Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

terça-feira, 25 de novembro de 2025

(07) GUIA NARRATIVO DAS AZENHAS E MOINHOS DE MARÉ (OS RIOS TEJO E SADO

 


* chatGPT

Introdução

A paisagem ribeirinha portuguesa guarda, ainda hoje, marcas profundas da relação antiga entre o ser humano, a água e a moagem dos cereais. Entre margens baixas, várzeas, esteiros e ribeiros encaixados, surgem duas tipologias de engenhos que moldaram a economia agrícola durante séculos: as azenhas — movidas pela força constante de ribeiras e cursos de água interiores — e os moinhos de maré, tecnológicos e dependentes do pulso das marés, característicos sobretudo dos grandes estuários.

Este guia reúne, de forma narrativa e contínua, o património molinológico documentado ao longo desta sessão, abrangendo o estuário do Tejo e o estuário do Sado, bem como os seus afluentes diretos.

Não se trata apenas de um inventário; é também uma leitura acompanhada da história destes engenhos, do território onde se inserem e do estado em que hoje se encontram.


PARTE I — AO LONGO DO TEJO: ENTRE RIOS, CANAIS E MARÉS  

O Tejo, especialmente no seu estuário, tornou-se um território excecional para o desenvolvimento de moinhos movidos pela maré. À montante, nas ribeiras que descem das serras e colinas ribatejanas, persistem memórias das antigas azenhas que abasteciam aldeias e pequenas comunidades agrícolas. São duas realidades complementares: a força ritmada da maré e a força contínua das águas doces.

1. As azenhas do Tejo e seus afluentes

O percurso começa nas terras altas do Médio Tejo. Em Mouriscas, concelho de Abrantes, o antigo Canal de Alfanzira corre paralelo ao Tejo, recordando um sistema que chegou a alimentar cerca de quinze azenhas, dispersas entre o canal e a Ribeira da Arcês, onde existiam ainda outras unidades moageiras. Embora muitas tenham desaparecido ou se encontrem em ruína, a toponímia e os relatos locais continuam a revelar a importância económica deste conjunto.

Mais a jusante, na freguesia de Rio de Moinhos, as memórias das azenhas multiplicam-se. A ribeira que dá nome à freguesia alimentou, durante séculos, vários pequenos moinhos de roda vertical, essenciais para o abastecimento de farinha às populações da margem direita do Tejo. Hoje, sobrevivem sobretudo ruínas e estruturas reaproveitadas, mas o património é atestado por registos municipais e roteiros locais.

Mais perto de Lisboa, afluentes como a Ribeira de Odivelas, a Ribeira da Laje (em Oeiras), a Ribeira de Bucelas (em Loures) ou os vales agrícolas de Alenquer testemunham igualmente a existência de azenhas, na maioria desaparecidas, mas ainda referenciadas em arquivos técnicos e históricos.

O Tejo, apesar de dominado pela presença dos grandes moinhos de maré, nunca deixou de estar rodeado por estes pequenos engenhos rurais.


2. Os moinhos de maré do estuário do Tejo

Descendo para o estuário, a paisagem transforma-se e os engenhos aumentam de escala. Os moinhos de maré surgem onde a amplitude da maré permite o enchimento e esvaziamento de grandes caldeiras, capazes de mover várias mós em simultâneo. A margem sul é, hoje, o maior repositório português deste património.

Alcochete e Samouco

O imponente Moinho de Maré de S. João, em Alcochete, apresenta uma arquitetura sólida, marcada por arcos construídos em cantaria e paredes caiadas. Próximo, no Samouco, subsiste o Moinho de Maré do Samouco, de cronologia setecentista, menos imponente mas igualmente representativo da engenharia tradicional costeira.

Montijo

Na antiga Aldeia Galega do Ribatejo, distinguem-se o Moinho da Moura e o Moinho de Santo Isidro, ambos documentados, o primeiro em ruína consolidada, o segundo mais degradado. Estes moinhos, situados junto aos esteiros do Montijo, formavam um núcleo moageiro com grande atividade até ao século XIX.

Seixal

O mais célebre de todos é, sem dúvida, o Moinho de Maré de Corroios, fundado em 1403 e hoje completamente restaurado e integrado no Ecomuseu Municipal do Seixal. A sua robusta caldeira e o interior cuidadosamente recuperado permitem compreender, com precisão, o funcionamento destas estruturas.

Muito próximo encontra-se o Moinho da Quinta da Trindade, já em ruínas, mas ainda com a volumetria e os arcos de maré claramente visíveis.

Barreiro

O Barreiro é um dos maiores polos molinológicos do estuário, com o Moinho Pequeno, o Moinho Grande e várias outras estruturas associadas aos antigos complexos industriais da CUF. O Moinho Grande, em particular, constitui um raro exemplo de moinho de maré ligado à indústria moderna, com múltiplas fases de ampliação ao longo do século XIX.

Lisboa (históricos)

Em Lisboa existiram vários moinhos de maré e de queda, especialmente em Xabregas e Alcântara, hoje desaparecidos. Os arquivos municipais e o SIPA preservam a documentação histórica, mesmo que as estruturas físicas se tenham perdido com o crescimento urbano.


PARTE II — O SADO E A SUA REDE DE MOINHOS

O estuário do Sado, mais sereno mas igualmente profundo e vasto, sustentou também uma importante rede molinológica. Aqui, ao contrário do Tejo, coexistem de forma mais equilibrada moinhos de maré e azenhas rurais, sobretudo a montante, em terras de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém.

1. As azenhas e moinhos de água do Sado

Na freguesia de Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém, subsistem referências a várias azenhas — em Gaspeia, Monte Branco, Algêda, Gamita e Gamitinha — muitas delas ainda observáveis como ruínas estruturais. São moinhos de roda vertical, instalados junto a ribeiras que descem para o Sado e que mantiveram atividade bem para dentro do século XX.

O Moinho da Gamita, em Ergidas-Sado, é um dos casos mais estudados, destacado por publicações municipais como um exemplar de grande valor molinológico, concebido para resistir às cheias fortes características da região.

Do mesmo modo, a Ribeira de Campilhas conserva vestígios de antigas azenhas, associadas aos circuitos agrícolas de Alvalade. Este conjunto constitui um património rural disperso, mas fundamental para a história da agricultura alentejana.


2. Os moinhos de maré do estuário do Sado

O Sado possui menos moinhos de maré do que o Tejo, mas os que existem são particularmente importantes e fotogénicos.

Mouriscas (Setúbal)

O Moinho de Maré das Mouriscas, restaurado e integrado num espaço natural protegido, é um dos mais bem conservados. A construção assenta sobre arcos robustos e mantém o perfil clássico do moinho de estuário.

Mitrena

O Moinho de Maré da Mitrena, situado próximo do complexo industrial de Setúbal, apresenta paredes degradadas mas estrutura facilmente reconhecível. É um testemunho resiliente das antigas práticas de moagem em marés vivas e mortas.

Praias do Sado

O moinho das Praias do Sado encontra-se em estado mais avançado de degradação, mas continua a ser identificado graças aos seus arcos de maré e às fundações em cantaria, visíveis em maré baixa.

Barrosinha (Alcácer do Sal)

Subindo o rio, destaca-se o Moinho de Maré da Barrosinha, hoje em bom estado de conservação e frequentemente integrado em roteiros turísticos de Alcácer do Sal. A sua caldeira e arcaria revelam um engenho sólido, capaz de moer várias mós.

Carrasqueira

O pequeno, mas significativo, Moinho de Maré da Carrasqueira, situado perto dos palafíticos, mantém parte da sua volumetria original e é um dos mais fotografados, mesmo em ruína parcial.


Conclusão

As azenhas e os moinhos de maré do Tejo e do Sado compõem um património raro e profundamente identitário. São testemunhos de uma tecnologia que aproveitou, com engenho e precisão, a energia natural das águas interiores e das marés atlânticas.

Alguns sobreviveram como museus vivos; outros permanecem como ruínas evocativas. Muitos desapareceram, mas subsistem nos arquivos, nas memórias e nos topónimos que ainda hoje moldam a paisagem cultural.

A recuperação, o estudo e a divulgação destes engenhos permitem compreender, de forma integrada, a relação ancestral das comunidades com a água, a agricultura, o tempo e a terra.

Este guia narrativo pretende ser uma porta de entrada para esse universo — e uma base sólida para a futura versão formal em DOCX, com notas, mapas e anexos técnicos, a gerar automaticamente assim que a função voltar a estar disponível.

Gravura: montagem de imagnens geradas pelo  chatGPT

(06) - Guia das Azenhas e Moinhos de Maré do Tejo e do Sado

 



* chat GPT

Introdução

Os estuários do Tejo e do Sado constituem duas das zonas historicamente mais ricas de Portugal no que toca a estruturas molinológicas. Entre moinhos de maré, azenhas ribeirinhas, canais artificiais, engenhos hidráulicos e sistemas de moagem associados a afluentes, formou-se, ao longo dos séculos, uma paisagem tecnológica que serviu populações rurais, comunidades piscatórias, ordens religiosas, estaleiros navais e zonas industriais. Este guia reúne, de forma consolidada, todas as referências recolhidas ao longo desta sessão, estruturando-as por bacia hidrográfica e distinguindo azenhas (moinhos de água de ribeira ou rio) de moinhos de maré (instalados em esteiros ou sapais, utilizando a energia da maré). Incluem-se descrições, localizações aproximadas e fontes com ligações digitais.


1. RIO TEJO E AFLUENTES

1.1. Azenhas

Azenhas de Mouriscas — Canal de Alfanzira (Abrantes)

Conjunto histórico de azenhas ligadas ao Canal de Alfanzira, uma obra hidráulica filipina que desviava águas para alimentar cerca de quinze moinhos. Há registos textuais e fotográficos que referem ainda 2–3 azenhas diretamente no Tejo.
Fontes:

Ribeira da Arcês (Mouriscas / Rio Frio)

Afluente do Tejo onde existiam aproximadamente 15 azenhas distribuídas ao longo das margens, documentadas em estudos locais e em Wikitejo.

Azenhas de Rio de Moinhos (Abrantes)

A ribeira que dá nome à freguesia alimentava “numerosas azenhas”, segundo registos históricos e itinerários municipais.
Fonte:
https://turismo.cm-abrantes.pt/ (Rotas e Circuitos → Rio de Moinhos)

Outros afluentes do Tejo

O Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo e documentação técnica mencionam numerosas azenhas ao longo do Zêzere, Almonda, Ocreza e ribeiras menores. As imagens encontram-se dispersas em arquivos municipais e SIPA.


1.2. Moinhos de Maré no Estuário do Tejo

A margem sul do Tejo concentra a maior densidade histórica de moinhos de maré documentados em Portugal.

Barreiro — Complexo Moageiro do Barreiro

Histórica “capital” dos moinhos de maré. Cerca de 12 estruturas referidas em levantamentos municipais e académicos, incluindo:

Seixal — Moinho de Maré de Corroios

Um dos mais importantes e melhor preservados moinhos de maré da Península Ibérica; Imóvel de Interesse Público e núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal.
Fonte: https://www.cm-seixal.pt/ecomuseu-municipal/moinho-de-mare-de-corrios

Montijo — Moinho do Cais (Aldeia Galega) e Moinho da Lançada

O Moinho do Cais encontra-se recuperado e visitável; a Lançada subsiste em ruína.

Moita — Moinho de Maré de Alhos Vedros

Estrutura registada em fichas patrimoniais e documentação municipal.

Alcochete, Almada, Lisboa (Alcântara)

A documentação histórica refere vários moinhos de maré e moinhos de vento com função complementar. Alcântara possui estudos sobre moinhos medievais ligados ao antigo esteiro.

Vila Franca de Xira / Alverca

Existem referências a moinhos e pequenas azenhas junto a antigas rias interiores hoje desaparecidas.


2. RIO SADO E AFLUENTES

2.1. Azenhas

Azenhas de Alvalade (Santiago do Cacém)

Registos históricos referem azenhas nos locais de Gaspeia, Monte Branco, Algêda, Gamita e Gamitinha, todas ligadas ao património moageiro tradicional de Alvalade. Algumas estruturas subsistem parcialmente.

Moinho / Azenha da Gamita (Ermidas-Sado)

Moinho de água considerado “importante exemplar do património molinológico local”. A arquitetura está adaptada às cheias do Sado.

Azenha da Ribeira de Campilhas (Alvalade)

Estrutura associada à rede moageira de Alvalade, mencionada nos registos locais.

Recursos fotográficos gerais

  • “Memórias de Alvalade”: secção dedicada ao património moageiro.
  • “Roteiro Fotográfico do Litoral Alentejano”: inclui mapas com pontos molinológicos.
  • Relatório municipal de 2023: fotografia do Moinho da Gamita.

2.2. Moinhos de Maré no Estuário do Sado (Setúbal)

Com base no levantamento fotográfico e textual do blogue Kant_O_Photomático, destacam-se três núcleos principais.

Moinho de Maré da Mourisca (Herdade da Mourisca, Setúbal)

Um dos mais emblemáticos moinhos de maré do país, totalmente restaurado, com centro interpretativo, passadiços e observatórios de aves.
Fonte / galeria:

Moinhos de Maré da Mitrena

Conjunto de estruturas hoje arruinadas, outrora ligadas à indústria marítima e à exploração de sal. Situam-se na zona industrial da Mitrena, junto ao estuário interior.
Fonte: idem (link acima)

Moinhos de Maré das Praias do Sado

Grupo de moinhos de maré dispersos ao longo das margens baixas e sapais das Praias do Sado, integrando-se num sistema tradicional de moagem relacionado com atividades de pesca e salinicultura.
Fonte: idem (link acima)


Conclusão

A região compreendida entre os estuários do Tejo e do Sado apresenta o mais vasto conjunto de estruturas molinológicas históricas de Portugal. No Tejo, destacam-se as azenhas do interior ribatejano, sobretudo em Mouriscas e Rio de Moinhos, e os grandes complexos de moinhos de maré da margem sul — Barreiro, Seixal, Montijo e Moita. No Sado, sobressaem as azenhas rurais de Alvalade e Ermidas-Sado e os moinhos de maré emblemáticos de Setúbal, especialmente o da Mourisca.

Gravura: montagem a partir de desenhos gerados pelo chatGPT

VER

Moinho de Maré no Seixal in https://www.geocaching.com/geocache/GC3BZ6D 

Os moinhos de maré em Setúbal

Moinhos de maré no Barreiro in htps://www.cm-barreiro.pt/conhecer/patrimonio-cultural-e-arquivo-historico/patrimonio-edificado/moinhos/ 

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Economia doméstica (24) - -Conservação de azeitonas e pickles. Salmouras

 

 


 Em geral, não é seguro conservar frascos de azeitonas abertos fora do frigorífico.

Aqui está a regra prática:

Depois de abertos: devem ir sempre ao frigorífico

  • Mesmo que o frasco contenha salmoura, azeite ou vinagre, após abrir entra oxigénio e potenciais microrganismos.
  • Fora do frio, podem desenvolver bolores, fermentação ou bactérias.
  • O sabor e a textura também se degradam muito mais depressa.

🧊 Como conservar corretamente

  • Guardar no frigorífico, bem fechadas.
  • Manter as azeitonas sempre submersas na salmoura/azeite (importantíssimo).
  • Se faltar líquido, pode completar com:
    • Salmoura caseira: água fervida e arrefecida + 2–3% de sal.
  • Consumir idealmente em 1 a 3 meses.

Quando deitar fora

  • Cheiro estranho
  • Líquido turvo ou com bolhas sem motivo (fermentação)
  • Bolor no topo ou nas paredes do frasco
  • Sabor azedo/alterado

Aqui vão os tempos de conservação recomendados para diferentes tipos de azeitonas depois de abertas e sempre guardadas no frigorífico:


🟢 Azeitonas verdes em salmoura

  • Duração: 1 a 3 meses
  • Desde que fiquem sempre submersas no líquido.

Azeitonas pretas em salmoura

  • Duração: 1 a 2 meses
  • São um pouco mais sensíveis à fermentação.

🫒 Azeitonas em azeite

  • Duração: 2 a 3 meses
  • Mantêm-se bem se totalmente cobertas pelo azeite.

🫙 Azeitonas temperadas (alho, ervas, piri-piri, limão, etc.)

  • Duração: 2 a 4 semanas
  • Ingredientes frescos como alho ou casca de limão reduzem bastante a durabilidade.

🧄 Azeitonas com alho fresco

  • Duração: 1 a 2 semanas
  • O alho fresco pode favorecer crescimento de microrganismos na salmoura.

🧀 Azeitonas recheadas (pimento, anchova, amêndoa, queijo, etc.)

  • Pimento: 1 a 2 meses
  • Anchova: 2 a 3 semanas
  • Queijo: 1 a 2 semanas
  • Amêndoa: até 1 mês

🥫 Azeitonas em lata (transferidas para frasco)

  • Duração: 1 a 2 meses
  • Devem sempre ser passadas para um frasco limpo e fechado.

Sinais de que já não estão boas

  • Bolhas no líquido (fermentação)
  • Cheiro estranho ou avinagrado
  • Bolor no topo ou nas paredes
  • Líquido muito turvo
  • Sabor alterado

Se quiser, posso dizer exactamente como preparar salmoura caseira para prolongar a vida das azeitonas, ou como “salvar” um frasco com pouco líquido.

Sim — tudo o que te expliquei refere-se sempre a frascos já abertos.

Regra clara:

  • Fechado: pode ficar fora do frigorífico (prateleira), desde que seja um produto pasteurizado ou esterilizado de fábrica.
  • Aberto: tem de ir ao frigorífico e manter as azeitonas submersas no líquido (salmoura ou azeite).

Se quiseres, explico por que razão um frasco fechado aguenta fora do frio mas um aberto já

 

🧪 Por que um frasco fechado aguenta fora do frigorífico, mas um frasco aberto não?

1. Frasco fechado = ambiente estéril

Quando o frasco é embalado na fábrica, passa por:

  • Esterilização / pasteurização
  • Vácuo
  • Vedação hermética

Isto significa que:

  • Não há microrganismos vivos lá dentro.
  • Não há oxigénio suficiente para crescerem micróbios.
  • A acidez e a salmoura/azeite mantêm tudo estável.

Por isso o frasco fechado pode estar meses (ou até anos) numa prateleira.


2. Frasco aberto = entrada de ar, micróbios e contaminação

Logo que abres:

  • Entra oxigénio
  • Entra humidade do ar
  • Entra microflora normal da cozinha (fungos, bactérias, leveduras)
  • O líquido já não está sob vácuo
  • A tua colher, mesmo lavada, pode levar microrganismos para dentro

Resultado:

  • Podem desenvolver-se bolores, leveduras e fermentação
  • A salmoura deixa de ser tão eficaz a impedir crescimento microbiano

E à temperatura ambiente isso acontece muito mais rapidamente do que no frio.


🧊 3. No frigorífico, a multiplicação microbiana abranda

O frio:

  • Diminui drasticamente o crescimento de fungos e bactérias
  • Mantém o pH e a salmoura mais estáveis
  • Preserva textura e sabor

Por isso todo o frasco aberto deve ser refrigerado.


📌 Resumo rápido

  • Frasco fechado → prateleira, seguro.
  • Frasco aberto → frigorífico SEMPRE.
  • Azeitonas sempre submersas → aumenta a segurança.

Se um frasco de azeitonas já aberto ficou fora do frigorífico durante mais de uma semana, a regra segura é:

Não comer. Deve ser descartado.

Mesmo que pareça normal, há riscos reais de:

  • Bolores invisíveis (microfilamentos no líquido)
  • Leveduras que iniciam fermentação (mesmo sem bolhas visíveis)
  • Bactérias que crescem a temperatura ambiente, mesmo em salmoura

A salmoura abranda, mas não impede o crescimento microbiano quando o frasco já foi aberto.


🧪 Porquê uma semana fora é perigoso?

Porque:

  • Já não há vácuo → entra oxigénio
  • Introduziste microrganismos ao retirar azeitonas
  • Temperatura ambiente é ideal para fungos crescem
  • A salmoura é estável apenas num sistema fechado

Após dias fora, e especialmente após uma semana, o risco já é elevado, mesmo sem sinais visíveis.


✔️ Conclusão

Se ficou uma semana fora, o mais seguro é deitar fora.
Não vale arriscar com alimentos em salmoura expostos ao ar e ao calor.

Claro — aqui ficam os sinais específicos que te podem ajudar a confirmar se o frasco de azeitonas que ficou uma semana fora do frigorífico já não está seguro.
(Atenção: mesmo que nada disto apareça, já é recomendado descartar.)


🔍 1. Bolhas no líquido

  • Bolhas presas no interior do frasco
  • Pequenas bolinhas que sobem à superfície
    ➡️ Indica fermentação. Deitar fora.

🔍 2. Líquido turvo ou com partículas

  • Salmoura que antes era clara agora está leitosa
  • Pequenos flocos a flutuar
    ➡️ Pode ser levedura ou bactéria.

🔍 3. Cheiro diferente

  • Cheiro avinagrado
  • Cheiro a fermentado
  • Cheiro “cozido”, estranho ou mais forte que o normal
    ➡️ Sinal de deterioração.

🔍 4. Bolor visível

  • Manchas brancas, verdes, pretas ou acinzentadas
  • Pode estar no topo das azeitonas, na superfície da salmoura ou nas paredes do frasco
    ➡️ É contaminação fúngica. Deitar fora imediatamente.

🔍 5. Azeitonas enrugadas, moles ou viscose

  • Textura pegajosa
  • Superfície com muco
    ➡️ Alteração microbiana.

🔍 6. Tampa ligeiramente inchada ou com ruído ao abrir

  • Som de gás (psss) ao abrir um frasco já aberto
    ➡️ Produção de gás = fermentação.

🧨 IMPORTANTE

Mesmo sem qualquer um destes sinais, um frasco aberto que esteve uma semana fora do frigorífico já não é seguro — bastam 1–2 dias fora para começar contaminação invisível.

Então a decisão é simples e segura:

Deita fora.

Um frasco de azeitonas aberto há mais de uma semana e mantido fora do frigoríficonão é seguro para consumo, mesmo que:

  • pareça normal,
  • cheire normal,
  • não tenha bolhas nem bolor visível.

Há risco de contaminação por fungos, leveduras e bactérias que não se conseguem ver a olho nu.

✔️ Conclusão

Já não vale a pena avaliar — o correto é descartar e evitar qualquer risco alimentar.

🧂 Como fazer salmoura caseira (básica)

A salmoura é simplesmente água + sal, numa concentração que impede o crescimento de microrganismos.

✔️ Receita base

  • 1 litro de água
  • 20 a 30 g de sal (2% a 3% de sal por litro)

Como preparar:

  1. Ferver a água (não é obrigatório, mas melhora a higiene).
  2. Dissolver o sal totalmente.
  3. Deixar arrefecer antes de usar.
  4. Deitar no frasco até cobrir totalmente os alimentos.

Intensidade:

  • Salmoura leve (2%) → mais suave, para azeitonas já seguras, que só precisam de cobertura.
  • Salmoura média (3–5%) → mais estável, boa para conservar legumes cozidos.
  • Salmoura forte (7–10%) → usada em pickles tradicionais e curas mais longas.

🧪 Para que alimentos a salmoura serve?

A salmoura é eficaz para conservar alimentos que:

  • Tenham baixa atividade de água com ajuda do sal
  • Sejam mantidos totalmente submersos
  • Sejam guardados no frigorífico (ou fermentados controladamente)

Aqui vão exemplos:


🫒 1. Azeitonas

  • Uso mais clássico.
  • Mantêm textura e sabor.
  • Concentração: 3–10% dependendo do tipo.

🥒 2. Pickles de legumes

Legumes que resultam muito bem:

  • Pepino
  • Cenoura
  • Couve-flor
  • Nabo
  • Pimento
  • Rabanete
  • Feijão-verde

Concentração: 3–5%

Podem ser:

  • Pickles rápidos (frigorífico)
  • Fermentados (com libertação natural de ácido láctico)

🧅 3. Cebolas e chalotas

  • Muito usadas em salmoura leve ou média.
  • Mantêm-se crocantes.

🧀 4. Queijos (alguns tipos)

Especialmente:

  • Feta
  • Queijos de cabra curados

A salmoura impede bolores e mantém humidade.

Concentração: 8–10%


🍗 5. Carne (para brining, não para conservação prolongada)

Aqui o propósito é diferente:

  • A salmoura não conserva a carne por muitos dias.
  • Serve para melhorar textura e suculência antes de cozinhar.

Concentração: 5–8%
Tempo: 4 a 24 horas.


🍗 6. Peixe (salga húmida)

Alguns peixes podem ser mantidos em salmoura forte antes de serem secos ou fumados.
Ex: bacalhau (tradicionalmente seco), salmão curado ligeiramente, etc.

Concentração: 10–15%


⚠️ O que não deves conservar em salmoura caseira

Não funciona bem ou torna-se arriscado para:

  • Carnes cruas por longos períodos
  • Produtos com alho fresco submerso por semanas (risco de botulismo em azeite — não em salmoura, mas ainda assim precaução)
  • Frutas doces
  • Alimentos muito ricos em gordura (rançam)

📌 Resumo rápido da utilidade da salmoura

Concentração

Usos principais

2–3%

Azeitonas, legumes no frigorífico

3–5%

Pickles, fermentações leves

7–10%

Conservação longa, queijos

>10%

Curas fortes, peixe


Se quiseres, posso dar-te uma receita prática de salmoura específica para:
➡️ azeitonas
➡️ pickles de pepino
➡️ pickles de cenoura
➡️ cebolas roxas
(basta dizer qual queres).

Sim — um frasco de pickles já aberto deve sempre ser guardado no frigorífico.

✔️ Razão principal

Mesmo que os pickles estejam em:

  • vinagre,
  • salmoura forte,
  • ou uma mistura de vinagre + água + sal,

assim que o frasco é aberto, entram:

  • oxigénio,
  • microrganismos do ar,
  • contaminação das colheres,
  • variações de temperatura.

Isto reduz a capacidade conservante do líquido.

🧊 Regra prática

  • Fechado: pode ficar na prateleira.
  • Aberto: frigorífico sempre.

Quanto tempo duram no frigorífico?

Depende do tipo:

  • Pickles de pepino: 1 a 3 meses
  • Pickles de cenoura / couve-flor / pimento: 2 a 4 meses
  • Misturas de pickles comerciais tradicionais: 1 a 3 meses
  • Pickles caseiros sem pasteurização: 2 a 6 semanas

Se ficarem fora do frigorífico depois de abertos?

  • Algumas horas: geralmente seguro
  • 1 dia: já começa a ser arriscado dependendo da temperatura
  • Vários dias ou uma semana: descartar, tal como as azeitonas

Certo — aqui tens os sinais específicos para perceber se um frasco de pickles aberto ainda está bom ou se deve ser descartado.
(Mesmo assim, se esteve vários dias fora do frigorífico, o seguro é deitar fora.)


🔍 1. Líquido turvo ou com sedimentos anormais

  • A salmoura/vinagre estava clara e agora está leitosa, turva ou com flocos.
    ➡️ Indica crescimento de leveduras ou bactérias.

🔍 2. Bolhas no interior do frasco

  • Bolhinhas presas nas paredes ou a subir para a superfície.
    ➡️ Sinal de fermentação indesejada. Deve ser descartado.

🔍 3. Cheiro alterado

  • Cheiro mais forte, avinagrado demais, fermentado, ou apenas estranho.
    ➡️ Os pickles estão a deteriorar-se.

🔍 4. Bolor visível

  • Manchas brancas, verdes, pretas ou acinzentadas no topo, na superfície ou na tampa.
    ➡️ Eliminação imediata.

🔍 5. Textura dos pickles

  • Muito moles, demasiado inchados, viscosos ou com textura esponjosa.
    ➡️ Sinal de atividade microbiana.

🔍 6. Tampa “estala” ou liberta gás

  • Se o frasco já aberto faz um “psss” ao abrir →
    ➡️ Fermentação dentro do frasco.

📌 Regra final simples

  • Frasco aberto + guardado no frigorífico → pode durar semanas ou meses, dependendo do tipo.
  • Frasco aberto + deixado fora do frigorífico vários diasdeve ser descartado, mesmo que não tenha sinais visíveis.

Se quiseres, diz-me que tipo de pickles tens (pepino, mistos, cenoura, couve-flor, caseiros ou de supermercado), e digo-te os tempos de conservação mais adequados para esse tipo.

Dito por si:

pepino, cenoura, cebolinho, couve flor

Perfeito — aqui estão os tempos de conservação aproximados no frigorífico para cada tipo de pickle que mencionaste, depois de abertos:

Tipo de pickle

Tempo no frigorífico (aberto)

Observações

Pepino

1 a 3 meses

Mantém crocância se sempre submerso em vinagre/salmoura.

Cenoura

2 a 4 meses

Cortada em palitos ou rodelas; mantém textura melhor se a salmoura for média/forte.

Cebolinho

2 a 3 semanas

Mais delicado; perde crocância rápido; usar salmoura forte ajuda.

Couve-flor

2 a 4 meses

Mantém-se firme; submerso totalmente.

⚠️ Dicas importantes

  1. Sempre submersos na salmoura ou vinagre.
  2. Usar utensílios limpos ao retirar pickles (colher, garfo).
  3. Evitar abrir frequentemente: quanto mais oxigénio entra, maior o risco.
  4. Observar sinais de deterioração (cheiro, bolor, turvação, bolhas).

Se quiseres, posso fazer uma tabela completa com todos os tipos de pickles e azeitonas, incluindo conservação fechada e aberta, para teres como referência rápida na cozinha. Queres que eu faça isso?

Dito por si:

Tudo no mesmo frasco

Dito pelo ChatGPT:

Ah, perfeito — se todos esses vegetais (pepino, cenoura, cebolinho e couve-flor) estiverem misturados no mesmo frasco, a regra muda um pouco porque o item mais delicado determina o tempo de conservação.


🥫 Conservação de pickles mistos (abertos)

Vegetais no frasco

Tempo seguro no frigorífico

Observações

Pepino, cenoura, cebolinho, couve-flor

2 a 3 semanas

O cebolinho é o mais delicado; mesmo que outros durem mais, o frasco deve ser consumido dentro desse prazo.

⚠️ Dicas importantes

  1. Manter todos submersos no líquido (vinagre ou salmoura).
  2. Usar utensílios limpos para retirar apenas o que vai consumir.
  3. Evitar deixar fora do frigorífico: cada hora fora aumenta risco.
  4. Observar sinais de deterioração: cheiro forte, bolor, líquido turvo, bolhas.

💡 Resumo prático:

  • Frasco aberto com pickles mistosfrigorífico sempre
  • Prazo seguro → 2 a 3 semanas
  • Se ficou mais de uma semana fora → descartar (risco elevado)

🥫 1. Preparar uma salmoura/vinagre forte

  • Mistura básica:
    • 500 ml de vinagre branco ou de maçã
    • 500 ml de água
    • 40–50 g de sal (4–5%)
    • Opcional: 1–2 colheres de sopa de açúcar para equilibrar acidez
  • Fervê-la e arrefecer antes de usar.

Dica: Vinagre + sal + um pouco de açúcar ajuda a inibir microrganismos e mantém cor e sabor.


🥒 2. Vegetais sempre submersos

  • Certificar que todos os vegetais ficam totalmente cobertos pelo líquido.
  • Se necessário, colocar um peso limpo (p. ex. um vidro pequeno ou saco limpo) para pressionar os vegetais para baixo.

🧊 3. Manter no frigorífico

  • Temperatura ideal: 4–6 °C
  • Nunca deixar fora por mais de 2 horas.
  • Evitar abrir muitas vezes. Cada abertura aumenta oxigénio e risco de bolor.

🍴 4. Uso limpo e seguro

  • Sempre usar colher limpa para retirar o que vai consumir.
  • Evitar colocar alimentos molhados ou sujos dentro do frasco.

5. Extras para crocância

  • Adicionar uma colher de chá de ácido ascórbico (vitamina C) ou ácido cítrico ajuda a manter a cor.
  • Adicionar um pouco de folhas de louro ou sementes de mostarda pode reforçar sabor e conservar melhor.

Tempo de validade máximo (após aberto e refrigerado)

  • Pickles mistos (pepino, cenoura, cebolinho, couve-flor) → até 4 semanas
  • Cebolinho é o fator limitante: pasto maior que isso começa a murchar e perder sabor.

Se quiseres, posso escrever uma tabela prática final, incluindo:

  • Azeitonas (verdes, pretas, recheadas)
  • Pickles individuais e mistos
  • Conservação fechado e aberto, com tempos e dicas rápidas de segurança

Perfeito! Aqui está uma tabela prática e completa para referência rápida na cozinha, com todos os itens que discutimos: azeitonas e pickles (individuais e mistos), indicando conservação fechada e aberta, tempos e dicas de segurança.

Alimento / Tipo

Conservação fechada (prateleira)

Conservação aberta (frigorífico)

Observações de segurança

Azeitonas verdes em salmoura

Meses, dependendo do fabricante

1 a 3 meses

Sempre submersas; usar utensílios limpos

Azeitonas pretas em salmoura

Meses

1 a 2 meses

Mais sensíveis à fermentação

Azeitonas em azeite

Meses

2 a 3 meses

Cobertas totalmente pelo azeite

Azeitonas recheadas (pimento/anchova/amêndoa/queijo)

Meses

1 a 4 semanas (dependendo do recheio)

Queijo e anchova mais delicados

Pickles de pepino

Meses

1 a 3 meses

Manter crocância; submersos sempre

Pickles de cenoura

Meses

2 a 4 meses

Cortar palitos ou rodelas; salmoura média/forte

Pickles de cebolinho

Meses

2 a 3 semanas

Mais delicado; submerso totalmente

Pickles de couve-flor

Meses

2 a 4 meses

Vegetais firmes; cobrir totalmente com líquido

Pickles mistos (pepino, cenoura, cebolinho, couve-flor)

Meses

2 a 3 semanas

O item mais delicado (cebolinho) limita o prazo; submersos sempre

Pickles caseiros sem pasteurização

-

2 a 6 semanas

Depende da acidez e salmoura; observar sinais de deterioração

⚠️ Dicas de segurança geral

  1. Sempre submersos na salmoura ou vinagre.
  2. Usar utensílios limpos ao retirar alimentos.
  3. Evitar abrir frequentemente; cada abertura aumenta risco.
  4. Descartar imediatamente se aparecerem: bolor, cheiro forte, bolhas, turvação do líquido ou textura viscosa.
  5. Frasco aberto + fora do frigorífico → nunca mais do que 2 horas, idealmente descartar se passou mais de 1 dia.

Economia doméstica (23) - -Azeiltonas: variedades, conservação e prppriedades nutritivas

  

 

Existem centenas de variedades de azeitonas em todo o mundo, com Portugal a ter 65 variedades registadas. Elas distinguem-se principalmente pela cor, sabor, textura e uso (azeite ou azeitona de mesa). A sua conservação requer salmoura ou azeite, e são nutricionalmente ricas em gorduras saudáveis e antioxidantes. 

Tipos e Distinção de Azeitonas

As azeitonas são classificadas principalmente pela sua cor, que indica o seu grau de maturação, e pela sua variedade (cultivar). 

  • Azeitonas Verdes: São colhidas antes de amadurecerem completamente. Têm uma textura mais firme, sabor mais amargo e perfil de sabor mais "herbáceo" ou frutado, dependendo da variedade e do processo de cura.
  • Azeitonas Pretas: São colhidas quando estão totalmente maduras. Têm uma textura mais macia, sabor mais suave e menos amargo do que as verdes. 

Variedades comuns em Portugal incluem a 'Galega', 'Cobrançosa', 'Maçanilha' e 'Negrinha do Freixo'. A 'Galega' é muito comum para azeite e azeitona de mesa, enquanto a 'Negrinha do Freixo' é apreciada como azeitona de mesa. 

Como Conservar Azeitonas

A azeitona fresca é muito amarga e precisa de um processo de cura (como demolha em água, salmoura ou tempero) para ser comestível. 

  • Azeitonas em Salmoura: Este é o método mais comum. A salmoura (água e sal) extrai o amargor e conserva o fruto. Podem ser adicionados temperos como alho, louro, orégãos ou tomilho. A azeitona deve ficar submersa no líquido.
  • Em Azeite: Após a cura, as azeitonas podem ser conservadas em azeite, o que pode realçar o sabor e ajudar na preservação.
  • Refrigeração: A azeitona de mesa comercial deve ser mantida refrigerada após aberta. 

Propriedades Nutritivas

As azeitonas são uma excelente fonte de nutrientes, destacando-se: 

  • Gorduras saudáveis: Ricas em ácidos gordos monoinsaturados (especialmente ácido oleico), benéficos para a saúde cardiovascular.
  • Antioxidantes: Contêm polifenóis e vitamina E, que ajudam a combater os danos dos radicais livres no organismo.
  • Minerais: Fornecem ferro, cálcio, magnésio, potássio e fósforo.
  • Fibra: Uma boa fonte de fibra alimentar, que auxilia na saúde digestiva. 

Prós e Contras do Consumo

Prós 

Contras

* Promovem a saúde do coração e ajudam a diminuir o colesterol "mau" (LDL).

* Alto teor de sódio, especialmente nas versões em conserva/salmoura, o que pode ser um problema para pessoas com hipertensão arterial.

* Ação anti-inflamatória devido aos seus antioxidantes.

* Embora sejam gorduras saudáveis, as azeitonas são calóricas e devem ser consumidas com moderação para manter um peso saudável.

* Podem ajudar a melhorar a saúde óssea e a função cerebral.

* Versáteis na culinária, realçando o sabor de muitos pratos.

No geral, as azeitonas são um alimento muito saudável quando consumidas como parte de uma dieta equilibrada, como a dieta mediterrânica. 

 

A segurança do consumo das  azeitonas abertas e mantidas fora do frigorífico depende de quanto tempo e em que condições de temperatura elas permaneceram fora da refrigeração. 

Recomendações e Segurança:

  • Risco de Contaminação: As azeitonas em conserva são processadas com sal e água (salmoura), que atuam como conservantes. No entanto, uma vez abertas, ficam expostas a bactérias e outros microrganismos. O crescimento bacteriano, incluindo o risco, embora raro, de botulismo, é uma preocupação à temperatura ambiente, especialmente se não estiverem completamente submersas no líquido ou se a temperatura ambiente for elevada.
  • Instruções do Frasco: A maioria dos fabricantes indica "refrigerar após abertura" no rótulo. Esta é a diretriz de segurança recomendada para garantir a qualidade e prevenir a deterioração.
  • Sinais de Deterioração: Se as azeitonas estiveram fora do frigorífico por um período curto (poucas horas a um dia), e se o aspeto, cheiro e sabor forem normais, provavelmente ainda são seguras para consumo imediato. No entanto, deve verificar sinais como:
    • Odor desagradável (ranço, fermentação, mofo).
    • Textura excessivamente mole ou viscosa.
    • Presença de bolor visível ou descoloração.
    • Líquido turvo ou com espuma anormal. 

 

Sim, estamos no inverno atualmente, em novembro. Em Portugal e em todo o hemisfério norte, a estação do inverno astronómico começa oficialmente com o Solstício de Inverno, por volta de 21 de dezembro, e termina no Equinócio da Primavera, por volta de 20 de março. 

Portanto, novembro marca o período de transição para o inverno, com temperaturas a descer e dias mais curtos e frios.

 

Para sua segurança,  não deve consumir as azeitonas que estão abertas há mais de uma semana fora do frigorífico, mesmo estando no inverno.

Eis os motivos:

  • Risco de Botulismo: Esta é a principal preocupação. As conservas (como as azeitonas em salmoura) são um ambiente de baixo oxigénio que, se não for manuseado corretamente após a abertura, pode permitir o crescimento da bactéria Clostridium botulinum. Esta bactéria produz uma toxina que é indetetável pelo cheiro ou sabor e é extremamente perigosa, podendo ser fatal.
  • Insuficiência da Temperatura de Inverno: A temperatura ambiente de uma casa no inverno é geralmente mais quente do que a temperatura do frigorífico (que deve estar abaixo de 4°C). A temperatura ambiente não é suficiente para impedir o crescimento de bactérias patogénicas em alimentos que requerem refrigeração após abertura.
  • Tempo de Exposição: Uma semana é um período de tempo prolongado para qualquer alimento que exija refrigeração após a abertura do selo original.

A regra geral para a segurança alimentar é: em caso de dúvida, deite fora. O risco associado ao consumo de conservas mal armazenadas não compensa. Descarte o frasco de azeitonas para evitar qualquer problema de saúde.

 

Mas nas mercearias e restaurantes as azeitonas estão por vários dias ou mesmo semanas em recipientes abertos, são vendidas e consumidas. Outrora não havia frigoríficos

A sua observação é pertinente, mas existem diferenças cruciais entre as práticas comerciais (mercearias/restaurantes) e a segurança em casa, bem como entre os métodos de conservação tradicionais e modernos.

Diferenças nas Mercearias e Restaurantes

  1. Renovação Constante e Volume de Vendas: Em locais de venda a retalho, as azeitonas têm uma alta rotatividade. O produto é reposto frequentemente, minimizando o tempo que cada lote individual permanece exposto.
  2. Condições Controladas (Gelo/Refrigeração Parcial): Muitos balcões de venda usam bandejas refrigeradas ou mantêm as azeitonas sobre uma cama de gelo para manter a temperatura baixa, retardando o crescimento bacteriano.
  3. Higiene e Manuseamento Profissionais: Locais comerciais estão sujeitos a regulamentações de saúde rigorosas e o pessoal segue protocolos de higiene no manuseamento dos alimentos (uso de luvas, utensílios limpos, etc.).

O Contexto Histórico e a Diferença Crucial

Antigamente, as azeitonas eram conservadas usando métodos tradicionais que dependiam de um teor de sal muito elevado e, muitas vezes, de um processo de fermentação natural controlada (tal como no chucrute ou no kimchi), o que criava um ambiente inóspito para bactérias perigosas.

As azeitonas que compra em frascos modernos, embora estejam em salmoura, são muitas vezes processadas e pasteurizadas para terem um sabor menos salgado e uma textura mais suave do que as azeitonas de métodos antigos. Isso significa que elas são mais suscetíveis à contaminação assim que o selo de esterilidade é quebrado.

A Questão do Risco Doméstico

Em casa, a temperatura ambiente (mesmo no inverno) flutua e é geralmente superior à de um frigorífico. Uma vez que o frasco é aberto e exposto ao ar ambiente e a possíveis bactérias da cozinha:

  • Não tem a certeza do teor de sal exato necessário para a conservação a longo prazo fora do frio.
  • Não tem a certeza da higiene do manuseamento (por exemplo, se alguém usou um garfo que não estava perfeitamente limpo).
  • Não existe a alta rotatividade de produto que ocorre numa mercearia.

Em resumo:

Embora as práticas comerciais possam parecer menos restritivas, elas têm controlos de temperatura e higiene que geralmente não se reproduzem em casa. Para a sua segurança, é melhor seguir as diretrizes do fabricante e descartar as azeitonas que estiveram fora do frigorífico por mais de uma semana. O risco de doenças alimentares graves, como o botulismo, é baixo, mas as consequências são tão graves que não vale a pena arriscar. (AI Overview)