Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 29 de junho de 2022

breviário ao sabor do olhar

 * Victor Nogueira

(texto e fotos)

 


Sombras


Pegadas columbófilas


Pátio do Gago - porta para o jardim


Papoilas


Parede

#   A síntese das palavras ao sabor e olhar do poeta. E agora, para quem entra pela madrugada dentro, para quem desperta, ao amanhecer, para quem acorda pela tarde fora, enfim, para quem quiser retribuir qualquer que seja a hora, minuto ou primeiro segundo ou segundo em primeiro ...

 

## não quadras mas um soneto, variação inventiva e de mérito sobre as festas populares. De boa vontade e sem pesos âncoras em cadeia, que o saltar a fogueira desaconselha, aqui começo a pagar a minha dívida. 

 

### Faz lembrar-me, não sei porquê, uma tapeçaria de Portalegre. Ao contrário da "tapeçaria de Portalegre" duma marcação vincada nas cores, esta é sedosa e dela se evola o que diria ser uma suave musica. 

 

1. - Uma flor, uma borboleta, e a resina, o olhar, meio olhar, como se de peixe fosse, a corola do clarim, do saxofone, a concha sedimentada. estratificada. Stendhal, Le Rouge et le Noir, ruge no ar ? 

 

2. - Há uma leveza, uma suavidade, neste teu quadro de lágrimas, como sudário me parece.

 

3. - Um poema e a foto, a foto delicada, de promessas escondidas libertas nas asas da imaginação e do sonho, contidos ! Ou Não ! E ... qual a cor da liberdade e do desejo para além da paleta do bianco e nero ? 

 

4. - Poucas palavras, para tão grande e contido amor.

 

5. - Um campo de flores, como se jarro fosse, o cálice, a ampulheta que mede o tempo ... quente ou frio.

 

6. - as palavras não chegam e o silêncio tem todos os sabores e cores que por mim lhe quiseres dar

 

7. - Nas pontas dos meus dedos sigo o teu olhar e nele (re)pousam o sol e o mar .

 

8. - 

 

Se o ar é tão belo e calmo

e o mar tão verde e sereno

porquê esconder que te amo

seduzido gira-sol moreno ?!

 

9. - Palavras para quê se as tuas, ave liberta,  me tiram a respiração ? Para ti, com a cor e o sabor que lhe souberes ou quiseres dar dar .

 

10. -  não vou dizer palavras de circunstância, palavras de andor andar simpático e breve, a despachar talvez, num rápido e anódino "like". Mas , sabendo que do poeta bom se pode "sentir" como se particular fosse o que público (não) é, beijo-te em público com o sabor e a cor que em privado me quiseres dar

 

11. - Força, Portugueses e Portuguesas. Uni-vos, Povos de Todo o Mundo. Contra os patrões e cifrõ€$ e seus mandaretes, marchar, marchar. A Vitória é difícil mas é nossa !

 

12. -  Mas o Alentejo é verde, sempre, ano após ano, para quem lá viveu para além das fotos: "todos os anos, pela Primavera", usando o título duma peça de Luis de Sttau Monteiro.

 

13. - Belo o poema, bela a partilha,  e daqui te envio uma revoada de rendilhados beijos

 

14. - Na concha do teu nome que alinhavo, um rio de sons, suave lucerna bailando.

 

15. - Vim hoje visitar-te e gostei de estar contigo, de passear pelo olhar das fotos que escolheste, de saborear a leveza dos teus textos, de sentir o cuore colorido do teu mural, mesmo quando a preto e branco.

 

16. Ilustração a ilustração me concedes uma ilustre e bela galeriia e contigo a alegria de estar e de ser.

 

17. - Hoje a gravura parece feita em dia ventoso, algo frio de cores e um pouco relampejante, outonal, impregnado de alexandrinos. Como a vida que nos cerca. 

 

18. - Olá,  e neste olá tudo o que de bom lá quiseres colocar.

 

19. - E eu, na brisa do teu olhar que os meus dedos seguem passo a passo, esvoaço beijos meus, num quadro cheio de cor, de calor e de encanto.

 

20. - Durante muitos anos supus que as Crónicas de António Lobo Antunes eram-no com base na vida dele. Mas depois concluí que não, que nem sempre é / será assim, porque ao escribador todos os malabarismos são permitidos para dar alguma cor (esta e não outra) à vida que vai encarreirando em signos na folha branca ou no monitor. Gosto destes teus escritos.

