* Victor Nogueira
Marcelo sempre disse que a solução de Cavaco, o seu antecessor não seria a dele, isto é, não aceitaria um Governo minoritário do PS viabilizado pelo PCP, Bloco e Verdes, a "extrema esquerda" na opinião das direitas, incluindo altos dirigentes e deputados do PS. Só poderia descalçar a bota com sucessivas dissoluções do Parlamento, que o seu antecessor, em fim de mandato, não poderia tomar. Que o PS tivesse estendido a passadeira vermelha para a reeleição de Marcelo é um "mistério" da carochinha.
Mas é para mim evidente que Marcelo prosseguirá a sua atitude desestabilizadora na mira de conseguir que o PSD possa eventualmente formar Governo, nem que seja com o apoio dos seus seus acólitos nas direitas. Considerando a grave crise económica e social que se avizinha, nas suas palavras há uma afirmação preocupante: »não hesitará em "avançar para decisões mais arriscadas ou ingratas", como - recordou - fez ao convocar as últimas legislativas e ao decretar vários estados de emergência.»
O que Marcelo quer dizer é que perante a contestação social resultante do agravamento da situação económico-social, fruto da crise do capitalismo e da subserviência dos Governos da "Europa sem-nosco", títeres nas mãos dos EUA, o Governo maioritário do PS cairá logo que o PR "pressinta" que o seu PSD, acolitado pelos iéles e pelo cheganos, poderá governar graças á fruta caída de podre e aos empurrões de Marcelo?
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