Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Arquitetura popular na Estremadura e Alentejo


(*)

 Supunha que as asas destas duas regioes refletiam a influenia árabe mas uma pesqusa om reurso à AI desmentiu -me. 

1.  AI Overview

As casas típicas do Alentejo e da Estremadura partilham a caraterística de serem, maioritariamente, casas térreas de arquitetura popular, com paredes caiadas de branco e uma forte ligação aos materiais e ao clima da região.

Características da Casa Alentejana

A arquitetura tradicional alentejana é marcada pela simplicidade e funcionalidade, adaptada ao clima quente e seco da região.

  • Paredes Grossas: Feitas de taipa (terra batida), adobe (tijolos de terra crua) ou alvenaria de pedra, e depois caiadas de branco (cal), o que ajuda a manter a casa fresca no verão e quente no inverno.
  • Cor Branca e Faixa Colorida: As fachadas são quase sempre brancas, por vezes com uma barra pintada de azul ou amarelo na parte inferior, ao nível do rodapé, para proteção e decoração.
  • Telhados: Coberturas de telha de barro, maioritariamente de duas águas, com pouca inclinação.
  • Aberturas Reduzidas: As janelas são geralmente pequenas para minimizar a entrada de calor.
  • Chaminés: As chaminés, muitas vezes trabalhadas e decoradas, são um elemento de destaque na paisagem alentejana.
  • Organização Espacial: A casa organiza-se em torno de um pátio ou logradouro, que funciona como extensão da área social e de trabalho.

Características da Casa da Estremadura

A Estremadura, região que inclui Lisboa e a área envolvente, apresenta uma diversidade arquitetónica ligeiramente diferente, influenciada pela proximidade do mar e pela urbanização.

  • Materiais: Embora a alvenaria de pedra e o tijolo sejam comuns, há uma maior variedade de materiais, incluindo o uso mais disseminado de azulejos nas fachadas em áreas mais urbanas.
  • Diversidade Tipológica: Além das casas térreas, são comuns os edifícios de dois ou mais pisos, especialmente em zonas urbanas como Lisboa.
  • Influência Urbana: Elementos como varandas, platibandas decorativas e uma maior sofisticação nos detalhes arquitetónicos são mais frequentes do que no Alentejo rural.

Embora existam estas particularidades regionais, a base da arquitetura popular portuguesa destas regiões reflete uma resposta prática ao meio, utilizando recursos locais como a terra, a pedra e a madeira. Para ver exemplos de design e desenhos, pode consultar plataformas como o Pinterest, que tem várias ideias de casas alentejanas e da Estremadura e Ribatejo.

 


(**)

2.  AI chatGPT



As semelhanças não são coincidência — resultam de fatores climáticos, práticos e culturais que se repetem em várias regiões de Portugal, mesmo quando estas não têm ligação direta entre si.

1. Clima: o branco para combater o calor

Tanto no Alentejo como na costa Oeste e região saloia (Mafra, Ericeira, Torres Vedras, etc.) o verão é quente e seco.
O branco reflete a luz solar, mantendo o interior das casas mais fresco — uma solução simples e eficaz muito antes da existência de isolamentos modernos.

Isto explica porque:

  • As casas tradicionais alentejanas são caiadas.

  • As casas das zonas costeiras também eram caiadas todos os anos após o inverno, para proteger da humidade e renovar a superfície.

2. Razão higiénica e prática: cal como desinfetante

A cal era:

  • Barata, produzida localmente.

  • Antisséptica, protegendo as casas de pragas e humidade.

  • Fácil de aplicar comunitariamente, muitas vezes como ritual anual.

Isso levou a décadas de tradição de “casas brancas”.

3. Os frisos azuis (ou amarelos): função + crença popular

As faixas azuis (às vezes amarelas) têm duas origens complementares:

Função prática

  • Eram pintadas à base de pigmentos minerais mais resistentes para proteger as arestas, janelas e portas.

  • Facilitavam a limpeza e escondiam salpicos de lama.

Função simbólica / popular

  • O azul era associado à proteção contra o “mau-olhado” e ao afastamento de insetos.

  • O amarelo podia simbolizar o sol e prosperidade.

Em zonas costeiras, o azul liga-se também ao imaginário marítimo.

4. Difusão cultural (não é influência do Alentejo)

Não foi o Alentejo que “influenciou” a região saloia ou a costa Oeste.
Estas regiões desenvolveram o mesmo tipo de arquitetura porque:

  • Usavam os mesmos materiais (cal, pigmentos minerais).

  • Enfrentavam condições climáticas semelhantes.

  • Seguiam práticas agrárias e rurais parecidas.

  • A estética do “caiado com barra” tornou-se um código visual rural português, difundido por todo o país.

Por isso encontramos casas brancas com barras:

  • Na costa saloia

  • No Oeste

  • No Alentejo

  • Em partes do Ribatejo

  • E até nas ilhas (Açores) em certas localidades

📌 Em resumo

As casas são semelhantes porque partilham funções práticas (cal e pigmentos), necessidades climáticas (refrescar e proteger) e tradições culturais que se espalharam por várias zonas rurais de Portugal — não por influência direta entre regiões.

Se quiser, posso também explicar:

  • Por que o azul domina na costa e o amarelo no interior

  • Como a cal era fabricada nas antigas fornalhas

  • Diferenças entre arquitetura saloia e alentejana além da cor

Dito por si:
Como a arquitetura saloia difere da alentejana? Por que o azul predomina na costa?
Dito pelo ChatGPT:

A seguir tens uma explicação clara e comparativa — primeiro as diferenças entre arquitetura saloia e alentejana, depois por que o azul domina nas zonas costeiras.


🟦 1. Como a arquitetura saloia difere da arquitetura alentejana

Apesar de ambas usarem cal branca e barras coloridas, as duas tradições são muito distintas em origem, função e forma.


A. Arquitetura Saloia (Mafra, Ericeira, Sintra rural, Loures antigo, Torres Vedras)

1. Implantação e paisagem

  • Localiza-se em zonas acidentadas, com vales, encostas e arribas.

  • Aldeias mais espalhadas, casas adaptadas à topografia.

  • Pequenos aglomerados junto a ribeiros, com quintas muradas.

2. Materiais e construção

  • Uso frequente de pedra calcária ou basáltica da região.

  • Paredes relativamente finas, dependentes do reboco de cal.

  • Muito uso de telhados de duas águas.

3. Tipologia das casas

  • Casas pequenas a médias, muitas vezes térreas ou de 2 pisos.

  • A forma “alongada” e irregular é comum.

  • Presença de varandas exteriores, alpendres e escadas exteriores em quintas e casais.

4. Função económica

  • Ligada à horticultura e fruticultura (região de abastecimento de Lisboa).

  • Casas associadas a pequenas propriedades, casais, quintas e adegas.


🟧 B. Arquitetura Alentejana

1. Implantação e paisagem

  • Paisagem aberta, plana, de grandes horizontes.

  • Aldeias mais coesas e concentradas, com ruas estreitas para criar sombra.

  • Muitas vezes erguidas sobre pequenas colinas (defesa e vento).

2. Materiais e construção

  • Paredes grossas, de taipa, adobe ou alvenaria de pedra irregular.

  • Casas geralmente térreas (um só piso).

  • Telhados de uma ou duas águas, inclinação suave.

3. Tipologia das casas

  • Casas lineares, alinhadas, formando ruas definidas.

  • Janelas pequenas, poucas aberturas.

  • Quintais amplos atrás.

4. Função económica

  • Ligada à agricultura cerealífera e latifúndio.

  • Montagens de habitação rural simples, unifamiliar, sem tanta subdivisão.


🧩 Resumo das diferenças essenciais

AspetoRegião SaloiaAlentejo
TopografiaAcidentadaPlana
AldeamentoDisperso, quintasCompacto, aldeias coesas
ParedesFinas, cal e pedraGrossas, taipa/adobe
PisosMuitos 2 pisosMaioria térreas
EconomiaHortas/frutaCereal/lavoura
EstéticaIrregular, adaptada ao terrenoLinear, homogénea

🟦 2. Por que o azul predomina na costa?

O predomínio do azul nas regiões costeiras (Saloia, Oeste, Ribatejo litoral, Nazaré, Peniche, Costa Vicentina) tem três causas principais:


1. Disponibilidade e preço do pigmento

O pigmento azul mais usado era o azul-da-prússia (século XVIII–XX), barato nos portos e mercados costeiros porque chegava por via marítima.

Nas zonas do interior, o pigmento mais barato era o ocre amarelo (terra pigmentada), abundante nos solos do Alentejo → por isso as barras alentejanas são muitas vezes amarelas.


2. Cultura marítima: simbolismo do azul

O azul é a cor:

  • do mar

  • do céu

  • da proteção divina ligada ao imaginário marítimo

  • da decoração náutica (portas, barcos, “varandins”, rebocos)

As comunidades piscatórias e costeiras adotaram a cor como identidade cultural.


3. Crenças populares e função prática

A tradição popular defendia que o azul:

  • afastava mosquitos e insetos

  • protegia contra o “mau-olhado”

  • e ajudava a “marcar” portas e janelas, zonas sensíveis ao sal e humidade

Os pigmentos azuis também eram relativamente resistentes à luz e ao salitre.


📌 Em suma

O azul predomina na costa porque:

  • era o pigmento mais barato e acessível nas regiões marítimas

  • simbolizava a cultura do mar

  • tinha funções práticas e protetoras

  • tornou-se um “código visual” do litoral português

E a arquitetura saloia difere da alentejana em quase tudo exceto na cal: topografia, materiais, número de pisos, função económica e estrutura dos povoados.


Se quiseres, posso também:

  • Fazer uma tabela comparativa completa (20+ características)

  • Explicar as diferenças entre arquitetura saloia e a do Oeste

  • Mostrar como estas cores aparecem também nos Açores, Algarve ou Ribatejo

Dito por si:
sim
Dito pelo ChatGPT:

Ótimo — segue então a tabela comparativa completa (20+ características) entre arquitetura saloia e arquitetura alentejana, mais uma explicação extra sobre a diferença entre saloia e oestina.


🧱 **TABELA COMPARATIVA (DETALHADA)

Arquitetura Saloia vs. Arquitetura Alentejana**

AspetoArquitetura SaloiaArquitetura Alentejana
1PaisagemAcidentada, vales, encostasPlana ou ondulada suave
2Implantação das aldeiasDispersas, quintas isoladasCompactas, núcleos densos
3Materiais principaisPedra calcária/basalto + calTaipa, adobe, xisto, pedra irregular
4Espessura das paredesMédia / finaMuito espessas (isolamento térmico)
5Número de pisosMuitos 2 pisosQuase sempre térreos
6Coberturas2 águas, telha marselha1 ou 2 águas, telha de canudo
7Cor predominante das barrasAzulAmarelo, ocre, azul em menor número
8Função económicaHortas, fruticultura, abastecimento de LisboaCerealífera, latifúndio, pecuária
9Estrutura das casasFormas irregulares, adaptadas ao terrenoFormas lineares, retas e simples
10AberturasJanelas maioresJanelas pequenas (contra o calor)
11QuintaisMurados, ligados a hortasAmplos, separados da rua
12Elementos típicosVarandas exteriores, escadas, arrecadaçõesChaminés altas, açoteias, fornos
13Portas e janelasMuitas vezes de madeira pintada (verde/azul)Madeira natural ou pintada em cores mais quentes
14Tipologia ruralCasais, quintas, adegasMontado, herdades, montes
15Relação com a águaProximidade a ribeiros e fontesCisterna e poços murados
16Pátio interiorRaro, exceto em quintas grandesMuito comum (“pátio alentejano”)
17Espaços agrícolasAdegas e cortes integrados na casaDependências separadas (cegos, palheiros)
18Organização viáriaRuas estreitas mas irregularesRuas estreitas e lineares
19Escala das aldeiasPequenos aglomerados dispersosNúcleos maiores e estruturados
20Influências culturaisLisboa rural, monges de Mafra, manufaturasIslâmica (taipa), mediterrânica e pastoril
21SombreamentoNatural pelas encostasCriado pelas ruas estreitas
22Marcação das fachadasBarras azuis bem definidasBarras amarelas e azuis, mais discretas

🟦 Diferenças entre ARQUITETURA SALOIA e ARQUITETURA do OESTE

Embora parecidas, não são iguais.

Arquitetura Saloia

  • Influência direta da expansão de Lisboa para norte.

  • Fortes elementos rurais de pequenas propriedades muradas.

  • Mais presença de pedra calcária e construções espessas nas quintas.

Arquitetura Oestina (Torres Vedras, Lourinhã, Peniche, Cadaval…)

  • Influência marítima mais forte (pescas + agricultura).

  • Aldeias menos dispersas do que na região saloia.

  • Telhados de 4 águas aparecem com mais frequência.

  • Maior presença de casas de um piso, com chaminés altas.

  • Volume das casas mais homogéneo e menos irregular do que na região saloia.

Em resumo:
A arquitetura saloia é mais “lisboeta e de quintas”;
a do Oeste é mais “marítima e agrícola”.


🟦 Por que o azul domina na costa (resumo final)

  1. Pigmento mais barato junto às populações piscatórias e portos
    (azul-da-prússia e ultramarino sintético).

  2. Identidade marítima — cor do mar, barcos, apetrechos náuticos.

  3. Crenças populares — azul afasta insetos e mau-olhado.

  4. Melhor resistência ao salitre do que pigmentos terrosos.

Gravuras
(*) chatGPT
(**) Monte da Arouca, Vale de Guiso, Alcáeer do Sal (Foto Victor Nogueira)

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

(08) Os moinhos na filatelia portuguesa

* Victor    Nogueira

Nas  emissões filatélicas cuja temática sejam moinhos de vento, de maré ou azenhas,  o que predomina são os moinhos de vento e, seguidamente, os moinhos de água ou azenhas, embora nenhuma tenha abrangido moinhos de maré, o parente paupérrimo. Encontrei apenas um arimbo filatélico 


Moinhos de vento



1971 - desenhos do pintor Cândido da Costa Pinto, representando os típicos moinhos serrano, do litoral beirão, saloio da Estremadura, de S. Miguel (Acores) e de Porto Santo (Madeira)



1980 - Conferência Mundial do Turismo - Acores - moinho típico de modelo flamengo (desenho de José Cândido)


1986 - desenhos de Luís Duran, representando a azenha temporária do Douro, a azenha temporária de Coimbra, a azenha de Copos do Gerês e a azenha de rio de Braga.


1989- desenhos de Isabel Botelho representando o  moinho giratório de Ansião,  moinho fixo de Santiago do Cacém, fixo de Afife e fixo das Caldas da Rainha


2002 - Moinhos de vento - emissão conjunta Portugal / Bélgica

Desenhos de MTVM e fotos de Jorge Barros e Jean Jacques Rousseau 



2007 - Moinhos de vento dos Açores
Desenhos do Atelier Acácio Santos e fotos de José Carlos Silva, representando seis diferentes tipos de moinhos de vento açorianos


Moinhos  de maré


Moinhos de água ou azenhas



1986 - desenhos de Luís Duran, representando a azenha temporária do Douro, a azenha temporária de Coimbra, a azenha de Copos do Gerês e a azenha de rio de Braga.

Energia Eólica


Turbinas eólicas


VER 

moinhos de vento na filatelia - emissões europeias

(07) Os moinhos na toponímia portuguesa

 


A toponímia portuguesa, que abrange desde grandes povoações até pequenos arruamentos, reflete a importância histórica dos sistemas de moagem — as azenhas (moinhos de água) e os moinhos (de vento ou água) — na organização do território nacional.

Povoações, Lugares e Freguesias

Em termos de unidades administrativas maiores, a presença dos termos "azenha" e "moinho" é comum em nomes compostos, mas rara como nome principal de uma freguesia ou vila.

As Azenhas do Mar são a localidade (aldeia) mais conhecida com o termo "azenha", um ponto turístico notável no concelho de Sintra, tal como a localidade de Vilarinho das Azenhas em Vila Flor. O termo não é utilizado em nomes de cidades ou vilas com estatuto oficial.

A palavra "moinho" está frequentemente associada a topónimos como Rio de Moinhos, que é o nome de várias freguesias em Portugal (por exemplo, em Abrantes, Aljustrel e Arcos de Valdevez). A localidade sede da freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Penafiel, possui o estatuto oficial de vila.

Toponímia Urbana (Ruas, Praças e Similares)

A nível de arruamentos, os nomes são extremamente comuns e diretos, indicando a proximidade de um antigo moinho ou azenha.

Existem inúmeras Rua da Azenha e Travessa da Azenha espalhadas pelo país, em localidades como Loures, Montijo ou na ilha da Madeira.

A toponímia portuguesa reflete a importância histórica das azenhas (moinhos de água) e moinhos (de vento ou água) na organização do território nacional. Em termos de unidades administrativas maiores, a presença dos termos "azenha" e "moinho" é comum em nomes compostos, mas rara como nome principal de uma freguesia ou vila. As  Azenhas do Mar  são a localidade (aldeia) mais conhecida com o termo "azenha", tal como  Vilarinho das Azenhas  em Vila Flor. A palavra "moinho" está frequentemente associada a topónimos como Rio de Moinhos , que é o nome de várias freguesias em Portugal, sendo que a localidade sede da freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Penafiel, possui o estatuto oficial de vila. A nível de arruamentos, os nomes são extremamente comuns, indicando a proximidade de um antigo moinho ou azenha. Existem inúmeras  Rua da Azenha  e Travessa da Azenha  espalhadas pelo país. Relativamente a "moinho", a frequência é ainda maior, com exemplos como a  Rua dos Sete Moinhos   e a  Calçada do Moinho de Vento  em Lisboa, e a  Rua do Moinho  e a  Rua do Moinho do Frade  em Setúbal, perpetuando o legado molinológico nacional.

Concentremo-nos numa lista exemplificativa e não exaustiva que inclua os tipos de povoações mais relevantes (cidades, vilas, aldeias) com os termos "azenha" e "moinho", focando nas localidades com maior visibilidade ou estatuto.

Lista Exemplificativa de Povoações com "Azenha"

Povoação

Tipo de Localidade / Estatuto

Freguesia

Concelho

Azenhas do Mar

Aldeia / Localidade turística

União de Freguesias de Colares

Sintra

Azenha do Mar

Aldeia / Localidade costeira

Brejão (União de Freguesias)

Odemira

Vilarinho das Azenhas

Aldeia

União de Freguesias de Vilas Boas e Vilarinho das Azenhas

Vila Flor

Vale d'Azenha

Localidade/Lugar (vários)

Ex: Freguesia de Alfeizerão

Ex: Alcobaça

Lista Exemplificativa de Povoações com "Moinho"

Estas localidades são geralmente sedes de freguesia ou vilas, muitas vezes com o nome composto "Rio de Moinhos".

Povoação

Tipo de Localidade / Estatuto

Freguesia

Concelho

Rio de Moinhos

Vila (estatuto oficial)

Freguesia de Rio de Moinhos

Penafiel

Rio de Moinhos

Aldeia / Sede de Freguesia

Freguesia de Rio de Moinhos

Abrantes

Rio de Moinhos

Aldeia / Sede de Freguesia

Freguesia de Rio de Moinhos

Arcos de Valdevez

Moinho Velho

Aldeia / Lugar (comum)

Várias localidades

Vários concelhos

Moinho Novo

Aldeia / Lugar (comum)

Várias localidades

Vários concelhos

Estas listas destacam os exemplos mais proeminentes em Portugal Continental.

Aqui está uma lista exemplificativa, com foco em arruamentos (ruas, largos, travessas) que contêm "azenha" ou "moinho", e a indicação da cidade ou vila onde se localizam.

Toponímia (Ruas, Largos, etc.) com a palavra "Azenha"

Estes exemplos demonstram como o termo é usado em contextos urbanos para referenciar marcos históricos ou geográficos:

Topónimo (Nome da Rua/Local)

Tipo

Localidade/Cidade

Rua da Azenha

Rua

Fanhões, Loures

Rua da Azenha

Rua

Caniço, Santa Cruz (Madeira)

Travessa da Azenha

Travessa

Montijo

Beco da Azenha

Beco

Alcochete

Rua da Azenha de Baixo

Rua

Estômbar, Lagoa (Algarve)

Caminho da Azenha

Caminho

Águeda

Toponímia (Ruas, Largos, etc.) com a palavra "Moinho"

Estes são exemplos comuns de nomes que refletem a presença histórica de moinhos de vento ou de água em áreas urbanas ou semi-urbanas:

Topónimo (Nome da Rua/Local)

Tipo

Localidade/Cidade

Rua do Moinho

Rua

Setúbal

Rua do Moinho do Frade

Rua

Setúbal

Rua dos Moinhos

Rua

Torres Vedras

Rua dos Sete Moinhos

Rua

Lisboa (Freguesia de Campolide)

Calçada do Moinho de Vento

Calçada

Lisboa (Freguesia de Santana/Arroios)

Rua do Moinho de Água

Rua

Olhão

Praça dos Moinhos de Vento

Praça

Amadora (Freguesia de Mina de Água)

Rua Nova do Moinho

Rua

Cascais

Estes nomes de arruamentos são extremamente comuns em Portugal e podem ser encontrados em praticamente qualquer cidade ou vila com alguma história ligada à agricultura ou à moagem.

A toponímia associada aos moinhos de maré tem uma distribuição geográfica específica em Portugal, concentrando-se nas zonas estuarinas, como os estuários do Tejo, Sado e Mira. Estes nomes aparecem principalmente ligados aos edifícios dos próprios moinhos (muitos dos quais recuperados como ecomuseus ou centros interpretativos) e, secundariamente, em arruamentos próximos.

Povoações, Lugares e Freguesias

Geralmente, o termo "moinho de maré" não nomeia cidades, vilas ou freguesias inteiras, mas sim a localidade exata onde o moinho se situava.

Corroios: A localidade de Corroios, no concelho do Seixal (que tem o estatuto de vila), é famosa pelo seu Moinho de Maré de Corroios (ou do Castelo), um dos mais antigos do país, datado de 1403. O nome da freguesia é Corroios.

Mourisca: Localidade no concelho de Setúbal, próxima do Moinho de Maré da Mourisca, que funciona como um centro de educação ambiental.

Olhão: O Moinho de Maré de Olhão (ou do Largo) é um marco na cidade.

Montijo / Aldeia Galega: A área do Montijo tinha vários moinhos de maré (ex: Moinho do Cais, Moinho de Maré do Bate-pé), que marcaram a paisagem e a história da antiga Aldeia Galega do Ribatejo.

Toponímia Urbana (Ruas, Praças e Similares)

A nível de arruamentos, os nomes costumam referir-se diretamente ao moinho de maré específico, ou à área envolvente:

Topónimo (Nome da Rua/Local)              Tipo      Localidade/Cidade

Rua do Moinho de Maré             Rua       Diversas localidades, ex: Olhão

Rua do Rouxinol (localização)    Rua       Corroios (Seixal)

Moinho de Maré da Mourisca   Local / Ecomuseu           Setúbal

Moinho de Maré do Duque        Local / Monumento       Barreiro

Moinho de Maré de Coina          Local / Monumento       Coina, Barreiro

Estes topónimos estão intrinsecamente ligados ao património industrial e cultural das zonas ribeirinhas e estuarinas de Portugal.

A toponímia nos meus livros de viagens

Há em Setúbal três Ruas do Moinho. duas delas na cidade (uma delas a do Moinho do Frade) e a terceira na Aldeia da Piedade (Azeitão), sem esquecer a Rua do Moinho de Maré, na Mourisca (Santo Ovídio - Faralhão)

No Livro e Viagens há outros registos:

Alpedriz, Alcobaça  -  Rua do Rio Moinho / Arraiolos – Rua dos Moinhos de Vento  / Couto (Côto), Alcobaça – Rua do Moinho Velho  / Minde – Escadinhas do Moinho Velho / Praia (da Nazaré) -  Beco do Moinho / Santa Catarina, Alcobaça – Beco do Moinho

 e lugares 

 Paredes de Coura – Rio de Moinho / Sapataria  - Monte do Moinho do Céu

Sapataria -   Dado o adiantado da hora é difícil encontrar onde jantar, pelo que regressamos ao restaurante O Ferrador, cujos donos nos contam curiosidades da terra, como sejam a origem do seu nome, derivado dali se fabricar o calçado para a tropa. Do terraço da casa mostram nos o Monte do Moinho do Céu, de que se distingue o piscar das luzes para a navegação aérea.

VER 

Os moinhos de vento no Livro de Viagens (24)

Azenhas (moinhos de água) no Livro de viagens (26)