Antigamente os enchidos, como chouriço e linguiça, e o
presunto não eram conservados no frigorifico. Mas hoje em dia estão nas arcas frigoríficas , nos supermercados. Porque sucede isso? Têm mesmo de ser conservados
no frigorifico?
A necessidade de refrigeração para
enchidos e presunto nos supermercados de
hoje, em contraste com o passado, deve-se a uma combinação de fatores que
envolvem alterações nos métodos de produção, exigências de segurança
alimentar e expectativas dos consumidores.
Porque sucede isso?
- Métodos
de produção modernos: Antigamente, os métodos de cura (uso de sal,
fumo e desidratação prolongada) eram muito intensivos, resultando em
produtos extremamente secos e salgados, com um teor de humidade muito
baixo, o que inibia o crescimento bacteriano sem refrigeração. Hoje em
dia, muitos produtos comercializados como "enchidos" ou
"fiambre/presunto" têm processos de cura mais rápidos, com menos
sal e maior teor de humidade para agradar ao paladar moderno, que prefere
alimentos menos salgados. Estes níveis mais elevados de humidade tornam o
produto mais suscetível à deterioração e ao crescimento de microrganismos
patogénicos, necessitando de refrigeração para garantir a segurança.
- Segurança
Alimentar e Legislação: As normas de segurança alimentar são hoje
muito mais rigorosas. A legislação (como o Regulamento (CE) n.º 853/2004
na Europa) impõe condições específicas de temperatura para a distribuição
e venda de produtos cárneos de origem animal, para proteger a saúde
pública. A refrigeração consistente é fundamental para manter a segurança
da carne e dos seus derivados, inativando microrganismos e enzimas que
podem causar deterioração.
- Logística
e Exposição: Nos supermercados, os produtos ficam expostos durante
longos períodos em balcões, onde a manutenção de uma temperatura
controlada (geralmente entre 3°C e 5°C) é essencial para garantir a
qualidade e aumentar a vida útil do produto, evitando a contaminação
cruzada e a proliferação bacteriana.
- Embalagem:
Muitos dos produtos vendidos hoje são pré-embalados (muitas vezes a vácuo
ou em atmosfera modificada) e fatiados, o que aumenta a superfície de
exposição e a necessidade de controlo de temperatura para manter a
qualidade após a abertura.
Têm mesmo de ser conservados no frigorífico?
Sim, os produtos que estão no balcão frigorífico do
supermercado devem ser conservados no frigorífico em casa. A "cadeia
de frio" deve ser respeitada desde o supermercado até ao consumidor final.
No entanto, um presunto inteiro ou um enchido tradicional,
curado de forma artesanal (muito seco e salgado), pode ser conservado num local
fresco e seco, sem refrigeração, tal como era feito antigamente. A diferença
reside no tipo de produto:
- Produtos
que exigem refrigeração: Enchidos frescos, fatiados, ou aqueles com
maior teor de humidade e menos sal.
- Produtos
que não exigem (necessariamente) refrigeração: Presuntos inteiros (de
salgadeira tradicional, como o presunto de Barrancos DOP ou de Parma) e
enchidos muito curados, que podem ser pendurados num local fresco e
arejado.
Em caso de dúvida, é sempre melhor seguir as instruções de
conservação na embalagem do fabricante para garantir a segurança alimentar.
Informações detalhadas sobre a conservação de alimentos podem ser encontradas
junto de entidades como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).
Que riscos existem para a saúde se is enhiDos
"actuais" forem consumidoas para lá do prazo de validade?
Os riscos para a saúde associados ao consumo de enchidos
"atuais" após a data de validade são significativos e prendem-se
principalmente com a
proliferação de bactérias patogénicas e a potencial
formação de toxinas.
Ao contrário dos métodos de cura tradicionais que inibiam
quase totalmente o crescimento microbiano, os produtos modernos têm um maior
teor de humidade e menos sal, o que favorece o desenvolvimento de
microrganismos.
Principais Riscos para a Saúde
Os principais perigos para a saúde incluem:
- Toxinfecções
Alimentares: Este é o risco mais comum. Bactérias como a Salmonella, Listeria
monocytogenes, Escherichia coli ou Staphylococcus
aureus podem crescer a níveis perigosos. Os sintomas de uma
toxinfecção alimentar variam, mas geralmente incluem náuseas, vómitos,
diarreia (que pode ser sanguinolenta), dores abdominais e febre. Em casos
graves, pode ser necessária hospitalização.
- Botulismo
(Risco mais Grave, mas Raro): Embora menos comum, o Clostridium
botulinum pode crescer em condições anaeróbicas (como em
embalagens fechadas a vácuo) e produzir uma toxina mortal, a toxina
botulínica. Esta toxina afeta o sistema nervoso e pode causar paralisia,
insuficiência respiratória e morte se não for tratada imediatamente. Os
sintomas podem demorar a aparecer e são uma emergência médica.
- Deterioração
do Produto e Micotoxinas: Para além das bactérias, fungos (bolores)
podem crescer na superfície dos enchidos. Alguns destes bolores produzem
micotoxinas, que são prejudiciais se consumidas. Embora a simples
deterioração possa causar apenas um sabor ou cheiro desagradável, o risco
de toxinas permanece.
Resumo dos Perigos
|
Agente Patogénico |
Sintomas Comuns |
Gravidade |
|
Salmonella, E. coli, Staphylococcus |
Náuseas, vómitos, diarreia, febre |
Moderada a Alta |
|
Listeria monocytogenes |
Febre, dores musculares, sintomas gripais; grave para
grávidas e imunocomprometidos |
Alta (pode ser fatal) |
|
Clostridium botulinum (Toxina) |
Paralisia facial, dificuldade em respirar/engolir, visão
turva |
Muito Alta (fatal sem tratamento) |
Recomendações
O prazo de validade é estabelecido pelos fabricantes com
base em estudos rigorosos para garantir a segurança do produto até essa data,
desde que armazenado corretamente.
- Não
consumir após o prazo: É altamente recomendável respeitar o prazo de
validade, especialmente para produtos que dependem da cadeia de frio para
a sua segurança. O cheiro ou aspeto normal não são garantias de segurança,
pois muitas bactérias patogénicas não alteram as caraterísticas do
alimento.
- Deitar
Fora: Se o produto tiver passado do prazo de validade, deve ser
descartado para evitar riscos à saúde.
Pode consultar mais informações sobre a segurança e
conservação de alimentos no site da ASAE (Autoridade de Segurança
Alimentar e Económica).
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A lingyuças, chouriço e presunto actuais nas embalagens tèm
"consumir até" ou "consumir de prefr<<<<<~encia
antes de"?
Os
enchidos (linguiça, chouriço)
e presunto atuais, quando embalados e refrigerados nos supermercados,
geralmente têm a indicação "Consumir até". Esta é a data-limite
de consumo, para além da qual o produto não é considerado seguro para a
saúde.
"Consumir até" vs. "Consumir de
preferência antes de"
A diferença fundamental entre as duas indicações, que muitos
consumidores desconhecem, reside na segurança alimentar versus qualidade
do produto:
- "Consumir
até" (Data-limite de consumo):
- Usado
para alimentos altamente perecíveis do ponto de vista
microbiológico, como carnes embaladas, peixe fresco, produtos de
charcutaria fatiados e refeições prontas.
- Indica
a data a partir da qual o alimento pode representar um perigo
direto para a saúde se consumido.
- Deve
ser respeitado rigorosamente, mesmo que o aspeto ou cheiro do
alimento pareçam normais.
- "Consumir
de preferência antes de" (ou "Consumir de preferência antes do
fim de") (Data de durabilidade mínima):
- Usado
para alimentos com maior durabilidade, como conservas, arroz, massa,
azeite, ou certos enchidos tradicionais, inteiros e muito curados.
- Indica
que o alimento mantém a sua qualidade ótima (sabor,
textura, valor nutricional) até essa data.
- Geralmente,
pode ser consumido alguns dias ou semanas (ou mais, dependendo do
produto) após a data indicada, desde que a embalagem esteja
intacta e o produto tenha sido armazenado corretamente e mostre
bom aspeto e cheiro.
Nos Enchidos e Presunto Atuais
Devido aos métodos de produção modernos que resultam em
produtos com mais humidade e menos sal, e que são frequentemente fatiados e
embalados a vácuo, a segurança microbiológica é uma preocupação maior. Por
isso, a indicação "Consumir até" é a regra para garantir que o
consumidor não corra riscos de toxinfecções alimentares.
É sempre importante ler atentamente a etiqueta e seguir as
instruções de conservação na embalagem para garantir a segurança dos alimentos.
Informação adicional sobre a correta interpretação dos rótulos pode ser
encontrada no site da DECO Proteste ou da ASAE.

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