* Victor Nogueira
As férias judiciais puseram Sócrates em pousio, reflorescendo talvez lá para os finais de Verão. Quem não tem descanso é o Mestre André, omnisciente e omnipresente, presença assídua nos caneiros televisivos, ameaçando destronar Marcelo de Sousa, recolhido em parte incerta, para sossego de Montezero.
Aguar-Branco pisca sempre à direita, em estremosa defensão do Chega de Ventura e sua troupe, Em nome da liberdade a bancada do Chega goza de amplas liberdades para achincalhar os deputados e deputadas das bancadas à esquerda. Aguar-Branco censura o Carneiro do PS por este chamar “fanfarrão” ao “colega” André, um insulto inadmissível, Mas não ouviu este chamar “frouxo” ao líder do PS. E nesta trica no Estádio da Nação , transmitida em directo, consumiram-se largos minutos. Aliás, a única intervenção que não deu para este baile foi a de Paulo Raimundo, assertivo e sem "desvios", reflectindo os verdadeiros problemas do País, sem lateralidades sobre o “estado da Nação”, mas disso não trataram os “resumos” noticiosos.
O Mestre André, que se assume como o líder anti-sistema e da oposição à traquitana da AD capitaneada por Luzito Montezero, faz queixinhas porque a oposição se opõe às leis sobre nacionalidade e imigração aprovadas em conúbio com a chamada AD, pedindo celeridade para a sua promulgação. André, em desdobramento de personalidade, reúne assim e em-si uma de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, entre a oposição à (Vera) Oposição e em conluio com a situação.
Interrogado sobre as reiteradas ilegalidades detectadas pelo Tribunal Constitucional que poderiam impedir o Chega de se apresentar às próximas eleições autárquicas, o Dr. André Frankenstein repete e repete e repete que o Chega é o 2º partido em Portugal, que os tribunais têm de ter isso em conta, que não podem erradicar o Chega com manobras de secretaria e que deve ser respeitada a vontade do Povo e que é nas urnas que tudo se decide. Na senda dos casos dos impolutos Albuquerque e Montenegro, em quem o Povo confiou a confiança, deste modo avalizados pelo vçoto popular, contra ventos e marés.
Montezero e Melo avalizam o Ventura, segundo eles mais responsável e comedido, como se estivessem a escrever uma peça de humor negro. «Apesar de atribuir uma “fiabilidade histórica” maior ao PS, Montenegro considerou que o partido de André Ventura está mais responsável.» No entanto o CDS (ainda) não dá a absolvição ao André, embora acredite na “redenção”, mas precisa ainda dumas “provazitas”. Entretanto, apesar das figas em torno do “não é não” (se não é não, então o não é sim), Montezero considera que «o partido liderado por André Ventura “está normalizado” há muito tempo e apelou ao PS para que mostre “humildade democrática neste novo tempo político”.»
A talhe de foi.se: A Susana chamou-me a atenção para o programa The Daily Show, que em tempos vi de relance. Tirei-me de cuidados e assisti a algumas emissões, em que o saco de pancada é Donald, o Ventura “amaricano” A imprensa portuguesa já tem relatado, com algum comedimento, as tiradas de Trump. Mas apresentá-las em sequência de breves flashes é um most. Como pode p Presidente da nacóm mais poderosa do Planeta terráqueo ter saídas daquele calibre e um comportamento tão errático e truculento?
A Ucrânia continua a ser um sorvedouro de dinheiro sem fundo, para sangrar a Federação Rússia, apresentada como querendo manter a guerra para de seguida invadir a Europa, para gáudio da tripa-forra do complexo militar-industrial do Uncle Sam. Escamoteiam-se as propostas da Rússia para a celebração dum Acordo de Segurança Europeia e que em 2022 as propostas da Rússia mantinham as regiões do leste como parte integrante da Ucrânia, (embora com autonomia e respeito pelas minorias russófonas), o menosprezo do “ocidente” pelos acordos de Minsk e a sabotagem de qualquer acordo da Ucrânia com a Rússia, logo em 2022. Agora Zelensky “exige” a retirada das forças russas para as fronteiras na altura da da invasão e a entrega das “crianças” levadas da Ucrânia para a Rússia.
Nada no conflito entre a Ucrânia e a Rússia se compara ao que se passa em Gaza e na Cisjordânia, diariamente transmitida pelas televisões. Os ataques russos são sempre presentados como “ataques” a instalações civis, nunca seriam alvos militares, e os mortos ucranianos são apenas civis e nunca militares.
A violência, a desumanidades, a
venalidade dos líderes “ocidentais”, a intolerância, a manipulação das
consciências são o novo normal, o normal
que explica os Leões como o de Loures e o crescimento do Ventura, que em 6 anos
passou de deputado único a 2ª força política, actualmente com uma bancada de 60
truculentos fanfarrões a quem a comunicação súcial dá microfone e guarida.