Allfabetização
Escrevivendo e Photoandando
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VNsábado, 29 de agosto de 2015
floreandando
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
o milheiral
domingo, 23 de agosto de 2015
Cinzentonho está o tempo
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Portimão e ponte sobre o rio arade
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Na varanda soalheira onde hoje o sol não escalda ...
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
cont(r)a-corrente
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Otelo, o Iago da Revolução
as crises, os PAF's e os PLOF's
1º mensário do João
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
sol e sombras com eça
* Victor Nogueira
Hoje a leitura foi de "Os novos Maias", uma edição do Expresso (1) comprada em saldos na tabacaria da praia, contos desenvolvidos em torno de Carlos da Maia ou seus descendentes. Gostei dos que foram escritos por Rentes de Carvalho e por Clara Ferreira Alves. embora em dois dos quatro e a despropósito lá apareça metido a martelo Estaline e os seus "massacres". No da Clara o descendente é um vencido da vida, vivendo das rendas e da venda do património familiar, reaccionário e blasé. Com ele termina a descendência de Afonso da Maia, avô de Carlos. Não havia nos saldos o volume escrito por José Luís Peixoto e por Agualusa, este um autor angolano que aprecio, conjuntamente com Pepetela e com Luandino Vieira.
Os Novos Maias Vários in http://bibliotecajmo.blogspot.pt/2015/05/os-novos-maias-varios.html
Está um dia soalheiro, o céu límpido e de anil
sábado, 15 de agosto de 2015
mindelo num fim de tarde cinzentão
mindelo num fim de tarde cinzentão
A caminho de casa resolvo não ir pelo interior da freguesia passando por baixo do viaduto e sigo em frente, cruzando a passagem de nível. Verifico assim que o mini-mercado Biguana já nãoé na estrada para Vila do Conde, junto às bombas de combustível da Galp mas sim perto da estação do metropolitano de superfície. Aproveito para fazer algumas compras e a senhora sorridente que me atende responde-me que a criança que provoca o adiantado estado de gravidez nascerá em breve.
post-scriptum - Uma vez mais, cerca da meia-noite, estralejam foguetes, assinalando talvez o fim da festa, neste mês de feiras e romarias, umas ricas, sumptuosoas, bem afreguesadas, com cortejo e andores, outras nem por isso.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
mindelo e a praia
* victor nogueira
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Porto e Ponte da Arrábida
foto victor nogueira - porto e ponte da arrábida, sobre o rio douro, vistos de vila nova de gaia, em 2015. Esta ponte (na época o maior arco de betão armado do mundo) é da autoria do engº Edgar Cardoso, tal como a de S. João (ferroviária).
Na zona do Porto é o rio Douro atravessado por seis pontes_ D. Maria e D. Luís (ambas do séc XIX e arquitectura do ferro), Arrábida, S. João, Arrábida, Freixo e Infante (D. Henrique). Restam ainda os pilares da antiga ponte pênsil, na Ribeira, e a memória do desastre da Ponte das Barcas ocorrido durante uma das invasões francesas, desastre em que teriam morrido ccerca de 4 mil pessoas que fugiam aos exércitos napoleónicos. Dizem que Luísa Todi, cantora lírica setubalense perdido teria perdido as suas jóias, o que não teria impedido o general francês Soult de lhe dar protecção, pois Todi era célebre nos palcos selectos europeus da época.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
está hoje morrinhento o tempo
está hoje morrinhento o tempo
pálido e sombreado
assombrado
sem poesia
baço o milheiral
de cinza o céu sem núvens que se vejam
impregnante até aos ossos a fria e trespassante humidade
as moscas lângudias são como carraças
a erva daninha no quintal foi arrancada
ficando o castanho da terra e o verde clorofila
pintalgado de multicoloridas flores
nos intervalos
o desejo contido e solitário
"bom dia com humor e fantasia"
mindelo 2015 08 11
TRÊS HORAS ENTRE DOIS AVIÕES, um conto de F Scott-Fitzgerald
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
entre santa clara e o ave
O sol, dificultando não poucas vezes a visualização do que se fotografava, e a descarga da bateria limitaram a photo-reportagem nesta tarde quente e luminosa.
mindelo - as fases do quintal
domingo, 9 de agosto de 2015
está chão o mar espelhado
plano como a via láctea
e no areal de sargaços e dunas,
mil azimutes apontando,
ínsulas na península
em rápidos mergulhos
a presa filhada
e desfibrada
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texto e foto victor nogueira
Está em Ítaca
Penélope assombrada,
mas não só, e em pensamento viaja.
ouvindo das sereias o cântico
tágides aos golfinhos.
e de neblina o pensamento
sem a odisseia
de em mares por outrem navegados
encontrar não Helena
mas Penélope,
não amblíope.
e parado o tempo
que incessantemente se acumula.
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Está Ulisses sentado
* Victor Nogeira
Está Ulisses sentado
á beira-bar recrustado
e penélope
destecendo a manta
não incendeia a teia
as aves perpassam de longe
- núvens por Juno em Agosto -
e continua ulisses abafado
os pés mergulhados na areia
como outrora estará joão bimbelo
setúbal 2015 08 04
foto victor nogueira - setúbal - pôr do sol no estuário do rio sado
domingo, 2 de agosto de 2015
Está Penélope liquefeita
desfibrado o pensamento
sem vir hora escorreita
que branqueie o vento
segue feliz o riacho
busca a foz, a entrada,
que não seja em capacho
sem eira nem beir'a verve
que lânguida de pasmado
não esfria nem ferve