* Victor Nogueira
As histórias de Lucky Luke, o "pobre cowboy solitário muito longe de casa" e que "dispara mais rápido que a própria sombra" são situadas nos EUA, com argumentos normalmente baseados em episódios da sua história, no tempo do chamado "farwest". Desenhado por Morris, teve como 1º argumentista - delicioso - Goscniny, também co-autor de outros personagens hilariantes da BD como Asterix, Iznogoud ou o indio Humpahpah.
Para além do fleumático cowboy um outro personagem aparece na totalidade dos episódios, o cavalo Jolly Jumper, inteligente, prestável e filósofo. Outros, surgem em várias histórias, acabando por originar séries autónomas, como Rantanplan (o cão prisional mais estúpido do Mundo), os azarados Primos Dalton e a sua extremosa Ma Dalton ou o irascível Billy the Kid.
Apesar das perseguições e tiroteios, não há mortes nas aventuras de Lucky Luke, salvo as dos Irmãos Dalton - no único episódio, personagens reais como Billy the Kid. Mas nas histórias aparecem muitos outros personagens que tiveram existência real, incluindo ameríndios. E Lucky Luke sofreu uma alteração: a partir de certa altura, o eterno cigarro ao canto da boca substituído por uma palhinha de cereal, em nome do anti-tabagismo.
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Vou ainda ler dois álbuns de BD do Lucky Luke: um deles é A Noiva de Lucky Luke, em cujas histórias não aparecem normalmente mulheres, pois ele é um cowboy solitário, muito longe de casa. Houve três excepções: Calamity Jane (vaqueira, pistoleira e prostituta) e Sarah Bernardt (actriz), ambas com existência real. Mas neste A Noiva de Lucky Luke o autor é de um reaccionarismo atroz, apresentando as mulheres como frívolas, sem cabeça, e uma "manada" conduzida pelo herói, atravessando os Estados Unidos à procura de marido, facto que é real. (...) (MMA - 1987.01.08)
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Quanto ao Rantanplan é um cão muito inteligente, tanto ou mais quanto o mais alto dos irmãos Dalton. No entanto costumo comprar ali na tabacaria uma revista cujo herói é um guerreiro chamado Groo, que a páginas tantas arranjou um cão, o Ruperto, não ficando qualquer deles atrás do Rantanplan em termos de perspicácia. Nada que se compare à Milou, fiel acompanhante do Tintin. (MMA - 1993.08.03)
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Trouxe quatro álbuns do "Calvin e Hobbes" bem como uma colectânea de anedotas, muitas das quais me divertem imenso. A primeira vez que folheei este livro numa livraria dei por mim a rir às gargalhadas, pelo que resolvi arrumá-lo de novo e rapidamente no mostruário, não fossem pensar que tinha enlouquecido e me ria a bandeiras despregadas só por folhear um simples mas volumoso livro de capa azul. Depois comprei-o numa Feira do Livro e durante algumas noites o meu vizinho velhote do andar de baixo deve ter pensado que eu me passara da mioleira, pois até altas horas da madrugada me deve ter ouvido rir, numa altura em que eu já vivia sozinho. (MMA - 1993.08.20)
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