 

21. - Esforça-se uma pessoa a escrever, neste caso, bem, e depois as pessoas na maioria buscam significados e "estórias" e "enguiam" em torno da "cabedela".  Pois é, nada podemos dar aos livros senão letras do nosso pensamento e os seus olhos e llábos são os olhos e lábios não de quem escreve mas sim de quem (tres)lê.

 

22. - ao escriba todos os malabarismos são permitidos se para isso tiver arte, Excepto na prosa de alíneas e parágrafos encadeados,

 

23. - O bom fica nas fotos e nos escritos despersonalizados para outrem e se nada houver para recordar de bom, fica uma folha em branco.

 

24. - Tanto livro, como se toros, troncos de árvores, mortos, fossem, para um pássaro só, sem asas para voar ? 

 

25. - com humor e leveza, qualquer que seja a lua no horizonte é sempre um prazer renovado passear e seguir a delicadeza e suavidade do teu olhar

 

26. - Maravilha da natureza e o fotógrafo estava lá Em cada gira-sol um beijo, em cada beijo um sorriso, em cada sorriso um mar, brisa de poalha dourada.

 

27. - Gosto desta tua faceta de escritora que me encanta. Cravos e rosas, bravos e viçosas, para ti.

 

28. - Gosto desta série - parece-me o primeiro - duma colorida calma e sossego que nos dispõe bem, ao olhar.

 

29. - Hoje, que te escrevo, é o primeiro dia deste ano de 1994. Hoje, que me lês, é o primeiro dia do resto de nossas vidas. Cada dia que passa é sempre o primeiro dia do resto de nossas vidas. A única diferença é haver cada vez menos primeiros dias à nossa frente.

 

30. - Fico tão contente com a tua visita ... 

 

31. - 

 

Com palavras

lavras

de silêncio

o caminho

 

sem dó

 

sustenido

 

32. -  Quem virá nas asas duma andorinha ao alvorecer, no alto da madrugada ? E não só quem virá mas sim, quem ficará ? 

 

33. - as aves de Eugénio de Andrade na madrugada de Sophia ? Eu vou com as aves e deixo-te na ponta dos meus dedos beijos meus, como se aves fossem

 

34. - "SINGER" , a máquina de costura sempre cantante, alegre, triste ou assim e assim, "singing on the rain", peça de museu se não electrificada em tempo de virtualidades. Beijos virtuais, que é o que está à mão de semear, " singing springing".

 

35. - um alegre e colorido quadro para um soalheiro dia de primavera

 

36. - O capitalismo sempre foi genocida, auto-fágico e predador. Agora fez regressar à europa o genocídio dela erradicado no séc xx, mas que sempre mantivera no resto do mundo por ele esmifrado.

 

37. -De repente pensei que fossem cravos mas não, são rosas, vermelhas como convém. 

 

Que sejam perfumadas para os seres humanos e cheias de espinhos para os rafeiros que governam e ocultos mandantes a favor de quem governam, de bolsa cada vez mais cheia com o saco a saco de grãos que esportulam dos nossos bolsos. 

 

38. - eu sou apenas alguém que vai escrevivendo e photoandando por aqui e por ali, um pouco ao jeito do Saramago no livro que escreveu sobre as suas andanças cá dentro,  Mas eu escrevo e fotografo

 

39. - Gostei de passear pela tua aldeia - cujas casas me parecem a tua na cidade onde moras, e não sabia que tinha um castelo para eu visitar.

 

40. - O vermelho é a cor do calor e este é um vermelho ondulante como as ondas do mar sem fim.

 

41. - Que os sonhos sejam sempre leves, cálidos, coloridos e cheios de doçura.

 

42. - Em seu pensar as letras (es)corriam: "Por vezes parece que as nossas conversas terminam em "conflitos", enredados nas palavras que caminham por atalhos que não são uma estrada larga e desassombrada, talvez porque elas não estão vestidas do sorriso reconfortante, da inflexão da voz coalhada de estrelas, da presença real e calmante do estreitar do abraço, da mão no ombro ... E em lugar da paz e da serenidade e do riso cristalino nascem em nós sombras intimidantes e noites sem luar, reflexo negativo do que nos outros busco e em ti procuro.

 

 43. - E assim apagam-se as luzes e cerram-se as janelas e as portas que avistara ao longe ou ao virar da esquina, na maldição da vida de eterno caminheiro que é a de João Baptista Cansado da Guerra !"

 

  •  sai ela da cena com ar altivo, ombro direito atirado para trás furando o espaço com o esquerdo, mão esquerda na anca, indómita, saia rodada, cabelos ao vento esvoaçando, altaneira  ...

... deixando atrás de si um rasto de credos e um rosário de cruzes feitas de espinhos de ouriça caixeira. 

  • Timidamente, pé ante pé, silencioso, o chapéu rolando nos dedos afilados, ele aproxima-se da inflamada Pasionara e murmura qual anémona do mar:

 

"- Olá, sereia !

 

- Já é um novo dia, bonito e cheio de sol, e passo por aqui, menina que não estás à janela, para deixar-te no meu aceno um sorriso", disse João Bimbelo.

 

 

44. - e sonha comigo para que os teus sonhos contigo me façam sonhar

 

45. - 

Em que língua falarei

 

Em que língua falarei

e à míngua cantarei?

.

Ínsula

ou Península.

 

46. -

 

Ainda é tempo de faceira

leve, bom, suave desejo

em rubra, quente fogueira,

ladino, roubar-te um beijo

 

Meu amor vem á janela,

São os Santos a bailar,

Vai-te embora, sentinela,

Fiquem todos a cantar.

Textos em junho 29

 * Victor Nogueira

2021 06 29 - Foto victor nogueira  - Mural do MDM (Movimento Democrárico de Mulheres) numa estação da EDP, executado em 2019 na Avenida S. Francisco Xavier, em Setúbal. (2021 05 06 Canon 192_05)

25 de Novembro / Dia Internacional para a eliminação da Violência Contra as Mulheres  / Não à violência dentro e fora de portas! / MDM Movimento Democrático de Mulheres / 2019

VER Murais e Grafitos em Setúbal 108 - EDP 06

2018 06 29 Foto victor nogueira  - A várzea de Setúbal foi outrora ocupada por quintas onde se cultivavam laranjais, que estavam na base do afamado mas desaparecido doce de laranja, pois as quintas foram substituídas por edifícios. Desses tempos aqui e ali permanecem como memória na toponímia, num pequeno aqueduto ou numa nora (como a da gravura).

2017 06 29

Os livros e as pessoas


Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem têm olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.

Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.
.
Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.

Victor Nogueira (1969) 


2014 06 29

de quantas pétalas é tecido o sol
e de quantas escamas o mar?
quais as malhas que entretelam o lençol
e de que notas se veste o luar?
é difícil a rima,
verso branco que arrima
e anima
oco louco
muito ou pouco ?
e a seara cerealífera
na esfera da espera
na concha do sentido
caracol
pelíicula a película (des)folh(e)ada
quantos sentidos se encerram ou libertam ?
de quantos caracteres, signos e palavras
se retiram duma só?
sol rissol solidão metanol briol
solário vário
refrigério
quente ou frio
etc & tal
ou assim e assim
afinal
sem pós de perlimpimpim ?
Paço de Arcos 2014.06.29
Foto Victor Nogueira - Lisboa Expo 98 (1998)


2013 06 29 - Ministro da Saúde quer manter ADSE mas sem contribuições do Orçamento de Estado (dos jornais)

