Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 17 de março de 2021

"O Panorama", no século XIX

 * Victor Nogueira

Num alfarrabista comprei em tempos 2 volumes encadernados com a Revista Panorama, relativos a 1841 e 1842. Depois fui em busca dela na internet e na Hemeroteca Digital de Lisboa verifiquei que todos os números se encontram digitalizados, assim como de outras revistas dos séculos XIX e XX, tais como "Illustração Portuguesa" (1903-1923), com magníficas fotos, "Brasil-Portugal" (1899-1914), "O Ocidente" (1877-1915) e, de Rafael Bordalo Pinheiro, a humorística "António Maria" (1879-1899). Um regalo folheá-las, mesmo que virtualmente, podendo fazer-se o download integral da totalidade de qualquer delas.

As gravuras desta nota foram extraídas dos volumes que  adquirira no alfarrabista. São gravuras e não fotos, que nessa altura a fotografia ainda não fora inventada e disso veio a beneficiar a "Illustração", onde  publicava Joshua Benoliel, um dos primeiros foto-repórteres. Mas o interesse é ver em "O Panorama" como eram em 1841/1842 monumentos que hoje têm outro aspecto.

Aqui fica o endereço para uma visita. Deliciem-se 

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/COLECC%C3%83O.htm




Beja - Torre de menagem do castello


Cabo de S. Vicente


Faro e as suas muralhas


Igreja de S. Pedro de Rattes


Lagos e as suas muralhas


Castello d' Estremoz


Uma vista de Cintra


A Sé de Lisboa


Silves e as suas muralhas


Peniche e suas muralhas


Porto  Igreja de Cedofeita


Setúbal - Convento de Jesus


Lisboa . Mosteiro de Belém (Jerónimos)


Castello da Feira, visto de do lado do sudoeste


Guimarães - Igreja da Oliveira


Porto - Igreja e torre dos Clérigos


Braga - Praça do Paço dos Arcebispos


 Alandroal - Igreja da Boa Nova


Vista de parte de Lisboa, tomada do alto d'Almada


Cathedral de Vizeu


EXTRA Panorama


Lisboa - Vista do Convento da Madre de Deus


Setúbal - Mapa do século XVIII, autor desconhecido - Neste gravura vêm-se as muralhas medievais e as setecentistas, incluindo o Forte de S. Filipe (actual Pousada), o Forte Velho ou de S. Luís Gonzaga (no Viso, em ruínas e coberto de matagal) e o Forte da Estrela (junto ao Hospital de S. Bernardo, demolido, dele restando a memória na Ladeira do Forte da Estrela)


"Setuval", do cartógrafo e engenheiro Alain Manesson Mallet (1630-1706), que trabalhou em França para o rei Luís XIV, sendo autor de "Os Trabalhos de Marte ou a Arte da Guerra", obra em 3 volumes publicada em 1684, à qual pertence esta gravura de Setúbal.  in   

2006 - Cetóbriga


17 de Março de 2014

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