Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Textos em agosto 02

 * Victor Nogueira


2022 08 02"Porajmos", literalmente significando "devorar", é um termo cunhado pelo povo cigano Rom para descrever a tentativa do regime Nazi da Alemanha de exterminar este grupo étnico-cultural minoritário da Europa Central.  

Admite-se que cerca de 500 000 romanis (ciganos) foram mortos pelos nazis e seus colaboradores — número este que compreende entre 25% a 50% da população total de ciganos na Europa na época.

O Dia Europeu em Memória dos Ciganos Vítimas do Holocausto, decidido pelo Parlamento Europeu em 2015,  recorda e homenageia, em 2 de Agosto, os  ciganos vítimas do Holocausto nazi.


2022 08 02 - Há algumas publicações "censuradas" pelo Facebook em que tal se percebe segundo a sua "lógica". mas outras são completamente cegas. 

Uma mesma notícia, se partilhada através do site original passa, se for por outro site, na lista negra, não passa. 

A censura agora está mais "eficaz" pois é praticamente imediata. Mas não percebo porque carga de água esta foi "apagada".

EM TEMPO - Afinal parece-me que uma das palavras do título estava insuficientemente mascarada, porque mudando o disfarce, a republicação ainda se mantém, em liberdade não cerceada.

EM TEMPO 2 - Afinal a palavra algoritmicamente "AMALDIÇOADA" continuava na hiperligação. Eliminei esta e a publicação continua, agora imune. Quem vencerá a luta entre a inteligência humana e a  desumanidade da IA (Inteligência artificial), por aquela criada? E até  quando?

2022 08 02Creio ter descoberto porque o inFaceLocked baniu escondendo algumas publicações minhas sem que encontrasse lógica. Aqui há uns anos em determinada altura se escrevesse a palavra "gr€v€", pimba, era bloqueado. Um amigo meu informático  dizia-me que eu não tinha razão.

Mas, matutando nalgumas das exclusões dos últimos dias e relendo as justificações do FB, resolvi republicar os artigos mascarando as palavras que me pareciam fazer salivar os algoritmos, a saber "$uicídio", "@ss@$$in@to" e "€ut@n@$i@"

Até ao momento os artigos continuam visíveis. Será cedo para cantar vitória ou  aperfeiçoarão os malfadados algoritmos?



2022 08 02 - Isto é para rir ou chorar? 

Facebook adverte que tem "conteúdos sensíveis e blá blá" um artigo do Jornal de Notícias relatando factualmente que o tribunal proibiu realização de tourada em Vila do Conde, ilustrado com a foto dum touro, com uma bandarilha cravada no dorso.

Fica a dúvida: será permitida a partilha do poema "Tourada", de Ary dos Santos, musicado, participante  e vencedor dum Festival da Eurovisão (1973), interpretado por Fernando Tordo?

1973 - Fernando Tordo - Tourada  - Poema de Ary dos Santos musicado por Fernando Tordo


2022 08 02 - Beijos ou abraços e Viva a Vida com alegria, cor, amizade, bom humor, desassombro e fantasia 🙂


2019 08 02 Foto Victor Nogueira Taberna na Fonte Nova, em Setúbal, talvez do Luciano foto victor nogueira - 1980 em Setúbal na exposição O Homem e o Trabalho, precursora do Museu do Trabalho Michel Giacometti


2019 08 02 HUMORANDO

2019 08 02 HUMOR


2018 08 02 foto victor nogueira - Praça de Londres, em Lisboa - Houve tempo em que na Praça de Londres em Lisboa foram depositados os gigantescos conjuntos escultóricos provenientes da demolição do Cine-Teatro Monumental. Num deles algum noctívago colocara uma garrafa de cerveja.. As esculturas eram da autoria do escultor Euclides Vaz.

2016 08 02Querida amiga

O Fernando Pessoa é também um meio de estar contigo, quando o espírito é um turbilhão de cansaços e desejos de partir em busca de algo que não seja esta realidade. Salut, amiga do

Victor Manuel

Évora, 18 NOV 72
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Alberto Caeiro - poema XLVIII

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade

E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.

Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?

Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.

Ide, ide, de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.

Passo e fico, como o Universo.

s.d.
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). - 71.



2015 08 02 foto victor nogueira - Évora - num dos terraços da casa da rua Serpa Pinto - 1977 - Susana e a avó Mariazinha


2015 08 02 foto victor nogueira - estuário do Rio Sado e Serra da Arrábida


Está Penélope liquefeita
desfibrado o pensamento
sem vir a hora escorreita
que branqueie o vento
Pé ante pé pela estrada
segue feliz o riacho
busca a foz, a entrada,
que não seja em capacho
Está o ar de suão, abafado
sem eira nem beir'a verve
que lânguida de cansado
não arrefece nem ferve
Setúbal 2015.08.02

2013 08 02 - Esta gente, mandantes e manajeiros, não é gente da alta. É o lumpen da burguesia, na desumanidade.
As que brincam aos pobrezinhos. Os que mandam aguentar, ai aguentar. Os que mandam emigrar,, mas não saiem da sua zona de conforto no Governo, nos conselhos de administração, em off-shores, os que chamam piegas aos portugueses (m/f) qd sempre foram os meninos da mamã e os queixinhas na escola ("não fui sessôra, foi aquele"), os que acham que oo desemprego é uma nova oportunidade para melhorar de vida, os dos que dos sem abrigo apenas conhecem aqueles que dorrmem no pórtico do seu banco da usura enquanto a polícia os não enxota (aos sem-abrigo, naturalmente). As que vivem da caridadedezinha noutros bancos que enchem a bolsa do grande patronato. Aqueles que mandantes ou simples manageiros consideram a humanidade descartável, incluindo que ente o diabo e o inferno escolheem oo grande patronato, como seguro ugt. (VN) ~~~~~~~~~~ Escreve Pacheco Pereira no Abrupto «A dama Espírito Santo que disse ao Expresso que os da sua laia, os ricos, iam para a Comporta “brincar aos pobrezinhos”, também vale pelo que vale. Zero. Mas já que a dama gosta de brincar “aos pobrezinhos”, então vamos brincar a sério. Vamos atribuir casa no Barreiro à dama, num dos dormitórios lisboetas que ali se fizeram há vinte anos, dar-lhe, vá lá, mais do que o salário mínimo nacional, 600 euros brutos, por exemplo, dar-lhe um emprego em Lisboa, num lar da Misericórdia, numa cantina, que é o que faz quem ganha esta fortuna, um marido a preceito, talvez funcionário da Câmara, mil euros brutos, dois filhos que está bem para a natalidade da classe dos ricos, agora a brincar aos pobrezinhos. Depois, acordamos todos os dias a dama, às 6 da manhã, merenda para os meninos, barco, autocarro, oito horas de trabalho, mais autocarro e barco e fazer o jantar. Aturar o marido, os filhos, limpar a casa. No dia seguinte, a mesma coisa, no dia seguinte, a mesma coisa. Um ano a “brincar aos pobrezinhos”, e aos “pobrezinhos de cima, porque os pobrezinhos de baixo estão na limpeza e no desemprego. Um ano. Sem Xanax. Ao fim do ano, volta para a Comporta. As mãos não são as mesmas. O cabelo não é o mesmo. A roupa não é a mesma. O marido e os filhos não são os mesmos. A cabeça? Não sei. Mas também não deve estar na mesma. Um ano a 600 euros não ajuda a querer “brincar aos pobrezinhos”. Agora já podem dar-lhe o Xanax, o Valium, o que quiser. Vai precisar

https://abrupto.blogspot.com/2013/08/como-os-pobrezinhos-dama-espirito-santo.html

2010 08 02 - Está um dia agradável mas mais ninguém se avista aqui do areal à beira-rio plantado. O meu polen não é suficientemente apelativo ou não nei as regras deste jogo que vive o mediatismo ! E pensar dá trabalho 🙂


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