Ao (es)correr da pena e do olhar: (quase) diário de campanha 03

Allfabetização

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

(quase) diário de campanha 03

* Victor Nogueira

Ou Costa, tal como Rio, está com os fusíveis queimados, ou querem fazer de nós ... tótós.

Rio diz que apoiará um Governo minoritário do PS se este tiver mais votos que o PSD, enquanto recomenda o voto no CDS e não enjeita o apoio do Chega, esperando que, se a maioria pertencer ao PSD, o PS viabilize um governo das "direitas"

Costa que provocou eleições em nome da "estabilidade" e para não estar dependente de "favores" do PCP, Bloco e Verdes, tão depressa diz que governará à Guterres, orçamento a orçamento, com eventual apoio do Livre e do híbrido PAN, em seu entender mais "confiáveis" que os parceiros da chamada "geringonça", como apela á "protecção" de São Marcelo, de S. Bento a Belém.

Que se pode esperar de Marcelo, recolhido e mudo em parte incerta, depois de aconselhar "estabilidade" [por dois anos] e um "virar de página"?

Marcelo não esconde a sua agenda, sempre a favor do seu PSD, cuja liderança por Passos Coelho sempre elogiou,

Marcelo nunca esccondeu que a existência/persistência dum Governo do PS viabilizado pela "esquerda" não seria a sua solução, aquela que o seu antecessor Cavaco foi forçado e "engolir", em sede parlamentar,

Marcelo, que sempre torpedeou e manobrou sibilinamente contra o Governo de Costa/PS ...

Marcelo cuja recandidatura foi apadrinhada por Costa e outros dirigentes nacionais do PS, de alto gabarito, torpedeando a eventual apresentação dum candidato do PS com eventual apoio do PCP, Bloco e Verdes ...

É a este Marcelo que Costa e o eleitorado do PS querem recorrer para "temperar" um Governo do PS com maioria absoluta?

É esta a "estabilidade" e o "virar de página" que pretendem o eleitorado enfie dos pés á cabeça, enfarinnhado com papas, bolos, artes e manhas?

O agora recauchutado Rio do PSD, com ar de Avô Cantigas, especialista em meter os pés pelas mãos e as mãos pelos pés, no 2º vídeo da campanha televisiva eleitoral do PPS/PSD tem como avalizadores esses grandes democratas em sucessivas fotos que são ... Sá Carneiro, Durão Barroso, Cavaco Silva e Passos Coelho.

A sabedoria popular afirma que "não há pequenos almoços grátis".

O traço de união entre Marcelo e Costa e sua entourage é inviabilizar um governo das "esquerdas" em benefício do Kapital. Por isso provocaram eleições: Costa em busca duma maioria absoluta para ser ele o timoneiro de serviço. Marcelo, para que o timoneiro de serviço fosse o Rangélico do PSD.

Contrariando a sua costela omnimetediça, o Presidente da República recolheu-se ao silêncio, enquanto Rio do PSD esbraceja e Costa implora pelas "alminhas" do PAN e do Livre e á protecção de Marcelo, ambos dando tiros nos pés confiantes nas bençãos e protecção do Presidente da República,

Cuide-se o eleitorado caso acredite que há pequenos almoços grátis nesta farsa que poderá ser uma tragédia.

Ver o vídeo do PPD/PSD com a participação de Sá Carneiro, Durão Barroso, Cavaco e Passos Coelho a partir do 3'18", após o da CDU, em