"Cantaremos o desencontro:
O limiar e o linear perdidos
Cantaremos o desencontro:
A vida errada num país errado
Novos ratos mostram a avidez antiga"
Sophia de Mello Breyner em O Nome das Coisas (1977)
* Victor Nogueira
sábado, 21 de novembro de 2015
a aventesma ou a hidra das mil cabeças
Críticos de Costa criam movimento
Assis "resguarda-se" e avançam os "centrões" da "guarda pretoriana" ressuscitando o léxico da "guerra fria", com imensa modernidade e sentido de estado, o de cócoras perante o Grande Capital transnacional económico-financeiro.
Abandonando o “centro-direita” que outrora Assis entendia estar desorganizado e dever ser reconstituído pelo PS, posicionam-se agora como o "centro-esquerda" que quer tomar de assalto o Palácio do Rato momentaneamente ocupado pelas forças extremistas do "eixo do mal". Com brilhantismo acusam o actual Comité Central do PS de “[ser] líder de uma maioria negativa que, perdendo, quer constituir-se como governo de minoria absoluta”. Porque o PáF, liderado por Passes de Coelho, esse sim, entenda-se, é uma legítima e aceitável minoria negativa que quer governar como maioria absoluta. Com a ajuda em beleza de brilhantíssimos "filósofos" troianos infiltrados pela retaguarda.
Empolgados, acusam a deriva do PS ao abraçar "uma espécie de projecto político tutelado por BE e PCP", talvez às ordens de Putin, E prosseguem segundo a papeleta que facultaram ao Expresso, acusando o PS de ter “cedido em toda a linha” no programa económico com que se apresentou a eleições, que se tenha deixado “descaracterizar na ambição e capacidade de modernização do país. numa cedência à agenda populista e retrógrada de tudo prometer pondo em causa toda e qualquer reforma”.
Talvez com saudades das "estrondosas e violentas abstenções" do PS de Assis Seguro sentado que viabilizaram a permanência em funções da direita "ultra-liberal" apesar da crise do Gaspar e do "irrevogável", direita ultra-liberal que pretendem combater ... com elevado sentido de "oposição".
A "direita ultra-liberal" será maléfica, deve ser combatida, mas nunca com o apoio de forças demoníacas suportadas por um exército de 1 milhão de sub-homens e sub-mulheres. Quais pitonisas, brilhantes e seguras, em beleza gritam aos quatro ventos, urbi et orbi, das plagas lusitanas aos Montes Urais, “que [o que] temos assistido não é a uma mudança nas posições extremadas de BE e PCP mas a uma submissão e radicalização do PS que poderá vir a ter consequências terríveis para o partido”
E, ginginhas em cima do pão-de-ló, rasgando as pudibundas vestes com estrondoso estrondo, apontam a heresia intolerável e abominável, a suprema manietação que “é o PS sentir-se encurralado pela mera comemoração dos 40 anos do 25 de novembro, deixando-se colar pela primeira vez na sua história à extrema-esquerda na Assembleia da República”.
Da noite e do nevoeiro as forças novembristas e exorcistas ressuscitarão de moca nos dentes, bombas à cintura e archotes incendiários em cavalgada contra as “forças totalitárias” em ardente defesa “da infinda Liberdade”, numa sequela do 25 de Novembro, 41 anos depois do 25 de Abril,, desse “dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo “ ? (Sophia de Mello Breyner)
POLÍTICA
Críticos de Costa criam movimento
21.11.2015 às 10h00
Por agora é apenas um “manifesto assumido de centro esquerda”, contra a “radicalização do PS”. Assis não faz parte do núcleo promotor
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