* Victor Nogueira
Tantas fronteiras com barreiras
tantos muros e morros
em socalcos
tantos palavras vazias
com azia
O riso conciso
no chão que piso
21 de fevereiro de 2020 ·
foto MNS- Em Luanda, no Parque Florestal da Ilha do Cabo, com o casal Castelo: Noémia e Jorge.
A D. Noémia Castelo era das mais idosas no grupo de amigas de que a minha mãe fazia parte, conjuntamente com a minha madrinha Cristina Santos. A D. Noémia era uma pessoa muito alegre, casada com um engenheiro, salvo erro de máquinas, que se formara na Grã-Bretanha – o Jorge Castelo – uma figura notável pois era uma raridade em Luanda, sempre de calções e meias brancas até ao joelho, muito “british.” numa cidade onde os ingleses não exerciam influência cultural, mas sim a França, o Brasil e os EUA.
Nessa altura havia um cine-teatro onde também havia sessões de ópera e de variedades, o Restauração, com restaurante-bar-dancing. Pois uma vez o porteiro tentou impedir a entrada do Engº Castelo, por este ir de calções, traje considerado inapropriado. Enfim ...
Na roda de amigas havia rotativa e semanalmente um lanche na casa de cada uma, juntando também a criançada. O Engº Castelo era especialista em enormes bolos de gelatina, tremulizantes e multicoloridos.
Viviam numa vivenda, na Avenida Brito Godins onde se situava o Liceu Salvador Correia, com um grande quintal com criação e dois esqueletos completos e em tamanho natural no escritório, que eu ia ver às escondidas.
Na semana do lanche em nossa casa era uma festa, a minha mãe com um arsenal de garrafinhas cada uma com seu corante ou paladar (essência) e nós a raparmos as formas dos bolos e dos biscoitos ou - para “desespero” materno - a comermos à sucapa o fiambre, com um sabor delicioso que já não lhe encontro.
Neste grupo algumas eram apenas domésticas, como a Bia, a Beatriz ou D. Noémia, outras exerciam uma profissão, como a Laura, a Maria Arnalda ou a minha mãe.(in "Victor Nogueira - Viagens - memórias e registos volume I – África")
21 de fevereiro de 2022 ·
Na praia, com Nicole Tiolais, em Pointe Noire (Afrique-Équatoriale Française - Congo Brazzaville), nas Férias Grandes de 1958
As indumentárias indicam que ao Verão no hemisfério Norte correspondia a estação fria, a Sul do Equador. Em 1962/63, no ano em que estive a estudar no Porto, muito gélidas e desagradáveis me foram as praias de Matosinhos á Póvoa de Varzim e. depois desta experiência, me pareceram amenas as frias do "cacimbo". em Luanda.
VER em Pointe Noire, 1958 / 1959
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Elias Quadros
Ponta Negra do Coronel ???
Um piloto maçarico, do Algarve, lá aterrou por engano, em 71, ou 72.
A pusilanimidade de Xico Rolhas - enquanto consulta o guarda chuva Lisboa, que ciumeira de Spirolas - não permitiu recuperar o aparelho. Que, desmontado, ficou a enfeitar o palácio do dito.
Pobres piloto e mecânico que haveriam de padecer longo cativeiro.
Já nos ominosos tempos - apesar de notáveis inteligências - nem todos justificavam dragonas do generalato.
3 a
Victor Nogueira
Elias Quadros Não percebo. O coronel? Qual coronel? Ah. O Spínole e o Costa Gomes, na sequência dum acidente de aviação durante a guerra colonial?
Não me lembro desse episódio e a minha estadia foi muito anterior
3 a
Elias Quadros
Victor Barroso Nogueira Não: referia-me à R. do Congo ex-Francês. O acidente ocorreu com aterragem de heli - do lado daquele território, julgando que aterrava no Miconge, Cabinda. Costa Gomes não consentiu num golpe de mão - com forte probabilidade de sucesso - para ir resgatar o aparelho ou , ao menos, os tripulantes. Spínola, se o caso fosse com ele, provavelmente não deixaria de "ignorar" a operação. Quando Costa Gomes obteve anuência de Lisboa, o tempo oportunidade...
3 a
Victor Nogueira
Sim, percebi que o acidente ou incidente ocorrera na República do Congo (Brazza)
Desconhecia os factos. Em meu entender Costa Gomes foi sempre mais diplomata e politicamente hábil que Spínola
3 a
Elias Quadros
Victor Nogueira Claro: Lá desde a Origem das Espécies: Nem sempre são os melhores que sobrevivem...
3 a
Victor Nogueira
Elias Quadros Mas o que tenho lido é que Spínola perdeu a guerra na Guiné, para além de ter falhado todos os golpes depois de Abril, enquanto Costa Gomes teria neutralizado os Movimentos de libertaçao em Angola, estando prestes a vencer militarmente a guerra.
Já uma vitória política, essa não estaria ao alcance de Costa Gomes, em Angola, salvo se houvesse uma independência ao estilo da de Iann Smith, na Rodésia.
Talvez o futuro de Angola tivesse sido diferente se em vez de Spínola tivees sido Costa Gomes o Presidente da República, como teria pretendido o "MFA" na altura.
Spínola foi irrealista ao insistir numa inviável solução federalista e ao não reconhecer o direito das colónias á autodeterminação e á independência, pois com o rumo que tomou o 25 de Abril as Forças Armadas ficaram praticamente dissolvidas e inoperacionais.
Nem Spínola nem Marcelo Caetano eram o General De Gaule
3 a
Elias Quadros
Victor Nogueira - Costa Gomes ~ a quem fiquei a dever não estar dentro ao 25 de Abril e talvez o homem mais inteligente que já conheci - sempre se soube adaptar, 'flutuar'. Penso que o cognome de Chico Rolhas lhe assenta.
3 a
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