Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Economia doméstica,(15) - conservação de enchidos e presunto

 


Antigamente os enchidos, como chouriço e linguiça, e o presunto não eram conservados no frigorifico. Mas hoje em dia estão nas arcas frigoríficas , nos supermercados. Porque sucede isso? Têm mesmo de ser conservados no frigorifico?

A necessidade de refrigeração para 

enchidos e presunto nos supermercados de hoje, em contraste com o passado, deve-se a uma combinação de fatores que envolvem alterações nos métodos de produção, exigências de segurança alimentar e expectativas dos consumidores

Porque sucede isso?

  • Métodos de produção modernos: Antigamente, os métodos de cura (uso de sal, fumo e desidratação prolongada) eram muito intensivos, resultando em produtos extremamente secos e salgados, com um teor de humidade muito baixo, o que inibia o crescimento bacteriano sem refrigeração. Hoje em dia, muitos produtos comercializados como "enchidos" ou "fiambre/presunto" têm processos de cura mais rápidos, com menos sal e maior teor de humidade para agradar ao paladar moderno, que prefere alimentos menos salgados. Estes níveis mais elevados de humidade tornam o produto mais suscetível à deterioração e ao crescimento de microrganismos patogénicos, necessitando de refrigeração para garantir a segurança.
  • Segurança Alimentar e Legislação: As normas de segurança alimentar são hoje muito mais rigorosas. A legislação (como o Regulamento (CE) n.º 853/2004 na Europa) impõe condições específicas de temperatura para a distribuição e venda de produtos cárneos de origem animal, para proteger a saúde pública. A refrigeração consistente é fundamental para manter a segurança da carne e dos seus derivados, inativando microrganismos e enzimas que podem causar deterioração.
  • Logística e Exposição: Nos supermercados, os produtos ficam expostos durante longos períodos em balcões, onde a manutenção de uma temperatura controlada (geralmente entre 3°C e 5°C) é essencial para garantir a qualidade e aumentar a vida útil do produto, evitando a contaminação cruzada e a proliferação bacteriana.
  • Embalagem: Muitos dos produtos vendidos hoje são pré-embalados (muitas vezes a vácuo ou em atmosfera modificada) e fatiados, o que aumenta a superfície de exposição e a necessidade de controlo de temperatura para manter a qualidade após a abertura. 

Têm mesmo de ser conservados no frigorífico?

Sim, os produtos que estão no balcão frigorífico do supermercado devem ser conservados no frigorífico em casa. A "cadeia de frio" deve ser respeitada desde o supermercado até ao consumidor final. 

No entanto, um presunto inteiro ou um enchido tradicional, curado de forma artesanal (muito seco e salgado), pode ser conservado num local fresco e seco, sem refrigeração, tal como era feito antigamente. A diferença reside no tipo de produto: 

  • Produtos que exigem refrigeração: Enchidos frescos, fatiados, ou aqueles com maior teor de humidade e menos sal.
  • Produtos que não exigem (necessariamente) refrigeração: Presuntos inteiros (de salgadeira tradicional, como o presunto de Barrancos DOP ou de Parma) e enchidos muito curados, que podem ser pendurados num local fresco e arejado.

Em caso de dúvida, é sempre melhor seguir as instruções de conservação na embalagem do fabricante para garantir a segurança alimentar. Informações detalhadas sobre a conservação de alimentos podem ser encontradas junto de entidades como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica)

Que riscos existem para a saúde se is enhiDos "actuais" forem consumidoas para lá do prazo de validade?

Os riscos para a saúde associados ao consumo de enchidos "atuais" após a data de validade são significativos e prendem-se principalmente com a 

proliferação de bactérias patogénicas e a potencial formação de toxinas.

Ao contrário dos métodos de cura tradicionais que inibiam quase totalmente o crescimento microbiano, os produtos modernos têm um maior teor de humidade e menos sal, o que favorece o desenvolvimento de microrganismos.

