Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

segunda-feira, 31 de março de 2025

Letras empilhadas, ano após ano, em Março 31, (re)colhidas em 2025

 * Victor Nogueira

31 de março de 2014 

Dennis, o Pimentinha (the Menace) ou Luís, o Traquinas

VER  

Dennis, o Pimentinha (the Menace) ou Luís, o Traquinas e outras crianças


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Joana Espanca Bacelar
Guardas muitos tesouros! gosto disso.
11 a
Maria Jorgete Teixeira
Bonecos que ficam na memória e acompanharam momentos da nossa vida...🙂
11 a
Cremilde De La Rosa
A"Mafalda" tem uma filosofia de vida muito verdadeira.
11 a
Graça Maria Teixeira Pinto
Grandes bonecos! A Mafalda, então...
11 a
Nascimento Maria
Realmente eu fico rendida !O Victor sabe escrever tâo bem e tem memórias de de coisas tão antigas Eu não sei mas se não está a escrever para um jornal ou revista É uma pena .ou porque não escrever um livro .se é que não escreveu já ?Um beijo E escreva eu gosto de tudo quanto escreve
11 a
Maria João De Sousa
Que maravilha de relíquias, Victor Nogueira! A última, do Maurício de Sousa, ainda leio ao deitar... a não ser naquelas noites em que já vou com tanto sono que mal tenho tempo para chegar à cama... obrigada!
Milu Vizinho
Que maravilha de relíquias. Victor Nogueira...Não tenho palavras para descrever, parabéns (Y)
11 a
Editado
Maria Amélia Martins
só falta o Jeremy (não conheço o autor)
11 a
Victor Barroso Nogueira
Maria Amélia Martins Não estou a ver quem era o Jeremy ! Mas lembrei-me de outras duas séries de Hergé. o do Tintim - "Quick e Flupke (em português - Filipe)" e "Jo, Zette e o seu macaco Jocko", que lia em miúdo


 
11 a
Maria Amélia Martins
costumava ler no JN...era um adolescente problemático mas fazia rir 😃 porque era igualzinho aos mais loucos....já não publicam...
11 a
Victor Barroso Nogueira
 

Maria Amélia Martins Acabei de pesquisar na net e deves estar a referir-te a esta série, que não conhecia



Maria Amélia Martins
em pequena só li o pato donald...mais tarde a turma da mónica do Maurício, e a Mafalda do quino...
lia muito era livros de coboys...do índio "pequeno castor" e do CISCO KID
11 a
Victor Barroso Nogueira
de Jerry Scott e desenhada por Jim Borgman . Mas parece-me não uma criança mas um adolescente. Mas nõ me recordo de alguma vez a ter lido, Maria Amélia Martins 🙂


11 a
Maria Amélia Martins
é isto mesmo...fartei-me de rir...gostava deste louquinho...o pai é dentista a mãe porreira e tem dois amigos um gordo pacato e bom moço e um outro cheio de piercings fiel amigo.                      

Penélope morreu
e não é com Uiisses que faz a mala
De longe o horizonte
coalha de cinzas e chumbo o mar,
de poeira cobrindo as nuvens.
Sem flâmula nem glória
de Ítaca apagou-se o rumo.
Setubal 2016.03.31


31 de março de 2020 ·
foto de família - os 3 manos, no Porto, a long, long time ago!


31 de Março de 2024

Todos diferentes, todos iguais, uma só Humanidade! «Pão, Paz, Habitação. Saúde , Educação! Só há liberdade a sério quando houver, Liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir» Carta ao filho
Não vivas sobre a terra como um estranho
Um turista no meio da natureza.
Habita o mundo como a casa do teu pai.
Crê na semente, na terra, no mar.
Mas acima de tudo crê nas pessoas.
Ama as nuvens,
as máquinas,
os livros,
mas acima de tudo ama o homem.
Sente a tristeza do ramo que murcha,
do astro que se extingue,
do animal ferido que agoniza,
mas acima de tudo
sente a tristeza e a dor das pessoas.
Alegra-te com todos os bens da terra,
com a sombra e a luz,
com as quatro estações.
Mas acima de tudo e a mãos cheias,
alegra-te com as pessoas.


Nazim Hikmet
(1902 - 1963)

domingo, 30 de março de 2025

Letras empilhadas, ano após ano, em Março 30, (re)colhidas em 2025

 * Victor Nogueira

30 de março de 2013  

CLICAR EM 6ª feira Santa  

 Belmira Patrício

Jesus de Nazaré, era incómodo, foi assassinado, o resto são estórias (digo eu...), ❤ Palestina ❤

12 a

Sofia Champlon de Barros

Belo e imagintaivo. Muito bom, este teu texto, Victor Nogueira 🙂 Beijos.

12 a

Margarida Piloto Garcia

Boa Páscoa amigo, ou bom fim de seman festivo conforme queiras. Vou voltar para reler e comentar com mais propriedade,

12 aIsabel Maria

Gostei da tua Epístola!!!mas à 2000 mil anos o Coelho ainda não era nascido...

12 a

Odete Maria Botelho

Fiquei apaixonada por este texto..todas as palavras que Jesus proferiu foram assassinadas...Feliz Domingo de Páscoa amigo..Beijinhos<3 ❤

12 a

Maria Jorgete Teixeira

Pensei que era atual, o texto, não era...pois ele tem a ironia e a lucidez de um ser adulto, sarcástico e amargo às vezes, mas de vez em quando sensível, ou sempre sensível, porque o sarcasmo é fruto da sensibilidade também... partindo da figura de Cristo, dá a volta ao catolicismo, com todos os seus atropelos, hipocrisias, repressões...entendo tudo e tudo aceito como acertado, embora me fascine a parte do homem, ainda que (re)criada pelo próprio ao longo dos tempos...bjs ❤

12 a                         


30 de março de 2013

CLICAR EM   Goios - a Páscoa numa aldeia minhota (1974)

 Maria Márcia Marques

Como as recordações fazem bem à alma....fazem, também, visualizar os rituais que aconteciam em quase todas as casas deste País, de brandos costumes e onde a religiosidade se decretava nas famílias ditas de bem....

12 a

Belmira Patrício

memórias... grata amigo.

12 a

Margarida Piloto Garcia

Como sempre extasiada, eu diria mesmo, extasiadíssima com estas crónicas. Dariam por certo longas conversas. Tanta história de vida, tão bem descrita e relembrada! Quanto ao livro de viagens...que pecado Victor, o mesmo não ser dado à luz.

12 a

Joaquim Carmo

... por terras onde "a tradição ainda é o que era"! Feliz Páscoa, Victor! Abraço

12 a

Manela Pinto

reli gosto destes registos de vida

12 a

Maria Rodrigues

(Y) lindo as coisas antigas tinham outro significado,adorei vêr

12 a

30 de março de 2013  · 

Foto Victor Nogueira - Setúbal - estuário do rio sado

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Manuela Vieira da Silva

Bonito. Mas tenho duvidas onde colocar a cabeça da ave, se do lado direito ou do esquerdo Se for do lado direito mais parece um pato, se do lado esquerdo uma ave de amplas asas 🙂.      


                  

30 de março de 2014  · 

Kirk era sargento no 7º Regimento de Cavalaria dos EUA,  que no post Guerra Civil é forçado a participar no massacre de Ameríndios. Por isso deserta e passa a criador de cavalos, com amigos como Maha, um indiozito sobrevivente duma tribo massacrada, El Corto, um regenerado ladrão de cavalos, e Forbes, um médico que fora alcoólico, o “narrador” das histórias. São personagens como que à margem, no mundo que os rodeia. Essencialmente um “homem bom”, Kirk caracteriza-se pela tolerância e humanismo, mesmo para com os seus inimigos.

Criada pelo argentino Héctor Germán Oesterheld, o seu 1º desenhador foi Hugo Pratt, sendo posteriormente ilustrada por outros.

30 de março de 2014  · 


Bem-aventurados os pobres, em mansidão, porque deles será o reino dos céus, sentados à direita de Deus_Pai Todo Poderoso, depois do Inferno na Terra, que os redime das luxurias dos ricos, os tais que descerão às profundas dos infernos sem passarem pelo buraco da agulha depois de terem gozado com maior ou menor soberba o paraíso na terra.

em tempo - depois de séculos a ameaçarem os pecadores e os ricos (m/f) com o fogo do inferno, João Paulo II afirmou que o inferno não existe. E esta, hein !? Ah!  Mas logo o seu sucessor, Bento XVI,   afirmou que o inferno é um local físico que existe e não está vazio, ao contrário do que seu antecessor, João Paulo II, dizia. "O inferno, de que se fala pouco neste tempo, existe e é eterno", já havia afirmado o pontíficie.. Sendo assim .. a  infalibilidade papal, que é feito dela ?

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Francisco Gentil Apolónio
Pois! Mas o problema não é lá em cima! É cá em baixo! Como fazer deste planeta o paraíso? Esse é que é o desígnio!!!
11 a
Victor Barroso Nogueira
Pois, menina Margarida Piloto Garcia, esse lapso foi corrigido. Vê lá que nem me apercebera que Bento XVI desmentira o seu antecessor  
11 a
Editado
Margarida Piloto Garcia
🙂
11 a
Victor Barroso Nogueira
Ora, ficou o teu registo para a posteridade, Margarida Piloto Garcia 😛
11 a
Victor Barroso Nogueira
Francisco Gentil Apolonio De acordo. Mas o meu texto é irónico. Os deuses, com ou sem pés de barro, são criações do ser humano, para explicar o "inexplicável" ou para que se gere a "mansidão" 🙂
11 a
Graça Maria Teixeira Pinto
parece-me, Victor, q anda por aí ( Na Igreja...) muito pecado de soberba.😛
12 a
Victor Barroso Nogueira
Francisco Gentil Apolonio De acordo. Mas o meu texto é irónico. Os deuses, com ou sem pés de barro, são criações do ser humano, para explicar o "inexplicável" ou para que se gere a "mansidão" 🙂
11 a
Graça Maria Teixeira Pinto
parece-me, Victor, q anda por aí ( Na Igreja...) muito pecado de soberba.😛
11 a
Maria Amélia Martins
e este Papa até diz que os ateus vão para o Céu...o melhor é nem ligar ao que eles dizem...
11 a
Isabel Lourenço
Anda... anda... Graça Maria Antunes, mas quem anda por aí na igreja não espanta que saiba orações. O meu espanto vai para aqueles que não acreditam, nunca lá vão e proferem 1 infinito numero de mantras durante as 24 horas do dia !!!! Isso é que eu acho estranho.
11 a
Maria João De Sousa
Obrigada, Victor Nogueira! Não acredito nesse "local físico" no Éter a que se convencionou chamar "inferno" e, neste aspecto, não aceito opiniões ou imposições seja de quem for. Pode haver - e há! - quem saiba muito, muitíssimo mais do que eu sobre o que já foi dito, discutido e escrito sobre inferno mas, na realidade, sobre a existência desse local, ninguém sabe mais do que eu própria, tu, a vizinha do lado ou mesmo o meu gato. Ninguém!!!
11 a
Victor Barroso Nogueira
Maria João De Sousa o meu texto é irónico, iconoclasta, desmistificador. 🙁
11 a
Maria João De Sousa
Eu vi, Victor Nogueira! Eu e a minha mania dos pontos de exclamação! Desculpa se ficaste com a impressão de que falava directamente contigo... não era, garanto-te. É a própria afirmação que me provoca este efeito... pareci zangada?
11 a
Maria João De Sousa
Se pareci, foi com a afirmação! Vi bem que o teu texto era irónico, mas a frasezinha já tinha "mexido comigo"...
11 a
Barbara Lima
Dante - e sim, há infra mundos e não deve ser um lugar mas um estado de ser . Imagino que uma prisão super lotada deve ser um infra mundo , assim como imagino que um lugar onde há crianças a brincar e a sorrir seja um tipo de céu , assim como quem sofre de inveja vive num infra mundo assim como quem é muito consumista vive também num infra mundo. Dante colocou como poderia ter colocado isso na época - mas acho que são estados de ser , e claro, buscando por Beatriz, a musa ( os valores da alma) , alcança-se a vitória mesmo que se esteja no pior lugar do inferno . Alma aqui = psiquê e não coisa religiosa.
11 a
Victor Barroso Nogueira
Não interpretei que estivesses zangada, Maria João De Sousa, mas sim que me terias tomado a sério, isto é, como crente no que escrevera. Bjos 🙂
11 a
Maria João De Sousa
Claro que há... por aqui mesmo.
11 a
Rogério V Pereira
Não há enganos, Inferno é este local físico onde estamos!
11 a
Maria João De Sousa
Exactamente! E com o grande capital a espevitar as chamas a cada dia que passa!
11 a
Maria João De Sousa
🙂 Desculpa! Tenho de controlar ,melhor estas minhas "explosões", Victor Nogueira...
11 a
Victor Barroso Nogueira
Oh Maria João De Sousa Nada tens de controlasr aos comentários que me faças. Ai, ai, ai, que me zango LOL
11 a
Maria João De Sousa
🙂 Não zangues!!! 🙂 Pronto, eu continuo a descontrolar-me... mas olha que é mesmo muito raro, embora, como costumo dizer, tenha o coração na ponta dos dedos... 🙂
11 a
Manela Pinto
prantes ja sei k vou parar direitinha ao inferno que mansidao nao tenho nenhuma ahahah
11 a
Victor Barroso Nogueira
António Garrochinho Como dizia o outro "Eu graças a Deus sou ateu" LOL
11 a
                 

