Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Deambulando por Lisboa (22) - Estátua de Chiado




Estátuas de Lisboa





Chiado, 1925
António Augusto da Costa Motta(tio)
Largo do Chiado, Lisboa
Foto JG
.
* :* Laura Trindade
.
António Ribeiro, conhecido por Poeta Chiado, nasceu em Évora em data desconhecida, cidade onde professou pela Ordem dos Franciscanos, e faleceu em Lisboa em 1591, para onde veio após ter abandonado a vida religiosa. Contemporâneo de Camões que o menciona como poeta engenhoso num dos versos do Auto de El Rei Seleuco, desenvolveu sobretudo poesia jocosa e a sátira, através da descrição de quadros flagrantes da vida social do período em que viveu, tendo afinidades literárias com Gil Vicente.

A estátua de bronze, da autoria de Costa Motta (tio), com plinto quadrangular em pedra de lioz de José Alexandre Soares, foi colocada por iniciativa da vereação municipal, que desta forma quis prestar homenagem a António Ribeiro, conhecido com o nome de uma das mais conhecidas zonas de Lisboa, o Chiado, por aí morar. Alguns grandes nomes da cultura literária do princípio do século XX, como Aquilino Ribeiro, Teixeira de Pascoaes e Raul Brandão manisfestaram-se contra, argumentando que outras figuras seriam mais merecedoras de uma homenagem por parte do município lisboeta. Consideravam que a fama de poeta popular, arruaceiro, boémio, praguento e chocarreiro mas no entanto, talentoso, que António Ribeiro granjeava, não eram razões suficientemente válidas para justificar a colocação de um monumento em sua homenagem, numa praça de tradição cultural, junto de teatros e de duas outras estátuas de Lisboa de figuras das letras nacionais: Camões e Eça de Queirós.

O poeta retratado envergando o hábito de monge que se julga nunca ter abandonado, aparece numa postura de animada conversa, parecendo interpelar quem passa.

Texto de Laura Trindade in "Eatatuária e Escultura de Lisboa", 2005
:



Praça do Chiado - Lisboa


in Blog da Sabedoria Defunta

Domingo, Maio 28, 2006

4 comentários:

vieira calado disse...

Belas fotografias,
sem dúvida!

Bom resto de semana.

De Amor e de Terra disse...

Ângulo espectacular!
O contraste do amarelo com o chão e a envolvência, bonito mesmo...
Parabéns!

Maria Mamede

De Amor e de Terra disse...

Quanto à estátua, não me lembro dela; também se diga em abono da verdade, que poucas vezes passei no Chiado e há tantos anos que lá não vou!...



Maria Mamede

Kalinka disse...

Olá Mano,

Gosto deste painel:
Deambulando por Lisboa.
Obrigado pela partilha.
Parabéns.

Eu, tive uma recaída forte...dias 15, 16, 17 e 18 estive «fechada para balanço», é isso...estava «apagada» para o Mundo.
Depois comecei a regressar lentamente e, só ontem dia 19 é que vim ler os comentários e colocar outro post.

Dizer-te se estou melhor...é muito vago afirmar alguma coisa nesse sentido.
Estou VIVA e isso é que me interessa agora, acredita.

Agarro-me à Esperança e Fé em Deus, para poder continuar no Mundo dos vivos.

Beijos.