Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Textos em outubro 21

* Victor Nogueira



2022 10 21 - Foto de família - Paço de Arcos Natal em 1979: um caleidoscópio de estado de alma.


2022 10 21 - A relação de Portugal com as colónias sempre foi uma relação de exploração de produtos "básicos" (ouro, diamantes, especiarias, café, algodão, cacau ...), com utilização, de mão de obra sem direitos (em regime de escravatura ou de trabalho "contratado"), como aliás sucedia na "Metrópole". 

Sendo um país pouco industrializado, essencialmente agrícola (predomínio do minifúndio e do latifúndio, com processos de exploração baseados na utilização intensiva de mão de obra, analfabeta, familiar ou proletarizada e mal remunerada) e no uso de processos arcaicos, pouco ou nada mecanizados e automatizados) (nas colónias a maioria dos naturais não falavam português  nem era escolarizada), as colónias eram, assim, meros fornecedores de matérias primas, necessárias á Metrópole. 

Por isso uma parte das classes dominantes em Portugal, representadas e defendidas pelos Governos de Salazar, num jogo de equilíbrios, opunham-se ao desenvolvimento das forças produtivas, quer na Metrópole, quer nas colónias.

Em 1961 e contra os  "ventos da história", venceram as forças "colonialistas" que adiaram apenas o choque entre os que defendiam e os que se opunham á industrialização e desenvolvimento na Metrópole e a uma certa abertura nas colónias. 

Em 1961 isso foi visível no choque e contradições entre o General Deslandes, Governador Geral de Angola, e Adriano Moreira, Ministro do Ultramar de Salazar, um dos vários delfins em competição com Marcelo Caetano. Oito anos mais tarde venceu Marcelo, que foi incapaz de cortar o nó górdio para resolver na continuidade as contradições agravadas pela guerra colonial e pela emigração.

O problema da necessidade duma carta de chamada, para os "brancos" da Metrópole, maioritariamente pouco letrados ou analfabetos, não me parece que fosse o medo. O problema era que não tendo os "brancos" garantia de trabalho, caíram na mendicidade ou exerceriam em competição as tarefas desqualificadas "naturalmente" reservadas aos autóctones.

Tal poderia sem problema suceder e aceitar-se com os emigrantes portugueses para as Américas ou para os países industrializados europeus, pois constitum uma fonte de rendimento para Portugal, mas era inadmissível relativamente às colónias, por ser inaceitável, por razões ideológicas, que os "brancos" concorressem com os trabalhadores autóctones em tarefas desqualificadas e mal remuneradas.

O problema entre Portugal e as colónias é que o desenvolvimento da burguesia, do mercantilismo, do capitalismo e da industrialização foi deliberadamente travado com a expulsão dos judeus e a acção da Igreja Católica, (terratenente, em articulação com a nobreza), sem esquecer o papel  fulcral da Inquisição, dos Pina Maniques e da PIDE/DGS.

2022 10 21Marcelo de Sousa, Presidente da República Somos (quase) Todos Ucranianos, assume-se despudoradamente como putativo intérprete do pensamento dos portugueses e portuguesas, como porta-voz duma eventual candidatura de Passes de Coelho á Chefia do Estado e como contumaz protector do "seu" PSD.

Marcelo não garante o regular funcionamento das instituições democráticas. Marcelo é um entorse ao regular funcionamento das chamadas instituições democráticas e á Constituição da República, que jurou respeitar, defender, cumprir e fazer cumprir.

Afirmando que fala(va) como Presidente da República, Marcelo de Sousa segregou pérolas deste calibre e alto gabarito:

Eu falei [sobre Passos] para dizer que o país lhe deve, porque deve mesmo, aquilo que fez durante o período da troika, e que é um ativo político importante para o futuro”,

Em relação a Passos Coelho, como em relação a outras pessoas, falei como Presidente da República, e não como Marcelo. É a minha opinião como Presidente da República, dizendo em voz alta o que muitos portugueses pensam.”

Deste modo Marcelo conseguiu sacudir e desviar os holofotes das suas inábeis prestações na trama com a Igreja Católica e a pedofilia no seio desta, dando á comunicação social a oportunidade de mudar o foco e surfar a crista das ondas, ao escorrer da espuma dos dias.

O que não impediu que Miguel Relvas, um empenhado passista, tivesse logo de seguida, aconselhado o Presidente da República a “preocupar-se com o seu mandato e a exercer a sua função de fiscalização do Governo”. Relvas avisou, aliás, que “Passos Coelho não tem nenhum dever nem nenhuma obrigação moral de avançar nas presidenciais” e que, se alguma vez o entender fazer, “isso só pode vir da sua vontade pessoal e nunca de grupos ou, muito menos, de seus antecessores”.

Na senda de Bolsanero e de Aníbal, os passistas desconsideram Marcelo de Sousa, apesar da aparente bonomia sorridente e a orgia de afectos e selfies que são a sua imagem de marca.

ADENDA - Em tudo isto ressaltam dois aparentes equívocos:

O Presidente da República apresenta-se como uma espécie de oráculo que, perante o silêncio duma eventual "maioria silencioso", dá voz a esta, indicando-lhe os caminhos do futuro que reconhecidamente deve trilhar, em reconhecimento rumo ao paraíso na terra sob a liderança dum novo pastor ou caudilho.

Miguel Relvas, tal como Marcelo de Sousa, parece desconhecer a Constituição da República, ainda em vigência, isto e, a tarefa de "fiscalizar" o Governo não é da competência do Presidente da República, mas sim da Assembleia da República e, em última instância, do eleitorado que elege os deputados e determina a correlação de forças entre os partidos políticos que em cada legislatura a integram.