30 de março de 2014  · 

foto victor nogueira - colheita da cortiça

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 Nádia Silva

Dava um belo padrão para tecidos! Hihihi https://www.facebook.com/PanoDeCostura

11 a

Margarida Piloto Garcia

A foto está espectacular.

11 a

Maria João De Sousa

É muito bonit, a imagem que obtiveste nessa perspectiva, Victor Nogueira! Obrigada!

11 a

João Parelho

Era uma riqueza do País e agora está no bolso de alguns

11 a

Milu Vizinho

Que bonita foto, está espectacular. Camarada Victor Nogueira, Bj...(Y)

11 a

Rogério V Pereira

Quando se despe o sobreiro e empilham as pranchas, no montado, é tal e qual o que nos é mostrado! 🙂

11 a

Maria Odete Gaspar Fernandes

Mas andam a pagar misérias aos produtores.... de tão bom produto.

11 a

Madalena Fialho

Só lamento não ser minha!!!!!!!!!!!!!!!

10 a

Judite Faquinha

Aqui está a cortiça tirada ainda em bruto, depois é que são formadas as pilhas, onde, nos anos 70 era molhada para ficarem mais juntas... para ficarem protegidas do mau tempo!!! eram pilhas enormes... eu ia com o meu pai, que ele era comprador e ia ver,as pilhas e eu ia com ele!!! Eu corri quase todas as herdades do Alentejo e Ribatejo. É lindo este trabalho!!! Obrigada camarada Victor por tão bela foto!!! Feliz noite bjitos.❤

10 a

Luciano De Lucio

so de imaginar,as garrafas de vinhos que serao fechadas por essas obras da natureza da agua na boca

10 a   

30 de março de 2019  · 

de sábado para domingo, não esquecer -  adiantar uma hora

30 de março de 2020  · 

Foto victor nogueira - Lisboa    estação de metro do Chiado 1998 05 05  

Esta estação fica nas profundezas da terra, lá muito em baixo, com acesso por intermináveis escadas rolantes.

30 de março de 2021  · 

foto victor nogueira - sombra despida (Setúbal, Avenida Nennto Jesus Caraça=

30 de março de 2022  · 

Foto victor nogueira  - Setúbal e a Praça de Bocage (antigo Largo do Sapal), com a estátua do poeta Elmano Sadino e os Paços do Concelho. a long tima ago

30 de março de 2024  · 

Foto victor nogueira -  ponte Vasco da Gama, sentido  Norte / Sul  (2023 Verão file372)

Normalmente as pontes têm um traçado rectilínio, mas não esta que, atravessando o Rio Tejo, liga Alcochete e Lisboa, com uma ampla curvatura. 

Com os seus 12,3 km de comprimento é a  segunda mais longa da Europa, após a Ponte da Crimeia, e uma das mais extensas do mundo. Foi inaugurada em 29 de março de 1998, dois meses antes da abertura da Exposição Mundial (Expo '98), comemorando simultaneamente os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, em maio de 1498.

Fotos victor nogueira - Castelo de Vila da Feira (Santa Maria da Feira) (rolo 370 - 1998 09 11) - Penedono - Castelo e pelourinho (rolo 438 - 1999 10 31)

O de Vila da Feira é muito maior que o de Penedono, mas ambos, com os seus torreões, parecem ser um dos representados em contos de fadas, como os popularizados pelos filmes animados dos Estúdios de Walt Disney. Mas outro aspecto os distingue. O da Feira fica lá no alto duma colina, hoje arborizada, enquanto que o de Penedono ergue-se numa pequena massa rochosa, pouco acima da planura.

As minhas notas no dia em que o visitei registam: «Santa Maria da Feira Castelo lá no cimo da encosta arborizada, frondosa, onde as pessoas deambulam calmamente. No sopé, no Rossio onde outrora se realizava a feira medieval, uma igreja e convento do Elói lá em cima, com acesso por ampla escadaria, com fontanário e cruzeiro cá em baixo. Neste Rossio arborizado se realiza uma importante romaria, a Festa das Fogaças. Aqui se situa um espigueiro junto ao Orfeão da Feira e um quiosque de ferro verde.

O "centro histórico" é pequeno, com uma rua pedonal e um largo com fonte a meio e edifício brasonado, onde também se situa o da Câmara: claro que falamos da Rua Direita e da Praça Velha. » Segundo as minhas Notas de Viagens estive nesta povoação por três vezes: 1998 06 14, 1998 09 12 e 1999 08 25.

Sobre Penedono anotei em 1999 10 31: «Vila medieval, donde era o Magriço dos Doze de Inglaterra. Fotos ao pelourinho e ao castelo; o nevoeiro cerrado não dá para deambularmos pela vila. Foto a interior de igreja.»

sábado, 29 de março de 2025

O Alentejo, uma vida entranhada!

* Victor Nogueira

 29 de março de 2014

Em Económicas, na Universidade de Lisboa, em 1966/68, os meus colegas alentejanos eram pessoas abertas, cordiais. Também por isso e pelo contraste, évoraburgomedieval foi para mim um balde de água fria, um sufoco. Ao contrário do que sucedia  em Luanda, na casa dos meus pais, ou no Porto e no Minho, onde a porta estava sempre aberta e havia sempre lugar para mais um à mesa, a dona da pensão dizia ao estrangeiro que eu era que "primeiro a pessoa tinha de mostrar que merecia a amizade e só depois os alentejanos a concediam". Breve descobri um outro Alentejo, não o da cidade ou das vilas. Um outro Alentejo, onde se utilizava a palavra "amigo".  O Alentejo, o das portas abertas, este, o das aldeias e dos campos, o dos assalariados rurais, que me acolheu e tratou como amigo e que me mostrou o valor e a força da solidariedade e do caminhar ombro a ombro, lado a lado. Antes e depois de Abril.em Maio. Sem esquecer, na minha vida, outras gentes, também especiais em solidariedade e franqueza, as de Trás-os-Montes e da Beira-Baixa.

Partilharam comigo este vídeo, apresentação dum tempo sofrido, que me comoveu. Espero que consigam vê-lo e ouvi-lo.

https://www.facebook.com/photo.php?v=749837275027724

É  verdade que apesar de ser uma terra sofrida, mais sofridas eram as mulheres, no campo, mas também nas vilas e na cidade. Como  este convívio, na taberna, mostra, pela "ausência" delas.


Taberna em Cuba - Baixo Alentejo

Já a seguir, a força e a alma do cante alentejano. Para um homem nascido e criado à beira-mar, do horizonte sem barreiras, o ondear do coral alentejano, se se confunde com o ondular das searas do trigo em flor, espelha também as ondas do mar-oceano. Bom fim de semana! 


Grupo dos Mineiros de Aljustrel 


foto victor nogueira - campos do alentejo


Foto victor nogueira - manifestação dos trabalhadores rurais, em Évora

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 Maria João De Sousa
    mas também eu tenho uma costelazinha alentejana. Penso que nunca publiquei nenhuma imagem de quem me legou esse pedacinho, mas vou tentar encontrá-lo hoje, no meu ficheiro de imagens. É o meu avô materno, Frederico Belo Basílio, de Flor da Rosa, Crato. Se conseguir, identifico-te nela!
11 a

Bernardino Barnabé
Obrigado, por me ter proporcionado poder reviver momentos da minha infância/adolescência. Orgulho-me de ter nascido e vivido neste Alentejo.
11 a

Maria Jorgete Teixeira
tempos que nos marcaram...
11 a

Maria Mamede
Meu querido Amigo Victor Nogueira, os camponeses e camponesas do País inteiro, sempre foram gente sofredora, sobretudo as mulheres; tal como disseste em relação às tabernas do Alentejo, tudo era ausência e proibição para elas, em todas as aldeias, de norte a sul...o trabalho muito e os ganhos miseráveis, como sabes, com o acréscimo de à chagada a casa, o trabalho dos homens terminava e o delas continuava...não digo nada de novo,só relembro!Bjs. e obrigada por estas partilhas.
11 a

Letras empilhadas, ano após ano, em Março 29, (re)colhidas em 2025

 * Victor Nogueira

29 de março de 2014 
Conteúdo partilhado com: Público
Público
amizade biunívoca
não equivoca
desassombrada
no campo ou na cidade
a recíproca
sem equívoco
a da reciprococidade
setúbal 2014.03.29

29 de março de 2014

 
Conteúdo partilhado com: Público
Público
foto victor nogueira - o rui e as suas magias (com fato e a gravata do pai) - [...]

Nesta altura ainda os livros não enchiam todas as paredes desta casa. By the way - sem a ajuda, solicitada, das amizades [...] - salvo a da "Princesa", que sem tretas e de tão longe aceitou o meu convite para férias em Setúbal, em minha casa, e que não aceitei as passasse a ajudar-me - a sala e o quarto das visitas estão arrumados..

1.

Os livros e as pessoas

Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem têm olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.
.
Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.

Victor Nogueira (1969, exilado, em évioraburgomedieval)
  

 o artista e a sua ajudante, depois do espectáculo no dia do meu 44º aniversário    

Maria Mamede
é meu Amigo, a vida passa, os filhos crescem e vão-se à vida, agora só sua e depois, vão entender tudo, quando também tiverem filhos...como diz o nosso sábio Povo - "É a vida!"
11 a


29 de Março de 2015

O Alentejo Agrícola, por Cláudio Torres (texto) e António Cunha (fotografia)

Numa Feira do Livro a decorrer em Setúbal  comprei várias. obras, uma delas, "Filhos de Enganos - amor, sexualidade e grupos sociais no Alentejo", de Isabel Marçano, [Edições Colibri, Lisboa s/d] centrado num estudo na Aldeia de Santa Susana, uma das povoações alentejanas que me encantou quando nela estive pela primeira vez, tal como sucedera em Alcácer do Sal ou em Porto Covo, "in illo tempore". Já em tempos lera sobre esta temática um estudo intitulado "Amor e Sexo no tempo de Salazar", de Isabel Freitas, [Ed. A Esfera do Livro, Lisboa, 2010], um "retrato" que me fez voltar aos tempos de exílio em évoraburgomedieval, que pouco ou nada tinham a ver com a minha vivência em Luanda e na Academia de Lisboa, em Económicas, sobretudo no movimento associativo estudantil.

Mas esta nota é constituída por dois excertos duma brochura intitulada "O Alentejo Agrícola, um pouco de história", numa breve perspectiva, também sociológica, com texto de Cláudio Torres e fotos de António Cunha. A selecção incide sobre o tempo da ocupação árabe,  uma civilização na altura mais evoluída e adiantada tecnologicamente  que a dos bárbaros cristãos, e - nos dias de hoje - sobre o "choque" de mentalidades entre a "sabedoria" tradicional - mas não só - dos "mais velhos", um saber de experiência feito, e a veiculada pelo sistema escolar, como agente duma certa socialização/aculturação.

Nas minhas andanças por Arraiolos em 1972/73 esta última questão me surgira, embora noutro contexto: "Às tantas um homem com ar espertalhote (46 anos, ao que me disse) intrometeu‑se na conversa, porque quisera emigrar mas não pudera por causa da idade. E vai daí gerou‑se uma conversa sobre o que valia mais, se o lido (estudos) ou o corrido (prática) e, portanto, se um jovem ou um homem da idade dele ("Qual escolhia o senhor?", perguntava‑me); sobre o estado da agricultura, cuja solução, para os presentes (suponho que seareiros e proprietários ou rendeiros de quintais de 0.5 a 5 ha.) era a distribuição das grandes terras por quem quisesse nelas trabalhar, completamente inconscientes de que o mundo é outro para além daquelas terras, insensível a métodos e processos de exploração agrícola ultrapassados, sem respeito pelo "corrido"doutras eras.» in  https://www.facebook.com/notes/victor-nogueira/por-arraiolos-01-197273/10151468504704436

A terminar este breve introito: foi nas aldeias e nos montes do Alentejo, mas não na cidade ou na vila, que aprendi a dizer a palavra "amigo", pois aí sempre fui recebido de portas abertas, antes e depois de Abril, como se fora um deles. E curiosamente, um dos meus cunhados alentejanos, o Janica, tratava-me por "mano".
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 José Inácio Leão Varela
Olá meu bom amigo Nogueira! Obrigado por mais belo texto com que me presenteaste...sobre ele apenas um reparo: Na cidade - mais precisamente em Évora - também te chamaram e continuam a chamar de "Amigo"...eu por exemplo.. Ok? Abraço forte "AMIGO" .... 🙂
9 a   


29 de março de 2018  · 

Educação para a cidadania ? Bem, ou o arco ps(d)cds  e adjacências seriam liminarmente "negativados" ou teriam nota máxima, como Relvas / Sócrates / Portas / Marillú / Cavaco /Zé Barroso /Gasparzito / Soares / Passes de Coelho / Cristas e tutti quanti.


29 de março de 2019  · 

foto victor nogueira- o bairro do troino, em setúbal, visto do outeiro da saúde. À esquerda a Igreja da Anunciada e ao fundo o forte de S. Filipe, na serra da arrábida

29 de março de 2020  · 

Foto Victor Nogueira - Sé de Braga - 1998.06.07  (rolo 349) - 

Na Idade Média muitas das Sés estavam cercadas de ruelas estreitas. Ao longo do tempo foi-se defrontando o espaço em torno delas, designadamente na frontaria, como sucedeu no Porto. Mas aqui em Braga não há defronte da Sé qualquer adro mas uma rectilínea rua.

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À confusão da cidade moderna, o sossego do centro histórico merece referência. O que deveria ser talvez designada por Rua Direita dá origem às ruas D. Diogo de Sousa e do Souto, ligando respectivamente o Campo das Hortas (e Arco da Porta Nova) ao Largo do Barão de S. Martinho (Café a Brasileira) e à Praça Central. Paralela, uma rua mais pequena, de D. Paio Mendes, no topo da qual se encontra a Sé, como que “encravada” nos edifícios. Fundada pelo Conde D. Henrique e anterior à fundação de Portugal, foi embelezada por sucessivos arcebispos que nela também queriam deixar marca e memória, numa simbiose de vários estilos, desde o românico ao gótico passando pelo barroco. 

Contudo nem sempre os resultados  terão sido os melhores: o actual claustro é pobre, o frontal do altar mor, em pedra de anção, com delicadas e expressivas figuras, é apenas uma parte do primitivo que se perdeu, os túmulos dos fundadores do condado portucalense foram desalojados para que o sítio albergasse a nobre capela mortuária dum  bispo. Também o claustro não tem grandeza, substituindo o primitivo românico, e nele se encontram várias capelas tumulares, entre as quais as de D. Teresa e D. Henrique. Aliás são de referir pela sua beleza os túmulos do Príncipe D. Afonso (gótico-flamengo), do conde D. Henrique (sec. XVI), do Bispo D. Gonçalo Pereira (séc.XIV). Por um pátio exterior acede-se à chamada capela de S. Geraldo, sob cuja arca tumular se encontra o corpo incorrupto do bispo homónimo.

O recheio do museu de arte sacra anexo é exemplificativo do luxo e sumptuosidade que cercavam a maioria dos bispos bracarenses, contrastando com a pobreza doutros bispados como os de Castelo Branco ou da Guarda.  (NOTAS DE VIAGENS - 1998.06.03)

29 de março de 2020  · 

Neste preciso momento, em Setúbal, no cimo da torre no alto duma encosta, cerca das 12:01 horas, o chão, a mesa e a cadeira em que estou sentado oscilam ligeira e silenciosamente, em vai-vem,  como se estivessem sobre esferas. É seguramente um sismo de baixa intensidade.

Sentiram-no? Que sentiram?

29 de março de 2022  · 

Foto victor nogueira - Coimbra - Painel azulejar evocativo de José Afonso (2000)

«Nesta casa viveu o trovador da Liberdade, José Afonso (o Zeca)  // Em cada esquiina um amigo / Em cada rosto igualdade / O Povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade» (Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril 1987)  -autor do retrato - J M Duarte


Grândola Vila Morena, por José Afonso 

29 de março de 2024  · 

Foto victor nogueira -Setúbal vista do alto da torre no cimo duma encosta (IMG_4322 2024 03 29)

Tal como no Mindelo, a vista é  desafogada. mas não para um campo agricola, de milho ou pasto verde, a rasar o solo, mas do alto, com um parque verde ao sair da porta e a cidade a meus pés, com a serra do Louro e o Estuário do Sado no horizonte.

A manhã foi de ceu azul levemente cinzento com núvens brancas mas a tarde foi de céu coberto de nuvens cinzentas, carregdas, dum frio miudinho que se infiltrava na pele até aos ossos, com trovoada longínqua que se foi afastando da cidade ....  Duas ou três gaivotas planavam para lá da janela, cinzentas, mas se distinguindo da cinza das nuvens. Vai ser provavelmente cinzento e pluvioso o domingo de Páscoa, com hora nova equinocial na madugada, entre 30 e 31 de Março.  Será primaveril ou de águas mil o mês de Abril?


29 de Março de 2024

29 de Março de 2025

2025 02 29 / 30 mudança para fora de Verão

A imprensa on line não noticiou e não fossem as "memórias" do inFaceLocked e não me teria aparcebido que nesta madrugada, entre sábado e domingo, os relógios devem ser adiantados de uma hora, dando início ao horário de Verão, decorrido que foi o equinócio da Primavera, há dias.

Já notara que estes estavam maiores, tornando o tempo menos breve e sombrio, mais alegre e revigorante, apesar de persistir ainda a frialdade.