Jardins de Lisboa.
* Nysse Arruda
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Sem ser numa ida à praia, a melhor maneira de fugir ao calor do verão é mergulhar no verde dos jardins de Lisboa. De preferência se eles tiverem esplanadas.
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Um dos principais oásis da capital é o Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, se calhar o melhor espaço verde aberto ao público, e gratuito. Entre as alamedas arborizadas, os terraços ajardinados, os canteiros de flores e os lagos do jardim da Gulbenkian estão mais de dois séculos de história arquitectónica e paisagística da freguesia de São Sebastião, uma área nobre do século XVIII que, em 1957, se transformou em sede da Fundação. Do “design” paisagístico delineado por Jacob Weiss, jardineiro do Duque de Palmela, no século XIX, ficou a localização do lago central que concentra toda a atenção dos visitantes. Tudo o resto foi desenhado pelos arquitectos paisagistas Gonçalo Ribeiro Teles e António Viana Barreto, que consideraram as espécies vegetais mais notáveis, as variações topográficas do terreno e a disposição dos edifícios, para criar uma articulação fluida por todo o jardim. Os percursos pedestres, os regatos, os tanques, os repuxos de água, as margens floridas, os relvados, as obras de arte contemporânea e as inúmeras aves que se passeiam pelo jardim, além dos bancos e mesas de pedra e dos dois restaurantes “self-service” localizados nos edifícios centrais, completam o cenário ideal para o descanso, a leitura e o encontro.
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Outro jardim histórico, o Jardim do Campo Grande, situa-se mais a norte da cidade. Antigo Passeio Público no século XVI, era local de feiras como a Feira do Campo Grande ou das Nozes, que chegava a durar dois meses. Construído ao estilo romântico no reinado de D. Maria I, hoje é um amplo espaço verde, com farta diversidade de flora e fauna. Dentro do parque há uma grande oferta de equipamentos como campos de ténis, parque infantil, piscina municipal, ringue de patinagem, um centro comercial e, no lago maior, o velho aluguer de barcos a remo e um café-restaurante, “A Esplanada do Lago”, com serviço de almoços.
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Outro jardim convidativo é o Jardim da Estrela, ou Jardim Guerra Junqueira, construído em 1842 com donativos do Barão de Barcelinhos e a colaboração da Rainha D. Maria II. A elaboração do jardim deve-se ao estadista Bernardo da Costa Cabral e o espaço foi desenhado ao estilo romântico inglês. Além da abundante vegetação, o jardim conta com um café-esplanada “Esplanada do Jardim da Estrela”, um centro de dia para idosos, dois parques infantis, um quiosque-biblioteca municipal, um lago, uma creche da Misericórdia de Lisboa e, na parte central, um coreto em ferro trabalhado onde se realizam espectáculos de bandas filarmónicas.
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Já na Freguesia da Pena, localiza-se o Jardim Braancamp Freire, ou Jardim do Campo de Santana ou ainda Jardim do Campo Mártires da Pátria, conhecido desde 1880 em memória a Gomes Freire de Andrade e seus companheiros ali enforcados sob suspeita de conspiração contra o Marechal Beresford. Hoje, é um espaço verde com 2 hectares, dispondo de conjunto polidesportivo, parque infantil, lagos e bebedouros e um restaurante “O Coreto” na esplanada central.
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Bem no centro da cidade junto à rotunda do Marquês de Pombal, ficam o Jardim Amália Rodrigues (assim baptizado recentemente, mas durante muito tempo conhecido apenas como o alto do parque) - uma área verde onde se situa a Roda Gigante e uma escultura de Botero - e o Parque Eduardo VII, que abriga a Estufa Fria, o Restaurante Esplanada Botequim do Rei, o Clube VII, campos de ténis, parque de estacionamento subterrâneo, pavilhão de desportos, anfiteatro e parque infantil.
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São 26 hectares de uma área que, no século XIX, era um Passeio Público entretanto destruído com a abertura da Avenida da Liberdade em 1882, recebendo o nome do soberano britânico em visita a Portugal naquela época. O primeiro traçado ao estilo romântico é atribuído a Henry Lusseau, em 1888. Os trabalhos de ajardinamento tiveram início em 1915 e Forrestier completou a construção do parque com jardins e campo de jogos em 1927. Mas é somente em 1947 que Keil do Amaral projecta o Parque Eduardo VII, com a faixa central coberta de relva, ladeada por um passeio de calçada portuguesa com uma largura total de 100 metros, que conduzem a vista até ao monumento ao Marquês de Pombal e ao rio Tejo.
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A Estufa Fria e Quente, localizadas quase no coração do Parque Eduardo VII, foram construídas em 1930, sobre uma antiga pedreira onde havia uma grande nascente de água. Actualmente é um belo viveiro natural de vegetação exótica de regiões como a China, Coreia, África, Austrália, Brasil, Antilhas, Peru e México. Pequenos lagos, regatos, cascatas, nichos e um viveiro natural com espécies raríssimas transformam o local numa refrescante descoberta. .
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Outro jardim excepcional é o Jardim Botânico da Faculdade de Ciências. Com mais de 20.000 exemplares de plantas e arbustos de várias partes do mundo - todos identificados cientificamente -, distribuídos numa área de 4 hectares, este jardim data de 1858 e é fruto principalmente do trabalho de dois professores, Andrade Corvo e o Conde de Fialho, que orientaram a sua organização e instalação.
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Um pouco mais além, descendo a Rua da Escola Politécnica, fica o Jardim do Príncipe Real, construído em 1830 após várias tentativas de ocupação desde o século XV. Com características românticas, o local recebeu o nome de Praça do Príncipe Real em 1859, em homenagem ao filho primogénito de D. Maria II, um nome que permanece apesar das mudanças ocorridas em algumas décadas do século XX e da homenagem ao jornalista republicano França Borges. O “ex-libris” do jardim é um imenso e centenário cedro-do-Buçaco que domina o cenário, a par do lago central, o Museu da Água, os quiosques, a esplanada e o parque infantil.
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Poucos quarteirões abaixo está o Jardim de S. Pedro de Alcântara, com uma magnífica vista sobre a cidade, especialmente o Castelo de São Jorge, a Avenida Liberdade, a Graça e o Jardim do Torel – que se situa do outro lado da principal avenida lisboeta, na Travessa do Torel, onde também há um pequeno jardim e um miradouro sobre a cidade. Um espaço desportivo, uma fonte e árvores frondosas completam este recanto mesmo em frente ao jardim o Solar do Vinho do Porto. J
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á o mais antigo jardim de Portugal é o Jardim Botânico da Ajuda, mandado plantar pelo Marquês de Pombal em 1768. Um verdadeiro museu e viveiro de espécies botânicas oriundas de várias partes do mundo, é hoje administrado pelo Instituto Superior de Agronomia e tem uma área concebida especialmente para os invisuais – o Jardim dos Aromas -, com todas as indicações em Braille e disposto de forma a facilitar o contacto com as plantas.
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Poucos quarteirões abaixo fica o Jardim-Museu Agrícola Tropical, um centro de pesquisa do Instituto de Investigação Científica Tropical em funcionamento desde 1914. Numa área de 7 hectares está uma colecção de espécies da flora das regiões tropicais e sub-tropicais, exemplares raros e em vias de extinção, diversas estufas, um jardim oriental e um conjunto de palmeiras plantadas pelo primeiro presidente da República, Manuel de Arriaga.
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3 comentários:
Olá Victor, bom dia!
Na verdade, desde há uns anos que sou mais pelos jardins...por vários motivos tive de me afastar o mais possível da praia e sempre que vou, é só de passagem. O verde sempre atraui a minha atenção e o meu cuidado; como mulher do campo, tenho esse amor exacerbado pela natureza, que me não deixa respirar devidamente na falta dela
sendo portanto para mim muito difícial viver na cidade.
E como não posso ter árvores, tenho flores e algumas plantas verdes no meu terraço!
Evidentemente não será fácil passear-me por esses de que(nos) falas, mas fica-me o encanto de os ver mentalmente através dos teus olhos e da tua descrição.
Obrigada Amigo e bom sábado!
Abraço
Maria Mamede
O seu a seu dono
O texto deste post é de Nysse Arruda que, embora datado, me pareceu interessante como roteiro, emnora entretantos mais alguns jardins e Parques tenham nascido em Lisboa.
Victor Nogueira
Comprei há dias um livro com todos os jardins de Lisboa e ofereci-o ao meu filho para ele aproveitar ainda melhor esses belos espaços da cidade.
Abraço
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