pela voz de macedo QUEM BENEFICIA DAS TRAMPOLINICES divisionistas DE PEDRO E PAULO ?
Se os patrões (ainda) pagam ou (ainda) são obrigados a contribuírem para a segurança social e saúde dos trabalhadores do sector privado,
Se os trabalhadores do sector privado e a generalidade dos cidadãos consideram que assim é que deve ser e é justo
...
pk há-de o estado deixar de contribuir para a segurança social (CGA) e saúde (ADSE) dos trabalhadores da administração pública que asseguram funções sociais do estado que a todos beneficiam ?
...
Se o Estado e o Governo têm de assegurar e garantir o acesso de todos os cidadãos aos direitos consignados na Constituição de 1976 e na declaração dos direitos do homem - ONU
Se os governos do ps-psd-cds pretendem reservar como coutada reservada, apenas para quem tem dinheiro e para permitir os chorudos negócios das privadas, isto é, dos grandes grupos económico-financeiros que auferem lucros fabulosos e fogem aos impostos e às suas contribuições sociais ....
Parafraseando Brecht
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Depois atacaram os operários das grandes empresas
que Mário Soares acusava de serem a Comuna de Lisboa (e Setúbal)
a quem devo os direitos que ainda estão na Constituição de 1976
mas não me importei pois o que interessava era defender o "súcialismo" em liberdade
Em seguida privatizaram a banca e desmantelaram o sector empresarial do estado e os sectores estratégicos da economia
e não me importei pois não sou operário nem bancário e ... coitadinhos dos banqueiros
Depois, abateram a agricultura e a frota pesqueira
mas não me importei porque me abastecia no hipermercado
Depois prenderam os sindicalistas,
mas eu não me incomodei
porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
de atacarem os trabalhadores da Administração Pública mas não me importei
apesar de assegurarem as funções sociais do estado na saúde, no ensino, na segurança social, na justiça, na protecção da natureza e do meio ambiente
mas não me importei pk nem sou funcionário público
e devo tratar da minha vidinha, mesmo que miserável,
porque toda a vida houve ricos e pobres
e a caridade vale mais em subserviência que a espinha direita dois que reclamam direitos que não sejam os dos lucros do grande patronato
Agora dizem que as manifestações são ilegais e a greve também
e prendem e espancam os manifestantes
"todos díscolos", como se dizia no tempo do fascismo
Mas isso não me importa, pois sou bem-comportado e temente ao senhor padre e à polícia e aos senhor Presidente
e tenho-me portado sempre bem
..
Agora levam-me a mim, de rastos e de rojo,
e pk me esqueci de que a força reside na união de quem trabalha e produz contra quem nos explora a todos, cada um à vez ...
... só agora percebo o estúpido que tenho sido mas
já será possivelmente tarde.
Ou achas que ainda estarei a tempo de pensar e agir e lutar contra os pastores da manada cuja divisão eles fomentam para facilitar o abate e permitir que tudo seja negócio para os grandes grupos económico-financeiros ?

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2012 06 29Diz-me o escriba para anunciar que dentro dele correm a alma e sangue árabe e judeu e africano e ameríndio. E da Galiza. Mas não de Portugal ou Castela.


2012 06 29Foto Victor Nogueira - Alentejo, terra que foi do pão

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2012 06 29Há uma leveza, uma suavidade, neste teu quadro de lágrimas, como sudário me parece

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2012 06 29 Um poema e a foto, a foto delicada, de promessas escondidas libertas nas asas da imaginação e do sonho, contidos ! Ou Não ! E ... qual a cor da liberdade e do desejo para além da paleta do bianco e nero ?  

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2012 06 29Poucas palavras, para tão grande e contido amor.

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2012 06 29 Um campo de flores,como se jarro fosse, o cálice, a ampulheta que mede o tempo ... quente ou frio 

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2012 06 29as palavras não chegam e o silêncio tem todos os sabores e cores que por mim lhe quiseres dar 

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2012 06 29Nas pontas dos meus dedos sigo o teu olhar e nele (re)pousam o sol e o mar.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Textos em junho 28

 * Victor Nogueira


2022 06 28 - Foto victor nogueira - Oeiras - Ribeira da Laje vista duma das pontes que liga o Jardim Público ao parque de campismo (IMG_5970)

Numa das margens um verde que parece naturalmente selvagem. bucólico, e na outra, em contraste, o "caos" do parque de campismo e duma feira com a lataria dos automóveis. Os prazeres do campismo ao ar livre e despoluído combinarão com parques de campismo no meio das urbes, do bulício e da poluição? - 

2021 06 28 - Foto victor nogueira - Encontro pela Paz - Setúbal 2021 - Mural na Estrada da Graça, em Setúbal (Foto em 2021 05 26 Canon 192_05)

Este mural enquadrado no Projecto Setúbal Mais Bonita contém representações de fauna e flora entre figuras humanas e foi executado em Maio de 2021 pela artista espanhola Elena González (Ele.Zissou), em colaboração com o realizador setubalense Pedro Estevão Semedo, numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Setúbal.


2015 06 28 - foto victor nogueira  - setúbal - restaurante "kefish" - Outrora salazar proclamava que "beber vinho é dar de comer a um milhão  de portugueses" muitos dos quais aquietavam, "fortaleciam"  e embruteciam as criancinhas com "sopas de cavalo cansado",  pois "de menino é que se torce o pepino".