Principais Riscos para a Saúde

Os principais perigos para a saúde incluem:

  • Toxinfecções Alimentares: Este é o risco mais comum. Bactérias como a SalmonellaListeria monocytogenesEscherichia coli ou Staphylococcus aureus podem crescer a níveis perigosos. Os sintomas de uma toxinfecção alimentar variam, mas geralmente incluem náuseas, vómitos, diarreia (que pode ser sanguinolenta), dores abdominais e febre. Em casos graves, pode ser necessária hospitalização.
  • Botulismo (Risco mais Grave, mas Raro): Embora menos comum, o Clostridium botulinum pode crescer em condições anaeróbicas (como em embalagens fechadas a vácuo) e produzir uma toxina mortal, a toxina botulínica. Esta toxina afeta o sistema nervoso e pode causar paralisia, insuficiência respiratória e morte se não for tratada imediatamente. Os sintomas podem demorar a aparecer e são uma emergência médica.
  • Deterioração do Produto e Micotoxinas: Para além das bactérias, fungos (bolores) podem crescer na superfície dos enchidos. Alguns destes bolores produzem micotoxinas, que são prejudiciais se consumidas. Embora a simples deterioração possa causar apenas um sabor ou cheiro desagradável, o risco de toxinas permanece.

Resumo dos Perigos

Agente Patogénico

Sintomas Comuns

Gravidade

SalmonellaE. coliStaphylococcus

Náuseas, vómitos, diarreia, febre

Moderada a Alta

Listeria monocytogenes

Febre, dores musculares, sintomas gripais; grave para grávidas e imunocomprometidos

Alta (pode ser fatal)

Clostridium botulinum (Toxina)

Paralisia facial, dificuldade em respirar/engolir, visão turva

Muito Alta (fatal sem tratamento)

Recomendações

O prazo de validade é estabelecido pelos fabricantes com base em estudos rigorosos para garantir a segurança do produto até essa data, desde que armazenado corretamente.

  • Não consumir após o prazo: É altamente recomendável respeitar o prazo de validade, especialmente para produtos que dependem da cadeia de frio para a sua segurança. O cheiro ou aspeto normal não são garantias de segurança, pois muitas bactérias patogénicas não alteram as caraterísticas do alimento.
  • Deitar Fora: Se o produto tiver passado do prazo de validade, deve ser descartado para evitar riscos à saúde.

Pode consultar mais informações sobre a segurança e conservação de alimentos no site da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

AI responses may include mistakes. For legal advice, consult a professional. Learn more

A lingyuças, chouriço e presunto actuais nas embalagens tèm "consumir até" ou "consumir de prefr<<<<<~encia antes de"?

Os 

enchidos (linguiça, chouriço) e presunto atuais, quando embalados e refrigerados nos supermercados, geralmente têm a indicação "Consumir até". Esta é a data-limite de consumo, para além da qual o produto não é considerado seguro para a saúde. 

"Consumir até" vs. "Consumir de preferência antes de"

A diferença fundamental entre as duas indicações, que muitos consumidores desconhecem, reside na segurança alimentar versus qualidade do produto

  • "Consumir até" (Data-limite de consumo):
    • Usado para alimentos altamente perecíveis do ponto de vista microbiológico, como carnes embaladas, peixe fresco, produtos de charcutaria fatiados e refeições prontas.
    • Indica a data a partir da qual o alimento pode representar um perigo direto para a saúde se consumido.
    • Deve ser respeitado rigorosamente, mesmo que o aspeto ou cheiro do alimento pareçam normais.
  • "Consumir de preferência antes de" (ou "Consumir de preferência antes do fim de") (Data de durabilidade mínima):
    • Usado para alimentos com maior durabilidade, como conservas, arroz, massa, azeite, ou certos enchidos tradicionais, inteiros e muito curados.
    • Indica que o alimento mantém a sua qualidade ótima (sabor, textura, valor nutricional) até essa data.
    • Geralmente, pode ser consumido alguns dias ou semanas (ou mais, dependendo do produto) após a data indicada, desde que a embalagem esteja intacta e o produto tenha sido armazenado corretamente e mostre bom aspeto e cheiro. 

Nos Enchidos e Presunto Atuais

Devido aos métodos de produção modernos que resultam em produtos com mais humidade e menos sal, e que são frequentemente fatiados e embalados a vácuo, a segurança microbiológica é uma preocupação maior. Por isso, a indicação "Consumir até" é a regra para garantir que o consumidor não corra riscos de toxinfecções alimentares. 

É sempre importante ler atentamente a etiqueta e seguir as instruções de conservação na embalagem para garantir a segurança dos alimentos. Informação adicional sobre a correta interpretação dos rótulos pode ser encontrada no site da DECO Proteste ou da ASAE


Sem comentários: