordens ao Governo e a certos partidos de que são os verdadeiros donos?
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Victor Nogueira
A avaliação não se faz pelos anos na política mas pelo que se promete e efectivamente cumpre. Fosse a idade o critério e a política estaria entregue a Jotas já envelhecidos de espírito e "tenrinhos" na idade! E the last but not the least,... quer por activismo quer por "absentismo" a política e o seu exercício são um direito de cidadania que deve ser quotidiana e hora a hora exercido !O resto é demagogia e fazer o jogo dos que emporcalham a política em benefício de patrões que esses sim, gozam e beneficiam sem darem a cara.
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Mas o Zé Povão esfrega-se de contente a bater nos paus mandados e nos Trabalhadores da Administração Pública, que este também pagam impostos mas são acusados de viverem à custa dos impostos quando asseguram funções sociais do Estado Social desbaratado, mas ninguém fala dos baixos impostos e fabulosos lucros da banca, associada a grandes empresas, a que entregamos o nosso dinheiro, com ele arrecadam os tais lucros fabulosos e ainda por cima não nos pagam juros antes nos cobram comissões crescentes e despesas de gestão.Cansa tanta cegueira!
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Victor Nogueira
LOL Devias estudar o materialismo dialéctico e o papel do Estado e o Conceito de Ditadura. Nós vivemos numa democracia burguesa (dos grandes capitalistas e seus aliados) e numa ditadura (cada vez mais feroz) sobre os trabalhadores. Para que estes tenham de construir um mundo à sua medida tem de ter um Estados Democrático para os Trabalhadores e ditatorial para com o Capital e seus aliados. E é com os erros e as experiências que se conseguirá construir uma democracia a todos os níveis, uma democracia de verdade e não de fachada e engodos.
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Mas ... tu lês mesmo o que eu tenho escrito? Pensei que se podia debater mas queres fazer a tua rEvolução (escrita do PPD...) com anjos? Tens de fazê-la com os homens e mulheres com os defeitos e virtudes do lugar e tempo em que estão. Queres combater a organização deles, a ideologia deles, com o salve-se quem puder e cada um por si, desorganizado ? Temos de aprender com os erros e tentar evitá-los ou preveni-los. E aproveitar o que de positivo a experiência humana tentou construir. Incomodo-te? Di-lo.
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Victor Nogueira
O Alberto Caeiro, tal como o Guerra Junqueiro, não gostava muito do Deus dos Cristão e muito menos de Espírito Santo, ao qual um banco foi buscar o nome. Muito menos o Eça da Relíquia ou do Crime do Padre Amaro, Mas embirraram com o Evangelho e o Caim de Saramago, menos iconoclasta que qualquer dos anteriormente citados. Mas o Saramago tinha um sinal vermelho na testa e por isso o Vaticano não lhe perdoou, com a not' alá no jornal deles. Os Simpson fazem rir e o riso faz esquecer as misérias de que as Igrejas têm sido coniventes ao longo de milénios com os seus holocaustos e apadrinhamento de ambos os campos em litígio. O que é preciso é salvaguardar os cifrões. Quanto o povo, deles fala o bispo assassinado Oscar Romero, a Teologia da Libertação, os padres republicanos fuzilados por Franco durante a Guerra Civil Espanhola ... Para não falarmos na misogenia contra as mulheres, salvo a "Virgem" Maria.
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Quanto aos Simpson, neles predomina o amarelo, que como se sabe é a cor do ouro, sem decoro, tal como Homer :-)
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E do Saramago quase ninguém fala nesse fabuloso "Levantados do Chão" ou de duas das suas peças de teatro "In Nomine Dei" e "A Segunda Vida de S. Francisco de Assis".
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Quanto ao Saramago queria-lo a receber o Nobel por causa de Levantados do Chão" ou do "Memorial do Convento"? Ainda não vi se houve algum Nobel da Literatura para algum escritor de "Leste" que não criticasse o socialismo, com virtudes e defeitos. Mas o da Paz já vi e não encontrei lá qualquer soviético ou comunista, mas sim o Kissinger e outras "pombas" como ele :-) Ou não terei visto bem?
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Victor Nogueira
Saramago não é Deus e nem sempre temos de concordar com ele, também podia dizer dislates, como qualquer ser humano.Um cidadão, qualquer que seja a sua profissão, deve exercer os seus direitos de cidadania. E reflecti-los naquilo que faz. Mas não me posso esquecer dum senhor Duarte Pio que ficou "horrorizado" com o "Evangelho segundo Jesus Cristo", não pk o tivesse lido mas pk lho haviam dito e depois este ano foi comemorar em Guimarães não o centenário da República mas da assinatura do Tratado de Zamora, no seu discurso enfiando Eça, talvez pk nunca tivesse lido ou alguém lhe tivesse feito a digestão ao ouvido de"A Relíquia" ou o "Crime do Padre Amaro", para além das "Farpas", estas em parceria com Ramalho Ortigão. 
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Ou dum tal Sousa Lara, subsecretário de Estado da inCultura que "vetou" o mesmo romance, como outros "Caim" e nunca devem ter lido Alberto Caeiro ou a "Velhice do Padre Eterno", de Guerra Junqueiro. Mas e assim, mal por mal, antes a república. Não quer votar? Não vote. Mas lute por aquilo em que acredita ! E se acredita que o Capitalismo é o fim da História, eu limito-me a registar e a contar com milhões de homens e mulheres que, com avanços e recuos, com imperfeições, procuram construir uma sociedade radicalmente diferente, onde a Humanidade e a Natureza conduzam a vida na Terra ! Sem reis, capatazes ou senhores morgados
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* Victor Nogueira
Arraial | Arraial ! Por El Rey de Portugal

Em 5 de Outubro o senhor Duarte Pio e seus apoiantes reuniram-se em Guimarães, não para comemorar o centenário da República mas sim para reclamar a restauração da Monarquia e comemorar o Tratado de Zamora, que marcaria o início da existência de Portugal como reyno autónomo. E por entre vivas ao senhor Duarte Pio, este deu uma de política defendendo a superioridade da Monarquia, da sua tolerância e do rey hereditário com o trono passando de pai para filho e uma de cultura citando entre outros Eça de Queiroz. Este senhor Duarte Pio de história ou pouco sabe ou recorda apenas aquilo que lhe convém!
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Este senhor considerou na altura um "horror" o livro de Saramago, considerado uma ofensa aos sentimentos católicos "O Evangelho segundo Jesus Cristo", não porque o tivesse lido mas porque lho haviam dito. Mais contundente é "A Reliquia" de Eça de Qeiroz, que não sendo comunista tinha ideias socialistas. Era pois na sua juventude um iconoclasta subversivo, e um dos implicados nas Conferências do Casino, em 1871, proibidas pelo Marquês de Ávila e Bolama, proibição sancionada pelo Rey e Senhor D. Luiz.
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Com efeito as Conferências veiculavam ideias que eram tidas por perigosas como a República, a Democracia e o Socialismo.
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O senhor Duarte Nuno quer ser Rey de Portugal, entendendo ele que o Rey e os herdeiros estão melhor preparados para governar que Presidentes da República vindos da ralé e do pé descalço, com cheiro a suor. E para defender a sua dama vais buscar os países nórdicos. Vá lá, parece que não se lembrou de Juan Carlos de Bourbon rei de Espanha por Graça de Franco, o qual era caudilho pela graça de Deus ! Esqueceu-se de repúblicas como a Alemanha, a França, a China, os Estados Unidos ...
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O Senhor D. Carlos poderia ter sido um grande artista ou cientista, mas esteve condenado a ser rey, governando em ditadura de mãos dadas com João Franco. E, para além de deixar o país endividado, de ter sido forçado a aceitar o Ultimatum Inglês, tinha um profundo desprezo pelo Povo, referido-se a Portugal como a choldra!
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E para além dos escândalos financeiros em que a Casa Real esteve envolvida, deixou D. Carlos um país na bancarrota!
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Mas quanto ao candidato ao trono, nem todos os monárquicos apoiam a Causa do Senhor Duarte Pio, antes preferindo um outro cidadão. Mas ambos são descendentes de D. Miguel ! Quem era D. Miguel ? Irmão de D. Pedro, que proclamou a independência do Brasil e de que foi imperador e, num acto incestuoso combinou o casamento da sua filha D. Maria com o tio. Tendo jurado a Carta Constitucional, tornou-se perjuro em conluio com a mãe, D. Carlota Joaquina, pretendendo governar como ditador! Foi também o responsável por uma sangrenta guerra civil, apoiado pelas forças mais reaccionárias responsáveis por crimes e violências sobre os liberais !
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Voltando ao Tratado de Zamora, D. Afonso Henriques alargou o território do Condado Portucalense em guerras de saque, carnificinas e rapina aos mouros, muito mais tolerantes e civilizados que os bandos de malfeitores que o apoiavam, cruzados incluídos. E quanto a probidade e honradez, Afonso I "arrancou" ao Papa Alexandre III o título de Rex em troca dum tributo anual, compromisso que deixou de cumprir.
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Quanto à superioridade moral da monarquia e dos reis, encontramos ao longo da História de Portugal reis perjuros, carregados de bastardos, amantes de freiras, loucos, assassinos (como Afonso IV, Pedro I, João II), e quanto aos nobres, esclavagistas e traficantes de escravos  (como Henrique o Navegador) (2), mais ligados a Castela que a Portugal, como sucedeu em 1383/85, em 1580 e 1640. Portanto, nada patriotas ! Reis comprometidos com a Santa Inquisição, suas perseguições e crimes, tudo para maior glória de Deus e do Rei (1)

E sendo os monárquicos muito viris, não sei como encaram a homosexualidade de Pedro I,  João VI ou o lesbianismo de D. Amélia. (3). Isto para não falar nesse misterioso D. Sebastião que antes de morrer nas areias do Norte de África andou a espreitar para dentro dos túmulos dos seus avoengos.
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Para finalizar, a monarquia é um anacronismo, pois assenta na crença da superioridade duma camada social, a dos reis e nobres, sobre todas as outras, e numa violência, que é forçar uma criança a ser rei em detrimento doutros interesses e campos profissionais !
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Dedique-se pois o senhor Duarte Pio a cultivar as suas herdades e a cuidar dos seus palácios, de que tira bastos rendimentos como em Vila Viçosa. E nos tempos livres vá estudando a História de  Portugal, não aquela destinada ao delfim (Ad usum Delphini), mas a outra, a do Povo ! Quanto à pretensa gata borralheirice actual, não consta que os/as consortes oriundas da "plebe" sejam mendigos ou sem abrigo, antes plebeus ou plebeias com bolsa bem recheada!
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Victor Nogueira
A revolução faz-se com os homens e mulheres com as virtudes e defeitos do tempo e lugar em que estão, teen. .
Mas a monarquia traz em si a desigualdade e a arrogância da superioridade do "sange" azul que é tão vermelho como o da plebe. Antes ...um Cavaco do que um Duarte Pio ou um D. Carlos que impunemente desabafava que isto era uma choldra, mas era à conta da choldra que enchiam a pança de pai para filho ! Coitado do Carlos de Inglaterra, cuja mãe não há meio de morrer e ele é possível que não venha a ser rei :-)
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Victor Nogueira
Não é bem assim, teen. Só que a classe dominante tem milhares de anos e experiência e os outros de que falas ou são vítimas de manipulação da consciências ou vivem na ilusãp de que poderão ascender a patrões ou capatazes! A imagem é de Volpedo e dhama-se o 4º Estado.
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Espero que tenhas dormido bem e que hoje, neste dia soalheiro, estejas menos azeda e mais doce e mais realista sem ser realista/monárquica e menos camada intermédia do "centrão" Bjo do Kant_O cota, oh teen :-)

o
Victor Nogueira
Em tempo - eu não falo na democracia burguesa, mas antes dela com alguma substância do que a monarquia ou a ditadura fascista e autoritária da burguesia, numa ou noutra forma de governo, mesmo que. Bjo teen, que vou regressar à solidão de vale de lençóis pois uma constipação resolveu chocar em mim e nos meus brônquios ! :-) ou :-( ?
Victor Nogueira
Bem, O Cântico Negro dito pelo Ary teria outra pujança. Tal como a que o João Villaret dá à Toada de Portalegre ou à Procissão:-) 
o
Victor Nogueira
E está aqui uma breve tertúla instalada, estilo tenda de beduíno, mas é melhor que se pode arranjar no inFaceLook, agora que os cafés deram lugar aos bancos das cifras e a TV corta as conversas em família, salvo seja. Mas ficaram as charlas doutro Marcelo, que de tudo um pouco bota faladura :-)
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Victor Nogueira
Sim, dantes via os simpson, no tempo em que via televisão. Uma família terrível, ao pé da qual as da Mafalda, do Charlie Brown, do Xico Bento e do Calvin estavam no paraíso :-)
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Os Simpson fazem-me lembrar uma série britânica, cujo nome me não ocorre - eu gosto muito do humor britânico - sobre uma família em que havia dois ramos - o burguês, cuja mulher vivia das aparências e moía o juízo ao desgraçado do marido - e a proletária" envergonhante", cujo pater famílias é muito parecido com o Homer :-)
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Victor Nogueira
A Política é uma causa nobre

A Política é uma causa nobre. Mas alguns, com o seu voto ou ausência dele, permitem a sujeira em que alguns a transformaram
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Sobre a causa "Reduzir os Deputados no Parlamento" significa que ele ficaria quase completamente nas mãos do centrão corrupto que tomou conta deste País, mas não com o meu voto. Mas ... foi com o teu ou a ausência dele ? Votem, mas votem bem mas não em alegres e nobres só-ares que tudo têm escavacado de mãos dadas embora finjam desacordos. E organizem e participem nas comissões de moradores, de utentes, de trabalhadores, de bairro, sindicais. Coloquem o poder na Rua, donde nunca deveria ter saído, porque o voto e/ou a passividade de muitos vós assim o permitiu !
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Victor Nogueira
Voltando aos direitos das mulheres na Roma Imperial, , apesar de louvarem a democracia ateniense, reservada a uma minoria de proprietários - homens - esclavagistas, livres do suplício do trabalho, em Roma as mulheres não estavam confinadas ao gineceu, antes podiam frequentar os lugares públicos, incluindo as termas, no lar estavam igualadas aos homens e podiam exercer a medicina, a advocacia, o comércio e participarem em salões literários
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Victor Nogueira
O João Villaret dizia o Cântico Negro com mais força, mas não encontrei qualquer vídeo no sítio do costume. Dos vários, aquele pareceu-me o melhor. E não encontrei a Toada de Portalegre, nem por ele, nem por qualquer outro
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Victor Nogueira
Para alguma coisa serviram a expulsão dos judeus para permitir a persistência duma nobreza parasitária com o auxílio da Santa Madre Igreja e do Santo Ofício, a que se seguiu um desastroso tratado de meetween que apenas serviu o Reino Unido..., apesar do interregno do Marquês de Pombal cuja obra D. Maria destruiu, para permitir a sobrevivência duma nobreza parasitária e duma monarquia corrupta, que a I República herdou, tentando esta reformar o País contra os trabalhadores e a incipiente e anarquista classe operária, até que chegou o homem de santa comba, do ruralismo miserável ou absentista, dos industriais medrando à sombra do condicionalismo industrial e da Pide. E após o interregno de Abril em Maio, a magistral jogada de Só-Ares e Alegre, com a entrada na "Europa" e as privatizações e a destruição da agricultura, das pescas, da indústria naval, da metalomecânica pesada, da siderurgia ... O homem já confessou na sua alentada entrevista em 3 volumes como gamou os votos em nome do socialismo para instaurar o súcialismo. Só que o povão gosta mesmo de ser roubado e transforma o voto na urna em necrotério, num swing de baile mandado entre PS/PSD com a muleta do CDS, tudo escavacando em nome de encobertos mandantes.
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Victor Nogueira
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CORAÇÃO ROSA DOS VENTOS



A tua carta é um pássaro pintado
…………………………com emoção e alegria!
Cada folha é uma seara dividida em quatro e
na delicadeza do teu olhar
sou um rio
…….... leve rumor
…. suave brisa que passa e canta!


(Setúbal, 1992)

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Oeiras - Foto Victor Nogueira
Setúbal - A beleza da poluição - Foto Victor Nogueira
Nos arredores de Sesimbra - Foto Victor Nogueira
Mértola - Foto Victor Nogueira
Setúbal - Primavera na 5 de Outubro - Foto Victor Nogueira
Tempestade em Setúbal - Foto Victor Nogueira
Árvores na encosta do Castelo de Palmela - Foto Victor Nogueira
A ilusão nas núvens - Foto Victor Nogueira
Pôr do Sol em Cela, nos Coutos de Alcobaça, na Herdade que foi do General Humberto Delgado - Foto Victor Nogueira
Setúbal - Pôr do Sol no Estuário do Sado - Foto de Victor Nogueira
Setúbal - Nascer do Sol - O Homem da Bicicleta no parapeito duma das varandas - Foto Victor Nogueira
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