Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quinta-feira, 31 de julho de 2014

ÉVORA ENCANTADORA de J.César de Sá



ÉVORA ENCANTADORA

de J.César de Sá



Projecção integrada nas JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO
28 de Setembro de 2012
Auditório Soror Mariana
21h30


O filme, rodado em 1929 por J. CÉSAR DE SÁ é um roteiro que percorre os mais significativos espaços de Évora, com imagens que igualmente reflectem o seu quotidiano: o Templo Romano e a Praça do Geraldo, com a já desaparecida Brasserie, a fonte da Porta de Moura, onde miúdos enchem cântaros enquanto adultos descalços lavam burros, os primeiros automóveis a descer a R. de Serpa Pinto, os varandins do Convento do Calvário onde se debruçam meninas de cabelo cortado à garçonne, o Jardim do Claustro do Convento der S. Bento de Cástris – que nos deixam entrever o passado desta bela cidade que seria mais tarde classificada pela UNESCO como Cidade Património Mundial.

J. CÉSAR DE SÁ foi um dos grandes directores de fotografia do cinema português. Nessa qualidade, esteve ligado à realização de três dezenas de filmes/documentários e foi também director de fotografia em alguns dos filmes mais significativos da história do cinema português – como “Chaimite” e ”A Canção de Lisboa”.

A banda sonora que foi especialmente criada para acompanhar a projecção do filme, originalmente mudo, é da autoria de António Bexiga e de Zeps, artistas multifacetados envolvidos em diversos projectos na área da música, da dança contemporânea, da poesia e da composição.

O filme que vai ser exibido foi descoberto em 1990, quando, ao revolver arquivos em busca de documentação e imagens que pudessem ilustrar o levantamento histórico-sociológico efectuado para a realização de uma exposição retrospectiva do séc. XX em Évora, foi localizado no sótão do edifício da Câmara Municipal de Évora um conjunto de caixas com bobines de um filme sobre Évora, de 35 mm, com suporte em nitrato – material altamente inflamável, pelo que o seu manuseamento, transporte e projecção exigiam cuidados específicos.

A Cinemateca Nacional foi contactada e prestou valiosa contribuição quando à forma de actuar, e o filme foi transportado, com as necessárias precauções, para a Tóbis Portuguesa, onde foi feito o seu primeiro visionamento. Seguiu-se a sua restauração e a sua passagem a vídeo, ficando a cópia original depositada na Cinemateca. Posteriormente, foi passado para o suporte digital em que vai ser exibido.

O comprimento do filme (100 metros – que o enquadra no panorama conjuntural gerado pela vulgarmente designada lei dos cem metros, resultante da vigência do Dec. Lei de 6 de Maio de 1927 segundo o qual, em todos os espectáculos cinematográficos, deviam ser exibidos pelo menos 100 metros de fita nacional), certos aspectos técnicos e o rigor das legendas levaram à hipótese de que teria sido elaborado no âmbito de um conjunto de estratégias de promoção da cidade com vista à apresentação na Exposição de Sevilha, incluindo a produção de um guia turístico, cartazes e até a construção de novo hotel. Pesquisas posteriores confirmaram esta tese, e o filme seria pela primeira vez apresentado ao público a 27 de Outubro de 1929, no Salão Central Eborense, sendo objecto de apreciações muito positivas, de que se fizeram eco os jornais de então. Em Junho de 1990, após a sua passagem a acetato e posteriormente a vídeo, foi projectada no Palácio de D. Manuel uma cópia em VHS, no âmbito da Exposição Estórias de um Século.

A sessão é promovida pela Câmara Municipal de Évora e terá entrada livre, limitada à lotação do Auditório, tornando-se necessário o levantamento do respectivo convite até às 21h15.




Victor Barroso Nogueira Grato pela notícia, Rosa Caeiro Por coincidência ontem comprei um volume dos Roteiros Republicanos editados pelo Centenário de República, dedicados a cada uma das capitais de Distrito, este relativo a Évora. E vi uma Évora antiga que parcialmente desconhecia em "imagem", como os antigos Paços do Concelho, onde agora está o Banco de Portugal, mas sem traça manuelina que supunha ter. E lá vi a "Brasserie" - cuja existência desconhecia - ,onde depois passou a ser a Livraria Nazareth assim como os "horríveis" Armazéns do Chiado (tb os havia nas Caldas da Rainha), onde era salvo erro o Montepio.


Tenho de descobrir o DVD dos 100 m de que dás notícia 



By the way - o auditório não é o Teatro Garcia de Resende ? Não conheço outro espaço cénico em évora
11 min · Editado · Gosto

Sem comentários: