* Victor Nogueira
2022 08 29 - Pimbalhadas. No tempo do fascismo a censura do lápis azul era feita por uns militares quadrados, que cortavam a eito o que não interessava fosse divulgado, para assim anestesiar a populaça, entretida com procissões, cançonetas, futebóis ... Quem contestasse, protestasse ou refilasse era seguramente um mau português, um comunista a soldo de Moscovo, um traidor á Pátria.
Assim e do mesmo modo presentemente se instauraram tempos covidescos, sob o olhar vigilante do Big Brother e do Ministério da Verdade. Tudo a bem da Verdade, nada contra a Verdade!
De vez em quando o Facebook elimina partilhas minhas, alegando que o faz benemeritamente porque violei os princípios da Comunidade, num processo kafkiano em que aplica as sanções sem que fundamente, tornando irrisória qualquer reclamação contra a decisão dum esmifrado ser humano ou para um algoritmo.
Esta "censura" que relato nesta publicação foi sobre a especulação nos preços (e consequentes lucros estratosféricos de certas empresas)
. Não era spam, não era publicidade enganosa, não incitava ao ódio, não era ilustrado com "O nascimento de Vénus, de Boticelli, "A origem do Mundo" de Courbet ou uma qualquer "Senhora do Leite", aparentemente não continha palavras no index do Ministério da Verdade, por este consideradas subversivas.
O Facebook adianta umas explicações, que não posso confirmar serem as verdadeiras. Cuidem-se!
2022 08 29 - É fartar, vilanagem! Nos tempos soviéticos pressionavam para serem cientistas e investigadores. No capitalismo são pressionados para serem zé e maria ninguém, acomodados, convencidos de serem alguém! (Victor Nogueira)
2022 08 29 - PSL abandonou a SIC há uns anos porque, estando como político a ser entrevistado, esta foi interrompida para um directo á chegada de Mourinho, treinador de futebol.
O que numa situação completamente diferente Sanna deveria ter feito, não sei. Essa seria talvez a tarefa dos seus assessores de imagem.
Mas enquanto lavada em lágrimas se penitenciava, comparando-se até a Zelensky no sofrimento, nenhuma dessas lágrimas seria sobre os curdos, a NATO belicista ou o ascenso do nazi-fascismo na Europa e a crise social que se avizinha.
Também não terá havido jornalistas que sobre isso a tenham questionado. The show must go on, num mundo onde os direitos á imagem e á privacidade são cada vez mais um mito!
2009 02 29 - Quadro de Magritte - Estou a pensar em que pensam os amigos do FaceBoook que tão calados estão 🙂
2016 08 29 - ESCRITO EM 2012.08.18 - Os dias não são todos iguais. Há sol e lua, noite e dia, céu azul ou cinzento, as flores e as plantas mudam quotidianamente, para além da minha página no inFaceLock ir variando. Os blogs, 'tadinhos, é que estão abandonados; também só um "louco" é que tem 12 ou 13 blogs. Já não tenho pachorra de publicar em cada um deles diariamente.Sim, continuo a fotografar mas não tenho postado nem aqui nem no meu blog Kant_O_Photomatico
Nunca mais a médica dá conta dos efeitos secundários da radioterapia por causa do carcinoma, embora Roma e Pavia não se façam num dia. Quando vou ao Hospor às consultas de outras especialidades faço um desvio pela radioterapia e é sempre uma festa que fazemos. Aliás, são sempre super simpáticos, salvo na última operação que lá fiz, ao síndroma do canal cárpico.
Mas também tenho sido sempre bem tratado no hospital público, mais pelos médicos que pelas enfermeiras,, algumas delas muito senhoras do seu nariz.
Na última consulta da gastro no Hospor descobri que a médica também é de Luanda e em parte das consultas falamos dos nossos gostos literários e recomendamos livros um ao outro, para leitura.
No início a minha filha censurava-me porque andar stresssada com a minha doença, enquanto segundo ela eu levava tudo numa boa, na brincadeira, mas eu retorquía-lhe que à morte ninguém escapa, quer ela venha inopinadamente quer com data marcada e que portanto o melhor é não fazermos tragédias com isso.
ESCRITO em 2013.02.07 - Vim para Portugal em 1966 para prosseguir estudos universitários,que não havia em Angola, mas voltava a Luanda sempre nas Férias Grandes. Mas no Verão/Cacimbo de 1973 fiquei em Portugal para passá-las com a minha namorada alentejana com quem vim a casar em 1975. Entretanto tinha havido o 25 de Abril, Em 1976 nasceu a Susana e em 1980 o Rui e não ia voltar com a guerra civil e as crianças. Depois em 1986 foi o divórcio e resolvi condicionar a minha vida e carreira profissional para acompanhar o crescimento dos filhos Agora é tarde para voltar mas se pudesse regressar a 1986, teria voltado para Angola. Se ainda estaria vivo ou não, desconheço
ESCRITO em 2013.02.07 - Voltei. Está um frio gélido, entorpecente não tenho lareira para me sentar defronte a ver o bailar das chamas a sala é gélida e deveria ter posto vidros duplos enquanto tinha dinheiro, isto é, antes dos sócretinos passes de coelho.
Temos de poupar na electricidade e vou estirar-me não no sofá mas na cama a continuar a ler de John Le Carré "O venerável espião". Gosto de Smiley, o agente secreto de Sua Majestade, não estilo James Bond mas sim inspector Maigret de Simenon.
Não, não tenho saudades do passado mas sim de sensações e sentires. Não tenho saudades de Portugal, muito pequeno e mesquinho. Teria saudades talvez das gentes dos campos do Alentejo - mas não das vilas e cidades - das pessoas dos campos da Beira Baixa e das suas povoações, sobretudo da Covilhã, mas também das aldeias que visitei e das gentes do Barreiro, de Lamego e de Trás os Montes. Mas nada disto me prende a Portugal e tornei-me um homem sem pátria, um eterno expatriado.
Foto Victor Nogueira
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