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2014 06 28 - assim, mé-mé, se vê a rota do ... pêésse!

na farsa entre costa seguro sócrates seguro é acusado de não ter feito oposição ao psd/cds, de ter tido "abstenções" violentas na maioria das moções de censura do pcp, be e pev. Bem sei que o ps seja qual for o secretário geral manageiro de turno anda desde maio de 1974 de mãos dadas com o psd/cds. 

Tal como seguro, costa quer a mudança, esganiçam-se ambos terçando armas pela mudança, em grande gritaria das tropas de um e de outro. Mas, caramba, só agora os costistas descobriram que cavaco, pedro e paulo poderão querer a realização de eleições antecipadas, aproveitando-se das "fragilidades" do PS ?.
 
Falando grosso, mas que merda de alforrecas são costas e seus seguidores, que afirmam que a "derrota" do ps tem o apoio de seguro, que, para barrar o caminho  de costa, seguro apoiaria eleições antecipadas, tudo em santa aliança de (quase) união nacional com o pcp, que embora não estando representado no Conselho de Estado,«também alinharia, porque eleições antecipadas são o seu manjar favorito. Quase uma união nacional.»

E assim se descobre o  anticomunismo visceral e militante de costa seguro sampaio maroscas para quem o PCP é o inimigo a abater. Nada que se não soubesse. E que a mudança é apenas das moscas.porque quanto ao essencial do resto .... tudo com dantes, quartel-general em funantes!

Alinhados sempre à direita, os pêésses são como o ladrão correndo pela rua e bramando "agarra que é ladrão", procurando assim que se distraiam e permitam que fique com o produto do saque. Ah gand'as pantomineiros e farsolas

http://aspirinab.com/julio/eleicoes-antecipadas/

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Textos em junho 27

 * Victor Nogueira



2022 06 27 -  Que três outras publicações minhas me colocaram na omnipotente, na realidade inapelável, drástica, ,  lista negra do inFacelocked, desconheço. Uma delas seria uma imagem  numa publicação referente a Sócrates e á sua arrogância de "arrivista"? Tive sérias dúvidas, certeza mesmo,  que este personagem tivesse dito o que lhe atribuíam, Em consequência substituí a imagem que acompanhava a publicação, mas será que o FB teve isso em consideração' Hummm!

O FB coloca no index certos blogs e sites, incluindo notícias que se for outra a hiperligação passam nos crivos da censura. Censura (cada vez mais refinada)  que no entanto (ainda)  pode ser torneada porque por enquanto a inteligência artificial (ainda) consegue ser driblada pela inteligência dos humano que sejam mais inteligente que a máquina e seus algoritmos, Durante quanto tempo e até quando?

Mas após longos aanos seem ser suspenso pelo inFaceLocked, a guerra na Ucrânia reactivou as ameaças de suspensão até aos completos banimento e apagamento finais.


2022 06 27 - os libérrimos filtros e as apertadas malhas do Ministério da Verdade a que "democraticamente" temos direito 

CONTRA-CIMEIRA DA NATO

Neste fim de semana Madrid acolheu a contra-cimeira da NATO, que mobilizou dezenas de milhares de pessoas em manifestações de rua. A Contracumbre de la OTAN efetuou-se como preparação para a próxima cimeira da NATO que será realizada em Madrid dias 29 e 30 de Junho. Os media corporativos portugueses mantiveram um silêncio sepulcral quanto a este acontecimento.

Por outro lado, em Munique, o povo alemão efetuou igualmente manifestações contra a cimeira do G7 ali realizada. Elas foram ocultadas com um silêncio igualmente sepulcral pelos media portugueses.

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FOTO - Manifestação em Madrid contra a cimeira da NATO

26/Jun/2022 in resistir.info

2021 06 27 Foto victor nogueira - Grafito de Frank / ACAF na Estrada da Graça, em Setúbal, com versos de Bertolt Brecht: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento" (2021 05 26 Canon 192_05)

«Do rio que tudo arrasta se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem»


2013 06 27 - de S. Bento, a sua zona de conforto, o homem que não emigra, o "piegas" de má memória, o bom aluno e marrão da troika ocupante, o manageiro/maioral dos moços de fretes, com paulo e outros sócretinos responsáveis pelo esbulho da banca nacional (14 milhões de euros diários de lucro) e transnacional ao bolso da maioria dos cidadãos e por 3 milhões de desempregados em portugal e salários cada vez mais de miséria, declara na linha das forças de bloqueio de esCavaco Passos: “País precisa menos de greves e mais de trabalho

A RESPOSTA - PEDRO E PAULO MAIS OS ALBERGUES DO PSD-CDS - RUA. VÃO CAVAR BATATAS e comam-nas com meia sardinha para cada um, mais uma côdea de pão borolento e um garrafão de vinho a martelo, acompanhados na festança com Ulrich, Belmiro, Soares dos Santos, Américo Amorim e o Espírito Santo mai-la restante troupe.

  
2013 06 27 - Unidos contra uma política e um governo infernais
Palavras para o dia de hoje

Festas, Feiras e Santos Fora do Tempo

* Victor Nogueira

 Santos Populares e Feiras - 

Em 1995 resolvi concorrer ao concurso das marchas populares de Setúbal, com pseudónimo.. Fartei-me de ouvir marchas de Lisboa para apanhar o ritmo e o tom, mas não ganhei e, sem falsas modéstias, acho que as vencedoras eram de qualidade inferior ás minhas, que também me parecem "musicáveis". Mas ... enfim ! Na altura as letras vencedoras eram musicadas posteriormente. Mas entretanto passou a ser exigência que as letras fossem acompanhadas pela  respectiva música pelo que terminou a minha carreira "marchista".

 

Setúbal, terra d'encanto João do Grão

Venham ver a nossa terra

É jardim à beira-mar

Do vale ao cume da serra

Um espelho d'encantar.

 

Póvoa doce, sem igual,

Pescado com moscatel

Trigo, pão, um laranjal,

Bem perfumado, com mel.

 REFRÃO

 Ai venham ver,

sem maldade!

Com balões, doce florir,

Gaiata, namoradeira,

Sempre jovem, a sorrir.

E bailando sem canseira

Ai venham ver,

sem maldade!

Ardem nossos corações

Em cravinho de papel,

Cantam Bocage, canções,

Em versinho d'água-mel.

Ai venham ver,

sem maldade!

Com este mar, rio á janela,

Em nós cant'a liberdade

De manjerico, singela.

E azul da mocidade.

 

Meu amor vem á janela,

São os Santos a bailar,

Vai-te embora, sentinela,

Fiquem todos a cantar.


Com o povo a sorrir

E bondade no olhar,

Sem vontade de partir,

Numa noite de luar!

 

Setúbal, sempre varina Manuel Vicente

 Setúbal sempre varina

Capital do pescador

Terra airosa e mui ladina

Póvoa com sal e calor.

 

Venham ver a nossa terra

Com arquinho e balões,

Num tempo de paz, sem guerra,

Em florindas tradiçõ 

REFRÃO

 Baila Setúbal a cantar,

Gaiata, namoradeira,

Com o Sado ao luar,

Corações numa fogueira!

Baila Setúbal sem parar,

Alegre, bela e vistosa,

Com a brisa a marulhar

Numa canção preciosa.

Baila Setúbal, um altar,

Com giesta e rosmaninho,

Os golfinhos a pular

Numa terra de carinho.


Valha-nos Sant'Antoninho,

Com mil cravos de papel,

Procurand'o sapatinho,

P'ró casamento sem fel.

 

Cada canção, um desejo

Em cantata de papel,

Manjerico no cortejo

Da nossa terra sem fel.

 

Setúbal mar de prata Maria Papoila do Mar

 Setúbal nasceu,

Com um mar de prata,

Setúbal cresceu,

Generosa e farta.

 

O rio tem pescado,

No vale com giesta

Por todos bem amado,

Com o povo em festa.

 

Setúbal navega,

Na sua falua

Vistosa, boneca,

Com o pé na lua.

 

Cantem os andores,

No azul do céu,

Amam os amores,

Em doce pitéu!

REFRÃO

 Venham ver Setúbal,

Airosa e ladina,

Dançando Asdrúbal

Com sua varina.

Venham, não se cansem,

No baile da terra,

A tristeza encerrem,

Com o mel na guelra.

Cantem salmonetes

Saiam da janela

Pulem os pivetes

Na rua singela.

