Os anos ’60 e ‘70 do século XX foram em Portugal tempos de lutas contra o fascismo, de lutas por melhores condições de vida e de trabalho. Os anos ’60 são também anos do ascenso á independência das colónias europeias em África, não poucas vezes como resultado da luta armada. Também os estudantes das Academias de Coimbra e de Lisboa se vão paulatinamente associando a esses movimentos, sobretudo partir de 1961. Por essa altura Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça iniciam um processo etnográfico de recolha da música popular portuguesa. (1)
Paralelamente a chamada canção ou fado de Coimbra
transforma-se, tornando-se socialmente interventiva ou baseada em temas
populares, em que se destacam Edmundo de Bettencourt, José Afonso e Adriano
Correia de Oliveira. Este Canto Livre ou de Intervenção é também o de Luís Cila,
Francisco Fanhais, Fausto, José Mário Branco, Vitorino e Manuel Freire, entre
muitos outros. Com eles a cantiga é uma arma por uma sociedade mais igualitária
e justa, que se projectou nos anos depois de Abril e da revolução. (2)
Adriano (1942 / 1982) distingue-se pelo timbre e clareza da
sua voz, percorrendo Portugal e divulgando a poesia e temas populares.
“O Canto e as Armas” (1969), com poemas de Manuel Alegre,
inclui a “Trova do vento que passa”, que se tornou uma das canções emblemáticas
da luta pela democracia e contra o fascismo e a guerra colonial. Entre as suas
gravações musicais Adriano contam-se sete LP’s (3) (4)
Tendo militado no PCP desde os tempos de estudante e até á sua morte, a sua vida foi de luta ao lado dos espoliados e pelo ideal socialista, em que se empenhou, integrado no colectivo com que se identificava, para que o poder pertença aos trabalhadores e às classes populares.
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(3)
www.discogs.com/artist/1328881-Adriano-Correia-De-Oliveira
(4)
www.redalyc.org/pdf/822/82242883014.pdf
2022 08 10
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