* Victor Nogueira
2010 07 25 E porque hoje é domingo ...
Domingo é, dizem, o Dia do Senhor, embora não para os Judeus e não para todos os Cristãos pois para eles é o sábado! Do trabalho ao sábado não se fala, mas apenas do que é feito ao Domingo, não se percebendo afinal bem qual a razão de tanto escarcéu por se trabalhar ao ... Domingo. Se Domingo é o dia do Senhor e se os novos Senhores são Belmiros, Gates e Cia, nada melhor do que prestar homenagem aos novos Senhores no dia deles, trabalhado e contribuindo com generosos dízimos vezes Y.
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Eureka !
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Neste domingo esteve mesmo calor, mesmo muito calor, um calor pouco paradisíaco, mas insondáveis são os pétreos desígnios de S. Pedro !
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Fora isso vão começar as manobras da NATO junto à Coreia do Norte que as considera uma provocação e ameaça retaliar à bomba ... nuclear ! O Correio da Manha, à falta de outros assuntos, noticia até à exaustão, diariamente, crimes, assassinatos, assaltos e uma ou outra falência. Felizmente os bancos portugueses passaram nos testes de robustez mas à cautela dificultam o acesso ao crédito à habitação e aumentam as comissões e as despesas de gestão de contas inactivas. Sacam do que não é deles, ganham dinheiro com o que não é deles e sacam ... sobre as contas "inactivas" ou de pequeno valor. Ao pé disto, Ali Bábá seria um artolas e a sua caverna um buraco ! Quanto ao Zé Pagode e à Maria Paciência afundam-se de buraco em buraco até ao atoleiro final !
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E como hoje ainda é domingo, por aqui me fico !
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Publicado no Mu(n)do Phonographo em 2010.07.25
2010 07 25 Tudo ao molhe ...
Assunto: Tudo ao molhe ...
Data: 25/Jul 3:26
* Victor Nogueira
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As grandes superfícies esfregam as mãos de contentes, por finalmente poderem abrir aos domingos e feriados, com o argumento de que vão criar milhares de postos de trabalho .. numa altura de (quase) total desregulamentação do trabalho, do crescimento do desemprego e da diminuição do poder de compra de vastas camadas da população. (1)
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Em contrapartida a Confederação do Comércio Português esbraceja contra tal medida porque levará à falência milhares de empresas e aos desemprego milhares de trabalhadores. Do ponto de vista dos trabalhadores, entre uma e outra que venha o Diabo e que escolha. Ambas se estribam na mão de obra barata e desqualificada, na sanguessunguisse da exploração da mais-valia e na acumulação de capital, na desregulamentação laboral!
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Seraficamente a Igreja Católica propõe que os políticos cristãos doem (ai se doem) 20 % dos seus rendimentos para obras de misericórdia ! Venda, que voltará a apresentar a feriadal proposta a partir da bancada do PS na próxima legislatura (2), diz que Não. Desta vez, acertadamente, Alegre, o poeta/político ou o político/poeta diz que é em sede da fiscalidade que se alcança a justiça social. E Joana Amaral Dias levanta a questão da contribuição como exemplo das "riquezas" da Igreja, cuja origem, montante e proveniência ninguém controla e que, até onde sei, é um dos piores patrões nas "Misericórdias" e nas Instituições Particulares de Solidariedade Social. (3)
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Um escriba de serviço em Correio da Manha, de sua graça João Pereira Coutinho, afirma que a possibilidade das grandes superfícies abrirem aos domingos e feriados é um avanço civilizacional, pois a populaça poderá ir às compras sem estar espartilhada por anacrónicos horários de funcionamento. Que a populaça esteja no desemprego ou com salários e reformas de miséria, portanto sem poder de compra, é algo que escapa ao escriba do Correio da Manha. E que seja essa mesma populaça transformada em exército "industrial" de reserva que assegurará o funcionamento de cerca de 200 grandes superfícies é algo que escapa ao escriba Speedy Gonzales ou Pepe Rápido! (4)
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Como escapa à Igreja Católica assumir uma contabilidade clara e "séria e um tratamento humano e justo dos que para ela trabalham e a prescindir das benesses fiscais da Concordata.
Quanto aos comentários dos leitores do Correio da Manha a propósito do artigo de Joana Amaral Dias,(3) apesar dos reparos ao artigo referido em (4),cabe-me parafrasear Brecht: primeiro levaram a aristocracia operária da Cintura Industrial de Lisboa e não me importei pois nada tenho a ver com o Zé Ferrugem, embora seja ele que crie riqueza; em seguida atacaram os magistrados, os professores e os médicos do sector público e eu não me importei porque não sou magistrado, médico, juiz ou professor com salários e reformas "milionárias" (Se PS/PSDCDS e a TV o dizem deve ser verdade); A seguir atacaram os Mangas de Alpaca e não me importei pois muitos deles acolhem-me com desleixo e sobranceria; agora atacam os burgueses da classe média e não me importo, pois estou desempregado ou vivo de esquemas e fugas aos impostos e não estou para aturar malandros que, embora paguem impostos, vivem à custa de todos nós.
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Eu sou Xico-Esperto e não me fazem o ninho atrás da orelha, embora não enxergue dois palmos à frente do nariz e não questione os salários e as vendas milionárias de futebolistas com isenções fiscais nem veja escarrapachados os rendimentos da Igreja Católica, da Igreja Universal do Reino de Deus ou dos cem mais ricos de Portugal, os tais que esfregam as mãos de contentes graças à minha inteligência.
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Num país súcialista e laico, poder-se-á dizer "haja Deus!?"
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(1) - Horário do comércio ao Domingo - Governo cede à grande distribuição
.(2) - As Luminosidades do Reyno em Comédia de Enganos !
.(3) - Pensar Alto, por Joana Amaral Dias
.(4) - A Voz da Razão ou a Ditadura dos Horários, segundo Pereira Coutinho
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