* Victor Nogueira
4 de maio de 2013 ·
António Ribeiro - O Diário Secreto de Victor Gaspar - A Esfera dos Livros - Lisboa 2013 - o livro tem piada embora a partir de certa altura se torne repetitivo. Talvez por não ter sido escrito numa folha do Excel (qt pagará o bill gaitas pela publicidade à sua folha de cálculo ?)
4 de maio de 2014 ·
foto Victor Nogueira -1974/75 - cartazes e murais de abril 08 - Évora 1975
1 . - Uma "manife" em Évora, num verão quente, nos idos de 1974
Ontem, no comício do PC, ali no Rossio de S.Brás, o Álvaro Cunhal falou na independência dos povos das colónias. (...) Ainda antes do Álvaro Cunhal falar o palco foi abaixo por duas vezes. Uma multidão imensa concentrava se em redor do palco, junto ao Monte Alentejano, agitando se inúmeras bandeiras vermelhas do PC. Em uníssono, a multidão repetia as palavras de ordem, de punho erguido.
Detecto, junto a mim, um grupo que vai comentando ao sabor das intervenções. Quando se falam nas torturas sofridas pelo Cunhal e outro comunista, uma mulher ao meu lado diz me: "Coitadinho! Bandidos!" E a multidão grita: "Morte à PIDE!". Dois delegados dos Sindicatos Agrícolas (Évora e Beja) enumeram as quebras dos contratos colectivos de trabalho e o nome dos latifundiários. A multidão grita: "Morte aos cães!" "A terra a quem a trabalha!".
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Ao meu lado, algumas mulheres dizem: "É assim mesmo!" e "Essa sou eu!", quando se fala em ranchos despedidos. O Álvaro Cunhal cita as lutas revolucionárias dos trabalhadores alentejanos e a "palha" que os latifundiários teriam mandado dar aos trabalhadores que imploravam comida. E a revolta; que enquanto houvesse ovelhas, galinhas e porcos não comiam palha os trabalhadores!
O Partido faz a sua campanha e no palco estão pessoas que já conheço de há muito. Por detrás delas, enormes, em fundo vermelho, as efígies de Marx, Engels e Lenine. A brancura de Évora é agora quebrada por cartazes do PC
Marx, Engels e Lenine enchem as ruas, conjuntamente com cartazes com a foice e o martelo. (MCG - 1974.07.28)
2. - A chegada dos presos políticos a Évora
Amanhã há uma reunião ou comício ali na Quinta das Glicínias, na Estrada para Arraiolos, organizado pelo Movimento Democrático de Évora. Hoje desde o Cemitério até à Praça do Giraldo, uma grande multidão - milhares de pessoas aguardaram [em Évora] - durante mais de hora e meia pela chegada do cortejo automóvel que acompanhava os presos políticos libertados- uns 3 ou quatro, um dos quais há 12 anos ! (1) São 20h30m está frio e começa a chuviscar. Resolvo ir a casa buscar o guarda-chuva e acabo por ir jantar uma merda dum bife nos “Manuéis”. Quando regresso à Praça [do Giraldo] já tudo havia terminado; apenas na placa central da Praça do Giraldo um grande magote de pessoas estão comprando "A Capital". São autênticas corridas aos jornais, avidamente disputados, como os dos últimos dias. Toda a gente anda de jornal debaixo do braço ou lê-o à mesa do café ou especado na rua. Até, oh! surpresa, raparigas! (Muitas mulheres têm tanta pena do Marcelo [Caetano], coitadinho, tão simpático, tão amigo do povo!) SAFA! ( (MCG – 1974.04.27/28))
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Manuel Mecha
foi se tudo até o martelo, Vitor 🙂
11 a
Artur Cravo
Momentos inesquecíveis, de luta e de querer.
11 a
Victor Barroso Nogueira
Olha que não, olha que não, Manuel Mecha LOL Ainda tenho aí a foice que trouxe dum monte no Alentejo e dois ou três martelos para a bricolage. E estrelas, tb se arranjam, as do mar, ali numa prateleira.
11 a
Adriano Moreira Ferreira
Viva o partido de quem trabalha...
11 a
Quim Cigano
Carlos,nesse comicio fui orador,em representaçao do Sindicato da Construçao Civil e Marmores do Distrito.O palco abateu mas nao houve problemas.
11 a
Milu Vizinho
Viva o partido comunista, assim se vê a força do PC (Y)
10 a
4 de maio de 2015 ·
Uma bela interpretação, mas os meninos que a mãe negra ajudou a criar e que se ausentaram (talvez para estudarem em Portugal) esquecendo as suas histórias seriam os ... brancos. É a eles que se refere a poetisa Alda Lara (médica e branca, que teve de "abandonar" Angola para cursar as universidades de Lisboa e Coimbra). Faço este comentário por causa das oportunas imagens que vão iiustrando o poema.
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guizos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
É que os meninos cresceram,
e esqueceram
as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram pra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...
4 de maio de 2015 ·
foto victor nogueira Guimarães o fótografo apanhado como se em sombra estivesse a bailar (foto às chaminés do Palácio dos Duques de Bragança)
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Silvia Mendonça
Victor Barroso Nogueira, impressiona-me a sua criatividade - e a forma como a apresenta. Para alguns, uma sombra na parede é apenas uma sombra. Para você, não. E que luxo ter sua sombra "clicada" às chaminés do Palácio do Duque de Bragança. Bravo!
10 a
Victor Barroso Nogueira
Silvia Mendonça O fotografao é um amigo meu, o fotógrafo, sou eu 🙂 Bjos
10 a
4 de maio de 2015 ·
A TRILOGIA EM REGRESSÃO - 8 HORAS de trabalho, 8 HORAS para descanso 8 HORAS de lazer
4 de maio de 2016 ·
foto victor nogueira . nascer do sol visto do cimo da torre no alto duma encosta, em setúbal - parece mas não é o sol espelhado nas águas do estuário do rio sado
4 de maio de 2016 ·
Pois .... antes só que em má companhia ? No tempo em que os animais falavam e havia boas e más fadas, as princesas em doce e manso sossego ficavam na sua redoma ou ao borralho esperando pelo garboso príncipe e cavaleiro que as desencantasse ou livrasse da rainha-maléfica. Na república dos iguais, têm de ir todos e todas à luta LOL e 🙂 (VN em "Cartas a Penélope" ou a "Lota" já não é o que era ?)
4 de maio de 2018 ·
foto victor nogueira - Vila do Conde à hora de ponta para a ponte sobre o Rio Ave, a caminho do Mindelo, como se fora uma foto antiquíssima. Ao fundo as casa onde nasceu e morreu o escritor José Régio, da Toada de Portalegre aqui declamada por João Vilaret em
4 de maio de 2019 ·
A vingança serve-se .... fria ou ... o último a rir é o que ri .... melhor
4 de maio de 2020 ·
foto victor nogueira - mindelo, 1976
1ª fila - zé luís, teresa, carlos, alexandrina // 2º fila de pé - maria emília, manuel, conceição, isabel,zé luís, zé barroso
4 de maio de 2022 ·
Foto victor nogueira - Alcácer do Sal - Ponte pênsil rodoviária no Rio Sado, que outrora, no Rio Tejo, ligava o Seixal ao Barreiro, para este local trasladada. (IMG_5732)
Outrora o Rio Sado, estrada fluvial, era navegável desde o estuário, em Setúbal, até Alcácer do Sal, durante séculos importante entreposto comercial e poderosa fortificação militar árabe.
4 de maio de 2024 ·
Setúbal - Mural 'Liberdade querida Liberdade / o nosso chão tem sonhos e vontade' no Largo Eduardo Maria Duarte (2024 04 19 IMG_4451 IMG_4453) Este mural é o 3º de cinco no projecto "Histórias que as Paredes Contam" uma iniciativa integrada no programa "Março Mulher" e para a qual a Junta de Freguesia de São Sebastião cedeu um muro com cerca de 200m2.
Esta obra, que assinala o cinquentenário da Revolução dos Cravos e o mês em que se comemora o Dia Internacional, localiza-se no Largo Eduardo Maria Duarte, no Bairro 2 de Abril. Foi mote de inspiração a frase "Liberdade, querida liberdade", da "Canção a Zé Mário Branco", d'A garota não, sendo um trabalho colectivo executado entre 22 e 24 de Março de 2024.
O mural é composto por vários hexagonos, como favos de mel, cada um com seu significado, a maioria com dizeres, a saber:
* amamentar é natural
* não ao colonialismo
* paz pão saúde educação
* paz no Mundo
* o meu corpo as minhas escolhas
* my afros is as wild as my spirit
* que nunca nos faltem os direitos sociais
* ser livre
* como ela somos livres de voar [da canção "Liberdade", de Ermelinda Duarte]
* Abril com todos para todas e todos
* liberdade ambiente
* esta terra ainda vai cumprir seu ideal {da canção "Fado Tropical], de Chico Buarque]
* amor é amor
* maternidade feminista revolucionária
* liberdade para mim liberdade para ti não me explores
4 de maio de 2025 ·
A expulsão dos “ilegais” decretada por Montezero e executada pelo Leitão em baile mandado orquestrado no Terreiro do Mestre André, o Venturoso
Em 1496, o Rei Manuel I de Portugal, o Venturoso, decretou a expulsão dos judeus e muçulmanos de Portugal, obrigando-os a deixar o reino até 31 de outubro de 1497. Caso contrário, enfrentariam a morte e o confisco dos seus bens.
A expulsão dos judeus e dos mouros decretada pelos reis católicos de Portugal, em articulação com os reis católicos de Espanha provocaria graves prejuízos económicos, pelo que Manuel I decretou a conversão forçada ao catolicismo dos que procuravam abandonar Portugal, impedindo a sua saída. A expulsão, que servia à nobreza terratenente, é também uma das causas do atraso no desenvolvimento da ciência e das forças capitalistas na Ibéria.
Para além da questão religiosa, o confisco dos bens dos judeus abastados revertia para o Rei. Monterzo e o Mestre André, com o decreto de expulsão, não alcançam voos tão altos, pois de modo algum confiscam os cabedais de quem pode e manda, contentando-se em serem ferrabrases apenas com a arraia-miúda, considerada “ilegal”, para entretenimento da populaça, a que só tem minguados cabedais em bolso roto.
Os judeus convertidos passaram a designar-se como Cristãos-Novos e os mouros como mouriscos. Contudo, muitos deles continuaram a praticar clandestinamente as suas religiões, sujeitos à perseguição e condenação pelos Tribunais da Inquisição e a serem queimados em fogueiras, em espectáculos públicos, para gáudio da populaça. Quer judeus, quer mouros, passaram a viver em guetos, judiarias e mourarias, com recolher obrigatório do pôr ao nascer do sol.
Os mouriscos pertenciam às classes populares empobrecidas e dedicavam-se agricultura, criação de gado, comércio e atividades afins. Em Portugal o termo "mourejar" designa um trabalho árduo, constante e penoso. Mas entre eles também havia médicos, boticários, matemáticos e astrónomos.
Os judeus tinham um estatuto social mais elevado. Eram mercadores e banqueiros, médicos, astrónomos, tabeliães, astrólogos, mesteirais (ourives, tintureiros, alfaiates, sapateiros, carniceiros ou talhantes), competentes e hábeis nas suas profissões. Alguns eram diplomatas ou conselheiros do rei.
A distinção entre Cristãos-Novos e Cristãos-Velhos só foi abolida pelo Marquês de Pombal, que tentou cortar o poder da nobreza, parasitária e proceder à industrialização do país.
Montezero, ao leme da traquitana da AD onde (não) está Wally, surfando a onda ateada pelo Mestre André, Trump & Cia, em mera gestão, usurpando poderes, quer expulsar os novos "infiéis", inconvertíveis!
Entretanto o Governo propõe-se criar campos de concentração, eufemisticamente designados como centros de detenção temporária, em Lisboa e Porto, para acantonar coercivamente os "ilegais" que não abandonem voluntariamente as plagas lusitanas.
E dizem eles que Portugal é um país de brandos costumes, pacífico, tolerante e multirracial, do Minho a Timor, onde domina uma só raça, a “caucasiana”, tenha ou não fartos cabedais!
Governo acusado de criar “cortina de fumo” com anúncio de expulsão de imigrantes
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