* Victor Nogueira
O Expresso on line reservou aos seus assinantes uma peça jornalística sobre os "independentes" e os resultados das eleições autárquicas de 2025. Na peça inclui uma chamada para uma outra de 2024, dedicada a uma das independentes, com este aval e chancela sadinamente vitoriosa em 2025.
É um notável (auto)-retrato de Dores Meira, das "razões" políticas que invoca como fundamento da sua despartidarização e de como um ano depois acabou de sair vitoriosa, por uma unha negra em relação ao PS; num projecto de poder pessoal apoiado ao mais alto nível pelo PSD contra a estrutura concelhia setubalense deste pertido, cuja política a nível nacional (e internacional) não lhe causaram pruridos.
A talhe de foi-se - Afirmou Maria Dores Meira: "Pessoas livres e inteligentes não podem compactuar" com posições do PCP"
Um notável autorretrato que
poderá servir de prefácio a uma mais avantajada obra , do estilo "Um(a)
político/a confessa-se"
«Ex-autarca desfiliou-se do PCP e
volta à luta por Setúbal contra o antigo partido. Dores Meira não poupa nas
críticas às posições comunistas sobre política internacional., por Margarida
Coutinho, Jornalista (Expresso 29 agosto 2024 )
(...) Dos 48 anos na CDU, 15 foram à
frente da Câmara Municipal de Setúbal. Agora, Maria das Dores Meira quer voltar
a liderar o município, mesmo que isso signifique derrotar o próprio partido,
(…) e a equipa que esteve ao seu lado mais de uma década. A desfiliação do PCP
foi comunicada ao mesmo tempo que a sua candidatura independente à autarquia de
Setúbal — a 20 de julho numa publicação nas redes sociais —, mas Dores Meira
garantiu em entrevista ao Expresso que a saída “não foi de repente”. Apesar de
ter atribuído a desfiliação a “razões pessoais”, a ex-autarca não poupa
críticas às posições mais polémicas dos comunistas e ao trabalho feito pelo seu
sucessor (…)
“Apoiar a Venezuela? Uma
ditadura? Se o próprio partido comunista da Venezuela critica Maduro? Alguém
minimamente inteligente diz: ‘Mas para onde é que está a ir o PCP?’”,
atirou a candidata. Também em relação à Ucrânia, Dores Meira criticou a falta
de condenação do seu anterior partido e demarcou-se das posições dos
dirigentes. “Mas a Ucrânia não foi invadida? Dizerem que não houve
invasão? Pessoas minimamente livres e inteligentes não podem compactuar
com isto. De todo.” E acrescentou: “Isto é desinteligência de um
partido que, no mínimo, tinha este respeito pela paz, pela integridade do ser
humano.”
Apesar de ter ganho três maiorias
absolutas com a CDU (2009, 2013 e 2017) em Setúbal, a ex-autarca não receia que
os eleitores a associem a estas posições do partido. “Nunca apoiei as
posições do PCP sobre a Venezuela e a Ucrânia”, repetiu. Mais do que isso,
acredita que os setubalenses e azeitonenses vão voltar a confiar-lhe o leme da
autarquia em vez de reconduzir o atual autarca da CDU a quem aponta culpas pela “estagnação”
do município.
Maria das Dores Meira ganhou a
Câmara de Setúbal com maioria absoluta três anos [mandatos] consecutivos.
Apesar de o candidato da CDU ter
vencido as [anteriores] eleições [2021], não conseguiu manter a maioria
absoluta e viu o PS ganhar terreno (a CDU teve 34,4% dos votos, o PS chegou aos
27,7%). Para a ex-comunista, esta foi uma prova de que a lealdade do eleitorado
era para consigo e não para com a CDU. “Aqueles dois vereadores que se
perderam — a CDU perdeu um vereador para o PS e outro para o PSD —, não eram
votos da CDU, mas sim da Dores Meira”. De volta à corrida, a ex-autarca
mostra-se confiante com a vitória sem querer colocar como objetivo uma nova
maioria absoluta. “Vamos buscar votos não só à CDU, mas também ao PS e PSD.”»
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«Ex-autarca desfiliou-se do PCP e
volta à luta por Setúbal contra o antigo partido. Dores Meira não poupa nas
críticas às posições comunistas sobre política internacional., por Margarida
Coutinho, Jornalista (Expresso 29 agosto 2024 )
Dos 48 anos na CDU, 15 foram à
frente da Câmara Municipal de Setúbal. Agora, Maria das Dores Meira quer voltar
a liderar o município, mesmo que isso signifique derrotar o próprio partido,
(…) e a equipa que esteve ao seu lado mais de uma década. A desfiliação do PCP
foi comunicada ao mesmo tempo que a sua candidatura independente à autarquia de
Setúbal — a 20 de julho numa publicação nas redes sociais —, mas Dores Meira
garantiu em entrevista ao Expresso que a saída “não foi de repente”. Apesar de
ter atribuído a desfiliação a “razões pessoais”, a ex-autarca não poupa
críticas às posições mais polémicas dos comunistas e ao trabalho feito pelo seu
sucessor (…)
“Apoiar a Venezuela? Uma
ditadura? Se o próprio partido comunista da Venezuela critica Maduro? Alguém
minimamente inteligente diz: ‘Mas para onde é que está a ir o PCP?’”,
atirou a candidata. Também em relação à Ucrânia, Dores Meira criticou a falta
de condenação do seu anterior partido e demarcou-se das posições dos
dirigentes. “Mas a Ucrânia não foi invadida? Dizerem que não houve
invasão? Pessoas minimamente livres e inteligentes não podem compactuar
com isto. De todo.” E acrescentou: “Isto é desinteligência de um
partido que, no mínimo, tinha este respeito pela paz, pela integridade do ser
humano.”
Apesar de ter ganho três maiorias
absolutas com a CDU (2009, 2013 e 2017) em Setúbal, a ex-autarca não receia que
os eleitores a associem a estas posições do partido. “Nunca apoiei as
posições do PCP sobre a Venezuela e a Ucrânia”, repetiu. Mais do que isso,
acredita que os setubalenses e azeitonenses vão voltar a confiar-lhe o leme da
autarquia em vez de reconduzir o atual autarca da CDU a quem aponta culpas pela “estagnação”
do município.
Maria das Dores Meira ganhou a
Câmara de Setúbal com maioria absoluta três anos [mandatos] consecutivos.
Apesar de o candidato da CDU ter
vencido as [anteriores] eleições [2021], não conseguiu manter a maioria
absoluta e viu o PS ganhar terreno (a CDU teve 34,4% dos votos, o PS chegou aos
27,7%). Para a ex-comunista, esta foi uma prova de que a lealdade do eleitorado
era para consigo e não para com a CDU. “Aqueles dois vereadores que se
perderam — a CDU perdeu um vereador para o PS e outro para o PSD —, não eram
votos da CDU, mas sim da Dores Meira”. De volta à corrida, a ex-autarca
mostra-se confiante com a vitória sem querer colocar como objetivo uma nova
maioria absoluta. “Vamos buscar votos não só à CDU, mas também ao PS e PSD.” (,,,)»
[destaques da responsabilidade do Expresso]

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