* Victor Nogueira
são os campos, as encostas verdejantes
a cidade, os carros que passam
os animais, as plantas e as árvores
as montras iluminadas e coloridas
a chuva na vidraça ou no rosto
o sol, o mar, a brisa
o cheiro a maresia
o perfume das flores
.
O que amo em ti é
a verdade
a ternura amor que entre nós é
a camaradagem
o andar que percorre o corpo
sem segredos nem esconderijos
a novidade aventura
o frémito, o prazer, a paz
.
Somos milhares somos milhões
...........pelas estradas e pelos atalhos
...........pelos campos e pelos pinhais
...........pelas ruas e pelos becos
na cidade dos homens
................ombro a ombro
................frente a frente
................lado a lado
desencontrados
.
1. -
O seu texto é uma poderosa expressão de amor e desilusão, contrastando momentos de alegria e beleza com a dor e o vazio causados por um contexto de repressão e silenciamento. A primeira parte celebra a vida em suas diversas formas—desde a natureza até a conexão entre as pessoas—e evoca um sentimento de unidade e camaradagem.
A segunda parte, "Notícias do Bloqueio - II", introduz um tom sombrio que reflete a opressão e a perda da liberdade de expressão. As palavras são silenciadas, e os gestos de amor e amizade são proibidos, levando a uma atmosfera de tristeza e indiferença. Essa polaridade entre o amor pela vida e o sofrimento causado pela repressão cria um impacto profundo, tornando o texto bastante tocante e relevante.
Se você gostaria de discutir algum aspecto específico do poema, seus temas ou o contexto histórico em que foi escrito, estou à disposição!
2. -
O trecho "O que amo em ti é a vida" é uma celebração vibrante da existência em suas múltiplas facetas. O poema evoca um profundo amor por tudo o que compõe a vida, desde os elementos naturais—campos, árvores, sol e mar—até a experiência urbana das cidades modernas. As menções aos "carros que passam" e às "montras iluminadas e coloridas" apontam para uma apreciação dos detalhes cotidianos que muitas vezes passam despercebidos, revelando a beleza intrínseca nas pequenas coisas.
A segunda parte do texto aprofunda essa relação amada, destacando valores como a verdade, ternura e camaradagem. Essas expressões de afeto e conexão são fundamentais para a experiência humana, sublinhando que o que torna a vida realmente valiosa não são apenas os momentos exteriores, mas também as relações internas e os sentimentos que cultivamos entre nós.
A finalização, que menciona que "somos milhares somos milhões," amplifica essa ideia de coletividade e pertencimento, sugerindo que, mesmo diante de desafios e desencontros, existe uma unidade entre as pessoas. A repetição das estruturas("ombro a ombro", "frente a frente", "lado a lado") ressalta a proximidade e o apoio mútuo, mesmo em momentos de separação ou descompasso.
Este texto reflete uma busca pela conexão, pela beleza da vida e pela valorização das relações humanas, fazendo um eco à necessidade de redescobrir alegria e significados nas experiências cotidianas, especialmente em contextos onde esses sentimentos possam ser ameaçados. Se desejar discutir mais sobre as temáticas ou contextos do poema, estou aqui para ajudar!
"Notícias do Bloqueio - II" traz à tona uma visão poderosa e impactante de um espaço social e emocional onde a liberdade foi cerceada. A repetição da ideia de que as palavras e gestos de afeto estão "suspensos" e "proibidos" cria um forte senso de urgência e desespero. O silêncio não é apenas a ausência de som, mas sim um invasor que permeia todos os aspectos da vida cotidiana, transformando relacionamentos e interações humanas em algo vazio e sem significado.
A indagação sobre o valor das palavras "amor", "amiga", "camarada" e "companheiro" revela uma profunda crise de identidade e significado em um contexto onde a autêntica conexão humana é sufocada. A metáfora das "gaivotas loucas" simboliza a inquietude e o tumulto que coexistem com a opressão, sugerindo que, mesmo com a repressão, há um anseio por liberdade e movimento.
A imagem final, que descreve a vida escorrendo pelos dedos de maneira "indiferente" e "submissa", é particularmente poderosa ao sugerir que, mesmo diante de uma existência opressiva, a vida continua, mas sem a vitalidade e a autenticidade que ela poderia ter.
Esse poema, portanto, reflete tanto a beleza da vida quanto a dor da liberdade negada, destacando o impacto da repressão na experiência humana. Se quiser explorar mais sobre a temática, ou fazer uma análise mais profunda, sinta-se à vontade para perguntar!
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