Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Comicidade cinematográfica

 

* Victor Nogueira 



2022 10 05 - O Cantinflas (Mário Noreno) [1911 - 1903] era célebre nos meus tempos de menino e moço, tal como o Jerry Lewis  [1915 - 2017]. Na geração do meu pai eram o Bucha e o Estica (Oliver Hardy [1890 - 1965] e Stan Laurel [1892 - 1957]), tal como o Pamplinas (Buster Keaton) [1895 - 1966} e Harold Lloyd [1893 - 1971]. Hoje em dia também pouco se vê de Charlot (Charlie Chaplin) [1889 - 1977]. De todos os meus prederidos são os dois últimos. 

Embora sem uma memória minha tão grande como a dos referidos, não posso deixar de citar os Irmãos Marx, a saber;  Chico [Leonard Marx), [1887 - 1961], Harpo (Adolph Arthur Marx) [1888 - 1964], Groucho (Julius Henry Marx) [1890 - 1977], Gummo (Milton Marx [1893 - 1977], e Zeppo, (Herbert Marx [1901 - 1979].

Ao contrário dos meus pais e tios, nunca fui grande fã de Bucha e Estica. Cantinflas era um personagem bondoso, algo trapalhão no falar e no agir, uma espécie de Zé Povinho mexicano. Jerry Lewis aposta no non sense, compondo um personagem desjustado da realidade. Bucha e Estica representam a parelha contrastante do palhaço rico / palhaço pobre ou o gordo e o magro, enquanto o personagem de Buster Keaston nunca ri ou sorri, por maiores que sejam as trapalhadas e aventuras em que se envolva. Charlot, tal como Cantinflas, distingu-se pela indumentária. É um maltrapilho, bondoso, um eterno apaixonado, solidário, por vezes trapalhão, desenrascado, mas inimigo feroz da autoridade, personificada no patronato e nos polícias,

Na gravura - Cantinflas, Bucha e Estica, Jerry Lewis, Harold Lloyd, Pamplinas, Charlot e os Irmãos Marx

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