* Victor Nogueira
2021 03 07 O que distingue Cavaco de Marcelo? Um subiu a pulso desde o Poço de Bole e Queima até à Quinta da Coelha, outro nasceu em berço de ouro. Um tem pouco verniz e é carrancudo, outro tem muita "finesse" e beijoqueirice.
Mas ambos têm de comum elogiarem a "obra" de Passes de Coelho suportada pela troika e lhe darem a mão, em louva-deles. Ambos são muito devotos da Santa Madre Igreja e da "Senhora".
Ambos prefeririam um governo todo poderoso capitaneado pelo "seu" PSD de que foram presidentes, ambos não gostam da solução dum governo do PS viabilizado pelo PCP, Bloco e Verdes. Mas não gostando, Marcelo engole o sapo à espera de melhores dias.
Com maior arte e manha, Marcelo mantém o governo do PS em lume brando, atiçando para que o seu PSD e adjacências encontrem líderes que empolguem as ma$$a$, face ao declínio do CDS, ao falhanço da Aliança do Santana Lopes e ao descalabro desse trauliteiro Rui Rio.
Para além de pretender ser o Presidente-Rei Sol absolutista, na linhagem de D. Sebastião Marcelo poderia ter como cognome "O Recauchutador-mor"?
Até lá, com ou sem purgante para engolir sapos, Marcelo vai mantendo o governo do PS em lume brando., orando por um novo ciclo político com alterne duradouro e forte à direita e actualização de protagonistas, para enganarem o pagode, tirando simultaneamente o tapete a Rui Rio no PSD e a Tó Costa no PS.
Entretanto, já novos protagonistas ressurgem das catacumbas, a Iniciativa Liberal e o Chega de Ventura , hipotéticos novos sustentáculos do PPD/PSD?
Nunca entendi bem a planta do edifício. Aqui morámos no 2º andar dto do º 21, num apartamento com enormes assoalhadas e tectos abobadados.
Os do lado esquerdo, onde moravam a Isabel e o António Ricardo, professores como nós, eram trabalhados em estuque. Ambos se situavam ao cimo duma íngreme escadaria, de dois lances, no topo da qual uma cancela permitia que os miúdos (a Susana e o Daniel Filipe) brincassem no vasto átrio. Para aceder ao da direita subia-se um pequeno degrau e entrávamos num minúsculo átrio; defronte, a cozinha, à esquerda, um pequeno pátio com a despensa e, à direita, subindo uns degraus, ficava uma sala interior, com um pequeno nicho, onde preparávamos as lições e estava a biblioteca. Novos degraus permitiam o acesso a um vasto piso com enormes assoalhadas: a sala de estar, o nosso quarto e a casa de banho. Novas escadas para a traseira conduziam-nos ao quarto da Mariazinha e da Susana.
No nosso quarto uma porta permitia o acesso a um segundo pátio, por uma larga escadaria de dois lances, escadaria que servia também para arrumos. Neste segundo e soalheiro terraço se estendia a roupa para secar e dele se avistavam os telhados de Évora, as torres sineiras da Igreja de Santo Antão e a Rua da Moeda.
No princípio eram deveras incomodativas as badaladas da Igreja, assinalando as horas e os quartos, mas passado algum tempo já não dávamos por isso. Os< nossos amigos admiravam-se da Susana não dar quedas numa casa com tantas escadinhas, mas a verdade é que ela depressa se habituou, subindo e descendo desassombradamente, no princípio gatinhando. Foi nesta casa que aprendeu a andar sozinha.
Gostava imenso desta casa, situada a dois passos da Praça do Giraldo, mas hoje seria um entrave subir aquela íngreme escadaria ajoujado de compras e circular pelo seu interior subindo e descendo escadinhas incessantemente.
No rés do chão do edifício, com janelas de guilhotina por onde entrava um frio gélido e cortante, situava-se um estabelecimento comercial e no 1º andar dois escritórios, um dos quais do Banco Espírito Santo.
O prédio pertencia ao Santana, que tinha uma casa de móveis mais abaixo; no princípio não queria alugar-nos, mas fui falar com a nora, casada com um filho dele (ambos tinham sido meus colegas de curso no ISESE) e lá se resolveu a dar-nos o aluguer.
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