Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quinta-feira, 30 de março de 2023

Textos em março 30 - bem-aventurados os pobres, em mansidão, porque deles será o reino dos céus

 * Victor Nogueira

2014 03 30 bem-aventurados os pobres, em mansidão, porque deles será o reino dos céus, sentados à direita de Deus_Pai Todo Poderoso, depois do Inferno na Terra, que os redime das luxurias dos ricos, os tais que descerão às profundas dos infernos sem passarem pelo buraco da agulha depois de terem gozado com maior ou menor soberba o paraíso na terra.

em tempo - depois de séculos a ameaçarem os pecadores e os ricos (m/f) com o fogo do inferno, João Paulo II afirmou que o inferno não existe. E esta, hein !? Ah!  Mas logo o seu sucessor, Bento XVI,   afirmou que o inferno é um local físico que existe e não está vazio, ao contrário do que seu antecessor, João Paulo II, dizia. "O inferno, de que se fala pouco neste tempo, existe e é eterno", já havia afirmado o pontíficie.. Sendo assim .. a  infalibilidade papal, que é feito dela ?

segunda-feira, 27 de março de 2023

Textos em março 27 - Sócrates & Cavaco - Casa comigo, Marta

 * Victor Nogueira


2013 03 27 Vim-me embora. O jogo está viciado e Sócrates é quem dá as cartas e marca o jogo. As perguntas importantes ficam por fazer e os entrevistadores são obsequiosos. Enfim, conversa de comadres sem contraditório! Relvas e Passes de Coelho mandam recados ao esCavaco por interposta pessoa.

Intermezzo musical, a seguir


José Mário Branco - Casa Comigo Marta

domingo, 26 de março de 2023

Textos em março 26

 * Victor  Nogueira

2023 03 26 Os avisos da USA/NATO, dos aprendizes de feitiçaria peritos em tiros nos pés e navegação à vista.

A troco da economia de casino desmantelaram o seu parque industrial, deslocalizaram as suas indústrias para o Extremo Oriente, designadamente para a China, em busca de mão-de-obra barata e lucros ao preço da uva mijona, ajudaram a desenvolvê-los pensando que seriam meras colónias do "ocidente", e agora fazem patéticos avisos e ameaças por verem o seu castelo de cartas a desmoronar-se, como se a China fosse a  subserviente e submissa União Europeia, conduzida pela trela do Uncle Sam, que procura relançar a sua economia destruindo a europeia

2022 03 26  As cavaquices de Moedas, o vedor de Lisboa, adornado com penas de pavão e a chocar ovos, como os cucos. Em êxtase triunfal, Moedas termina a sua homilia :«Em Lisboa escolhemos sempre a dignidade humana. Por isso é que, 30 anos depois, seguimos o legado que o Presidente Cavaco Silva nos deixou. Um legado de humanismo que mudou o país.»

É Moedas aquele que em Lisboa constrói residências universitárias ao preço da Maria Cachucha e da Uva Mijona, oscilando a renda entre 695 a 1.096 euros mensais?

2020 93 26  foto victor nogueira -  Lisboa  rua Augusta e Arco, com a Estátua de D. José I ao fundo, em 1998.05.05

(...) À tarde o Rui queria ir ao cinema ver o Pimentinha, baseado num miúdo endiabrado personagem da banda desenhada; mas a Susana preferia ver as lojas da Baixa pombalina, para arejar o dinheiro. Prevaleceu a proposta da Susana, que comprou adereços de artesanato em pele e missangas, tendo oferecido ao maninho uma fina pulseira em cabedal.

Com a Rua Augusta fechada ao trânsito automóvel, os passeantes passeiam-se à vontade no longo passeio público, onde personagens variados expõem as suas habilidades. Aqui um presumível grupo de índios da América Latina, todos de igual vestidos, interpretam canções do seu folclore, perante uma pequena multidão à sua volta, fotografando ou embasbacando-se. 

Menos assistência tinha um deficiente físico pintando um quadro com a boca. 

Mais além outra pequena multidão rodeava um velhote com periquitos numa caixa e um plano inclinado, sem que se percebesse que habilidades saíriam dali (talvez estivessem intimidados com a assistência ou ainda em fase de aprendizagem). 

E como não podia deixar de ser, um homem estátua, de palhaço vestido, embora de vez em quando fizesse momices com os olhos para divertir a numerosa assistência. Não deixo de admirar a capacidade destes indivíduos para estarem completamente imóveis, tanto mais quanto eu sou um mosquito eléctrico! 

Ao fundo, junto ao Arco da Rua Augusta, vendia-se artesanato, por pessoal mais limpo e aspecto mais comum do que aquele de ar sujo e maltrapilho que outrora abancava naquele sítio, ao jeito pretensamente hippie.

Hoje não choveu, apesar do tempo trovoadoresco, pelo que acabámos na Praça da Figueira ( )  cheia de gente, na Esplanada dos Irmãos Unidos vizinha da Suiça, mas com pouca variedade de comes e bebes. 

Por lá apareceu um indivíduo, poeta popular, vendendo meia dúzia de poemas em livro de sua autoria, a quem comprámos um exemplar que dedicou à Susana, depois dele e a minha mãe se terem recitado mutuamente poemas das respectivas autorias. De qualquer modo os dele, em conteúdo, não chegam nem de perto nem de longe aos calcanhares do António Aleixo, algarvio, ou do Calafate, setubalense, pois quanto ao estilo são diferentes. (MMA - 1993.08.19)

~~~~~~~~~~

O poeta popular acima referido é Júlio Martins, que autografou-nos o seu livro “Nostalgia Poética”

2018 03 26 - Setúbal - auto-retrato em 2018.03.26 - O postal na prateleira é humorístico, duma série com aqueles dois personagens em situações variadas. Ele tem parecenças com o meu pai e retrata a relação mútua dele com a minha mãe, neste caso ambos na praia, ela zangada com ele e ele "alheado" de costas voltadas e ouvindo música. Ofereci um a cada um deles: o meu pai achou montes de piada mas a minha mãe zangou-se comigo, pois entendeu que estava a ser ridicularizada e o seu sentido do humor desvanecia-se quando lhe parecia que estava a ser posta em causa, contrariamente ao que sucedia com o meu pai que se divertia com os postais e bonecos que eu lhe oferecia., Abaixo pode apreciar-se o referido postal.


Isabel Magalhães
Está ligeiramente melhor do que o auto retrato, mas tens fotos muito melhores.
5 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Aqui tenho parecenças com o Carlos LOL
5 ano(s)
Victor Barroso Nogueira

Postal ilustrado da série Holidays in Portugal
r5 ano(s)
Carlos Pereira
5 ano(s)
José Manuel Marques
O meu camarada está com muito bom aspecto no futuro 🙂 Dia 28 confirmo tá? Grande abraço
5 ano(s)


2017 03 26Já não me lembrava desta foto, de que publico este pormenor, tirada por um fotógrafo ambulante no Jardim Zoológico de Lisboa em Agosto de 1999. Ao meu lado a minha tia Maria Luísa em cujo espólio a encontrámos.

~~~~~~o0o~~~~~~

2017 03 26 - os andores e os andares

Parado
sem andor
na beira.rio sorrio
com frio
e
sem calor
nem verdor
de ardor
o andor
vazio
No andar
- o nono -
andarilho sem andar
um mono
em sarilho
Paço de Arcos 2017.03-26



2016 03 26   Gravura - Escher - TEXTOS de vn SOBRE A PÁSCOA
Nem sempre o projectado se concretiza e, apesar de todos os meus propósitos, ainda não foi este ano que em tempo de Páscoa regressei à aldeia minhota de Goios, terra natal do meu avô materno, apesar de há dois ou três anos e ao fim de décadas - numa estadia no Mindelo - ter reencontrado os meus primos e conhecido outros, família que me recebeu e acolheu de portas abertas, como era a casa dos meus pais em Luanda e como é a minha neste Portugal à beira-mar "prantado".
A Páscoa é uma festa "religiosa" que apenas tem significado para os Cristãos e para os Judeus, cada vez mais transformada em mais uma época de facturação mercantil.
Remeto para um texto de memórias "Goios - a Páscoa numa aldeia minhota (1963 e 1974) in http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/.../goios-pascoa-numa...
e para uma reflexão num dos meus primeiros poemas, escrito nos primeiros anos do meu exílio em évoraburgomedieval - "6ª feira santa" in http://galeriaphotomaton.blogspot.pt/.../6-feira-santa...
Que as amêndoas sejam doces e o folar apetitoso, com cabrito ou borrego assado.


2015 03 26 em luanda, a pose de estudante

sábado, 25 de março de 2023

Textos em março 25

 * Victor Nogueira

2023 03 25   Marcelíadas - Tudo leva a crer que o  comentador e Presidente Marcelo Nuno reprovaria na cadeira de Direito Constitucional de S. Exa o  Senhor Professor Doutor Marcelo Nuno Rebelo de Sousa.

Infrene, imparável,  face à maioria absoluta dum Governo que não é o do seu PSD,  na caso o do PS/enCosta, Marcelo de Sousa debita em contrabalançé, urbi et orbi:

 «Como é que é contrabalançada? No Parlamento, sim, mas no Parlamento há uma maioria muito clara. Qual é o órgão que realmente pode contrabalançar, quando faz sentido intervir? É o Presidente. E essa é a função do Presidente», defendeu. (…) "Sou assim, por uma razão muito simples, porque o Presidente da República tem essa função, e se não cumprir essa função, ninguém mais pode cumpri-la, porque ninguém mais tem a independência do Presidente".»

E, cereja em cima do pastel de nata, invoca a base da sua pretensa clarividência, isenção, independência e superioridade, qual Rei-Sol, absolutista: « "o Presidente é eleito diretamente, é mesmo o único que é eleito diretamente pelo povo". «

É verdade que os Deputados ao Parlamento também são eleitos directamente pelo Povo, de acordo com mais ou menos diversificados programas de Governo e modos de pensar, mas isso serão minudências para o Presidente da República. 

Marcelo de Sousa entende que nas suas atribuições está a de ser “controleiro”, precisando:

«"E o controlar significa o quê? Controlar as leis, promulgar ou vetar, intervir em situações mais extremas, com poderes mais extremos, nas nomeações de diplomatas, nas nomeações de altos cargos do Estados sob proposta do Governo, e controlar pela palavra".» 

Tudo leva a crer que Sua Excelência, o Venerando Chefe de Estado e Supremo Magistrado da Naçóm, precisa urgentemente duma reciclagem, voltando aos bancos da Faculdade para frequentar e ser avaliado na cadeira de Direito Constitucional Português? 

2022 03 25 - Foto victor nogueira - Mértola, nas margens do Rio Guadiana, estrada fluvial, vista das muralhas do castelo. Em 1º plano a antiga mesquita, transformada em templo cristão. (Rolo 386 - 1999 02 20)


2020 03 25 Santa Maria da Feira ou Vila da Feira - Castelo lá no cimo da encosta arborizada, frondosa, onde as pessoas deambulam calmamente. No sopé, no Rossio onde outrora se realizava a feira medieval,  uma igreja e convento do Elói lá em cima, com acesso por ampla escadaria, com fontanário e cruzeiro cá em baixo. Neste Rossio arborizado se realiza uma importante romaria, a Festa das Fogaças. Aqui se situa um espigueiro junto ao Orfeão da Feira  e um quiosque de ferro verde.

O "centro histórico" é pequeno,  com uma rua pedonal  e um largo com fonte a meio e edifício brasonado, onde também se situa o da Câmara: claro que falamos da Rua Direita e da Praça Velha. (Notas de Viagens 1998.06.14)



2019 03 25 foto victor nogueira - 2016.09.26 - O Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, visto da azenha quinhentista, em Azurara. O Convento, fundado em 1318, foi edificado no local onde existiram sucessivamente um castro e um castelo medieval, era destinado a filhas de grandes senhores, e a sua imponência resulta do despique e vontade de afirmação do seu fundador, D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis, face à sua madrasta, a chamada Rainha Santa Isabel. A sua imponência esmagadora e senhorial sobre a Vila a seus pés, não impediu a autonomia da burguesia vilacondense resultante dos Descobrimentos, que conseguiu autonomizar-se com o apoio real. D. Afonso Sanches era o filho predilecto do rei, que pretendia legar-lhe o trono em sucessão, em prejuízo do filho legítimo, que viria a ser Afonso IV, que derrotou todas as pretensões do seu meio-irmão, até à assinatura de um tratado de paz entre os dois irmãos, em 1326. O enorme poder das freiras, que se tornou um entrave ao progresso económico d região, só foi definitivamente quebrado com a extinção das ordens religiosas, no século XIX e na sequência das revoluções liberais.

Graça Maria Teixeira Pinto
Muito interessante! Gostei de ler-saber.
4 ano(s)
Graça Maria Teixeira Pinto
Victor: há uma igreja, onde p/ acaso casei que tem no tecto, uma pintura alusiva á rainha Santa a pacificar os irmãos rivais evitando assim uma sangrenta batalha. Soube agora p/ ti a razão da zanga entre os irmãos. Abraço.
4 ano(s) 
Victor Barroso Nogueira
Graca Maria Teixeira Pinto Reza a história que Isabel de Aragão terá intercedido para que os dois irmãos assinassem a paz. Mas a intercessão mais importante foi durante a guerra civil que opôs o rei Dinis apoiado pela nobreza feudal, contra o futuro Afonso IV, apoiado no poderio crescente da burguesia e dos concelhos.

Uma curiosidade: Dinis e Afonso Sanches, o filho bastardo que acabou por perfilhar, foram ambos homens letrados e trovadores.
4 ano(s)
Graça Maria Teixeira Pinto
Victor,obrigada por mais esta informação. Adoro conhecer estes bocadinhos de história. E agora uma informação pessoal: a minha Mãe tinha uma grande devoção à Rainha Santa e aos 4 anos vestiu-me da dita para eu ir na procissão. Tenho a foto e estou com ar desconfiado. Seria o peso da coroa...😀
4 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Graca Maria Teixeira Pinto Quem sabe ? 🙂
Responder4 ano(s)


2017 03 25 foto de família - a meio o meu pai e à direita o meu avô Luís, numa feira - foto e tela de fotógrafo ambulante

João Carreira
Vi a tua resposta , sei como é que a coisa funcionava mas , não respondeste ao essencial que era saber que-é- quem no lado esqº da foto ...
6 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Ah! João Carreira Desconheço. Reconheço apenas o meu pai e o meu avô e nesta fase do campeonato e após o falecimento da minha ria Lili no passado sábado sou o único sobrevivente e já não é possível responder a todas as questões resultantes dos espólios familiares que me cabem 🙂
 6 ano(s) 
João Carreira
Se reparares tu és bem parecido com ele !...
 6 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Parecido com quem ? Com o da esquerda não, seguramente LOL
 ano(s)
João Carreira
Tive a tirar as "medidas " e vais melhor com o da direita , sim ...
 6 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Não, o meu pai é o do meio João Carreira e com esse sou efectivamente parecido
r6 ano(s 
João Carreira
Cá ganda confusão que eu te arranjei ... fiquei - não sei porquê . porque te explicaste bem - com a ideia de seres tu e o teu Pai ... quando é o teu Pai e teu Avô ... Mil desculpas .
 

2016 03 25 setúbal 2016 - rua Fran Paxeco (antiga rua Direita do Troino)

No local onde se encontra este desenho funcionou um amolador,. Costumavam percorrer as ruas com uma "música" identificativa e consertavam guarda-chuvas, amolavam facas e tesouras e soldavam os furos em tachos e panelas.

Hoje em Portugal já vigora o "desperdício". necessário à rápida circulação de mercadorias necessária ao acumular de lucros. São a "moda" e o não consertar o que se estraga ou rompe. 

A "pequena burguesia" do  tempo dos meus avós, poupadinha e vivendo das aparências exteriores, agora é "assepticamente" designada por "classe média", vivendo das aparências,  do consumismo, do desperdício e da "moda". Mas continuam  idênticas, no renegar as origens "populares" e a "aspirarem" a "ser"com a ilusão do "ter".  Girando em torno do próprio umbigo, são ontem como hoje a "almofada", descartável em tempos de crise. são o fermento contra os que "comem o pão que o diabo amassou", a tropa de choque em potência contra os famélicos da  terra e os deserdados da "sorte".

Na terra de ninguém  e do nada, colocam-se entre as trincheiras

sexta-feira, 24 de março de 2023

Textos em março 24

 * Victor Nogueira


2020 03 24 foto MNS - Salvada (Beja) -1974 01 01
SALVADA - Aldeia alentejana a doze quilómetros de Beja, de casas brancas e térreas, com as suas características chaminés, e um largo onde avultam a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o edifício degradado do antigo cinema, hoje fechado, símbolo duma imponência que o tempo deixou para trás.
Como em muitas aldeias alentejanas existem duas sociedades recreativas, a dos ricos e a dos pobres, que organizam bailaricos, onde se bebe e onde se disputam circunspectos jogos de cartas, como a sueca.
Uma estreita e sinuosa estrada liga Beja à Salvada, via perigosa, ladeada de árvores, onde se verificam não poucos acidentes de viação (1). (Memórias de Viagens, 1997)
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(1) Nesta aldeia moravam dois dos meus cunhados e consortes e num destes acidentes morreu a minha cunhada Teresinha, na foto com o António e a minha sobrinha Milinha.
Por vezes eu participava na taberna em jogatinas de cartas com um dos meus cunhados, o mano Janicas, que se desesperava porque eu não entendia os seus gestos aconselhando o que deveria jogar. Dizia-me ele com o seu habitual bom-humor: "Mas que raio de mano este, que não bebe nem joga como deve ser, nem percebe os meus sinais!".


2014 03 24 foto victor nogueira - Setúbal - crianças do Bairro Azul (Belavista) -

Gosto imenso desta foto, "congelando" um momento - o da fixação na objectiva e a "protecção" ao miúdo central. Nas minhas deambulações fotográficas há pessoas - sobretudo crianças - que me pedem para fotografá-las, algumas dando-me o endereço para que as recebam posteriormente, embora nunca tenham acusado a recepção. Outras, sobretudo os adultos, querem apenas ser fotografadas, apenas por esse motivo, como se a foto significasse que de alguma maneira e deste modo delas ficaria testemunho da sua passagem na terra. —

Jorge Santos Expressões magnificas. Crianças curiosas. Mas não são modelos fotográficos. Deste modo ficará testemunho da sua passagem na Terra.



2013 03 24 O BAILE DAS MÁSCARAS

Uma jogada de mestre, a de Relvas Passes de Coelho. Não foi só Sócrates mas tb Ferreira Leite e o Professor António  Borges que foram repescados para aumentar a confusão e desviar as atenções. Seja na RTP/SIC/TVI, seja no Público/Expresso/Visão/CM/DN/JN  e por aí fora adentro.

MÚSICA, MAESTRO

Ouvem os charlatães todos, incluindo na SIC e na TVI, desde a quadratura do círculo ao Marcelo, o Costa de Lisboa, o Marques Mendes e outros, mas atiram-se à RTP, que Relvas quer silenciar. Por acaso ou não a RTP é que é obrigada a transmitir tempos de antena, sobretudo em períodos eleitorais, e não as estações privadas como a SIC ou a TVI.

Apesar de Borges -  porta voz e fiscal do capital financeiro - o meter no saco dos ignorantes que não entendiam a "bondeza" do TSU,  Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos do Mundo,  dá ao insigne professor de economia a possibilidade no Público de "lavar" a cara e dar o dito pelo não dito, enquanto noutra página o Paulo filho de Belmiro vai zurzindo  nas taxas da banca demasiado altas para os negócios deles, os  Belmiro. 

 Ah! Belmiro perde a polidez e defende como qualquer verdadeiro capitalista ou patrão analfabeto que é preciso baixar os salários (e como irá o Modelo/Continente/Optimus/Zon  fazer face ao Pingo Doce Saude de hipermercado ?) 

Não há crise: Ulrich/Espírito Santo/Américo Amorim/Soares dos Santos/ Belmiro e Cia lá se entenderão até o povo sossegar e acabar com o que Belmiro chama o "carnaval das manifestações" pois é preciso "aguentar" e seguir o exemplo  dos "sem-abrigo", enquanto não se criminaliza a busca de restos nos contentores, que é um dos lucros das empresas de resíduos sólidos, segundo declarou um seu administrador.

Coelho Gaspar e e Portas cumpriram com zelo e competência o amealhar de lucros mais  ou menos fabulosos à banca e as grandes grupos económicos. Agora é preciso mudar as moscas por outras semelhantes, apesar das aparências.

Entretanto, Pacheco Pereira, o "grilo falante" pretensamente independente do PSD, jura a sua fé e fidelidade ao PSD e considera uma provocação pretenderem insinuar que está próximo do PCP. E (em artigo pago pela empresa do Belmiro ?), defende que a solução está nas duas sumidades que são Costa do PS e o Rio do PSD, que se devem entender para um programa de (de)Governo, estilo - digo eu - "tudo como dantes(co), quartel-general em Abrantes" (dos funantes)

Por outro lado o PS de sócretinos seguros, indiferente às "sugestões" escritas no Público de Belmiro,  anda numa fona para conseguirem convencer o eleitorado sobre a quadratura do círculo e a possibilidade de sol na eira e chuva no nabal, tudo a favor do capital, com quem rimam !

É de reflectir sobre as declarações de Almerindo Marques acusando Sócrates/PS de pressionarem a favor das PPP. Ora estas foram criadas por Cavaco/PSD, aprofundadas pelo PS e mantidas pelo PSD/Passos/Relvas/Portas.

Um dos maiores exemplos da promiscuidade do PSD nas PPP está em Ferreira do Amaral/PSD/ministro de Cavaco, cujos ministros PSD estão envolvidos na fraude do BPN, "nacionalizado" pelo PS/Sócrates

Tudo farinha do mesmo saco que pretende baralhar e ficar com os trunfos todos a favor da banca e dos grandes grupos económicos, os verdadeiros donos de Portugal e do Mundo

MÚSICA, MAESTRO


Valsa da burguesia, por José Barata Moura

quarta-feira, 22 de março de 2023

Textos em março 22 - Poesi

 * Victor ogueir

2014 03 22

homem ou mulher
do norte
a morte ou a sorte
do sul
rima com azul
de anil
com til
onde a pontuação
a onda
redonda ?
setúbal 2014.03.22
Arminda Griff ... a onda redonda é do centro? o 9 ano(s) Isabel Maria Nós pessoas do centro não temos direito a uma rima...?9 ano(s) Victor Barroso Nogueira Isabel Reis e Arminda Griff
2. homem ou mulher do norte a morte ou a sorte do suul rima com azul e no centro com fermento arrima o vento sem tormento a pessoa que ressoa a leste e a oeste varrendo a pestesetúbal
214.03.22
9 ano(
s)rminda Griff
FAÇA O FAVOR DE LER A 1ª~QUE ENVIOU! LOL~~~~~~ Não descanses ,não! 9 ano(s) Victor Barroso Nogueira
3. a onda redonda verde com verve não é do centro por dentro é vermelha de norte bem forte com sorte o sol e a lua leste de Leste a Oeste as letras sem tretas coração rosa dos ventos com assento o assunto e acento acentuando a-ventura
setúbal 2014.03.22
9 ano(s) Arminda Griff homem ou mulher do norte a morte ou a sorte do sul rima com azul de anil com til onde a pontuação a onda redonda ?
setúbal 2014.03.22
9 ano(s) Arminda Griff FOI ESTA QUE COMENTEI!!! ONDE ESTÁ O CENTRO AQUI? CARAMBINHA,QUE É TEIMOSO~~~~~~ 9 ano(s) Victor Barroso Nogueira vá lá ler acima o 3º conjunto vou apanhar sol, menina Arminda Griff se vieres a tempo convido-te para lanchares - sem tretas - ali no café Bandarra, no cimo das escarpas de s. nicolau, com a serra e o estuário e setúbal e tróia e o mar-oceanno com fundo 9 ano(s) Arminda Griff Tá... vou pá preguiça,agora. Beijinhos. 9 ano(s) Isabel Maria Assim tá melhor...o centro tb tem mulheres e homens 9 ano(s)

Textos em março 22

 * Victor Nogueira


2023 03 22   A temática e modo de abordagem dos "Contos" pouco ou nada têm a ver com os romances que tens lido, ao contrário do "Conde de Abranhos" embora eu prefira as crónicas reunidas com o título "Uma Campanha Alegre"
Mas quando acabares a empreitada do Eça ainda tens o Aquilino Ribeiro, o Alves Redol, o Soeiro Pereira Gomes, o Charles Dickens, o Honoré de Balzac e o Victor Hugo, entre muitos outros 🙂
Eduardo Fernandes
E o José Rodrigues Miguéis também não é de se perder.
Victor Barroso Nogueira
Não foi uma lista exaustiva 🙂 Poderia referir também o Stau Monteiro, por exemplo.


 

2023 03 22 Da série Marcelíadas: a "Lei" ainda está em consulta pública, ninguém conhece o seu articulado final, mas infrene Marcelo Nuno dia sim dia sim assesta baterias contra o Governo do PS/enCosta, procurando condicionar a sua acção, como se no estrutural fosse(m) diferente(s)  a(s) política(s) do seu PSD, no futuro acolitado já não pelo CDS, mas pelo Chega e pela Iniciativa Liberal.

Ninguém cala ou lembra ao omnipresente, omnifalante e omnisciente Marcelo Nuno, embora sem omnipotência, quais são as suas competências num regime em que o Governo é responsável apenas perante o Parlamento, que aprova ou censura o respectivo Programa de Governação?!  Ninguém recorda a Marcelo que num regime parlamentar o Presidente da República pouco mais é do que um corta-fitas, como Isabel II ou Carlos III de Inglaterra e outros monarcas europeus?


 2020 03 22 foto victor nogueira - cão em cima de um muro na antiga vila de Coz, nos Coutos (do Mosteiro) de Alcobaça., em 1999.02.22

Que busca ele naqueles sítio e posição: vigiar? guardar? espairecer? saltar para a rua? continuar prisioneiro na casa do dono? saberá ele sobreviver ou discernir sem um dono de si?

 2020 03 22 foto Victor Nogueira - Sagres Verão de 1986

A 1ª vez que estive no Algarve foi no Verão de 1986, em Lagos, com o Manuel Salazar e família. Fomos até Faro uma vez, numa estrada nacional super-engarrafada, e visitámos então muitas das praias até Sagres.
Fiquei desiludido com a frialdade das praias e aborrecido com a confusão lá existente e o caótico trânsito automóvel.
Voltei depois, anos mais tarde, na Primavera e no Outono, percorrendo então o barrocal e a serra, um Algarve que muitos dos veraneantes desconhecerão.
1986
O rádio aqui em Lagos transmite música rock. Esta Praia [da Luz] fica a 2 km do Parque de Campismo e tem muitas vivendas bonitas, a maioria das quais só estão habitadas no Verão.
A água é fria como a da Figueirinha [em Setúbal] e não tem ondas nem sabe a sal como a de Vila Nova de Milfontes.
O Parque de Campismo é muito grande e é divertido ir-se lavar a loiça ou a roupa nas instalações colectivas, embora as pessoas não falem umas com as outras.
O Parque tem um supermercado, cabeleireiro, restaurante, "boite", piscina, parque infantil (com um carro de bombeiros) e, imaginem, uma geladaria com sorvetes de 3 qualidades!!! (SRN - 1986.08.21)
Daqui do Parque de Campismo de Valverde, em Lagos, mando-te um aceno de amizade (..)
Tal como esperava o Algarve não tem nada de especial. Já fomos de Faro a Vila do Bispo – e as praias são frias. (MCG - 1986.09.21)
1997
De Lagos para Ocidente o trânsito é menor, com pequenas praias ao longo da costa, até ao Cabo de S. Vicente, após Vila do Bispo. Sagres é um promontório escalvado, ventoso, desértico, com muralhas e o que me parece ser um enorme relógio de sol no solo, com pequenos areais abrigados em pequenas enseadas.
Vila do Bispo tem um ar simpático, destacando-se a igreja, de uma alvura cintilante, com pequenas casas em redor, perto do promontório de Sagres.
Para Norte, atravessando a sinuosa Serra do Espinhaço de Cão, encontramos Aljezur, em árabe significando Aldeia das Pontes, já referida, pequena vila "conservada" na sombra íngreme do seu castelo, povoação ainda com dimensão humana, no meio duma mata que na altura não passava de troncos esquálidos e carbonizados em consequência de sucessivos incêndios. O marulhar das ondas é um ruído constante e monótono audível no Parque de Campismo, a cerca de dois quilómetros.
Na praia do Monte Clérigo, extenso areal balizado a sul pela mole rochosa, casas de veraneio, despretensiosas, onde sobressai uma mais "rica". Para Norte, um pequeno e calmo riacho desagua na arenosa e solitária praia da Amoreira, a qual se alcança atravessando a vau apenas na maré baixa.
Ainda mais para Norte, a caminho de Vila Nova de Mil Fontes, o alcantilado Cabo Sardão, os esgotos desaguando no areal, a praia alcançada por estreito carreiro iniciado cá em cima junto ao característico incaracterístico barraco de comes e bebes. (Memórias de Viagem, 1997.08.21)

2014 03 22 publicado na página dos antigos alunos do Instituto Superior Económico e Social de Évora ou ISESE
Este é um grupo muito comedido, que passa pelas publicações muito ao de leve, sem deixar marca que perdure, apenas o adejar das asas duma ave que depressa se perde no horizonte.


2014 03 22 Verifico que persistem inúmeros interditos que separam as pessoas. quase tantos como os que havia em évoraburgomedieval, 

Mesmo que queiramos conhecer-nos, (quase) ninguém aceita os meus convites, mesmo para um encontro ou passeio, e muito menos vem a minha casa, apesar de ser uma casa aberta, como aberta era a casa dos meus pais em Luanda ou aberto era o meu quarto na casa de hóspedes da D, Vitória, apesar da sua oposição ao corropio de rapazes e algumas raparigas a nele entrarem e permanecerem  E muitos poucos são, tal como em évoraburgomedieval ou no alentejo, os que me franqueiam a porta da sua casa.

Quem está do lado de lá do monitor não me recordo; poderia apenas estar eu a ler um artigo, um blog ou a imprensa on line. Ou alguém cuja virtualidade, por motivos vários, nunca se "encarnou", do verbo se transformando em carne.

Isto nas redes sociais, ainda mais que nas salas de chat, como o mIRC ou o MSN,  é um mundo de "faz-de-conta". De jogos virtuais, sem a proximidade do jogo de cartas à mesa da taberna na aldeia alentejana ou da mesa debaixo do caramanchão no quintal em luanda.

Mas hoje estou mais velho e desencantado. Hoje seria uma surpresa para quem eu era aos 20/30 anos ou mesmo antes dos 60 !

Com efeito, sobre Portugal poderia continuar a escrever, referindo-me à Inquisição, à Igreja Católica, Apostólica e Romana, a Pina Manique e à PIDE, mandatários dos senhores da terra - " verifica-se-à quão castradora foi a sua acção - e esterilizante - quão veementemente destruiu nas pessoas a espontaneidade, a solidariedade, a camaradagem. Não propriamente destruir, porque nesta maldita sociedade portuguesa feudalizada, cinco séculos de história contribuíram para nivelar as pessoas no temor, na mediocridade e na inautenticidade. A coragem, a hombridade, a lealdade, o entusiasmo inovador, eis o que falta ao castrado povo português! " (NSM - 1971.01.14)