 

Lá vem Setúbal,

Cheira a rosmaninho

Não é Tentúgal

Mas belo cantinho.

 

Tem bom moscatel

Doce São João,

Pedro no batel,

António na mão.

 

Com a boca um beijo,

No arco em foguete,

P'ra matar desejo

Sem qualquer ralhete.

 

Contem esta trova,

Ao Santo confessa,

Não há Casanova

Sem falsa promessa.


*****

 

À noite não fui gozar o S. João.   Preferi ir para a cama. Acordei às duas da manhã. Disso se encarregaram as minhas tias  Isabel e Teresa, batendo me suavemente (irra!) com os alhos e falando pelos cotovelos. (Diário III - 1963 - pag. 196) (1)

1 - Trata-se duma festa muito animada, que se desenvolve pela madrugada dentro, sobretudo na encosta das Fontainhas, com os concursos das rusgas e das cascatas.

 

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Uma  única vez fui à noite de Santo António em Lisboa, com as minhas tias Lili e Esperança e mais pessoas amigas. Elas deliciaram-se com as sardinhas assadas  mas eu nada comi. As ruas estavam atravancadas de mesas com barricas cheias  de água nunca mudada e onde mergulhavam a louça talheres e copos dum freguês para o outro, os pratos e copos "lavados" engordurados e os talheres com restos de sardinha agarrados. Era fruta demasiada para o meu estômago e sensibilidade pelo  que passei fome enquanto o pessoal se divertia e em vão me queria convencer a saborear os "pitéus".  [2011.06.23]

 

 

 As feiras de Évora, Setúbal e Lisboa

O Rossio de S. Brásxe  §está praticamente livre de feirantes. Restam apenas as barracas de louças e bugigangas. Depois do meu regresso de Beringel comprei um copo, uma caneca, colheres, um prato e uma tigela, que seria para o "Nestum" mas acabou por ficar para a fruta. (MCG - 1972.07.10)

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Hoje será a noite de S. João, de festa para os eborenses, que passearão lá pela Feira.  Este ano há dois circos; o resto é como nos anos anteriores, com a novidade de haver barracas dos partidos políticos, onde comprei umas publicaçõezitas. (1975.06.24)

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Hoje é o último dia oficial da Feira de S. João em Évora.  A Feira estava em decadência, cada ano que passava. Mas desta feita, para além de muitas tendas de comerciantes (vestuário, calçado, plásticos, louças, mobiliário), havia as tradicionais de comes e bebes bem como os divertimentos. Não vi o poço da morte - creio ser o 1º ano  que não vem - mas em contrapartida havia 3 pistas de carros eléctricos e nada mais nada menos que 3 circos, acontecimento inédito: o Billy Smart, o Royal e o Mariano. A Celeste foi ao 1º e diz que é igual ao que vimos em Lisboa, no Coliseu. (NSF - 1976.07.05)

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(...) Quando era estudante, em Évora, a Feira de S. João era um alvoroço - embora coincidisse com a época apertada de exames - onde a malta ia nas frescas noites, em grupos, passear ou "espairecer" pelas diversões e movimento. Depois, bem, depois a Feira de S. João, como a Santiagodeixaram de ter o encanto de outrora, tal como o circo, maravilha, delícia e alegria sempre renovada da infância. Hoje, do circo, gosto dos palhaços e dos ilusionistas, (embora nem sempre), ao contrário do que sucede nos programas que a TV por vezes transmite. Das feiras, hoje em dia, vejo as exposições e um ou outro espectáculo, extasiando-me nas tendas das vergas e olaria, que jamais compro. (MMA - 1986.07.28)

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No regresso passámos por uma feira ali na Luz, em Lisboa, defronte ao Colégio Militar. (1) Era uma feira praticamente de louça e bugigangas, quase todas feias para o meu gosto. Comprei dois bonecos de barro (artesanato). Havia lá umas canecas de barro, em forma de sorridentes e rechonchudos monges (dispunha bem olhar para eles, tinham um ar simpático) Estou arrependido de não ter comprado um. Ficará para a próxima. Aquilo é uma roubalheira. Um tipo tem mesmo de regatear. Chegam a fazer abatimentos de 50 % sobre o preço inicial. Safa! (MCG - 1973.09.19)

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A Feira Popular de Lisboa é muito sem graça. Nada nos saiu nas rifas. Não encontrámos as barracas das farturas (seguir o cheiro não foi suficiente). Joguei nas máquinas dos carros de corridas. As pistas dos carros de choques estavam quase vazias e assim não tinha piada andar nelas. De resto são mais caras que em Évora (também alguma diferença deveria haver entre os provincianismos de Évora e de Lisboa). Ah! mas o que gramei, onde apanhei dois valentes sustos, donde saí gelado mas com uma vontade enorme de repetir a proeza, foi na montanha russa. Aquilo é que é emoção! Ao menos enquanto um tipo não se habitua, Duas descidas bruscas (um tipo até trava com os pés, o coração a saltar lhe pela boca), uma curva a grande velocidade, toda inclinada (e um tipo, esquecendo -se da força centrípeta, agarra -se desnecessariamente para não ser projectado)... Também no outro "comboio fantasma", que afinal nada tinha de especial, salvo os ruídos (bater as portas e chiadeira) e a escuridão. Não tem qualquer emoção. (MCG - 1973.09.22)

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Começando naquela Igreja e estendendo-se quase até ao Rio, passando ao lado da Igreja de Santa Engrácia, Panteão Nacional, estende-se a Feira da Ladra onde se encontra um pouco de tudo. (2) Especialmente roupa, mas também fardas, sapatos, capacetes de aço e caixas vazias de munições (relíquias da I Guerra Mundial ?), malas, sacos, carteiras, ferro-velho, antiguidades, móveis, moedas... enfim. De tudo o que vi, no entanto, só me interessava um par de candelabros. Mas não cheguei a perguntar o preço. Havia um jardim com vista para o rio e para a parte baixa da Feira. As ciganas vendiam roupa e tinha a sua piada ver as pessoas experimentarem calças por cima das que traziam vestidas. Havia de ser uma grande experimentação! Já eram 17 horas quando lá chegámos. Havia um mar de gente modesta (mais alguns hippies e estrangeiros), que se acotovelava e furava, enquanto os automóveis passavam tangentes aos peões e buzinavam. (3)

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Não comprei nada. Só me interessavam antiguidades, mas receio ser facilmente enganado, pois não sei avaliar aquela mercadoria. Mas estendais de antiguidades havia poucos; a maioria era ferro-velho: dobradiças, fechaduras, chaves enormes, bicos de fogões a gás... Ouvi lá um negociante de antiguidades dizer a outro que à 3ª feira o negócio é melhor. (XXX - 1973.09.23) 

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Cheguei há pouco da Feira [de Santiago], onde fui dar uma volta e dois dedos de conversa com o pessoal conhecido após o jantar lá em baixo no Centro, única maneira de variar o cardápio, pois ao almoço não tenho tempo para grandes variações e aprendizagens. Tal como as mulheres, os homens, desde pequeninos, deviam ser ensinados a cozinhar coisas variadas e saborosas, embora simples. Felizmente que em tempos descobri um livrito acessível que posso consultar e seguir sem necessidade de ter ao lado, para consulta permanente, um dicionário da especialidade, para decifrar os termos técnicos como "refogado" ou "esturgido" e quejandos. (XXX - data ?) (4)

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Em Setúbal é tempo da Feira [de Santiagoonde fui duas ou três vezes e onde sempre vou encontrando gente conhecida para dois dedos de conversa. Este ano há apenas uma exposição dedicada a uma das celebridades cá da terra, que foi a cantora lírica Luísa Todi. Falta me ver a parte da cerâmica e olaria, embora este ano já tenha comprado o "recuerdo", cerâmica dum país andino ou como tal vendida. Mais uma "bonecada" ali para uma das estantes, para dificultar a limpeza do malfadado pó que mal acabado de limpar logo renasce dum modo que faria inveja à capacidade reprodutora dos coelhos! (MMA - 1993.08.03)

 

1 - Realiza-se anualmente, durante o mês de Setembro.

2 - Realiza-se todas as 3ªs feiras e sábados, de manhã. Trata-se duma feira cujas raízes remontam aos tempos medievais.

3 - Outra feira que merece referência é a do Relógio, no bairro de Chelas, aos domingos de manhã.

4 - Passe a publicidade, trata se do Guia Prático de Cozinha,da autoria de Léone Bérard, editado pela Livraria Bertrand em 1977.

 

 Publicada por Victor Nogueira em Sexta-feira, Junho 24, 2011