Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Patrice Lumumba



* Victor Nogueira

Lembro-me perfeitamente da enorme campanha em Luanda contra a independência do Congo Belga e depreciativa de Lumumba,(1925 - 1961) apresentado como um selvagem analfabeto tal como Luandino Vieira era com a sua "Luuanda" o que nem português sabia escrever. E lembro-me da revoada de "brancos" belgas em fuga e trânsito para a Europa, de que ficaram os entrançados artesanais com fio eléctrico - os scoubidou - de que tenho alguns. E lembro-me da campanha a favor da secessão do Katanga e dos elogios ao "amigo" Tschombé. E assim se fazia ou era contada a quente e depreciativamente a história da descolonização africana, Afinal, tirando os "amigos", todos os outros negros eram apresentados como irresponsáveis, "seres primitivos", crianças grandes e analfabetos e como traidores a soldo de Moscovo os "brancos" que defendessem a independência das colónias do chamado "fardo civilizacional do Homem branco" de que falava Rudyard Kipling.

"Um dia a História terá uma palavra a dizer, mas não será a História que Bruxelas, Paris, Washington ou as Nações Unidas quiserem transmitir, mas sim aquela que nós contaremos nos países emancipados do colonialismo e das suas marionetas ... uma História de glória e dignidade (Patrice Lumumba Outubro de 1960)








segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ramalho Eanes


Eanes pode ter as qualidades "morais" que dizem ter, mas é o homem do 25 de Novembro, da recuperação capitalista, conjuntamente com os nove e salgueiro maia, aliados do "súcialismo" em liberdade preconizado por mário soares. O 25 de Novembro foi também uma malograda tentativa extrema de impedir a independência de Angola. Na foto o trio Ramalho Eanes, Jaime Neves e Vasco Lourenço.

Portugal e os "brandos" costumes

* Victor Nogueira

Se Portugal não esteve em guerra no século XX na Europa, apesar da "luta de classes" e da repressão fascista, esteve envolvido em guerra noutros pontos do Globo, quer com as chamadas "Campanhas de Pacificação" em África, na I República, quer com 13 anos de Guerra Colonial. durante o chamado Estado Novo. Para além duma virulenta Guerra Civil no século XIX, entre Liberais e Absolutistas.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

a majora e as memórias


* Victor Nogueira


O João Carreira a propósito dum post meu comentou A" MAJORA " faz parte do nosso imaginário de infância ...E vai daí fiquem a saber que decorre em Lisboa uma exposição sobre "Majora – 77 Anos a Entreter os Portugueses", aberta até 29 de setembro, no átrio do Espaço Amoreiras – Centro Empresarial, 


Em consequência e num dos meus blogs fiz uma revisitação às memórias dos brinquedos da infância de muitos de nós, que pode ser vista em - Não só mas também a" MAJORA " faz parte do imaginário e das memórias de infância de alguns de nós - CLICANDO EM http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2016/06/nao-so-mas-tambem-majora-faz-parte-do.html


Comentários
Maria Lisete Almeida Grata Amigo Victor Barroso. Uma óptima semana!
José Manuel Candeias Boa lembrança, Victor! A Majora fez parte da minha infância e era assídua no saco do Pai Natal... Mas, não esqueçamos que naquele tempo, a Majora não era mais do que sonho para muitos meninos e meninas. Abraço.
Victor Barroso Nogueira Eu sei, Jorge Gato Candeias Se visitares o post no meu blog vês outros brinquedos e brincadeiras em Luanda.

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para…
AOESCORRERDAPENA.BLOGSPOT.COM|DE VICTOR NOGUEIRA
Carlos Barradas Tive quase todos estes jogos e ainda tenho o comboio Marklin e os Dinky Toys e Corgi Toys! Estão todos bem conservados !!
Victor Barroso Nogueira Toda a minha colecção de banda desenhda (portuguesa, francesa e brasileira), incluindo o Bambi da Província de Angola e o PimPamPum que o meu avô paterno me enviava do Porto ficou em Luanda. Tal como a esmagadora maioria dos brinquedos. Foi uma "represália" do meu pai LOL
GostoResponder1Ontem às 19:45Editado
Maria João De Sousa Não tenho nem um brinquedinho dos meus, Victor Barroso Nogueira... tudo acabou por "convergir" neste meu cubículo de duas assoalhadas e houve que optar; ou sobrevivia nele, ou o transformava num armazém. Mesmo assim, já parece um armazém, mal me consigo mexer por aqui, com tanta papelada burocrática...
Victor Barroso Nogueira Maria João De Sousa Pois, comigo são os livros, que me vão enchendo a casa do chão ao tecto. Qualquer dia os livros expulsam-me de casa 

Os livros e as pessoas

Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem têm olhos, nem sorriem

nem nos abraçam,

nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.
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Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.

Victor Nogueira (1969 exilado em Évoraburgomedieval)
GostoResponder2há 23 horas
Maria João De Sousa Bom poema, Victor Barroso Nogueira. Muito bom mesmo! (sera que sou a única sinesteta do mundo que sente que as palavras a abraçam, mesmo?  )
GostoResponder23 h
Milu Vizinho Excelente...Victor...Beijinhos...Obrigada pela partilha 
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Maria João De Sousa Victor Barroso Nogueira , é literalmente isso!!!
Não gostoResponder123 h
Carlos Rodrigues Um mundo de memórias e sensações tácteis lúdicas e educativas que vale a pena recuperar a MAJORA.
Não gostoResponder123 h 
Filipa Calado 😀 👍🏼
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Teresa Mercês de Mello Adorei, Victor! Eu e os meus irmãos tivemos tantos destes brinquedos e jogos. Obrigada por partilhares este levantamento que fizeste. Beijos.
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João Carreira Este , o jogo da Glória, tem fãs cá em casa junto dos meus netos... e dos avós para com eles jogarem !...
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Maria José Fonseca Tenho um igualzinho a este...
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Maria Rodrigues Obrigada Victor adorei, quando era nova também tive esse jogo, uma boa segunda feira, beijinhos da muito amiga    i
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Arminda Griff Adorei as memórias.Ainda guardo alguns jogos destes.'bigada.Beijocas.
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