2021 10 21 Foto victor nogueira - Mértola - Igreja de Nossa Senhora da Anunciação e cruzeiro

A intolerância dos cruzados e dos reis cristãos era tal que na tomada de Lisboa aos mouros chacinaram os cristãos seus habitantes, doutra facção. Das sinagogas judaicas restaram apenas as de Tomar e algumas na raia de Espanha, profanadas, e a mesqura islâmica de Mártola, adaptada a templo cristão.

2020 10 21 Foto victor nogueira - azenha e ponte sobre o Rio Cávado, que liga Barcelinhos e Barcelos. Distinguem-se também as ruinas do Paço dos Condes de Barcelos e Duques de Bragança assim como a Igreja de Santa Maria e, à esquerda, as torres do Solar dos Pinheiros.

VER Barcelos, Barcelinhos e Rio Mau em 2003 

Barcelos 




2017 10 21 foto victor nogueira - os dois fotógrafos, um deles acrobata e outro por detrás da objectiva, para além dos turistas na Igreja do Convento de Jesus em Setúbal, no ano da graça de 2017



2016  10 21 Foto victor nogueira - solitário pescador na Forte do Outão




2016 10 21A TROUPE DA FALPERRA - Já cansa toda a arenga de passes de coelho & cristas mais seus "apoiantes" e "defensores" como mota soares ou cisco assis, e as cambalhotas de 180º que ainda convencem muito eleitorado a crer nas "sondagens", salttiando ao pé coxinho de acérrimos defensores do TINA a estrénuos defensores do seu contrário, para tentarem embarrilar o zé e a maria pagodes. Para isso tendo a generalidade da comunicação social como altifalante monocórdico.
1. - “Vamos acabar com esta fanfarronice. Não há outra solução nenhuma!”
DAVID DINIS e SÃO JOSÉ ALMEIDA 21/10/2016 - 06:48
Não há dinheiro para estradas, hospitais, escolas e prisões, diz Passos, acusando o Governo de congelar o Estado para cumprir os objectivos
2. - CDS testa lealdade do PCP e do BE ao Governo com proposta de dez euros para todas as pensões
MARIA LOPES 19/10/2016 - 06:56
3. - ENTREVISTA
“Sem dúvida que o país já saiu da emergência”
DAVID DINIS e SÃO JOSÉ ALMEIDA 21/10/2016 - 06:45
Só a desconfiança que este Governo gera custa, em juros, 350 milhões por ano ao país, acusa Passos Coelho.
4. - ENTREVISTA
“A CGD pode abrir um problema muito sério noutros bancos”
DAVID DINIS e SÃO JOSÉ ALMEIDA 21/10/2016 - 06:48
O Governo foi "desastroso" a gerir os problemas do sistema financeiro, acusa Passos.
5. - ENTREVISTA
“É justo alargar a condição de recurso a todas as prestações sociais”
DAVID DINIS e SÃO JOSÉ ALMEIDA 21/10/2016 - 06:47
Passos Coelho está disposto a negociar com o Governo a introdução da condição de recurso, como agora sugere Costa.

2016 10 21 AS CRÓNICAS DE FRANCISCO DE ASSIS - Interessante, muito interessante. Em crónica anterior ficámos a saber que Assis gosta de andar de taxi, mas não em Portugal, e, vejam lá, tb aprecia andar de metro. E agora ficamos a saber que olhando-se ao espelho que não mente, Assis deve ser "Inteligente, livre, criativo, iconoclasta e muitas vezes profundamente solitário". de cerviz incurvável e firmes convicções. Interessante, muito interessante.


2014 10 21 foto victor nogueira a uma foto de Rogério Braga na Exposição Luz Negra - VER FOTOS E TEXTO EM cirandando por cascais


2013 10 21 foto de  família - Luanda 1954  - Zé Luís (Luanda 1951-1987 Paço de Arcos) Maria Emília (Porto 1920-2013 Setúbal), Manuel (Porto 1921-2013 Setúbal), Victor Manuel (Luanda 1946 - )

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nas palavras
com que lavras de mágoas as águas
A cor da dor que me dás
é flor que renego
e
no teu fogo não me afogo
nem me afago
no lusco-fusco
esqueces
que de queixas teces e entreteces os teus sonhos
bisonhos
Setúbal 2013.10.21

Não escrevo coisas belas
nem singelas
transcrevo
simplesmente
como quem sente
Na pintura
a textura
do que sinto
no cinzel perdura
a escultura do pincel
Setúbal 2013.10.21



2013 10 21 - Bem sei que dirão que talvez seja descabido, mas a xenofobia e o racismo campeiam até na Europa mais "democrática" como a de Hollande, até na França dos "Direitos Humanos" e contra os imigrantes, ciganos ou não. Sim, que o Holocausto não foi apenas para os Judeus, mas também para os eslavos, para os ciganos, para os comunistas e democratas ou anti-capitalistas. Onde já vai a "Internacional" Socialista" da social-democracia, que baniu a democracia a favor do "súcialismo"

Cartoon de Latuff em 2008
 


Um dia tu virás
Enchendo o ar de coralegria E o meu riso terá a cor do mar Liberto em tua cantoria Um dia tu virás E sentirei a tua pele macia O ardor do teu andar Com nenhuma apatia Um dia tu virás E os dias cheios de fantasia Como água a navegar Preso na magia Um dia tu virás E seremos um rio ao luar ave desperta rosa aberta No calor do teu olhar Um dia tu virás Um dia ...
Setúbal, 1989.11.06

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2010 10 21 - Hoje o beduíno sedentário que neste momento sou vai encerrar a tenda do inFaceLook e zarpar para outros portos e marés, sabendo que há mais marés que marinheiras ou marinheiros LOL


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