Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Covid 19 e mortalidades

* Victor Nogueira

Ora vamos lá relativizar. Os mortos devido ao Covid 19 ascendem a 325 pessoas (2020.04.06) o que dá até ao momento uma média diária inferior a 4 pessoas (3,35) desde 1 de Janeiro de 2020.
Em 2020.04.08 o nº de mortos ascendia a 409. o que dá uma média diária pouco superior a 4 óbitos (4,13)
Em 2020.04.19 haviam falecido 741 pessoas, cerca de 1 terço idosas, sendo a média diária de óbitos de 6,7-
Vejamos as causas de morte em Portugal, nos anos de 2017 e 2018, disponibilizadas pelo INE, resumidas no quadro final

Causas de morte 2017 E EM 2018 - - Statistics Portugal - INE -

MORTALIDADE EM 2017
Os dados estatísticos permitem verificar que em Portugal e em 2017 morreram 110 187 pessoas, o que dá uma média diária de 302 pessoas . As três principais causas de morte foram Doenças do aparelho circulatório (32 366 mortos a uma média diária de 89 pessoas), Tumores malignos (27 503 mortos a uma média diária de 75 pessoas) e Doenças do aparelho respiratório, incluindo gripe e pneumonias (12 819 mortos a uma média diária de 35 pessoas). As restantes causas de morte subtotalizaram 37 499 mortos, a uma média diária de 103 pessoas.
Vejamos a seguir com um pouco mais de detalhe.
De acordo com os resultados relativos à mortalidade por causas de morte em 2017, verifica-se que: - existiram 110 187 óbitos no país (Total), menos 0,7% que no ano anterior (110 970 óbitos em 2016); - do total de óbitos, 109 758 foram de residentes em Portugal, e 429 de residentes no estrangeiro; - por sexo, registaram-se 55 398 óbitos de homens (menos 0,9% que no ano anterior) e 54 789 de mulheres (menos 0,5% que em 2016).
Doenças do aparelho circulatório - Estas doenças constituíram a principal causa básica de morte em 2017, com 32 366 óbitos, menos 1,3% que em 2016; - As doenças do aparelho circulatório representaram 29,4% da mortalidade em 2017, resultado ligeiramente inferior ao registado em 2016 (29,6%); - A taxa bruta de mortalidade foi de 314,2 por 100 mil habitantes em 2017, menos 1,1% que em 2016;
Tumores malignos - Estas doenças constituíram a segunda causa básica de morte em 2017, com 27 503 óbitos, mais 0,5% que em 2016; - Os tumores malignos representaram 25,0% da mortalidade, resultado ligeiramente superior ao registado em 2016 (24,7%); - A taxa bruta de mortalidade foi de 267,0 por 100 mil habitantes em 2017, mais 0,8% que em 2016;
Doenças do aparelho respiratório - Estas doenças foram também uma das principais causas de morte em 2017, com 12 819 óbitos, menos 4,9% que no ano anterior (13 474 óbitos); - As doenças do aparelho respiratório representaram 11,6% da mortalidade, resultado inferior ao registado em 2016 (12,1%); - A taxa bruta de mortalidade foi de 124,5 por 100 mil habitantes em 2017, menos 4,6% que em 2016;
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas - Estas doenças provocaram 5 363 óbitos, menos 4,2% que no ano anterior (5 599 óbitos); - As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas representaram 4,9% da mortalidade, resultado inferior ao registado em 2016 (5,0%); - A taxa bruta de mortalidade foi de 52,1 por 100 mil habitantes em 2017, menos 4,0% que em 2016;
Perturbações mentais e do comportamento 1 - Estas doenças estiveram na origem de 4 032 óbitos em 2017, mais 9,2% do que no ano anterior (3 691 óbitos); - As perturbações mentais e do comportamento representaram 3,7% da mortalidade, resultado superior ao registado em 2016 (3,3%); - A taxa bruta de mortalidade foi de 39,1 por 100 mil habitantes, mais 9,5% que em 2016;
MORTALIDADE EM 2018
Os indicadores divulgados pelo INE incluem os principais grupos de causas de morte por doença, destacando-se as doenças do aparelho circulatório, os tumores malignos, as doenças do aparelho respiratório e as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, bem como as mortes por causas externas de lesão e envenenamento.
Em 2018, no país (incluindo mortes de residentes no estrangeiro) morreu-se principalmente devido a doenças do aparelho circulatório, com 32 926 óbitos (32 732 de residentes no país e 194 de não residentes), ou seja, 29,0% do total de óbitos, com um decréscimo de 0,4% relativamente ao ano anterior
Em 2018, os tumores malignos foram a segunda principal causa básica de morte no país, com 28 531 óbitos (28 450 de residentes no país e 80 de não residentes) que representaram 24,6% do total de óbitos e uma diminuição de 0,4% em relação ao ano anterior
No conjunto de óbitos de indivíduos residentes em Portugal, em 2018 foram também relevantes as mortes devidas a doenças do aparelho respiratório (13 276 óbitos), que representaram 11,7% do total de óbitos ocorridos. Neste grupo de doenças inclui-se a pneumonia, que esteve na origem de 5,1% das mortes ocorridas em 2018 (5 750).
No conjunto das doenças respiratórias, são também relevantes as mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, com 2.834 óbitos, representando 2,5% do total da mortalidade e com um aumento de 7,9% face a 2017.

Com menor importância em relação à mortalidade global, o INE salienta os aumentos significativos nos totais de mortes por gripe (influenza) (205 óbitos) e por asma (142 óbitos).
As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas causaram 5 550 óbitos de residentes em Portugal, em 2018, correspondendo a 4,9% do total, com destaque para a ocorrência de 4 292 óbitos por diabetes mellitus (3,8% do total de óbitos).

As mortes por causas externas corresponderam a 4,6% do total de óbitos de residentes em Portugal em 2018 (5 216 óbitos), destacando-se a importância relativa das mortes por acidentes (3 069 óbitos) e por suicídio e outras lesões autoinfligidas intencionalmente (989 óbitos).
No ano em análise, registaram-se em Portugal 1 689 óbitos (1 687 de residentes no país e 2 de não residentes) pela doença de Alzheimer (mais 120 óbitos do que em 2017)

Em 2018, registaram-se 314 mortes por infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou SIDA.

Em 2018, os sintomas, sinais, exames anormais e causas mal definidas como causa básica de morte representaram 6,2% dos óbitos residentes em Portugal (7 030 óbitos), o que representa um agravamento em relação aos valores de 2017 (6 665 óbitos).

SAZONALIDADE
Na análise por mês de ocorrência do óbito verifica-se uma diferença entre o padrão de sazonalidade dos óbitos por doença e dos óbitos provocados por causas de morte externas. Os meses com maior frequência de óbitos por doença foram os meses do inverno (dezembro, janeiro, fevereiro e ainda março), com percentagens mensais de óbitos a variarem entre os cerca de 9% e 11%, e nos restantes meses a variarem entre os 7% e os 8,5%, com destaque para as doenças do aparelho respiratório, em particular gripe e pneumonia. No caso dos óbitos provocados por causas externas verificaram-se picos de mortalidade nos meses de janeiro, agosto e outubro com cerca de 10% em cada, sendo que nos restantes meses se situam em cerca de 8% de óbitos ocorridos mensalmente.
FONTE:

covid 19 - 599 motos (até 2020.04.14) - taxa bruta de mortalidade em 2020 - 5,5 (cinco vírgula cinco) óbitos por100
mil habitantes, Note-se que 1/3 dos mortos foi de idosos internados em lares


Sem comentários: