Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Lisboa - Sé




.
PEDROSO João 1823-1890 - Sé de Lisboa em 1755
.
.
SALEMA, ca 18-- Sé de Lisboa no século XIX
.
.
Foto Sé de Lisboa in História de Portugal - de Alexandre Herculano
.
.
Vista actual
.
.
Claustro
.

.
Claustro


A Sé de Lisboa, também chamada Igreja de Santa Maria Maior, é o monumento mais antigo da cidade e, desde a sua construção, está ligada à história de Lisboa.
.
Ao longo dos tempos foi vítima de sucessivos cataclismos naturais, tendo sido sujeita a constantes reconstruções, restauros e adaptações.
.
A sua construção deve-se a D. Afonso Henriques, logo a seguir à reconquista de Lisboa aos mouros em 1147, época em que a cidade era já um centro muito activo do ponto de vista económico, social e cultural.
.
Segundo um cronista da época - Osberno (cruzado de origem britânica que acompanhou D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa) - no local onde hoje se ergue a Sé, havia uma grande mesquita, o que parece comprovado com as mais recentes escavações arqueológicas levadas a cabo nos claustros. Também se coloca a hipótese da existência de um templo paleo-cristão do tipo visigótico, do qual restou uma lápide esculpida com animais e concheados, que outrora se encontrava integrada na fachada norte da Sé.
.
A traça do edifício enquadra-se no estilo romano-gótico, sendo o corpo principal do estilo românico e a cabeceira, claustro e capela de S. Bartolomeu do estilo gótico. A Sé de Lisboa apresenta fortes analogias com a Sé de Coimbra, tendo as duas construções sido dirigidas em paralelo pelo mestre Roberto, durante a segunda metade do século XII.
.
No lado oposto à entrada desenvolve-se a cabeceira da igreja, cuja primitiva traça se enquadrava no estilo românico, sendo constituída por três capelas de eixos paralelos, como a Sé de Coimbra. Esta cabeceira foi destruída por dois grandes sismos (1337 e 1344) que abalaram fortemente a Sé . O monarca D. Afonso IV providenciou a sua reconstrução, pretendendo dar-lhe um aspecto mais grandioso que o inicial, dado que pretendia servir-se dela para sua última morada.
.
Dessa reconstrução reconhece-se na cabeceira hoje existente, a charola ou deambulatório e as capelas radiantes, que apresentam características diferentes do corpo principal da igreja.
.
O terramoto de 1755 danificou a cabeceira da Catedral, destruindo inclusivamente o túmulo de D. Afonso IV. Nesta época, o edifício vinha sendo alvo de uma grande intervenção arquitectónica que pretendia alterar o seu discurso formal em função do gosto do tempo. Deste período (séculos XVII e XVIII) é a construção da sacristia, no lado sul, onde está depositado o cofre de madrepérola guardando as presumíveis relíquias de S. Vicente.
.
Também neste período foi construída a sala do capítulo (sala de reunião de cónegos - clero secular), correspondente ao piso superior da sacristia, edificada durante o reinado de D. João V (séculos XVII e XVIII), onde se encontra hoje o Tesouro da Sé.
.
As alterações na decoração efectuadas nesta altura com a introdução da talha, azulejo, embutidos de mármore, segundo Júlio de Castilho "...pretendiam dar á Sé o falso aspecto de uma igreja de estilo clássico..." .
.
A sobriedade e nobreza dos tempos medievais foram seriamente danificadas e, só no século XX, os restauros realizados devolveram o edifício, praticamente na totalidade, ao seu aspecto anterior.
.
A capela-mor como se pode verificar, apresenta um aspecto distinto de todo o edifício. Enquadra-se no estilo barroco e é posterior ao terramoto de 1755, não se sabendo a data exacta e a autoria da sua construção.
.
in www.aph.pt/ (adaptado)

Sem comentários: