O malabarista do verbo bordejando a chama ! 
Victor Nogueira 
Foi-se    o  mau tempo, vieram o sol e o céu azul, permanece a lassidão desta     constipação que me invade todo o meu ser. E a solidão na multidão em  que    mergulho mas está e permanece para além de mim !
há 6 horas ·
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Victor Nogueira
É    um comentário  pobrezinho, mas hoje o meu vazio  que está em mim e ao    meu redor nada  mais permite que floresça e o meu  sorriso é apenas e   e   como (quase)  sempre uma máscara que se me colou  ao saco de ossos   que é  a minha pele  :-)
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Victor Nogueira 
Também    posso vestir a realidade com fatos alegres e música e  folguedos e    brisas cariciantes e olhares de veludo e sedutores e de  pedrinhas    saltitando pelo riacho com se aves cantando fossem. Com as  palavras e a    arte de usá-las se pode tornar mágico o que não é e  soalheira a mais    triste noite ou brilhante como se de mil sóis  rendilhados falassem o    que me cerca e com elas me libertando :-) Ou não ! ! Porque o mágico  tem   consciência dos truques para tornar mágicos os enganos !
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Victor Nogueira
Pois,     como sou Victor, era dos últimos  a ser chamado nos exames orais.  Até    meio da procissão eu ia estudando a  táctica dos professores. Mas  a    partir daí até chegar a minha vez era  uma seca. Um dia um júri   resolveu   inverter a ordem de chamada pelo que  passei a 2º e tive de   andar à   procura do livro de leitura de francês,  indispensável para o   exame. Mas   safei-me ! LOL
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Victor Nogueira
Natal     de calor sufocante, com humidade que colava miríades de gotículas de     suor ao corpo, com violentas tempestades, aterradoras trovoadas   riscadas   de raios, era o de Luanda, com a única maravilha da praia. O   Natal,   esse ainda era mais faz de conta, um pai Natal enfarpelado qd   tudo   andava em mangas de camisa, a neve da árvore representada com   flocos de   algodão ou o esguicho dum spray em bisnaga, o presépio com   animais que   nunca víramos: carneiros, burros, vacas .... Era um   Portugal de faz de   conta onde a única maravilha real era o alvoroço de   acordar manhã cedo,  a  25 de Dezembro, para desembrulhar as prendas,   mais dadas pelo Menino   Jesus quase despido que propriamente por um  Pai  Natal encalorado em   desapropriadas vestes. E como vivíamos num   Portugal de faz de conta que a  nós, angolanos por nascimento e   vivência, nada nos dizia, o ano lectivo  era igual ao de cá, mas com   Verão/calor  infernal durante 9 meses e as  férias grandes na época   "fria". Com o  Euromilhões bastava-me um clima  temperado como o da   costa mediterrânica  :-) Dum estrangeiro em  Portugal, apátrida, ao   contrário do que diz o BI
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Victor Nogueira
Sabes,    a 2ª vez que estive em Portugal. tinha 16 anos e desembarquei em    pleno  inverno, a caminho dum Porto cinzento, frio e chuvoso, mas com,    um  calor humano nas ruas que já não existe ou já não sinto. A terceira    vez  tinha 20 anose. descia em Lisboa a calçada da estrela até    económicas,  no Quelhas, transido de frio, noite cerrada ainda às 8 da    manhã (em  Luanda já era dia às 5/6 da manhã), mal conseguindo falar ou    escrever,  os lábios e os dedos gelados como prisões, admirado pelas    nuvens de  fumo saindo pelas narinas dos guarda nocturnos, dos pessoas    com quem me  cruzava, dos burros ja desaparecidos, puxando carroças,  num   tempo em  que os pobres andavam a pé, de bicicleta ou de  motorizada,  em  cidades  onde os automóveis eram ainda uma raridade.  Deste País de  faz de  conta e  do meu país falo no poema Raizes
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Ao   fim dum ano em  Portugal, tão  pequenino, tão mesquinho, tão vistas   curtas, o nosso  desejo era  regressar a África. Mas para mim   significava ter de andar  para trás,  para mudar de alínea e seguir   engenharia. Em história  falava-se nas  largas artérias pombalinas,   espantosas ruelas qd as vi  pela 1ª vez, face  às largas avenidas e ruas   de Luanda LOL
o
Victor Nogueira
 E     só voltei a sentir calor humano e solidariedade nas aldeias do     Alentejo, mas não nas vilas e cidades, onde vivi, nas gentes da Beira     Baixa, por onde deambulei, e do Barreiro, onde trabalhei.Fiquei em     Setúbal pk me fazia lembrar Luanda, mas esta é uma cidade     individualista, um deserto, um cada um por si mas tudo coscuvilhando, um     deserto cercado de maravilhas naturais que a mão do homem ainda não     destruiu, ao contrário do que tem feito à cidade
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Victor Nogueira 
Ana, ainda existirá o Barreiro de humanidade onde trabalhei e, apesar de tudo, fui feliz ?
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o
Victor Nogueira
E a mim dói-me a ausência da presença das amizades, feitas de bolas de sabão :-)
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Victor Nogueira
A     tarde soalheira e de céu azul deram lugar a uma noite sem estrelas,     como são as da cidade. Apenas para lá da janela desta torre no cimo   duma   encosta e em terra parece que elas pousaram. Mais prosaicamente,   não   são estrelas em terra que avisto até ao infinito longíquo, mas a     iluminação pública nos povoados e caminhos até Lisboa, como se no     castelo de Palmela estivesse.
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Victor Nogueira
A     tarde está   soalheira, o céu com nuvens cinza claro e azul   acizentado  e  não chove. A   constipação percorre-me o corpo ocupando   todas as  veias,  artérias,   poros e vasos capilares, querendo   empurrar-me para  debaixo  dos   cobertores. Mas resisto !
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Victor Nogueira
The Show must go on ?
O    meu show não tem grandes audiências pelo que segundo as leis do     mercado já deveria ter aberto falência. Grato aos solitários     apreciadores (M/F) :-)
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Victor Nogueira
Embora    não acredite em bruxas nem em bruxarias,  apesar das doutas  crenças   de  Cervantes pela voz de Qixote expressas e   goste mais do  amor como   um  pássaro azul no alto da madrugada, um poster  dos ITAU nos  anos  60  do  milénio passado, não posso deixar passar em  claro a   amorosidade ou   amoramizade da menina da foto e da que envia,   esperando  que o gato  ou  gata preta não me traga azar ou múltiplos   arranhões. Mas,  com   amoramizade, um bjo do Kant_O para ti, com   salero !
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Victor Nogueira
Teen,    dos 30 anos pus nos meus olhos o brilho e nos meus lábios o  sorriso e    da minha alma tirei as rugas e do coração as cãs. Mas feliz  ou    infelizmente, nos dois pratos da balança que é a minha vida continua o     equilíbrio entre a razão e o coração. Mas depois das tuas palavras,     quase regressei à tua idade, teen :-)
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Teen,   se a minha  vida não fosse a dum perpétuo equilibrista, há muito que   estaria a fazer  tijolo com o peso das (des)ilusões. LOL
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Á falta duma foto tua no meu port-folio,por mim fotografada,  deixo-te uma do Fernando Nogueira Pessoa
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Victor Nogueira
A vida é memória
Na    vida tudo passa, tudo esquece, tudo morre. até o sistema solar, se    não  antes, pelo menos quando todos os seres que tiverem memória tiverem     desaparecido !
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Victor Nogueira
Pão e circo ou sem pão mas futebol
O    futebol é o circo dos romanos, tal como as touradas.E os  gladiadores    agora são futebolistas, muitos milionários, com baixos  impostos e    facilmente descartáveis. Mas Roma ainda dava pão e circo,  para    anestesiar. Estes só dão circo e alguns com grande bolsada, como  Vale e    Azevedo, "feriando" lá pelo "fiel aliado".
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Victor Nogueira
Música ou tambores ?
Antigamente    quando as tropas avançavam em filas cerradas morrendo como  tordos e    avançando por cima dos mortos, os tambores tinham a função de     anestesiar a carne para canhão ! Mas a cantiga e a poesia também são uma     arma :-)
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Victor Nogueira
Onde estão os verdadeiros criminosos ?
Ah!    O Povo e os Trabalhadores não são criminosos. Criminosos são  aqueles    que os exploram, que os anestesiam, que tudo fazem para os  dividir e    alienar, porque é assim que os verdadeiros Criminosos, aliados  e    capatazes os querem: mansinhos como cordeiros e a balirem cada um  para    seu lado !
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Victor Nogueira
 A    "essência". é  principal. Muitas vezes somos enganados pela    "aparência". Só  o tempo e a convivência permitem separar as águas.    Nesta virtualidade  que é a internet em que navego desde há 15 anos,quem    sou eu para quem me  lê ? Para uns a ilusão da imagem que surge pelo    que escrevo, para  outras as mãos com que escrevo, para outras a minha    voz. A minha filha  em adolescente comentava como podia um pai que    escrevia coisas tão  lindas - e os meus filhos tb escrevem muito bem -    dizia a Susana, como  um tal escritor podia ser tão seco, duro, frio e    distante. Ou, segundo  um amigo meu, apesar do meu ar acolhedor, em    torno de mim traço um  círculo para cá do qual não permito que as    pessoas entrem. Talvez porque  nunca tenha encontrado uma Pilar e sempre    procurei que os outros  tivessem asas para voar, mesmo que para longe    de mim. Sorry, estou a  escrever demais. Não te esqueças que sou o    malabarista do verbo  bordejando a chama 
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Victor Nogueira
E    os barbeiros já não fazem barbas,  Porque não sabem ou não querem. E   os  que ainda fazem é por rara e  especial deferência pelo cliente já    antigo e levam tanto como se de um  corte de cabelo se tratasse.    Portanto,para barbas mais crescidas,... só  em casa e com uma daquelas    maquinetas eléctricas de aparar cabelo e  depois terminar o trabalho  com   a vulgar máquina eléctrica de barbear E  ao contrário do que  supunha é   mais difícil e exige mais arte o corte do  cabelo curto dum  homem do  que  o comprido duma mulher, pois em caso de  erro, naquele é  difícil ou   impossível corrigir ou disfarçar a má arte ou  descuido.  LOL
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Victor Nogueira
Nem    sempre podemos sorrir, embora o sorriso seja  uma máscara que se me    colou à pele, envolvendo o vazio que está dentro  de mim. Não vivo, não    consigo viver, de virtualidades, especialmente qd o  tempo me escorre    por entre os dedos e as palavras nada são se não  palavras. :-)
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Victor Nogueira
Eu    não  vivo agarrado ao passado. Não esqueço o passado mas vivo o    presente  projectado no futuro. Não choro sobre o leite derramado LOL
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Victor Nogueira
Em tempo - Em noite de lua nova, no campo, não existem sombras, só escuridão :-)
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Victor Nogueira 
LOL    ! Tenho a ilusão que tenho ali num dos quartos cem  kg em barras de    ouro e uma saqueta de diamantes lapidados além duma  colecção completa    do revista de banda desenhada do "Senhor Doutor", que  era da família e    fui rasgando em criança, quando o meu pai me devia era  ter dado duas    valentes nalgadas :) Mas, nada encontro. Pronto, foi-se o  sonho e  ficou   a desilusão, Alice das Maravilhas :)
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Victor Nogueira
     Ninguém me desilude. Eu é que desiludo as outras. Por isso nunca     encontrei a minha Pilar. sou demasiado racionalista e pouco romântico,     apesar das metáforas. Mais cientista que poeta ! Mais pés na terra que     cabeça na lua, apesar dalgumas cabeçadas ! Teria sido um óptimo     engenheiro geofísico ou electromecânico. Assim não passei dum sociólogo     encostado à prateleira ! Mesmo que as prateleiras tivessem sido quase     sempre de luxo, com promoções para disfarçar as perseguições e  chegada    ao topo da carreira com ordenado ao fim do mês porque nunca  me  apanharam   o flanco em questões profissionais !
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Victor Nogueira 
É    verdade. Devo ser intratável, pois os amores da minha vida passam do     êxtase ao ódio e, graças ao meu "savoir-faire", ficam apenas como     simples amizades. Vá lá, ainda não fui lapidado por esta heresia minha.     Mas é comovente a foto da Pilar olhando para o Saramago depois de    morto.  Uma foto que fala mais que mil palavras ou uma biblioteca    inteira :)  Mas o que nunca entendi foi ele ter riscado da vida dele a    Isabel da  Nóbrega. Numa ssssão de autógrafos na Festa do Avante estive    para lhe  oferecer o texto de que deixo a hiper-ligação, mas depois    desisti !
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Victor Nogueira
Há    14 anos que nado por aqui, encontrei pessoas  interessantes,    re-encontrei velhas amizades, mas por muitas "juras" que  se façam aqui    quase tudo esboroa-se com o passar do tempo como água do  rio que da    fonte escorre para o mar. Aproveita-se a água enquanto passa,     saltitamos de pedra em pedra, saboreamos a frescura e depois esperamos     pela barcaça seguinte que uma  vez mais e quase sempre a lado algum     leva. Desapareces de repente e não sei pk, e como não sei, não volto a     incomodar-te.
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Victor Nogueira
Nas    horas vagas leio, procuro conhecer novas terras e novas gentes, ouço     música e vou ao cinema ou ao teatro. E também escrevo. E foi numa     dessas que surgiu o Auto-retrato em Passatempo, "inspirado" num poema     duma das glórias de Setúbal, de... seu nome Bocage, embora se fiquem  por    aqui as semelhanças e parentescos! .
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Com nariz grande, olhar estrelado,
Baixo, cabelo negro, ondulado,
Magro, moreno, mui desajeitado,
Nada ou p'la vida sempre perdoado.
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Buscando amizade, mau achado,
Agindo calma ou mui despeitado,
O êxito logrou, mal torneado,
Com persistência e pouco alegrado.
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Tolerante, mas não libertário,
Conduzindo, longe da multidão,
Na vida procurando liberdade.
 Em tudo mal, buscando seu contrário,
Com ar sério ou risonha feição,
Mal sente, co'a razão, felicidade.
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Setúbal, 1990.03.12
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Victor Nogueira 
Não    comparo problemas nem sei quem os tem maiores. Os  problemas são de    cada um e cada qual tem limites diferentes de  resistência. O que para    uns é uma tragédia para outros não.
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Victor Nogueira
Todos    os becos têm pelo menos uma saída, a da entrada, e tantas outras      quantas as portas, portões e janelas que neles estejam ou se encontrem.      E, em última análise, uma marreta para abrir outra saída no muro ou   na    parede
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Victor Nogueira 
1.    -  Hoje o beduíno sedentário que neste momento sou vai encerrar a   tenda  do  inFaceLook e zarpar para outros portos e marés, sabendo que   há mais   marés que marinheiras ou marinheiros LOL
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2. -  Para vários gostos, a mesma audição base e calminha a caminho da caminha - Blue Moon inFaceLook :-)
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Victor Nogueira
Não,    não podemos dar atenção a centenas de  amigos, virtuais ou não.  Quanto   muito poderemos ao de leve"ver"  sobrevoando por umas dezenas.  Mas  para  mim há mais vida para além deste  Mundo de Faz de Conta -  porque  serei  tão céptico, analítico, racional e  realista ? - Quando  chegar a  altura,  largarei isto como um asteróide  abandonado no  ciberespaço com  nove  blogs. Até lá, vou tratando da vida e  das  arrumações E nos  intervalos,  especialmente após o jantar, passo por   aqui enquanto faço   simultâneamente outras tarefas LOL
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Victor Nogueira
Quando     me reformei fui ao edifício onde trabalhava e aquilo foi um nunca   mais   acabar de beijos e abraços, talvez de alívio pk nunca poderia vir   a  ser  chefe exigente deles. E comentei: "Se morresse amanhã teria um    grande  enterro, mas daqui a um ano dirão: Olha, o gajo morreu e não    demos  por isso. Ainda bem que não soubemos, pois assim não tivemos de    ir ao  funeral" Em troca ripostaram-me "Lá estás tu (ou lá está o    doutor) com  as tuas/suas brincadeiras." Um dia destes voltarei lá após    uma ausência  de dois anos para avaliar a festa :-)
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Victor Nogueira
1.    - A  noite e a manhã passaram e a meio da tarde o tempo continua    soalheiro e  o céu dum azul poeirento  do ar mostrando a sua poluição.    Do alto desta  torre no cimo duma encosta lanço as palavras ao vento e o    vento nada me  diz, o vento nada me traz: nem brisa, nem tufão ! Em    consequência ...  LOL (VN no Facebook)
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2. -  "ouvindo o vosso silêncio e na companhia da vossa ausência. LOL (VN no hi5)
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3 . -  Estado foi alterado para O silêncio, o ruído do silêncio no hi5 é estrondoso ! Só os cegos não ouvem nem os surdos veêm !
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 Victor Nogueira
Hoje, neste palco, o actor representa para o vazio e deixa duas de  Mozart, uma delas bisada
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E     outra para encher o vazio da sala, onde tudo passa, tudo esquece,       tudo morre, em pérolas que vão renascendo sucessivamente, umas atrás   das   outras, sem o gosto da permanência, em pequenas serenatas   nocturnas,    "allegro"
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Victor Nogueira
Embora      já estejamos no auto da madrugada nas cercanias do meridiano de      Greenwich ainda é noite e é duma certa noite que em Abril abriu portas      que Novembro vem encerrando se lhe deixarmos a iniciativa da  estocada     final, fica de José Saramago a descrição ficcionada  d'aquela Noite,  de    que Sofia disse
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"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo."
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Sofia de Melo Breyner
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Carpe Diem -  Atrás do Tempo Tempo Vem ?: A Noite - José Saramago
http://contosdiaadia.blogspot.com/2010/10/noite-jose-saeamago.html
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 Da Carta - segundo Garcia de Resende, António Jacinto e Victor Nogueira 
por Victor Nogueira a Domingo, 17 de Outubro de 2010 às 10:06  (com      algumas repetições porque em se não mudando a vida não se podem      mudar/não mudam os gestos dela e da galeria de recados serão      retirados/as os/as mudos/as e calados/as)
Da Carta
1.       Se as cartas não fossem cartas, muitas vezes escreveria a V.M.  como      desejo, mas porque o são o não ouso fazer, pois as não leva o   vento,     como palavras e plumas, antes se guardam tão bem, que a todo  o  tempo  se    pode pedir razão de ...como se escreveram e porque as   escreveram  (…)    (Garcia de Resende a D. Francisco de Castelo Branco,   20.11.1535).
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2.       (…) Antigamente as pessoas escreviam muito e as cartas eram meio  de      transmitir notícias e muitas delas, com maior ou menor valor    literário,    tornaram-se testemunho dos factos, acontecimentos, ideias e      sentimentos.  Mas hoje, hoje as pessoas telefonam ou encontram-se,      devido à  facilidade e rapidez dos transportes e das comunicações, e  o     tempo é  pouco, paradoxalmente, devido à sobrecarga do que se  gasta  em     transportes, sentado frente à TV ou em tarefas domésticas.  O  mesmo     sucede com o convívio e a conversação: por vários motivos  os  cafés e as     tertúlias desaparecem, só se conhece o vizinho da  frente  ou do lado,     quando se conhece, e as pessoas metem-se na sua  concha,  casulo,   carapaça   ou buraco. Muita gente junta, ao alcance  da mão ou  da voz,   não   significa que estejamos mais acompanhados e  humanizados.  (…)  (Victor   Nogueira à «Maria do Mar», 18.08.1993)
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3.  Carta de um Contratado    - António Jacinto
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Eu queria escrever-te uma carta
Amor
uma carta que disesse
deste anseio
de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
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Eu queria escrever-te uma carta amor
uma carta de confidências íntimas
uma carta de lembranças de ti
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
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Eu queria escrever-te uma carta
amor
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura nossa separação...
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Eu queria escrever-te uma carta
amor
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que te levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levasse puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...
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Eu queria escrever-te uma carta...
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Mas ah meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero - não sei escrever também!
4.    - Escrevivendo e Photoandando por ali e por aqui «Ao  lermos  uma    novela ou uma história imaginamos as cenas, a  paisagem, os      personagens, dando a estes uma voz, uma imagem física.  Por isso às     vezes  a transposição para o cinema revela-se-nos uma  desilusão. Quando     leio o  que a Maria do Mar me escreve(u) surge  perante mim a sua    imagem  neste  ou naquele momento da nossa vida, uma  pessoa simples,     encantadora,  gentil e delicada.» Victor Nogueira .  
5.     -    Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.Mas     os livros não se sentam á nossa beira, nem tem olhos, nem sorriem  nem    nos abraçam, nem connosco passeiam pela rua, pelo campo. Nada  podemos    dar aos livros senão as letras dos nossos pensamento ou um  pouco de  nós    para que chegue aos outros.  Os livros têm os olhos que  nós  temos. E  os  seus lábios são os nossos lábios. Porque se os  livros  tivessem olhos  e  lábios e mãos e dedos seriam talvez pessoas  mas nunca  livros.  Évora   1969.Março.19 Victor Nogueira  .  
7   . PRESENÇA  AFRICANA  E apesar de tudo, Ainda sou a mesma! Livre e   esguia, filha  eterna de  quanta rebeldia me sagrou. Mãe-África!  Mãe   forte da floresta  e do  deserto, ainda sou, a Irmã-Mulher de tudo o que   em ti vibra puro e   incerto...  A dos coqueiros, de cabeleiras verdes  e  corpos arrojados   sobre o azul... A do dendém Nascendo dos braços  das  palmeiras...  A do   sol bom, mordendo o chão das Ingombotas... A  das  acácias rubras,   Salpicando de sangue as avenidas, longas e  floridas...   Sim!, ainda sou a   mesma. A do amor transbordando pelos  carregadores  do cais suados e   confusos, pelos bairros imundos e  dormentes (Rua  11!... Rua 11!...)   pelos meninos  de barriga inchada e  olhos fundos...   Sem dores nem   alegrias, de tronco nu e corpo  musculoso, a raça  escreve a prumo, a   força destes dias...  E eu    revendo ainda, e  sempre, nela, aquela Longa   história inconsequente...   Minha terra...  Minha, eternamente...  Terra   das acácias, dos  dongos, dos cólios  baloiçando, mansamente... Terra!   Ainda sou a  mesma.  Ainda sou a que  num canto novo pura e livre, me   levanto, ao  aceno do teu povo!                                                  Benguela,1953 (de  Poemas,1966)      
TESTAMENTO     À prostituta mais nova Do bairro mais velho e escuro, Deixo os meus     brincos, lavrados Em cristal, límpido e puro...  E àquela virgem     esquecida Rapariga sem ternura, Sonhando algures uma lenda, Deixo o meu     vestido branco, O meu vestido de noiva, Todo tecido de renda...  Este     meu rosário antigo Ofereço-o àquele amigo Que não acredita em  Deus...   E   os livros, rosários meus Das contas de outro sofrer, São  para os   homens  humildes, Que nunca souberam ler.  Quanto aos meus  poemas   loucos,  Esses, que são de dor Sincera e desordenada... Esses,  que são   de  esperança, Desesperada mas firme, Deixo-os a ti, meu  amor...  Para   que,  na paz da hora, Em que a minha alma venha Beijar  de longe os teus   olhos,   Vás por essa noite fora... Com passos feitos  de lua,   Oferecê-los às  crianças 
Que encontrares em cada rua... 
Formatação original dos dois poemas aqui: 
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8      - Aqui estou no meu quarto, buscando para ti as palavras que não      encontro, corpo sem imaginação mas irritado e desassossegado pela      constipação que me percorre as veias e me enche dum nervoso miudinho.      Busco para ti as palavras dos outros, nos livros dos outros, os      ponteiros aproximando‑se das nove e trinta, hora da vinda do homem que      levará de mim as letras que cadenciadamente vão surgindo no papel    branco   que já não é só! Busco as palavras e apenas encontro estas,    hoje vazio   de ti pela tua ausência, ontem pleno pela nossa presença.    São vinte e   uma e vinte, hora de parar, os livros espalhados pela    mesa, o corpo   quebrado, a imaginação e a voz quase secas e frias.    Daqui desta terra,   para ti noutra terra, te abraço e beijo com ternura    e amizade, na   memória do tempo que fomos juntos. Aqui estou!
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Évora, 1972.09.21 (Do Victor Manuel para a Maria Papoila ou Maria Vai Com as Outras)
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* Victor Nogueira  
A      manhã  hoje está nebolenta, embora,  conseguindo esconder o Sol,    deste   não consiga ocultar a claridade, embora do outro lado da    avenida,   para lá das suas margens, nada se distinga, encoberto que    tudo é  por   uma cortina ou véu  dum branco leitoso.
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Victor Nogueira
A    esta hora da  madrugada, quando tudo é silêncio e há muito deveria    estar em Vale de  Lençóis nos braços de Morfeia ou de Joana Pestana,    ouço ainda o dedilhar  nas teclas e e taque seco na tecla de espaços.    Olho pela janela e sobre  a terra um denso nevoeiro que não permite ver    para além da avenida, lá  em baixo. No entanto, lá no alto, brilhante e    como que recostada num  sofá, a Lua em Quarto minguante, uma Lua    mentirosa, pois tem uma forma  de C reclinado, tal como estudávamos em    Angola, onde era um anacronismo o  que nos metiam pelas goelas abaixo    pois os programas eram idênticos aos  de Portugal, no Hemisfério Norte.    Também nos era impossível  orientarmo-nos pela  Estrela Polar, por  mais   garantias que os compêndios  nos encaixavam,  pois o que  encontrávamos   era o Cruzeiro do Sul. E  desmentindo os "livros únicos"  de Portugal  do  Minho ao Timor, a serra  mais alta de Portugal não  seria a da  Estrela,  pois em Angola e  Moçambique alcançavam-se maiores  altitudes! E  nos  livros da primária,  por mais multi-racialidade que  fosse  apregoada, só  apareciam criancinhas  brancas e a única negra era   vestida com trajes  "primitivos".
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Tento    lembrar-me do que fiz durante o dia,  mas não me lembro nem creio que    isso tenha grande interesse para quem  me lê ou para a posteridade.
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Victor Nogueira
Mas     há mais espécies em vias de extinção, para além do lince da  Malcata,    como os humildes burros que    dantes enchiam as estradas e  as ruas   deste país, puxando carroças,    transportando o Sancho Pança  ou puxando   água nas noras para irrigar os    campos ! Ou as  andorinhas, que na   Primavera deixaram de chilrear nos    beirais dos  telhados e neles fazer   o seu ninho para onde voltavam    anualmente  !
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Victor Nogueira
Ainda as pérolas da sabedoria popular
Desde    já ressalvo que não concordo com qualquer destas pérolas do senso     comum intuitivo: "as mulheres são burras", "as loiras são burras", "os     ciganos são todos ladrões", "quanto mais me bates mais gosto de ti",  "o    sol gira à volta da terra", "os políticos e os partidos são todos     iguais", "eu cá não faço nem me meto em políticas", "os negros são     estúpidos", "os imigrantes do Leste são todos mafiosos" "as mulheres  são    um desastre a conduzir", "é assim porque toda a vida foi assim",  and   so  on Bjo do Kant_O (quase) invisível e por vezes iconoclasta!
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Victor Nogueira .
As    auto-estradas da "teia", também  conhecida como WEB, são como um   vaivém  espacial, com mais idas que  regressos, com breves paragens na   Lua em  Marte ou em Vénus, do que  estadias prolongadas, com um renovar    constante de pessoas como as que  circulam anonimamente nas grandes    superfícies comerciais, com as suas  lojas "âncora" ......em torno das    quais se fixam as outras, muito mais  pequenas e menos gravitacionais. 
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"Suprimir     a distância é aumentar a duração do tempo.A partir de agora, não     viveremos mais;viveremos apenas mais depressa" (A.Dumas) Mas     paradoxalmente, raramente o longe se transforma em perto e com     frequência o perto está noutra galáxia !
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 O  "boto" é para quem quem mais orden(h)a ? 
 * Victor Nogueira 
Boletim  Meteorológico - A tarde   está linda, dum  céu azul e pleno de claridade,  luminoso, entremeado   de núvens brancas, aqui à beira do Estuário do Rio  Sado, o único que   corre de Sul para Norte ! Efeitos da especificidade  dos alentejanos e   dos peninsulares de Setúbal, que infelizmente se vão  tornando   pendulares ? A pendularidade é a morte do artista mas o "boto" é  para   quem quem mais orden(h)a ?
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Victor Nogueira
O que é ser Livre?
Sim    sou livre de acreditar que sem união, sem unidade, sem   solidariedade,   sem organização, cada um puxando para seu lado,   convencido da sua   "razão" esquecendo-que duas ou três cabeças valem  mais  que uma só, a   nenhum lado chegaremos. E sou livre de manter a  minha  liberdade   organizando-me e ajudando os outros a organizarem-se,  pk  doutro modo o   barco vai para o porto que eles querem. Sou livre,  mesmo  qd aceito a   disciplina e não desisto de lutar por uma sociedade  onde a  Humanidade e   a Natureza sejam o princípio e o fim da política  e da  economia.
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Sou    livre apesar das amarras que me tolhem mas tenho a consciência delas   e   não me fico pelas aparências ou pelo pensamento único. Ao contrário     das aparências é a terra que gira à volta do sol e não o contrário,     apesar da Inquisição ter levado Galileu a abjurar o que a ciência    demonstrou.  Sem a divisão do trabalho e sem o trabalho, não há riqueza.    Os  trabalhadores passam bem sem patrões e capatazes que os roubam    todos os  dias. Já estes, sem o Trabalho de quem escravizam e submetem,    morreriam à  fome e na miséria a que condenaram biliões de seres   humanos  no Planeta  Azul Se os patrões se organizam em Clubes e   Confederações, a  nível  nacional e internacional, porque razão hão-de   os trabalhadores  pensarem  que desorganizados os vencerão e terão   melhor vida ?
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Victor Nogueira
Cidadão  A - ,    tudo é política:  uns são actores actuantes num ou noutro sentido.    Outros ficam passivos  em vez de se organizarem, E sem ofensa, termino    com O Analfabeto Político de Bertolt Brecht
"O  pior analfabeto é o   analfabeto político  Ele não ouve, não fala, nem  participa dos   acontecimentos políticos. Ele  não sabe o custo de vida, o  preço do   feijão, do peixe, da farinha, do  aluguel, do sapato e do  remédio   dependem das decisões políticas.
O analfabeto  político   é  tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a     política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a     prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o     político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas  nacionais e    multinacionais. " Reparem, eu não estou contra os que  trabalham mas   com  aqueles que "sujam" a política para dela afastarem a  arraia miúda e    assim melhor se governarem.
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Victor Nogueira
Boletim médico-meteorológico
-    Cavaco quebrou o tabu do segredo de   polichinelo. É (quase) tudo  para   escavacar, mais nobre, menos alegre,   nas urnas? . Como o tempo:    cinzento, triste, frio e chuvinhento !   Fiem-se na Virgem e na  Senhora   de Fátima e óspois ...
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Victor Nogueira
O Baile das Cadeiras e dos Cadeirões
Mas    é neles que o povo e as classes intermédias botam. Pelo menos as     sondagens da Católica Universidade dão uma larga maioria ao PSD, seguido     do PS. Trocam-se as cadeiras mas é o boto que temos de gramar, por     falta de bota e muito falazar, ...! Mesmo a minoria que quer outro  baile    e outros actores, é reduzida ao silêncio pelas TV's e órgãos de     referência ou (semi)tablóides ! Os jornais falam nas falcatruas do  BPN,    do enorme buraco que a CGD vai ter de encaixar, enquanto outra  jóia  dos   bancos e da gestão privada tinha 80% do crédito concedido a  oito    entidades das quais duas accionistas do próprio banco e dos mais  ricos    de Portugal, que fazem falcatruas e empréstimos e embolsam  lucros com o    dinheiro que lhes confiamos, que malbaratam e que temos  de repôr para    que a falperra continue! Ainda não se fartaram dos  banqueiros que dão    ordens ao Governo e a certos partidos de que são  os verdadeiros  donos?
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Victor Nogueira
A     avaliação não se faz pelos anos na política mas pelo que se  promete  e    efectivamente cumpre. Fosse a idade  o  critério e a política    estaria   entregue a Jotas já envelhecidos de espírito e "tenrinhos" na    idade! E   the last but not the least,...   quer por activismo quer  por   "absentismo" a política e o seu exercício   são um direito de   cidadania  que deve ser quotidiana e hora a hora   exercido !O resto é   demagogia e  fazer o jogo dos que emporcalham a   política em benefício   de patrões  que esses sim, gozam e beneficiam sem   darem a cara.
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Mas   o  Zé Povão esfrega-se de contente a bater nos paus   mandados e nos     Trabalhadores da Administração  Pública, que este também pagam      impostos mas são acusados de viverem à custa dos impostos quando      asseguram funções sociais do Estado Social desbaratado, mas ninguém fala      dos baixos impostos e fabulosos lucros da banca, associada a  grandes     empresas, a que entregamos o nosso dinheiro, com ele  arrecadam os  tais    lucros fabulosos e ainda por cima não nos pagam  juros antes nos   cobram   comissões crescentes  e despesas de  gestão.Cansa tanta   cegueira!
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Victor Nogueira
LOL    Devias estudar o materialismo  dialéctico e o papel do Estado e o    Conceito de Ditadura. Nós vivemos  numa democracia burguesa (dos grandes    capitalistas e seus aliados) e  numa ditadura (cada vez mais feroz)    sobre os trabalhadores. Para que  estes tenham de construir um mundo à    sua medida tem de ter um Estados  Democrático para os Trabalhadores e    ditatorial para com o Capital e seus  aliados. E é com os erros e as    experiências que se conseguirá construir  uma democracia a todos os    níveis, uma democracia de verdade e não de  fachada e engodos.
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Mas    ... tu lês mesmo o que eu tenho escrito? Pensei que se podia debater     mas queres fazer a tua rEvolução (escrita do PPD...) com anjos? Tens  de    fazê-la com os homens e mulheres com os defeitos e virtudes do  lugar e    tempo em que estão. Queres combater a organização deles, a  ideologia    deles, com o salve-se quem puder e cada um por si,  desorganizado ?  Temos   de aprender com os erros e tentar evitá-los ou  preveni-los. E    aproveitar o que de positivo a experiência humana  tentou construir.    Incomodo-te? Di-lo.
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Victor Nogueira
O    Alberto Caeiro, tal como o Guerra Junqueiro, não gostava muito do  Deus    dos Cristão e muito menos de Espírito Santo, ao qual um banco  foi    buscar o nome. Muito menos o Eça da Relíquia ou do Crime do Padre  Amaro,    Mas embirraram com o Evangelho e o Caim de Saramago, menos   iconoclasta   que qualquer dos anteriormente citados. Mas o Saramago   tinha um sinal   vermelho na testa e por isso o Vaticano não lhe   perdoou, com a not' alá   no jornal deles. Os Simpson fazem rir e o riso   faz esquecer as  misérias  de que as Igrejas têm sido coniventes ao   longo de milénios com  os seus  holocaustos e apadrinhamento de ambos os   campos em litígio. O  que é  preciso é salvaguardar os cifrões. Quanto  o  povo, deles fala o  bispo  assassinado Oscar Romero, a Teologia da   Libertação, os padres   republicanos fuzilados por Franco durante a   Guerra Civil Espanhola ...   Para não falarmos na misogenia contra as   mulheres, salvo a "Virgem"   Maria.
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Quanto aos Simpson, neles predomina o amarelo, que como se sabe é  a cor do ouro, sem decoro, tal como Homer :-)
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E    do Saramago quase ninguém fala nesse fabuloso "Levantados do Chão" ou     de duas das suas peças de teatro "In Nomine Dei" e "A Segunda Vida  de  S.   Francisco de Assis".
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Quanto   ao Saramago queria-lo a  receber o Nobel por causa de Levantados  do   Chão" ou do "Memorial do  Convento"? Ainda não vi se houve algum Nobel    da Literatura para algum  escritor de "Leste" que não criticasse o    socialismo, com virtudes e  defeitos. Mas o da Paz já vi e não encontrei    lá qualquer soviético ou  comunista, mas sim o Kissinger e outras    "pombas" como ele :-) Ou não  terei visto bem?
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Victor Nogueira
Saramago    não é Deus e nem sempre temos de concordar com ele, também   podia    dizer dislates, como qualquer ser humano.Um cidadão, qualquer que   seja    a sua profissão, deve exercer os seus direitos de cidadania. E      reflecti-los naquilo que   faz.  Mas não me posso esquecer dum senhor    Duarte Pio que ficou   "horrorizado" com o "Evangelho segundo Jesus    Cristo", não pk o tivesse   lido mas pk lho haviam dito e depois este    ano foi comemorar em Guimarães   não o centenário da República mas da    assinatura do Tratado de Zamora,   no seu discurso enfiando Eça, talvez    pk nunca tivesse lido ou alguém  lhe  tivesse feito a digestão ao   ouvido  de"A Relíquia" ou o "Crime do  Padre  Amaro", para além das   "Farpas",  estas em parceria com Ramalho  Ortigão. 
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Ou    dum tal Sousa  Lara, subsecretário de Estado da inCultura que "vetou"     o  mesmo  romance, como outros "Caim" e nunca devem ter lido Alberto     Caeiro ou a  "Velhice do Padre Eterno", de Guerra Junqueiro. Mas e   assim,   mal por  mal, antes a república. Não quer votar? Não vote. Mas   lute por   aquilo  em que acredita ! E se acredita que  o Capitalismo é  o  fim da    História, eu limito-me a registar e a contar com milhões  de  homens e    mulheres que, com avanços e recuos, com imperfeições,   procuram construir    uma sociedade radicalmente diferente, onde a   Humanidade e a Natureza    conduzam a vida na Terra ! Sem reis,   capatazes ou senhores morgados
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* Victor Nogueira 
Arraial | Arraial ! Por El Rey de Portugal
Em  5 de Outubro o senhor Duarte   Pio e seus apoiantes reuniram-se em   Guimarães, não para comemorar o   centenário da República mas sim para   reclamar a restauração da   Monarquia e comemorar o Tratado de Zamora, que   marcaria o início da   existência de Portugal como reyno autónomo. E por   entre vivas ao   senhor Duarte Pio, este deu uma de política defendendo a   superioridade   da Monarquia, da sua tolerância e do rey hereditário com  o  trono   passando de pai para filho e uma de cultura citando entre  outros  Eça   de Queiroz. Este senhor Duarte Pio de história ou pouco sabe  ou    recorda apenas aquilo que lhe convém!
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Este    senhor  considerou na altura um "horror" o livro de Saramago,    considerado uma  ofensa aos sentimentos católicos "O Evangelho segundo    Jesus Cristo",  não porque o tivesse lido mas porque lho haviam dito.    Mais contundente é  "A Reliquia" de Eça de Qeiroz, que não sendo    comunista tinha ideias  socialistas. Era pois na sua juventude um    iconoclasta subversivo, e um  dos implicados nas Conferências do Casino,    em 1871, proibidas pelo  Marquês de Ávila e Bolama, proibição   sancionada  pelo Rey e Senhor D.  Luiz.
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Com efeito as Conferências veiculavam ideias que eram tidas por perigosas como a República, a Democracia e o Socialismo.
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O     senhor Duarte Nuno quer ser Rey de Portugal, entendendo ele que o  Rey  e   os herdeiros estão melhor preparados para governar que  Presidentes  da   República vindos da ralé e do pé descalço, com cheiro a  suor. E  para   defender a sua dama vais buscar os países nórdicos. Vá  lá, parece  que   não se lembrou de Juan Carlos de Bourbon rei de  Espanha por Graça  de   Franco, o qual era caudilho pela graça de Deus !  Esqueceu-se de    repúblicas como a Alemanha, a França, a China, os  Estados Unidos ...
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O     Senhor D. Carlos poderia ter sido um grande artista ou cientista,  mas    esteve condenado a ser rey, governando em ditadura de mãos dadas  com    João Franco. E, para além de deixar o país endividado, de ter  sido    forçado a aceitar o Ultimatum Inglês, tinha um profundo desprezo  pelo    Povo, referido-se a Portugal como a choldra!
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E para além dos escândalos financeiros em que a Casa Real esteve envolvida, deixou D. Carlos um país na bancarrota!
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Mas     quanto ao candidato ao trono, nem todos os monárquicos apoiam a  Causa    do Senhor Duarte Pio, antes preferindo um outro cidadão. Mas  ambos  são   descendentes de D. Miguel ! Quem era D. Miguel ? Irmão de  D.  Pedro, que   proclamou a independência do Brasil e de que foi  imperador  e, num acto   incestuoso combinou o casamento da sua filha D.  Maria com o  tio. Tendo   jurado a Carta Constitucional, tornou-se  perjuro em  conluio com a mãe,   D. Carlota Joaquina, pretendendo  governar como  ditador! Foi também o   responsável por uma sangrenta  guerra civil,  apoiado pelas forças mais   reaccionárias responsáveis  por crimes e  violências sobre os liberais !
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Voltando     ao Tratado de Zamora, D. Afonso Henriques alargou o território do     Condado Portucalense em guerras de saque, carnificinas e rapina aos     mouros, muito mais tolerantes e civilizados que os bandos de malfeitores     que o apoiavam, cruzados incluídos. E quanto a probidade e honradez,     Afonso I "arrancou" ao Papa Alexandre III o título de Rex em troca  dum    tributo anual, compromisso que deixou de cumprir.
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Quanto    à  superioridade moral da monarquia e dos reis, encontramos ao longo   da   História de Portugal reis perjuros, carregados de bastardos,   amantes de   freiras, loucos, assassinos (como Afonso IV, Pedro I, João   II), e  quanto  aos nobres, esclavagistas e traficantes de escravos    (como  Henrique o  Navegador) (2), mais ligados a Castela que a   Portugal, como  sucedeu em  1383/85, em 1580 e 1640. Portanto, nada   patriotas ! Reis  comprometidos  com a Santa Inquisição, suas   perseguições e crimes, tudo  para maior  glória de Deus e do Rei (1)
E sendo os  monárquicos muito    viris, não sei como encaram a homosexualidade de  Pedro I,  João VI ou o    lesbianismo de D. Amélia. (3). Isto para não  falar nesse misterioso   D.  Sebastião que antes de morrer nas areias do  Norte de África andou a    espreitar para dentro dos túmulos dos seus  avoengos.
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Para    finalizar, a monarquia é um anacronismo,  pois assenta na crença da    superioridade duma camada social, a dos reis e  nobres, sobre todas as    outras, e numa violência, que é forçar uma  criança a ser rei em    detrimento doutros interesses e campos  profissionais !
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Dedique-se    pois o senhor Duarte Pio a  cultivar as suas herdades e a cuidar dos    seus palácios, de que tira  bastos rendimentos como em Vila Viçosa. E   nos  tempos livres vá  estudando a História de  Portugal, não aquela    destinada ao delfim (Ad usum Delphini),  mas  a outra, a  do Povo  ! Quanto à pretensa gata borralheirice actual,  não  consta que  os/as  consortes oriundas da "plebe" sejam mendigos ou  sem  abrigo,  antes  plebeus ou plebeias com bolsa bem recheada!
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Victor Nogueira
A revolução faz-se com os homens e mulheres com as virtudes e defeitos do tempo e lugar em que estão, teen. .
Mas    a monarquia traz em si a   desigualdade e a arrogância da   superioridade  do "sange" azul que é tão   vermelho como o da plebe.   Antes ...um  Cavaco do que um Duarte Pio ou um   D. Carlos que   impunemente desabafava  que isto era uma choldra, mas era à   conta da   choldra que enchiam a  pança de pai para filho ! Coitado do   Carlos de   Inglaterra, cuja mãe  não há meio de morrer e ele é possível   que não   venha a ser rei :-)
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Victor Nogueira
Não      é bem assim, teen. Só que a classe dominante tem milhares de anos e      experiência e os outros de que falas ou são vítimas de manipulação  da     consciências ou vivem na ilusãp de que poderão ascender a patrões  ou     capatazes! A imagem é de Volpedo e dhama-se o 4º Estado.
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Espero      que tenhas dormido bem e que hoje, neste dia soalheiro, estejas   menos    azeda e mais doce e mais realista sem ser realista/monárquica e   menos    camada intermédia do "centrão" Bjo do Kant_O cota, oh teen  :-)
o
Victor Nogueira
Em tempo    - eu não falo na democracia burguesa, mas antes dela com alguma      substância do que a monarquia ou a ditadura fascista e autoritária da      burguesia, numa ou noutra forma de governo, mesmo que. Bjo teen, que   vou    regressar à solidão de vale de lençóis pois uma constipação   resolveu    chocar em mim e nos meus brônquios ! :-) ou :-( ?
Victor Nogueira
Bem,    O Cântico Negro dito pelo Ary  teria outra pujança. Tal como a que o    João Villaret dá à Toada de  Portalegre ou à Procissão:-) 
o
Victor Nogueira
E    está aqui uma breve tertúla instalada, estilo tenda de beduíno, mas é     melhor que se pode arranjar no inFaceLook, agora que os cafés deram     lugar aos bancos das cifras e a TV corta as conversas em família,  salvo    seja. Mas ficaram as charlas doutro Marcelo, que de tudo um  pouco bota    faladura :-)
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Victor Nogueira
Sim,    dantes via os simpson, no tempo em que via televisão. Uma  família    terrível, ao pé da qual as da Mafalda, do Charlie Brown, do Xico  Bento e    do Calvin estavam no paraíso :-)
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Os   Simpson fazem-me  lembrar uma série britânica, cujo nome me  não  ocorre  - eu gosto muito  do humor britânico - sobre uma família em  que  havia  dois ramos - o  burguês, cuja mulher vivia das aparências e   moía o  juízo ao desgraçado  do marido - e a proletária" envergonhante",   cujo  pater famílias é muito  parecido com o Homer :-)
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 Victor Nogueira
A Política é uma causa nobre 
A Política é uma causa nobre. Mas alguns, com o seu voto ou ausência dele, permitem a sujeira em que alguns a transformaram
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Sobre a causa "Reduzir os Deputados no Parlamento"      significa que ele  ficaria quase completamente nas mãos do centrão      corrupto que tomou conta  deste País, mas não com o meu voto. Mas  ...     foi com o teu ou a ausência  dele ? Votem, mas votem bem mas não  em     alegres e nobres só-ares que tudo têm  escavacado de mãos dadas  embora     finjam desacordos. E organizem e  participem nas comissões de    moradores,   de utentes, de trabalhadores, de  bairro, sindicais.    Coloquem o poder   na Rua, donde nunca deveria ter  saído, porque o voto    e/ou a  passividade  de muitos vós assim o permitiu !
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Victor Nogueira
Voltando    aos direitos das mulheres na Roma Imperial, , apesar de  louvarem a    democracia ateniense, reservada a uma minoria de  proprietários -  homens   - esclavagistas, livres do suplício do trabalho,  em Roma as  mulheres   não estavam confinadas ao gineceu, antes podiam  frequentar  os lugares   públicos, incluindo as termas, no lar estavam  igualadas  aos homens e   podiam exercer a medicina, a advocacia, o  comércio e  participarem em   salões literários
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Victor Nogueira
O    João Villaret dizia o Cântico Negro com mais força, mas não encontrei     qualquer vídeo no sítio do costume. Dos vários, aquele pareceu-me o     melhor. E não encontrei a Toada de Portalegre, nem por ele, nem por     qualquer outro
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Victor Nogueira
Para     alguma coisa serviram a expulsão dos judeus para permitir a     persistência duma nobreza parasitária com o auxílio da Santa Madre     Igreja e do Santo Ofício, a que se seguiu um desastroso tratado de     meetween que apenas serviu o Reino Unido..., apesar do interregno do     Marquês de Pombal cuja obra D. Maria destruiu, para permitir a     sobrevivência duma nobreza parasitária e duma monarquia corrupta, que a I     República herdou, tentando esta reformar o País contra os    trabalhadores  e a incipiente e anarquista classe operária, até que    chegou o homem de  santa comba, do ruralismo miserável ou absentista,    dos industriais  medrando à sombra do condicionalismo industrial e da    Pide. E após o  interregno de Abril em Maio, a magistral jogada de    Só-Ares e Alegre, com  a entrada na "Europa" e as privatizações e a    destruição da agricultura,  das pescas, da indústria naval, da    metalomecânica pesada, da siderurgia  ... O homem já confessou na sua    alentada entrevista em 3 volumes como  gamou os votos em nome do    socialismo para instaurar o súcialismo. Só que  o povão gosta mesmo de    ser roubado e transforma o voto na urna em  necrotério, num swing de    baile mandado entre PS/PSD com a muleta do CDS,  tudo escavacando em    nome de encobertos mandantes.
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Victor Nogueira
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CORAÇÃO ROSA DOS VENTOS
A tua carta é um pássaro pintado
…………………………com emoção e alegria!
Cada folha é uma seara dividida em quatro e
na delicadeza do teu olhar
sou um rio
…….... leve rumor
…. suave brisa que passa e canta!
(Setúbal, 1992)
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Oeiras - Foto Victor Nogueira
Setúbal - A beleza da poluição - Foto Victor Nogueira
Nos arredores de Sesimbra - Foto Victor Nogueira
Mértola - Foto Victor Nogueira
Setúbal - Primavera na 5 de Outubro - Foto Victor Nogueira
Tempestade em Setúbal - Foto Victor Nogueira
Árvores na encosta do Castelo de Palmela - Foto Victor Nogueira
A ilusão  nas núvens - Foto Victor Nogueira
Pôr do Sol em Cela, nos Coutos de Alcobaça, na Herdade que foi do General Humberto Delgado - Foto Victor Nogueira
Setúbal - Pôr do Sol no Estuário do Sado - Foto de Victor Nogueira
Setúbal - Nascer do Sol - O Homem da Bicicleta no parapeito duma das varandas - Foto Victor Nogueira
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